quinta-feira, 7 de julho de 2016

Cine Especial: Curso FILME-ENSAIO: A Experiência do Cinema: FINAL

Nos dias 09 e 10 de Julho eu estarei participando do FILME-ENSAIO: A experiência do cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo documentarista, pesquisador, curador e docente Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei fazer uma analise dos principais filmes que serão debatidos durante o curso.
 
O Homem da Câmera (1929)

Sinopse: Um documentário que mostra um dia normal, bastante típico. Um cinegrafista (Michail Kaufman) filma um dia despretensioso na vida da cidade moderna: Primeiro as ruas vazias ao amanhecer que vão gradualmente se enchendo, depois os habitantes de Moscou, ou de outra cidade soviética no trabalho ou no lazer. São as pessoas comuns mostrando a verdade da vida cotidiana.

As cenas cinematográficas e as realidades filmadas seguem cursos paralelos. A nova linguagem cinematográfica obriga o autor a intercalar os episódios filmados com imagens do processo de filmagem, que também faz parte do cotidiano apanhado em flagrante. Por isso, Dziga Vertov insiste em colocar em uma mesma cena um operário polindo uma peça de metal e o operador configurando sua câmera.
Mostrando suas técnicas, o cinema faz uma autoanálise. Editando o filme, Vertov compara o processo de filmagem com o funcionamento de uma fábrica ou com o cuidado que se tem pelas unhas. A mistura de alusões cria, no fim de contas, um quadro objetivo: o cinema não é só uma arte, mas também um simples trabalho cotidiano. Curiosamente, foi um filme que foi rodado durante três anos, para retratar uma trama que se passa durante vinte quatro horas. Uma obra a frente do seu tempo.  
 
Di Cavalcanti Di Glauber (1977)

Sinopse: "Di Cavalcanti Di Glauber", ou "Ninguém Assistiu ao Formidável Enterro de Sua Última Quimera; Somente a Ingratidão, Essa Pantera, Foi Sua Companheira Inseparável", é uma curta polêmica, quando o pintor brasileiro Emiliano Di Cavalcanti morreu, Glauber Rocha foi ao funeral com uma câmera na mão e uma idéia (discutível) na cabeça. Glauber filmou o enterro, o corpo no caixão, enquanto a família de Di, aos berros, pedia para ele ir embora.

Um dos mais longos casos de censura a uma obra de arte no Brasil teve início no dia 26 de outubro de 1976. Ao saber da morte do pintor Di Cavalcanti, o cineasta Glauber Rocha correu para o funeral, com a câmera na mão e a ideia na cabeça de homenagear o amigo de longa data. O registro virou o curta Di-Glauber que, até hoje, poucos brasileiros puderam assistir. O filme estreou juntamente com “Cabeças cortadas”, em 11 de março de 1977, na Cinemateca do MAM, e logo após a primeira sessão, a filha adotiva do pintor, Elizabeth Di Cavalcanti, iniciou sua batalha para proibi-lo. Em 1979, a 7ª Vara Cível concedeu liminar a um mandado de segurança impetrado por Elizabeth, vetando a exibição do filme. A decisão vale até hoje, porém,  2004, um sobrinho do cineasta disponibilizou o filme na internet.
O filme ganhou o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cannes, em 1977, antes que a Justiça proibisse a exibição em território nacional. Clique aqui para assistir o curta.
 
Guernica (1950)

Sinopse: O bombardeio da cidade de Guernica pela aviação nazista, em favor de Franco, é evocado através do afresco de Picasso e de outras de suas obras.
Guernica é parte de uma colaboração entre Alain Resnais e Robert Hessens. O documentário de treze minutos serve sobretudo para ilustrar o poema de Paul Eluard que é recitado por Maria Casares. Em momento algum se trata da análise do quadro de Picasso. Os realizadores recorrem a várias obras do pintor, mas também a títulos de jornal, onde se destacam palavras, como destruição, barbárie e fascismo. Aliás as imagens do quadro surgem apenas a partir de meio do documentário e sempre de forma parcial e detalhada, concentrando-se em alguns pormenores em detrimento de uma visão de conjunto.

 Carta da Sibéria (1957)

Sinopse: No caso de Carta da Sibéria, Marker a princípio parece querer nos falar sobre esta vasta região russa. Mas, aos poucos, vemos que suas intenções são mais téoricas e reflexivas do que propriamente documentais.
Pelo pouco que é visto na obra, o cineasta quis mais era passar sobre o poderio russo, mas ao mesmo tempo sobre a força braçal do homem em sobreviver perante a qualquer obstáculo e continuar sobrevivendo. 
 
O fogo que não se apaga (1969)

Sinopse: O filme encena as relações íntimas entre o napalm, a guerra como espetáculo televisionado e a acumulação de capital.

Dirigido por Harun Farocki, o filme explora em poucos minutos o horror que o napalm causou durante a guerra do Vietnam, mas ao mesmo tempo é uma crítica aos meios televisivos que tratavam o assunto como espetáculo. O filme pode ser visto como uma experiência em laboratório, do qual iria crescer e servir de base para outros filmes que viriam a surgir na década de 70 como O Franco Atirador que toca sobre o mesmo tema. 
Clique aqui para assistir o curta metragem.     

Mais informações sobre o curso e interessados em se inscrever cliquem aqui.


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