Em minha 42ª participação dos cursos criados
pelo Cena Um, o tema dessa vez será sobre o Novo Cinema Argentino. A atividade
irá acontecer nos dias 25 e 26 desse mês de novembro e será ministrado por
Rosângela Fachel de Medeiros, que ministrou o curso sobre "David
Cronenberg: Seu Cinema e Suas Obsessões". Enquanto os dias da atividade não
chegam, por aqui estarei postando sobre os melhores filmes dessa nova fase que
o cinema de nossos hermanos vive atualmente.
O HOMEM AO LADO
Sinopse: Leonardo
(Rafael Spreguelburd) é um designer industrial que vive com a esposa Anne, a
filha Lola e a empregada Elba. Eles moram na única casa da América feita pelo
famoso arquiteto Le Corbusier, na cidade de La Plata. A vida da família era
tranqüila até o início das obras em uma casa adjacente, onde o vizinho (Daniel
Aráoz) resolveu ilegalmente fazer uma janela que dava pra sua casa.
O cinema Argentino
está provando que é versátil em vários gêneros de filme e foi a partir de O
Segredo dos seus Olhos, que o mercado estrangeiro começou a enxergar o cinema
dos nossos hermanos com outros olhos. O homem ao lado é uma prova dessa onda de
qualidade cinematográfica Argentina, ao mostrar uma situação corriqueira (vista
em qualquer esquina) numa situação incomum.
Isso graças à direção
eficaz dos irmãos Mariano Cohn e Gastón Duprat, onde injetam momentos realistas,
mas com doses de humor negro e umas pitadas de um pequeno suspense, já que não
temos uma ideia precisa sobre o que rola exatamente nas cabeças de ambos
vizinhos protagonistas: de um lado, temos designer industrial bem sucedido
(Rafael Spreguelburd), mas que não esconde os seus defeitos e do outro, um
vizinho com o grande desejo de pegar luzes do sol dentro da sua casa,
(interpretado de forma incrível pelo ator Daniel Araoz) e com isso, acaba
abrindo uma janela bem em frente do primeiro.
O que temos aqui é um
retrato do cotidiano de ontem e hoje, mas mostrado na tela, soa de uma forma
original, principalmente por mostrar personagens ambíguos e estranhos. E a
palavra ambígua está escrito na testa do personagem Araoz, que por vezes,
parece assustador e por vezes simpático, mas com segundas intenções nas quais
não deixa exatamente claras em (quase) em nenhum momento.
Uma pequena análise do
comportamento humano, perante uma situação que poderia facilmente ser
resolvida, mas que acaba ganhando contornos inesperados. Bem que poderia que
outras situações corriqueiras da vida fossem levadas a tela dessa forma tão
boa.
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