Sinopse: Um dia ruim. É
apenas isso que separa o homem são da loucura. Pelo menos segundo o Coringa, um
dos maiores e mais conhecidos vilões das histórias quadrinhos. E ele quer
provar seu ponto de vista enlouquecendo ninguém menos que o maior aliado de seu
grande inimigo: o Comissário Gordon. Cabe ao Cavaleiro das Trevas impedi-lo.
Criada em 1988, o escritor Alan
Moore (V de Vingança) e o desenhista Brian Bolland (Camelot 3000), criaram
aquela que é considerada a história definitiva sobre o Coringa. A frente do seu
tempo, a trama foi um sucesso de vendas e de crítica, ganhando muitos prêmios e
sendo considerado rapidamente como obra prima. O fato de colocar heróis e vilões
num patamar mais humano e bem próximo da nossa realidade foi algo corajoso,
mesmo numa época que já tínhamos pérolas como Watchmen, também de Alan Moore.
Durante anos, muitos ficavam
se perguntando se um dia haveria uma adaptação para o cinema da obra, ou até
mesmo em animação. Quase trinta anos após o seu lançamento, a Warner decide então
adaptar essa genial trama para um longa de animação e o resultado é bem satisfatório.
Na realidade, a adaptação chega até mesmo melhorar alguns pontos da sua fonte
original.
Para começar, os primeiros vinte minutos não
começam como a trama como a gente conhece, mas sim com uma nova inserida, onde vemos uma
aventura investigativa com Batman e Batgirl (Barbara Gordon), sendo que essa
última se torna a verdadeira protagonista do início dessa trama. A meu ver, fizeram
isso como uma forma de valorizar mais a personagem, já que quem conhece a trama
original, sabe as consequências lhe marcaram pelo resto da vida. Aqui, vemos
uma Barbara forte, mesmo com um desejo pelo homem morcego que pode lhe tirar
dos trilhos, mas que conseguirá sua redenção, mesmo com o horror que irá passar
nas mãos do palhaço insano.
Quando se encerra esse primeiro
ato, é aí então que A Piada Mortal realmente começa e já ficamos nos preparando
pelo pior que irá acontecer com os personagens. Bastante fiel a obra original,
assistimos os planos doentios do Coringa em provar para o Batman que, basta um
dia ruim, para enlouquecer que nem ele. Isso acaba envolvendo Barbara e seu
pai, o comissário Gordon, e gerando um redemoinho de loucuras e caminhos sem
volta. Ao mesmo tempo, a trama vem e volta ao passado, onde testemunhamos o passado
do personagem, onde ele era apenas um comediante fracassado e que, na tentativa
de ganhar algum dinheiro para sustentar a sua esposa, acaba caindo num buraco do
qual nunca mais saiu.
Mas assim como nas HQ, o
filme deixa claro que o próprio vilão não sabe ao certo se suas lembranças são
reais ou apenas delírios vindos de sua mente. Isso e outros muitos motivos é o
que tornam o Coringa um dos personagens mais fascinantes do universo do homem
morcego e fazendo com que quaisquer palavras e atos vindos dele gerem inúmeras sessões
de debates até hoje. É uma pena que, tecnicamente, a animação não faz jus à
trama, já que ela é muito simples, mesmo com os cenários fieis a obra original.
Tanto na HQ, como no longa
animado, a trama termina com um controverso final e que gera debates até hoje. Como
se fossem dois lados da mesma moeda, Batman e Coringa talvez tenham mais em
comum do que possam imaginar, sendo que apenas as suas escolhas é o que os separam
e o fazendo estarem sempre em lados opostos. Os segundos finais, ambos se tornam
iguais, fazendo da cena se tornar perturbadora, principalmente se ela for
revisitada uma segunda ou terceira vez.
Com uma cena extra durante os
créditos finais, do qual define muito bem o destino de um dos personagens principais,
Batman: A Piada Mortal é item obrigatório para os fãs do Coringa, principalmente
para compreender melhor do porque ele é um dos melhores vilões da cultura pop
até hoje.
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