terça-feira, 16 de junho de 2015

Cine Especial: VILÕES DO CINEMA: NOSSOS MALVADOS FAVORITOS: Parte 1




Nos dias 27 e 28 de Junho, eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, participando do curso Vilões do Cinema: Nossos Malvados Favoritos, criado pelo Cine Um e ministrado pela  Mestra e Doutoranda em Comunicação Social Janaina Gamba. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu estarei relembrando os maiores vilões do cinema que nós adoramos odiar.  

  

Christopher Lee  (1922 – 2015)


Falecido há duas semanas, Christopher Lee, atuou em mais de duzentos filmes ao longo de sua vida e se tornando um dos mais versáteis interpretes da história. Porém, foi nos papeis de vilões que o astro mostrava todo o seu talento de interpretação, cujo seus personagens se diferenciavam um do outro, mas sempre tinha em comum o seu olhar penetrante que, encantou e aterrorizou inúmeros fãs ao longo das décadas. Em homenagem a esse grande ícone, começo essas postagens especiais destacando os cinco melhores vilões que Christopher Lee interpretou ao longo de sua carreira.            

 

Frankenstein

 

O ano era 1957, o cinema de horror estava em decadência, os estúdios americanos estavam somente interessados em filmes de ficção científica e que explorasse a paranoia de uma possível guerra nuclear. O estúdio Universal que, antes era conhecida como carro chefe dos filmes de terror na época, viu sua própria formula ser usada até se desgastar de tal forma que não havia remédio. Coube então, um pequeno estúdio inglês dar uma revitalização ao gênero. Interessada em criar uma serie de filmes de terror, os estúdios Hammer partiram de início, para o grande clássico da escritora Mary Shelley, Frankenstein, que já havia sido levado inúmeras vezes as telas pela Universal.
Tentando escapar de comparações, o diretor responsável na época Terrence Fisher, decidiu mais do que fazer uma adaptação do livro, mas sim uma nova releitura do conto. O resultado é mais do que satisfatório, principalmente pelo fato que, pela primeira vez, o público vê quem é o verdadeiro monstro da trama, sendo o próprio cientista que cria a criatura e que não mede esforços para realizar seu objetivo. E isso foi possível graças ao extraordinário desempenho de Peter Cushing criando aqui o melhor Victor Frankenstein da historia do cinema. O filme também marca a estreia de uma parceria que durariam anos a fio, já que a criatura desse filme foi interpretada por ninguém menos que Christopher Lee, na época, mal saberia que viria a se tornar um dos grandes astros de filmes de terror. Para caracterização da criatura, os produtores e o diretor decidiram passar bem longe da imagem que ficou no imaginário popular graças ao filme de 1931, onde a criatura era Boris Karloff. Aqui, a criatura é horrenda e bestial e sua primeira aparição na pele de Lee é algo desconcertante e magnífico.

O filme foi um sucesso gigantesco e fez com que o estúdio levantasse as mangas para a criação de outros filmes de terror com monstros que antes eram visto somente em preto e branco pela Universal.

 

DRÁCULA


Um ano depois de A Maldição de Frankenstein, o trio Fincher, Lee e Cushing retornam neste que foi a grande revitalização do maior vampiro de todos os tempos para o cinema. Antes disso, Drácula (assim como seus irmãos Frankenstein e lobisomem) estava com a imagem desgastada depois de tantos filmes cada vez menos significativos pela Universal e somente Drácula de 1931 estrelado pelo inesquecível Bela Lagosi era bem lembrado. Entretanto, foi só Christopher Lee entrar em cena, caracterizado como o Conde, para que então ele entrasse para historia. A princípio, o ator surge com sua presença imponente e a trilha sonora sinistra ajuda a causar apreensão ao publico. Mas o Conde aparentemente parece normal, mas pouco tempo depois, finalmente ele surge com os seus caninos cheios de sangue. O cinema de horror jamais foi o mesmo. Na época, o público simplesmente ainda não estava muito acostumado com o cinema colorido no mundo do terror. O Vampiro da Noite foi definitivamente o ponta pé inicial para mudar esse quadro, mesmo com pouco recurso que o estúdio tinha em mãos. Mas se por um lado a produção aparentemente era barata, era muito bem compensada pelo ótimo elenco. Fora a presença magnética de Lee, seu oponente Dr Van Helsing foi magistralmente interpretado por Peter Cushing e muitos consideram (eu incluso) como o melhor interprete que atuou como o personagem. O embate de ambos no ato final da trama é antológico e empolgante, principalmente devido à fantástica trilha sonora composta por James Bernard que molda a sequência eletrizante, e com isso, ele retornaria em inúmeros filmes do estúdio para compor suas trilhas.

 

A MÚMIA

 

Versão  superior se comparada à clássica produção de 1931 da Universal. Terence Fisher realmente tirava leite de pedra, pois mesmo com poucos recursos que o estúdio tinha, o diretor criava todos os elementos para se fazer uma história cheia de suspense.
E como não poderia deixar de ser, Peter Cushing e Christopher Lee voltam juntos em cena. Esse ultimo sendo a própria Múmia e esta completamente assustador, muito mais que o próprio Boris Karloff que interpretou o mesmo personagem anos antes. Os melhores momentos da trama ficam na parte onde mostra a verdadeira origem da múmia e sua maldição. A produção renderia mais dois filmes do mesmo gênero, mas sem ligação alguma com esse, muito menos por possuir a mesma qualidade deste que atualmente é muito bem lembrado.


O Homem de Palha

 

Este é um filme incomum, mas bastante interessante, um misto de policial e terror. Após um começo relativamente lento, O Homem de Palha  fica cada vez mais intrincado e culmina num final hoje talvez previsível. O filme toca em pontos nem sempre fáceis de serem discutidos, como a religião e o moralismo e tem como ponto principal o roteiro do dramaturgo Anthony Shaffer, que teve a ideia de escrever um longa diferente dos filmes de terror feitos na época pela produtora inglesa Hammer, que usava artifícios clássicos com sombras, portas fechando sozinhas e barulhos estranhos para assustar e acertou no roteiro, criando uma história bem diferente.Um documentário (The Wicker Man Enigma) realizado em 2001 fala da produção, e das dificuldades sofridas pela mesma. Christopher Lee celebra O Homem de Palha como o ponto alto de sua carreira, queixando-se da pouca divulgação - e subsequente repercussão baixa - do longa-metragem. Este provocativo filme de Robin Hardy, porém, segue cultuada por uma legião de fãs e críticos que o consideram uma obra prima do moderno cinema de horror. Uma coisa é certa, é muito difícil ficar indiferente ao filme.


 SARUMAN (Senhor dos Anéis)

Nos anos 90 e 2000, Lee foi redescoberto por uma nova geração de cinéfilos, graças ao cineasta e grande fã do ator, Tin Burtom. O interprete também marcaria presença na nova trilogia Star Wars, mas realmente foi na trilogia O Senhor dos Anéis que Lee obteve um dos seus últimos grandes desempenhos nas telas. Sendo fã da obra de  J. R. R. Tolkien, Christopher Lee fez questão de aceitar o convite de Peter Jackson, para encarnar um dos grandes vilões da trilogia sem pestanejar. 
A quem diga que o astro levava o livro para o estúdio, para sim melhor encarnar o personagem. O seu desempenho como o vilão deu tão certo, que era mais do que óbvio que ele retornaria na nova trilogia de Peter Jackson intitulada O HOBBIT, mesmo já estando com a sua saúde bastante debilitada.      

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