FINALMENTE EU DOU AS CARAS POR LÁ
Cinéfilo que se preze, sempre
quando pode, vai aos festivais de cinema para aproveitar um cardápio de filmes,
que normalmente não se assistirá tão cedo na grade tradicional do circuito. Dos festivais mais conhecidos, estava devendo
para eu mesmo ir a um dos festivais mais conhecidos do estado que é do Gramado.
Mas ao lado da minha namorada, neste final de semana finalmente fui aproveitar dois
dias do festival e falo aqui o que rolou
por lá enquanto eu estava nas redondezas.
FESTIVAL DE CINEMA NÃO É NOVELA
GLOBAL
Por mais que o festival seja bom,
ele ainda peca um pouco em valorizar mais os astros que irão comparecer lá do
que o próprio cinema em si. Está certo que não há filme sem bons atores, mas
quando um ator ou atriz global vai lá, eles prestigiam demais eles, ao ponto
que o publico compra fácil a propaganda e se esquecer até mesmo dos filmes em
si. Bom exemplo disso é quando minha namorada e eu estávamos na entrada do tapete
vermelho e uma mãe e filha queriam porque queriam tirar fotos com os atores,
somente porque eles serem globais e por
vezes pagam o maior mico de nem sequer saber o nome de alguns.
RECONHECIMENTO
Talvez um dos pontos altos desse
festival até o momento, seja o prêmio de reconhecimento que Rodrigo Santoro
ganhou nesse final de semana. Começando a carreira como ator Global, o astro
preferiu desafios maiores, se dedicando a carreira de ator de cinema e atuando
em papeis magistrais em filmes como o Bicho de Sete Cabeças e Heleno, que foi
para mim o melhor desempenho de sua carreira até o momento. O talento é tanto,
que Santoro se divide atualmente em, tanto atuar em filmes brasileiros, como
filmes de fora, que infelizmente em filmes americanos ainda não conseguiu um
papel que o consagrasse definitivamente, sendo que o seu desempenho mais
significativo por lá é na produção 300.
ESCURINHO DO CINEMA
Mas a vida de cinéfilo em Gramado
não é fácil, sendo que no sábado não havia mais ingressos para as sessões de
cinema e minha namorada e eu fomos somente conseguir ingressos para exibições
(reprise) no domingo de manhã. Os filmes que eu tive privilegio de assistir
foram Estrada 47 e Os Senhores da Guerra. Abaixo, confiram o que eu achei sobre
cada um deles.
Os Senhores da Guerra
Sinopse: A história é dos irmãos Júlio e Carlos Bozano, que
estiveram em lados opostos na Revolução de 1923, no Rio Grande do Sul, quando
houve um conflito entre maragatos (federalistas) e chimangos (republicanos). Julio
Bozano, advogado nomeado intendente aos 26 anos e que comanda o Exército contra
o seu irmão, Carlos Bozano, vivido por André Arteche.
Embora aparente ser uma produção
mais simples, o épico gaúcho dirigido por Tabajara Ruas se mostra muito mais eficiente em alguns momentos do que uma
produção mais cara que foi Tempo e o
Vento como exemplo. Sua câmera tremida, montagem rápida e uma fotografia que
sintetiza bem o período, fazem com que a obra possua uma aura de superprodução independente
do seu valor.
Infelizmente a produção possui o mesmo mal da produção dirigida Jayme Monjardim, que é não saber dar conta de inúmeras subtramas, em meio a fatos históricos que merecem certa relevância. Por vezes, a produção se esquece do principal foco da trama: o conflito dos dois irmãos (Rafael Cardoso e André Arteche), que embora unidos em sangue, suas visões diferentes com relação à guerra civil gaúcha os fazem ficarem em lados opostos. Se o roteiro se concentrasse mais nesse conflito, o filme seria muito mais rico.
Em compensação, personagens secundários roubam a cena em inúmeros momentos. É como no caso de Andrea Buzato (Castigo Final), que embora a sua personagem esteja em poucos momentos em cena, da um verdadeiro show de interpretação. Isso faz com que o seu colega de cena André Arteche meio que se perca nas cenas em que contra cena com ela e faz com que o desempenho de Rafael Cardoso quando surge se torne mais interessante no decorrer do filme.
Produção que foge um pouco do lado pretensioso, mas que poderia ter tido um vôo mais alto.
Infelizmente a produção possui o mesmo mal da produção dirigida Jayme Monjardim, que é não saber dar conta de inúmeras subtramas, em meio a fatos históricos que merecem certa relevância. Por vezes, a produção se esquece do principal foco da trama: o conflito dos dois irmãos (Rafael Cardoso e André Arteche), que embora unidos em sangue, suas visões diferentes com relação à guerra civil gaúcha os fazem ficarem em lados opostos. Se o roteiro se concentrasse mais nesse conflito, o filme seria muito mais rico.
Em compensação, personagens secundários roubam a cena em inúmeros momentos. É como no caso de Andrea Buzato (Castigo Final), que embora a sua personagem esteja em poucos momentos em cena, da um verdadeiro show de interpretação. Isso faz com que o seu colega de cena André Arteche meio que se perca nas cenas em que contra cena com ela e faz com que o desempenho de Rafael Cardoso quando surge se torne mais interessante no decorrer do filme.
Produção que foge um pouco do lado pretensioso, mas que poderia ter tido um vôo mais alto.
Estrada 47
Sinopse: Itália, 1944.
Durante a II Guerra Mundial, uma esquadra de caçadores de minas da FEB (Força
Expedicionária Brasileira) sofre um ataque de pânico. Desesperados, com frio e
fome, os pracinhas têm de optar por enfrentar a Corte Marcial ou encarar
novamente o inimigo. Os remanescentes do grupo rumam para outro ousado objetivo
militar: desarmar o campo minado mais temido da Itália. No caminho, encontram
um Italiano arrependido que quer se tornar partisan e um oficial alemão cansado
da guerra. Com ajuda do ex-inimigo, conseguem realizar uma missão considerada
impossível.
Co produção entre Brasil, Itália
e Portugal, a trama se concentra na união e sobrevivência de soltados jogados
numa guerra sem sentido que foi a 2ª Guerra Mundial. Diferente de outros
filmes do gênero, a produção foge um pouco das cenas da guerra e se concentrando
mais na construção física e mental dos personagens, que gradualmente vão
mudando as suas opiniões com relação ao cenário em que foram jogados. Uma vez
encarando os fatos, os protagonistas percebem que não há heróis e vilões no
conflito, mas sim seres humanos comuns, que possuem famílias em casa lhe
esperando e que somente irão conseguir um retorno, se o lado samaritano de cada
um deles aflorar.
Embora Daniel de Oliveira (Festa da Menina Morta) seja o mais conhecido do elenco, seu desempenho se limita apenas como o soldado que observa os eventos que lhe acontecem a ele e aos seus colegas. Sua narração off, por exemplo, tem muito mais destaque do que ele em si em cena. Em contrapartida Francisco Gaspar (Casa de Alice) é o que rouba a cena nos poucos momentos de humor e sua relação de amizade com um alemão ferido (Richard Sammel, de Bastardos Inglórios) que os guia para um caminho seguro (a tal estrada 47) é digna de nota.
Com um belo casamento entre fotografia e edição de arte, Estrada 47 é apenas uma pequena historia de inúmeras que aconteceram durante a 2ª Guerra Mundial, mas nem por isso deve-se ser esquecida.
Embora Daniel de Oliveira (Festa da Menina Morta) seja o mais conhecido do elenco, seu desempenho se limita apenas como o soldado que observa os eventos que lhe acontecem a ele e aos seus colegas. Sua narração off, por exemplo, tem muito mais destaque do que ele em si em cena. Em contrapartida Francisco Gaspar (Casa de Alice) é o que rouba a cena nos poucos momentos de humor e sua relação de amizade com um alemão ferido (Richard Sammel, de Bastardos Inglórios) que os guia para um caminho seguro (a tal estrada 47) é digna de nota.
Com um belo casamento entre fotografia e edição de arte, Estrada 47 é apenas uma pequena historia de inúmeras que aconteceram durante a 2ª Guerra Mundial, mas nem por isso deve-se ser esquecida.
Por fim, deixo abaixo o que significa o Cinema de Gramado para mim.
o que eu estou olhando?
O cinema de verdade moldurando o teto do palácio do festival.
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