Sinopse:Quando seres
interplanetários deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma
linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os
sinais e desvendar se os alienígenas representam uma ameaça ou não. No entanto,
a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e
a existência de toda a humanidade.
A comunicação de hoje pode ser
feita de inúmeras formas, pois basta, por exemplo, usar o tradutor do Google para
saber o que a outra pessoa do outro lado do mundo está falando. Temos tanto
recursos para termos um bom diálogo, mas que, infelizmente, cada vez mais
estamos nos perdendo em meio à ganância, paranoia e preconceito. No mais novo
filme de Denis
Villeneuve (Incêndios), a trama explora a idéia de que, a comunicação pacífica
global, é sim a melhor arma contra possíveis guerras que podem até mesmo
dizimar toda a humanidade.
Baseada no romance “Story of
Your Life”, publicado por Ted Chiang em 1998, acompanhamos a missão da Doutora em linguística Louise Banks (Amy Adams), que foi recrutada pelo governo dos EUA em
tentar dialogar com seres extraterrestres que pousaram na terra. Na realidade
há doze espaçonaves (em forma parecida com a de um ovo) pousadas em áreas distintas
pelo globo e onde cada governo tanta compreender os motivos deles estarem ali. Não
demora muito tempo para que a doutora lute contra o relógio, pois inúmeras potências
começam a pensar em atacar.
A premissa pode até parecer simples,
mas nada caindo nas mãos de Villeneuve se torna algo previsível, mas sim reflexível.
Ao começar pelo fato de a todo o momento a doutora Banks ter lembranças (?) de
quando era mãe solteira e se confrontado com um delicado problema vindo de sua
filha. Essas passagens servem para que ela tente desvendar a melhor forma de
comunicação perante os alienígenas, mas até onde isso é realmente verdade?
É aí que Villeneuve nos
testa, já que essas passagens vêm e voltam na trama, para então montarmos um
quebra cabeça que se encontra bem na nossa frente. Aliás, esses momentos me
fizeram me lembrar de A Árvore da Vida de Terrence Malick, aonde a trama vinha
e voltava no tempo e suas imagens pareciam de alguém observando a todo o
momento. Ambos os casos tratam sobre a vida humana, sendo que aqui ela é posta
em cheque inúmeras vezes, principalmente pelo fato dos seres humanos serem às
vezes movidos por suas escolhas e terem que enfrentar as suas consequências.
Falando em atos e consequências,
Banks se torna uma espécie de parede que separa os alienígenas dos seres humanos,
já que esses últimos são movidos pelo desejo de escolha de somente se defender,
mas não especificamente se comunicar. É então que testemunhamos a doutora, ao
lado do seu parceiro de ciências Ian Donnelly (Jeremy Renner), usarem a comunicação
através de palavras escritas, para logo descobrir a forma que os alienígenas se
comunicam, não com palavras, mas sim com figuras enigmáticas. Não há como negar
que é nesses momentos que o filme remete a filmes clássicos da ficção como
2001, Contatos Imediatos de 3º Grau e Contato, mas de uma forma da qual soa sempre
original.
Embora existam inúmeras informações
para ser digerido ao longo da trama, o roteirista foi cuidadoso para que essas passagens
nunca soassem confusas, mas sim que fizesse com que ficássemos curiosos com
cada imagem vista na tela. Isso melhora ainda mais pelo fato de já estarmos envolvidos com os seus personagens, principalmente pela sua protagonista.
Amy Adams novamente nos brinda com um papel sob medida, mas que ao logo do
tempo, nos surpreende ao conseguir nos passar todas as emoções da qual a sua
personagem sente, principalmente quando ela encara determinadas revelações surpreendentes.
“Surpreende” talvez seja a palavra
correta que define os momentos finais da trama, principalmente da maneira que nos
é apresentado a melhor solução contra uma possível guerra iminente. Como eu
disse no começo do texto, a comunicação é a melhor arma contra um futuro
opressor que, embora aqui seja usada ao pé da letra, ela se torna mais do que válida,
principalmente em tempos em que cada vez mais a extrema direita anda dominando
ao redor do mundo e sem ter interesse em um dialogo pacifico. Pode ser um filme
de ficção, mas uma proposta como essa, principalmente nos dias de hoje, sempre será
bem vinda.
E como se já não bastasse
tudo isso, os últimos minutos acabam nos emocionando pelo fato de nos colocar de
frente com uma pergunta de peso: “se você tivesse conhecimento de sua vida, do
começo ao fim dela, mudaria alguma coisa?”.
Denis Villeneuve nos faz
levar essa pergunta para fora do cinema e ficamos então pensando sobre as inúmeras
passagens de nossa vida e de como cada momento serviu para nos tornamos o que
nós somos hoje. Talvez não tenha como mudar o que já aconteceu ou que acontecerá,
mas o que conta é como você irá usar isso ao seu favor. Nada melhor, portanto,
usar toda essa informação e experimentá-la em sua total plenitude.
A Chegada pode até não ser
um dos melhores filmes do ano, mas fazer a gente pensar sobre nós mesmos já é um
grande feito.
Revisei a trajetória de Denis Villeneuve e me impressiona que os seus trabalhos tenham tanto êxito, um dos meus preferidos é Filme Arrival por que faz com que o espectador se sente a ver o filme vale a pena vê-la, além de todo o elenco fazer uma excelente química. Não é um dos meus gêneros preferidos, mas a historia foi muito interessante!!
ResponderExcluirEu acho que desse filme do cineasta eu ainda não assisti Azul. Valeu pela dica.
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