terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Cine Especial: O 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos



6º) O BANDIDO DA LUZ VERMELHA (1968)



Sinopse: Jorge, um assaltante de residências de São Paulo, apelidado pela imprensa de "Bandido da Luz Vermelha", desconcerta a polícia ao utilizar técnicas peculiares de ação. Sempre auxiliado por uma lanterna vermelha, ele possui as vítimas, tem longos diálogos com elas e protagoniza fugas ousadas para depois gastar o fruto do roubo de maneira extravagante.

 

Rogério Sganzerla, em seu segundo trabalho como diretor (o primeiro foi o curta Documentário de 1966) realiza um filme surpreendente, usando e abusando com o mito da crônica policial paulistana dos anos 60. Seu filme é uma espécie de “faroeste do terceiro mundo”, caótico e desconexo.  Com sua linguagem visual muito a frente do seu tempo, O Bandido da Luz Vermelha pode ser visto como o ponto de transição entre a estética do Cinema Novo (influenciado pela nouvelle vague do cinema francês) e a ruptura do Cinema Marginal. Um clássico inesquecível e que foi relembrado novamente, graças à sua sequência, intitulada  Luz das Trevas. 
 



7º) São Paulo S/A (1965)



Sinopse: Carlos (Walmor Chagas) é um jovem de classe média que se junta a um rico empresário do setor automobilístico de São Paulo. Ele é casado, tem um bom trabalho e boa vida social, mas nunca está realmente satisfeito e pretende dar uma reviravolta em sua vida. Começa a se relacionar com outras mulheres e tenta escapar de sua rotina e, principalmente, de sua cidade, mas, ao perceber que tal fato seria impossível, tenta voltar para "recomeçar". O filme traça um exímio painel da modernização e do caos proporcionados pelo "boom" industrial do final da década de 50.


Luís Sérgio Person era alguém que não parava no mesmo lugar por muito tempo. Foi ator, roteirista, produtor e diretor. Trabalhava na área de teatro, propaganda  e cinema. Teve uma carreira curta, porém, marcante. Morreu cedo, aos 39 anos. São Paulo, Sociedade Anônima, que escreveu e dirigiu em 1965, foi o seu primeiro longa, mas muitos críticos especializados consideram o seu melhor filme até hoje. Na trama, Person cria um retrato das grandes mudanças sociais ocorridas na maior cidade do país a partir da trajetória do protagonista Carlos. Além disso, aproveita também para criar uma curiosa crítica a uma sociedade emergente de classe média, que vive nos grandes centros urbanos e se baseia em consumir e cultivar hábitos fúteis, ou seja, algo que viria acontecer mais e mais ao longo das décadas a seguir.  Person iniciou sua carreira na TV Tupi, em meados dos anos 1950. Depois, teve que abandonar a arte para trabalhar em uma empresa, onde permaneceu por dois anos. Veio daí a inspiração para a trama de São Paulo, Sociedade Anônima, do qual, nem ele imaginaria que viraria um grande clássico do nosso cinema brasileiro. 



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