quinta-feira, 21 de maio de 2015

Cine Especial: Fantaspoa 2015: TEJEN



Sinopse: Em uma casa de campo em ruínas e isolada do mundo, Oscar procura reconstruir o corpo atrofiado de sua amada esposa. Tenta como pode aliviar a agonia inextinguível que asola a sua jovem mulher: a enfermidade desconhecida parece tê-la consumido a ponto de transformá-la num animal indefeso que só consegue gemer de dores e clamar por ajuda. À noite, Oscar sonha com infernos repletos de corpos apodrecidos e atrofiados que, como o de sua esposa, somente conhecem a dor.


O bom do Fantaspoa é de você apreciar, não somente filmes autorais, como também obras que desafiam a sua mente e que, por vezes, você não sabe ao certo o que viu. Alguns casos a pessoa se sente zonza, mas não devido às imagens fortes, mas por não conseguir assimilar o que acabou de assistir. No seu primeiro longa metragem, Pablo Rabe cria em seu Tejen um filme inquietante, tenebroso, indecifrável e que dificilmente o cinéfilo consegue digerir facilmente após assisti-lo.
Em outras mãos, a trama seria simplesmente mostrar as dificuldades de um homem em cuidar da sua esposa enferma. Porém, nas mãos de Rabe essa trama toma dimensões avassaladoras, das quais explora, não somente o lado mais sombrio do ser humano, como também, como problemas corriqueiros (desde a doença e morte) podem afetar a mente humana e tornando ela tão perigosa para o próprio quanto se possa imaginar. O filme se direciona entre o sobrenatural e terror psicológico, mas jamais ficando num único lugar.
Amante das artes plásticas e da fotografia, Pablo Rabe usa a sua câmera para criar inúmeros ângulos de cena pouco convencionais, criando então uma sensação mais mórbida e fazendo com que a gente se pergunte o que virá depois. Logicamente ele se inspirou em outros gênios para criar determinadas cenas: a minha cabeça soou Melancolia de Lars Von Trier na abertura do filme, pois as cenas (embora diferentes) nos dão o mesmo tipo de sensação graças á fantástica câmera lenta.
Fora isso, talvez um dos ápices da trama, seja quando o protagonista começa a ter inúmeros pesadelos, onde por vezes enxerga pessoas nuas sentindo dor, fazendo sexo, ou simplesmente se auto-infringindo. Vendo as cenas, me fez lembrar também a obra A Divina Comédia de Dante Alighieri e com elas, se cria um verdadeiro pesadelo visual que, ou você recua o rosto ou encara o horror. Há uma introdução de uma professora querendo saber por que a filha do protagonista não vai à aula, mas isso é passageiro, pois o inferno naquela casa já esta mais do que tomado como um todo.
Acima de tudo Tejen é um filme experimental, algo cada vez mais raro hoje em dia e que dificilmente será visto num cinema convencional.


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