segunda-feira, 9 de maio de 2016

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 Isso Não é um filme

 

Sinopse: O documentário Isto Não é Um Filme registra um dia na vida do diretor Panahi em prisão domiciliar, condenado pelo governo iraniano há seis anos de prisão e vinte sem escrever roteiros, dirigir filmes, e conceder entrevistas por "exercer atividades contra a segurança nacional e propaganda contra o regime".

 

Parte da espécie de “cota” que o festival de Cannes reserva aos filmes ligados à atualidade política, Isto não é um filme, do cineasta Jafar Panahi (Balão Branco) conseguiu sair de seu país de maneira clandestina, através de um mero pen drive, e foi acolhido ironicamente com pompa no famoso tapete vermelho francês. O diretor não podia participar à apresentação de seu filme, pois se encontra preso em domicílio no Irã, condenado pela justiça local a uma proibição de 20 anos de filmar e a seis anos de prisão, sendo algo que até o momento ele pôde evitar com a alternativa da prisão domiciliar. 
O diretor de O Espelho, O Círculo e outras obras de cunho social tem se tornado uma espécie de porta-voz de todos os diretores iranianos que se encontram em situação semelhante, sendo que não são poucos. Assim, entre a proibição do governo e a vontade do diretor de expressar suas opiniões, nasceu este “não-filme”, espécie de interpretação corajosa de seu veredito : mesmo se o diretor não pode filmar nem escrever roteiros, nada o impede de ser filmado por um amigo, e de ler o seu próprio roteiro já escrito. Assim, Jafar Panahi torna-se ator, e claramente diretor do projeto, apesar de quase não tocar na câmera.
Isto não é um filme é memorável não apenas por seu engajamento político (o “fazer arte a qualquer preço”), mas acima de tudo pela exposição sem concessões que Panahi faz de sua intimidade, de sua tristeza, de sua vontade frustrada de trabalhar com o que gosta.



Táxi Teerã



Sinopse:O diretor iraniano Jafar Panahi se passa por taxista para andar pelas movimentadas ruas de Teerã, capital do Irã, em busca de boas histórias. Cada um que entra no carro, conversa com o motorista sobre política, costumes locais e a liberdade de expressão na sociedade e no cinema.

Detido inúmeras vezes, com a proibição  de sair do país e do seu próprio lar, Jafar Panahi foi proibido, segundo as leis do Irã, de exercer a profissão por “deturpar a realidade”. Táxi Teerã, além de driblar as proibições, é uma critica corajosa e direta a esse suposto valor moral tão instável, quanto questionável. Panahi usa a palavras inocentes da sobrinha, incumbida da tarefa escolar de produzir um filme comercialmente “exibível”, para expor as ridículas interferências governamentais na liberdade de expressão artística e, conseqüentemente, em todos os aspectos da vida do cidadão iraniano. Com isso, ele fala a todos os povos do mundo que de alguma forma estão oprimidos pelo poder que não compreendem uma agressão tão atroz quanto rasteira, se escondendo na obscuridade do cotidiano e da naturalidade do “assim sempre foi, assim deve ser”.
Atenção aos magníficos diálogos, em destaque para aquele entre Panahi e a “moça das flores”, na verdade, uma colega de ativismo. Uma pequena aula de humanismo. O filme foi o grande vencedor do Urso de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cinema de Berlim de 2015. Claro que o diretor não pôde comparecer para receber o prêmio pessoalmente porque está impedido de sair do país. Nenhum discurso seria mais claro e sua ausência não poderia ter sido mais contributiva.


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