Sinopse: Mais nova
aventura dos inseparáveis Lloyd Christmas (Jim Carrey) e Harry Dunne (Jeff
Daniels). Desta vez, Harry descobre que teve uma filha ilegítima, que hoje
precisa dele para um transplante de rim. Ele leva o amigo Lloyd para conhecer a
garota, e os dois percebem que não têm a responsabilidade necessária para serem
pais.
Debi e Lóide: Dois Idiotas em
Apuros, eu havia assistido tantas vezes em casa (após ter gravado no canal da
Globo com a sua dublagem clássica) que
eu perdi as contas de quantas vezes eu assistir, pois além de eu adorar a obra dos irmãos Bobby
Farrelly e Peter Farrelly (Quem vai ficar com Mary), minha mãe fazia questão de
ver e rever inúmeras vezes. Ao longo dos anos o filme foi um dos mais reprisados
na TV aberta e a cabo e muitos se perguntavam por que não havia uma continuação
para que voltássemos a ver as estripulias da dupla novamente. Vinte anos
depois, os cineastas decidem trazer Lloyd Christmas (Jim Carrey) e Harry Dunne
(Jeff Daniels) de volta em mais uma viagem louca que, embora não seja superior
ao original, pelo menos o espírito e nostalgia com relação ao filme de 1994 se
mantém intactos.
Verdade seja dita: um raio não
se pode cair duas vezes no mesmo lugar e dificilmente a produção conseguiria
superar as piadas do filme original. A solução ficou a cargo de seis
roteiristas (mau sinal?), que fizeram questão de levar em conta que se passaram
vinte anos desde a ultima trama, mas que ao mesmo tempo mantivessem intactas as
mesmas fórmulas de sucesso do filme original. Após uma mirabolante pegadinha,
Debi revela a Lóide que precisa o quanto antes operar um rim antes que seja
tarde para ele. A solução cai no colo deles, quando ambos descobrem que Debi
tem uma filha que mal tinha idéia de sua existência.
A desculpa para fazer
a trama engrenar é o que menos importa por aqui, sendo que os fãs querem mesmo
é rever a dupla na estrada e é exatamente isso que acontece. O grande charme do
filme original que, além das piadas politicamente incorretas e inesquecíveis, a
obra também era um delicioso roadie movie (filme de estrada), embalado com uma
trilha sonora contagiante e que se casava muito bem com cada momento do filme.
Aqui a formula se repete descaradamente, mas isso é proposital, para que o “público
fã” se sinta em casa em cada cena apresentada na tela.
Porém, essa
preocupação em respeitar a geração de vinte anos atrás que viu e amou o filme
original, acabou meio que prejudicando um pouco na elaboração de uma trama mais
criativa e se entregando então para as piadas politicamente incorretas
habituais, mas que infelizmente nos faz rir de uma maneira forçada em alguns
momentos. Porém, isso é facilmente contornado graças à dupla de protagonistas: Jim
Carrey e Jeff Daniels que, para mim, representam uma das melhores duplas de
humor da historia do cinema (perdendo, claro, para O Gordo e o Magro), sendo
que os erros cometidos no roteiro, além de coadjuvantes sem sal, não tiram o
brilho da dupla central.
Outro ponto a favor
foi o fato das referencias, lugares e personagens apresentados no filme anterior
ganharem novos contornos por aqui: o destino do garoto cego; uma das primeiras
namoradas da dupla Fraida Felcher (Kathleen Turner) tem papel de grande
destaque por aqui e como não podia deixar de ser, é revelado o paradeiro do cão
móvel. Tudo isso, embalado com piadas de sexo, escatologia e muitas gags por
parte dos dois protagonistas. Carrey, aliás, mesmo tendo se passado vinte anos,
ainda mantém os mesmos trejeitos e caretas que ele havia injetado no seu
personagem e Jeff Daniels que, mesmo tendo se dedicado boa parte da carreira em
filmes dramáticos (como Lula e a Baleia) não fica muita atrás de seu
companheiro em termos de humor.
Com um final que
possui inúmeras reviravoltas, revelações e uma pegadinha bem sacana, Debi &
Lóide 2 nada mais é do que uma janela para revisitar velhos queridos
personagens e sem exigir muito deles.
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