quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Cine Especial:MARIO BAVA:Maestro do Macabro:Parte 5



Nos dias 10 e 11 de Outubro,  eu estarei no Cine Capitólio,  participando do curso Mario Bava: Maestro do Macabro, criado pelo Cine Um e ministrado pelo doutor em Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com especialização em romance gótico, Fernando Brito. Enquanto atividade não chega, irei falar dos principais filmes desse diretor que foi fonte de influência para inúmeros outros diretores como Francis Ford Coppola e Tim Burton.  


Banho de Sangue (1971)

 

Sinopse: A disputa por um pedaço de terra à beira de uma baía dá início a um banho de sangue que não poupará ninguém que cruzar o local.


Banho de Sangue é tido por alguns como um filme menor do maestro. Muitas das características mais incensadas por seus admiradores estão de fato ausentes ou presentes em menor escala (a construção de atmosferas lúgubres, a sexualidade mórbida). Mas o que pode parecer num primeiro momento um sinal de cansaço e decadência revela-se numa revisão um desvio calculado na carreira de Bava. Filmado boa parte em locações externas com ambientação contemporânea e utilização experimental e ostensiva de composições, movimentos de câmera e do zoom, Ecologia é o primeiro passo numa fase de auto-reflexão formal do cineasta (e do gênero, abrindo caminho para os gialli modernos de Dario Argento).



 Lisa e o Diabo (1973)


Sinopse: Lisa é uma turista em visita a Roma que, ao se perder do grupo, encontra uma mansão habitada por pessoas bizarras e um mordomo que desconfia ser o diabo em pessoa.


Devido ao sucesso mundial de O Exorcista na época, os estúdios Italiano forçaram Bava a modificar o seu filme e transformando numa cópia lastimável do filme de Friedkin. Lançado em 1975, ganhou o título "La Casa dell'Esorcismo", e foi justamente execrado pela crítica. Bava viria a morrer alguns anos depois, e não pôde receber os devidos elogios a sua verdadeira obra, assim como ocorreu com  Cães Raivosos. Mas na década de 80, Lisa e o Diabo  teve sua versão original lançada, e assim recebeu seu merecido reconhecimento como a obra-prima que é, um pesadelo filmado de forma magistral, cada plano uma obra de arte, personagens otimamente construídos, destacando-se  Leandro, que esconde-se confortavelmente sob a função mordomo, e diverte-se sendo o espectador e tireteiro de toda a desgraça vivenciada por Lisa. 
Considerado por alguns como a obra-prima de Bava, ainda não é tão conhecida hoje em dia, obviamente grande parte em decorrência de não ter sido lançado adequadamente, mas também culpa de cinéfilos que  ainda não exaltam o nome de Bava o suficiente para elevá-lo ao patamar que merece.
 
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