quinta-feira, 16 de abril de 2015

Cine Especial: Blaxploitation – O Cinema Negro Americano dos Anos 70: Parte 3



Nos dias 23 e 24 de abril, estarei participando do mais novo curso do Cine Um, intitulado Blaxploitation – O Cinema Negro Americano dos Anos 70, que será ministrado pelo escritor e critico de cinema César Almeida que, por sua vez, já ministrou outros cursos como Mestres & Dragões: A Era de Ouro das Artes Marciais no Cinema e Sam Peckinpah – Rebelde Implacável. 
Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os melhores filmes desse subgênero que, posteriormente, influenciou futuros cineastas como Spike Lee e Quentin Tarantino.

BLÁCULA



Sinopse: Um decorador de interiores compra um caixão do príncipe africano Manuwalde mordido pelo Conde Drácula séculos atrás e o traz para Los Angeles, em 1972. Dois colecionadores de antiguidades abrem o caixão e libertam Blácula na cidade. O vampiro encontra Tina, que é a reencarnação de sua esposa Luva, e passa a fazer de tudo para conquistá-la. Um amigo de Tina, Dr.Gordon, descobre que Blacula é um vampiro e resolve caçá-lo.

Em Blácula o tema do vampirismo ficou perfeito ao se misturar com os ícones da cultura negra e foi uma excelente integração alcançada pela produtora, Warner Brothers. A ideia de um representante negro, entre os vampiros foi criada pelo diretor William Craim e o roteiro escrito por Joan Torres e Raymond Koening e quase todas as partes deste filme foram rodadas em Watts, gueto negro da periferia da cidade de los Angeles, exatamente em locais onde já houveram muitos problemas de origem racial e não faltou precaução nesta produção. 
O ator principal William Marshall, possuía uma poderosa presença devido a sua estatura alta, ombros largos e vasto repertório de atuação em peças de Shakespeare, o que elevou a ter  boa dignidade ao interpretar o vilão e conseguir introduzir um personagem como esse até então inédito no universo do subgênero blaxploitation. O filme segue um bom roteiro de terror, aliás muito bom para a época em que foi produzido e exibido, explorando bem a agitada e badalada vida noturna dos guetos negros das grandes cidades norte-americanas e a trilha sonora (composta por Wally Homes) mistura bem o ritmo soul com a atmosfera noturna do terror, deixando visível a idéia central da película, que era mesmo mostrar a cultura e a consciência negra destes bairros poucos conhecidos no mundo.
Embora com criticas mistas, o filme foi um sucesso de bilheteria e rendendo sequências, mas sem o mesmo impacto. 


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