quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Cine Especial: A Vingança dos filmes B: Parte VI (29/11/16)




Vejam o que eu assisti ontem na mostra que está que esta sendo exibida na sala P.F Gastal de Porto Alegre.    
 
Curtas:
Aquela Rua Tão Triumpho (2016/ SP/ 15’)

Sinopse: Os fantasmas da Rua do Triumpho. Ido Oliveira, antigo cineasta da Boca do Lixo, ainda vive por lá.
Dirigido pelo jornalista, cineasta e crítico de cinema Gabriel Carneiro, o curta metragem é uma bela homenagem a um dos períodos mais produtivos do nosso cinema brasileiro (mais de 1.000 filmes produzidos entre os anos 60 até os 80). Dividido entre ficção e realidade, a pequena trama basicamente mostra alguns realizadores daquele período ainda vivos e que decidem se reunir para se lembrarem dos velhos bons tempos. Destaque para o cineasta fictício Ido Oliveira (Walter Portella, falecido no ano passado) do qual transmite toda paixão de uma geração que gostava de filmar inúmeras obras de diversos gêneros e que atraiam inúmeros cinéfilos. 
Só com a cena final do filme já ganha um espaço no coração de cada cinéfilo ferrenho que se preze.       

 O Sinaleiro (2015 / SP / 15’)

Sinopse: Um velho sinaleiro ferroviário é assombrado por uma série de acontecimentos estranhos. Baseado na obra de Charles Dickens.
Dirigido por Daniel Augusto, o curta é um verdadeiro terror psicológico, onde assistimos ao protagonista ser assombrado pelo próprio ambiente onde trabalha, mas nunca se sabe se há algo sobrenatural, ou tudo não passa de sua mente febril. Com uma montagem ágil e fotografia elegante, o filme é uma espécie de pesadelo filmado, onde em alguns momentos temos a ligeira sensação de que o protagonista irá acordar, mas acaba acontecendo exatamente ao contrário. 
Curta engenhoso e baseado em uma das obras de Charles Dickens.
 
 Till Death (2016 / PR/ 16’)

Sinopse: Enganar a morte tem o seu preço.

Dirigido por Paulo Biscaia, a trama é extremamente simples, onde vemos o protagonista fazer um trato com uma entidade, para fazer com que então a sua mulher sobreviva. Ao longo do curta, vemos situações absurdas, onde testemunhamos o casal brincando mortalmente das mais diversas formas para unicamente se divertirem. Uma metáfora sobre a vida alienada de casais que tentam sempre procurar algo para sair da rotina.   
      
 Panda (Pandi/2013/ SKV/11’)

Sinopse: Nesta animação vinda da Eslováquia, do jogo da evolução sobre descendentes passiveis de sobrevivência, surgem espécies cujo destino, herdado de seus antepassados, é questionável.
De Matús Vizar, essa perturbadora animação é de tudo um pouco, desde mostrar possíveis origens da evolução da vida, como também as inúmeras formas de como modificá-la. O filme também abre espaço para fazer uma crítica com altas doses de humor sombrio sobre a preservação animal criada por certos governos, quando na verdade não passam de lugares para atrair as massas curiosas. Com um final pessimista, o filme dá o que pensar sobre o futuro dos animais de hoje e da própria humanidade.   

  Janaina Overdrive (2016/ CE/ 20’)

Sinopse:​Uma transciborgue busca sua sobrevivência longe do controle biotecnopolítico da corporação.
De Mozart Freire, o curta bebe da fonte cyberpunk, onde retrata uma sociedade cada vez mais submissa aos meios tecnológicos para adquirir o prazer. Sinceramente a pessoa que for assistir talvez demore um pouco para entender a proposta, mas para aqueles que curtem filmes como Fantasma do Futuro e Matrix, irão então captar a mensagem rapidamente. Destaco a sua fotografia e edição de arte, sendo que essa última, mesmo com poucos recursos, pode muito bem sintetizar um futuro sombrio onde os desejos e sentimentos possuem agora um preço a pagar.      
  
 Tango (2016/ PR /14’)
Sinopse: Após anos de seca, uma batata mística brota nas distantes nascentes do Rio Aiatak. Em breve, tudo estará preparado para o grande ritual de Tango. Para o povo, este é o início de uma nova era. Animação inspirada no conto “Um Artista da Fome”, de Franz Kafka.

Dirigido por Francisco Gusso e Pedro Giongo, o curta de animação possui um traço peculiar, onde mostra uma sociedade que venera inúmeras figuras que acreditasse serem sagradas. No final, o curta passa a idéia que a própria sociedade se cega e se destrói ao venerar certas imagens. Uma obra corajosa, principalmente em tempos em que cada vez mais determinados cultos religiões se infiltram na política.  

Longa metragem: Mar Inquieto  

Sinopse:Após uma juventude conturbada pelo uso de drogas, Anita se isola numa pequena praia. Num ambiente repleto de lendas de demônios e óvnis, a maior ameaça para Anita parece estar em sua casa, na forma de Vitorino, seu marido: manifestações de seu passado se mostram mais perigosas do que qualquer demônio.

Exibido no último Fantaspoa, o primeiro longa metragem de Fernando Mantelli poderia cair num suspense convencional, mas o bom uso que ele faz com a câmera, além de uma bela fotografia, faz com que Mar Inquieto não caia numa vala comum. Para começar, Rita Guedes dá um verdadeiro show de interpretação, onde ela interpreta Anita, uma mulher que busca um caminho melhor para sua vida e para o futuro bebê que irá nascer, mas sofre nas mãos de um marido abusivo. O filme vem e volta no tempo e presenciamos no passado outra faceta de Anita, onde caia cada vez mais no mundo das drogas. 
Quando damos de encontro com Anita no passado, nem parece que é a mesma personagem, mas Rita Guedes se encarnou nas duas faces da personagem de tal forma que faz com que achemos que são duas atrizes interpretando a mesma. O filme ainda funciona em usar folclores brasileiros para então se criar um clima sombrio, mesmo num lugar paradisíaco onde se passa a trama.  Embora com um final convencional, Mar Inquieto nos envolve do início ao fim.  
 
Leia mais e programação completa clicando aqui.






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