terça-feira, 3 de novembro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: DHEEPAN - O REFÚGIO



Sinopse: Dheepan (Antonythasan Jesuthasan), Yalini (Kalieaswari Srinivasan) e a pequena Illayaal (Claudine Vinasithamby) assumem identidades falsas para fugir do Sri Lanka, seu país natal, que está em guerra. Eles não se conhecem e, diante da iniciativa, precisam conviver como se fossem uma família verdadeira ao chegar na França. Sem conhecer a língua local, Dheepan consegue emprego como zelador em um condomínio de classe baixa, enquanto que Yalini passa a trabalhar como empregada doméstica de um idoso com problemas de saúde.

Conhecido mundialmente pelo maravilhoso Ferrugem e Osso, o cineasta Jacques Audiard entra em cartaz esta semana com Dheepan: O Refúgio,  vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2015. O filme aborda que, além da difícil interação do trio central como uma família só nas aparências, o filme toca na ferida sobre o trajeto espinhoso que os imigrantes enfrentam num país desconhecido para eles, sendo que, Yalini, por exemplo, não sabe dominar o idioma local. Isso coloca eles numa situação de inúmeras possibilidades inusitadas e gerando grandes atuações do trio de protagonistas.
Embora o filme entre num determinado momento em que faz parecer que ele esteja mudando para outro gênero, a mudança por sinal faz todo o sentido, pois o protagonista é um soldado treinado, saído de um inferno e usar os seus métodos militares para resolver um determinado problema sufocante e proteger as duas pessoas próximas a ele acaba soando bem plausível. A abordagem da estética crua de Jacques Audiard nos entrega ótimos personagens distintos um do outro, cujo cenário é pouco acolhedor do início ao fim. Esse cenário segue desde a zona de conflito no Sri Lanka até os arredores de uma Paris nenhuma vez vista em seus cartões postais, mas quem assiste irá reparar certa semelhança com outros lugares do mundo, aonde a violência se encontra a espreita.
Forte em sua mensagem do início ao fim Dheepan: O Refúgio nos apresenta um assunto super atual, sobre a imigração na Europa, mas ao mesmo tempo mostrando que, por mais que a pessoa tenta fugir dos conflitos que a vida tenta lhe entregar, acaba no final das contas se transformando na pessoa que estava predestinada a ser.


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