sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Cine Especial: Filmes e Sonhos: Parte 4



Nos dias 16 e 17 de setembro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, participando do curso Cinema e Sonhos, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Psicanalista Leonardo Della Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam, estejam por aqui comigo, para mergulhar nos melhores exemplos cinematográficos e dos quais tentam retratar um pouco esse nosso universo do sonhar.


Suspense, Sonhos, Delírios e o  lado mais Fundo do nosso Subconsciente

Numa das postagens anteriores eu havia destacado Quando Fala o Coração (1945), filme de Alfred Hitchcock, do qual ele obteve ajuda do artista Salvador Dali, onde juntos criaram uma cena e da qual ela poderia ser um retrato fiel de um sonho ou de uma representação do cenário mais fundo do subconsciente do ser humano. Porém, essa exploração dos significados dos sonhos, ou até mesmo de uma mente complexa ou febril, acabou não sendo a última vez que o mestre do suspense exploraria. Abaixo, cito quatro filmes, dos quais ele vai novamente a fundo dentro da mente, das fantasias do ser humano e que com certeza um desses será destaque no curso do Cine Um.           



 Rebecca: A Mulher Inesquecível (1940)



Sinopse: Uma jovem de origem humilde (Joan Fontaine) se casa com um riquíssimo nobre inglês (Laurence Olivier), que ainda vive atormentado por lembranças de sua falecida esposa. Após o casamento e já morando na mansão do marido, ela vai gradativamente descobrindo surpreendentes segredos sobre o passado dele.


Primeiro grande sucesso de Alfred Hitchcock nos EUA em 1940 (e único da sua carreira a ganhar Oscar de melhor filme) explora os significados das verdades e mentiras através das sombras do passado. Um dos maiores méritos desse filme seja pelo fato da protagonista nunca aparecer de fato. Rebecca está morta, mas os restantes dos personagens trama vivem, para o bem e para o mau, sobre sua sombra. Até o final da projeção fica a pergunta quem foi realmente essa mulher? 
Joan Fontaine e Laurence Olivier esbanjam talento a todo o momento, mas é Judith Anderson que consegue criar uma das mais assustadoras vilãs da historia do cinema interpretando Sra. Danvers empregada de Rebecca no passado.




Suspeita (1942)



Sinopse: A socialite Lina McLaidlaw está apaixonada. Ela suspeita que Johnnie Aysgarth, o playboy que entrou na sua vida e casou com ela, é um assassino - e que ela poderá ser sua próxima vítima.

 

Suspeita de Alfred Hitchcock combina de maneira inteligente romance, mistério e uma incrível atmosfera (como um estranho e incandescente copo de leite, efeito possível graças a uma lâmpada acesa colocada dentro do vidro). Joan Fontaine vive a vulnerável e neurótica Lina, depois de ser aclamada por seu trabalho em Rebecca, também de Hitchcock, numa incrível desempenho que lhe rendeu o Oscar e o Prêmio de Melhor Atriz segundo o New York Film Critics Award, em 1941. Vivendo um papel bem diferente do seu estilo, Cary Grant interpreta Johnnie, um trapaceiro e charmoso esbanjador. Mas seria ele também um assassino? Como um copo que pode ou não conter veneno, as palavras e atos de Johnnie podem ou não ser bem ameaçadores.

Curiosidades: Alfred Hitchcock originalmente queria Johnnie como o culpado, mas o estúdio achou que o público não aceitaria Cary Grant como um assassino. Alfred Hitchcock parece no filme enviando uma carta no posto dos correios da cidade.

 

Um Corpo que Cai (1958)



Sinopse: Em São Francisco, um detetive aposentado (James Stewart) que sofre de um terrível medo de alturas é encarregado de vigiar uma mulher (Kim Novak) com possíveis tendências suicidas, até que algo estranho acontece nesta missão.


Alfred Hitchcock era um caso raro de diretor que dificilmente fazia um filme ruim (talvez o Terceiro Tiro fosse um deles) criando assim uma infinita lista de ótimos filmes, onde cada um deles possui cenas inesquecíveis. Muitos consideram Psicose sua obra prima, mas acho que Um Corpo que Cai se supera por criar uma trama que possui tantas camadas para serem descascadas que quando chegamos ao verdadeiro enigma da trama, ficamos estupefatos com o fato de termos sido manipulados tanto quanto o próprio personagem de James Stewart.

Curiosidades: O diretor Alfred Hitchcock aparece em cena aos exatos 11 minutos de Um Corpo Que Cai, caminhando com um terno em frente ao estaleiro de Gavin Elster. Na época recebido pela crítica com reservas, hoje Um Corpo Que Cai é considerado a obra-prima de Hitchcock.

 

Marnine: Confissões de uma Ladra (1964)



Sinopse: Mark Rutland (Sean Connery) apaixona-se por uma funcionária (Tippi Hedren) de sua empresa. Ela de fato é linda. Mas sua especialidade é utilizar falsas identidades e disfarces para aplicar grandes golpes em empresários, levando deles somas consideráveis. Ao descobrir que foi roubado, Mark tem uma atitude inusitada: casa-se com a ladra. Ele descobre que seu verdadeiro nome é Marnie, e que ela tem uma profunda aversão por homens. Casou-se apenas para não ser presa. Por trás das estranhas atitudes de Marnie, há um terrível segredo, do qual ela mesma não tem consciência. Mas Mark está disposto a descobri-lo.

 

Outro dos quase insuperáveis suspenses psicológicos de Alfred Hitchcock. Baseado no romance Winston Graham e valorizado pela interpretação de Connery. Apesar de um tanto lento, mais pesado do que o outro filme do mestre do gênero, é bem desenvolvido algumas das suas características como a dubiedade dos comportamentos, das reviravoltas da trama e seu especial sentido da sexualidade. 

Curiosidades: Tippi Hedren, estrela de Hitchcock revelada em "Os Pássaros", é mãe da atriz Melanie Griffith e Bruce Dern, também no elenco, é pai de Laura Dern, de "Parque dos Dinossauros. A música foi composta por Bernard Herrmann, curiosamente o responsável pela maioria das trilhas sonoras do mestre do suspense, como "Psicose", "O homem que sabia demais"e "Festim Diabólico".
 

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