A guerra fria, por vezes, mais
parecia uma disputa entre egos governamentais do que uma guerra silenciosa e da
qual poderia explodir a qualquer momento. Quando os russos conseguiram colocar
o seu primeiro homem em orbita, imediatamente nasceu uma corrida desenfreada do
governo norte americano em conseguir obter tal feito e chegar à frente deles
para a conquista da lua. O que muitos não sabem é que surgiram muitos gênios a
frente daquele tempo, que ajudaram o país a conseguir tal feito e Estrelas Além
do tempo explora algum desses personagens obscuros da história.
Dirigido por Theodore
Melfi (Um Santo Vizinho) acompanhamos a trajetória de três grandes amigas que,
por serem gênios da matemática, são contratadas para trabalharem na NASA. Ao chegarem
lá, cada uma tem a tarefa de ajudar nos cálculos, nos trabalhos dos
computadores e para assim o obter o melhor resultado para ajudar os astronautas
dentro dos foguetes quando fossem lançados. Porém, por serem negras, acabam
sofrendo um grande preconceito entre os seus colegas, numa época em que os EUA
ainda eram divididos devido ao preconceito.
Mais do que uma reconstituição
dos fatos ocorridos, o roteiristas aproveitaram ao máximo para explorar como
era aquela sociedade dividida naquele período, onde bebedouros, banheiros, restaurantes,
por exemplo, eram divididos para que os brancos ficassem de um lado e os negros
do outro. Se muitos reclamam que ainda há muita intolerância hoje em dia, é
porque desconhece um pouco da história e o filme, mesmo em menor grau, obtém um
retrato preciso sobre certos absurdos que eram impostos naquele tempo. Katherine
Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson
(Janelle Monáe) são exemplos de muitas pessoas que sofreram preconceito na época,
mas que lutaram a todo custo para obterem um lugar ao sol, mesmo quando as leis
as faziam tomarem direções para contornar certos obstáculos.
Uma vez as três em
meio ao poderio branco, cada uma exerce uma função da qual faz com que os seus
superiores prestem atenção em cada uma delas. Katherine Johnson (Taraji P.
Henson), por exemplo, possuía uma mente muito a frente do seu tempo e não demoraria
que os seus dons da matemática chamassem atenção do seu superior Al Harrison (Kevin
Costner), sendo que esse último vive obcecado em poder ajudar o governo em conseguir
enviar um americano ao espaço. É curioso observar que, por mais que seja talentoso,
o ator Costner sempre interpreta o mesmo tipo de personagem desde o tempo de
JFK, mas que nos fascina, mesmo numa atuação que soe mais do mesmo.
O ato final reserva
momentos emocionantes, principalmente pelo fato que o grande feito da NASA ter
conseguido enviar um homem ao espaço, não foi vindo de uma façanha feita por apenas
um, mas por inúmeras pessoas que decidiram se unir, seguir em frente e que
decidiram colocar de lado o preconceito tão atrasado e dispensável. Embora os
momentos finais sejam um tanto que previsíveis, a sua mensagem positiva sobre a
união das raças ecoa em nosso presente como aviso, para que não ajam muros, mas
sim paz entre todos os povos.
Estrelas Além do
Tempo é um retrato de eventos pouco divulgados para o grande público, mas que nunca
é tarde para descobrirmos a verdadeira história que há muito tempo estava escondida.
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Boa resenha. Mas "raça" é humana, acho que existe um termo mais apropriado.
ResponderExcluirBem observado e portanto decidi mudar esse ponto.
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