terça-feira, 26 de julho de 2016

Cine Dica (Sessão Plataforma): João Bénard da Costa – Outros Amarão as Coisas que Eu Amei


Sinopse: Esta é uma homenagem ao cinema a pretexto da extraordinária vida de João Bénard da Costa, diretor da cinemateca portuguesa durante 18 anos, mas também ator, cinéfilo, escritor inspirado e leitor criativo.“João Benard da Costa: outros amarão as coisas que eu amei”, é uma inusual biografia que conta a vida do homem através dos seus amores, medos e contemplações, impressas na arte da pintura, do cinema e literatura.

O propósito do cineasta  Manuel Mozos e deste seu documentário é, mais do que uma declaração de amor para o cinema, mas também traçar um caminho poético e emocionalmente grandioso pelas diversas facetas da vida dessa figura da cinemateca portuguesa. Desde a juventude até ao reconhecimento internacional, Mozos recolheu diversos textos de Bénard da Costa, e também imagens suas, e de outros, além da própria voz deste cinéfilo da cultura portuguesa, para conseguir chegar ao seu objetivo. É por isso que, além de visitarmos a mente e os diversos amores de Bénard da Costa, ficamos a conhecer também os locais onde viveu e se formou as experiências que mais o marcaram, e episódios singulares de uma vida especial.
Essa constante auto-analise, uma narrativa intercalada entre a linguagem própria do cinema (Ordet, de Carl Theodor Dreyer, o seu "favorito" Johnny Guitar, de Nicholas Ray, e até mesmo a mentira prolongada da cinematografia de Lubitsch) e os seus escritos lidos pelo seu filho, funciona como uma das pinceladas que contribuem para esta impressionante reconstituição dos fatos. O retrato de Bénard da Costa, o seu intimo hino de amor ao cinema partilhado por todos os cinéfilos. Até porque, assim como indica o titulo original do filme, Outros Amarão as Coisas que eu Amei - Costa não está, nem esteve sozinho. Esta relação com o Cinema permanece intacta, cada vez mais amada, mesmo que as memórias tendem em tornar-se mais distantes, mas com imagens projetadas em tela, que tudo torna-se numa razão de existência. Uma verdadeira declaração de amor ao cinema. 
Resumidamente o documentário é uma bela homenagem ao mesmo tempo um pretexto para conhecer essa figura do universo cinematográfico português. Diretor da cinemateca portuguesa durante 18 anos, mas também ator, cinéfilo, escritor inspirado e leitor criativo. “Fundamental é a vida. A vida continua sempre. É de vida que fala este filme de morte.” Estas palavras, ditas pela boca de Bénard da Costa, encerram o documentário de Mozos.



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