Sempre detestei Big Brother, pois
sempre considerei um programa sem conteúdo, onde colocam pessoas desinteressantes
e que o único objetivo eram ganhar o prêmio máximo e ser famoso. Contudo, nos últimos
meses me peguei assistindo o programa 24 horas por dia (descartando as edições
pobres da Globo) e chegando até mesmo há não dormir direito. Mas para uma pessoa que se
dizia odiar o BBB, o que levou então ao outro lado? A resposta é uma só:
Clanessa!
Quando eu soube que o programa
tinha o primeiro casal lésbico da historia, eu imediatamente comecei a acompanhar
alguns vídeos unicamente por fetiche, mas eis que esse improvável casal tinha
muito mais oferecer do que se imaginava: Clara é a típica mulher fatal, mas que
basta abrir a boca que sai a voz de uma menina, sendo que nada mais é do que
uma representação do seu “eu” interior e que não esconde certa inocência perante
a vida em que vive. Já Vanessa sempre foi a minha preferida, por possui uma personalidade
mais complexa, fechada, mas que conseguiu achar uma parte que lhe completasse, a partir do
momento que conheceu Clara no programa (ou antes dele!). Vale lembrar, que assim como Vanessa,
eu sempre fui defensor dos animais e quando ela falava dos seus filhos (cachorros)
sempre me enchia de emoção.
Praticamente grudadas uma com a
outra, o casal rendeu inúmeros momentos sensuais divertidos e até mesmo dramáticos:
o famoso DR das duas que no momento que discutiam (devido aos ciúmes lá e cá)
fez com que muitos fãs perdessem chão e
ficar com o coração na boca. Nas ultimas
semanas houve inúmeros momentos dramáticos, como a possível separação das duas
num paredão e da invencibilidade do BBB Marcelo que até certo ponto foi
disparado franco favorito.
Mais eis que a torcida Clanessa
surpreendeu a todos: as famosas enquetes como do site Uol praticamente erraram
todas, sempre quando uma delas estavam no paredão ou fora dele. Num dos
momentos mais emocionantes do programa, Marcelo foi eliminado com 55%, passando o favoritismo para Vanessa e realizando
o sonho de todos os fãs que era ver as duas na final. No ultimo dia, mesmo com
uma disputa acirrada contra Ângela (ou CobraAngela para alguns) Vanessa saiu do
programa vitoriosa, justamente no seu dia de aniversario e abraçando fortemente
Clara na saída da casa.
Enfim, o programa terminou e devo
confessar que não me dedicarei a mais nenhum outro programa BBB, pois é muito
desgastante e tenho que me dedicar mais ao cinema. Mas não me arrependo de ter
me tornado um Clanessa, tão pouco ter machucado as mãos de tanto votar, pois
tenho um grande carinho por elas e desejo que fiquem juntas, seja como namoradas
ou uma amizade colorida que elas mais pregaram.
Com isso só
digo uma coisa: VAMOS NOS PERMITIR.
E um pouquinho mais de Clanessa.
E O QUE EU E O CINEMA TEM HAVER COM
ISSO?
MEU MOMENTO CLANESSA
Quem me viu comentando sobre Big
Brother nos últimos tempos achou que eu estava surtado, mas vamos combinar:
acredito que esse desejo das pessoas espionarem umas as outras é um desejo
antigo que todos nós temos, pois quem nunca desejou assistir a vizinha tomar
banho? Ou ver qual é o melhor cortador de grama do vizinho?
Tanto a literatura como o cinema
já apresentou inúmeras historias em que um grupo de pessoas era vigiado 24
horas por dia, seja de uma forma comum, investigação criminal ou retratando um
futuro apocalíptico em que os seres humanos não tinham mais como se esconder
dos olhos do poder. Pensando nisso, solto cinco dicas de filmes, onde o tema sobre
vigiar uns aos outros dava fortes indícios do que viria acontecer futuramente
nas TV.
JANELA INDISCRETA
Um dos melhores filmes da
carreira de Alfred Hitchcock, onde ele coloca o personagem de James Stewart, preso a uma cadeira de rodas,
mas observando um vizinho que possivelmente matou a sua própria mulher. O
grande charme está no fato do protagonista não somente vigiar o possível assassino,
como também os outros vizinhos, onde cada um possuía a sua historia para
contar. Se formos levar mais a fundo, Hitchcock cria uma bela homenagem ao próprio
cinema, onde cada janela seria uma tela, onde então a pessoa observa as reações
de quem esta morando ali e sem sombra de duvida é um pequeno indicio do que
seria o big Brother quase meio século depois.
1984
Escrito em 1948, e
adaptado para o cinema em 84, o filme sendo visto hoje em 2012, acaba sendo
meio injusto com ele, pois de lá para cá, milhares de filmes, sobre um futuro
onde a sociedade é oprimida e privada de emoção e que vive sob um regime
autoritário e alienista, já está mais do que batida, sendo que recentemente
isso foi visto em V De Vingança. Contudo, os produtores foram espertos em
lançar o filme justamente em abril de 1984, criando então, um verdadeiro contraste
dos fatos fictícios contados na tela, se comparado com a realidade daquele ano.
Outro fator interessante é a concepção de Big Brother, que no filme é algo
temerário. Hoje em dia é um programa de TV onde as pessoas se divertem
assistindo aos outros, nada de chocante. Em termos reais, muitas cidades do
mundo estão repletas de câmeras com o intuito de segurança. Será que estamos
entrando no esquema que o filme e o livro tanto nos intimidam?
De qualquer forma, só
por estar com a idéia envelhecida, não significa que o filme é desatualizado. O
conceito de estar sempre em guerra, para que com isso, justificar as constantes
necessidades que a população sofre. Sem contar o controle através da raiva
comum e do medo constante de ser dedurado por algum vizinho ou colega de
trabalho. As atuações são boas, com destaque para a atuação de Richard Burton,
em seu último filme. John Hurt também está bem como o amargurado e o
questionador Wiston. O interessante no filme, é que acima de tudo seja
realista, no que diz respeito ao ser humano. Não há aqueles heróis imbatíveis,
já que Wiston questiona o sistema, mas tem medo de ser descoberto e torturado
por suas “idéias revolucionárias”.
O SOBREVIVENTE (1987)
Disparado um dos
piores filmes da carreira de Arnold Schwarzenegger, mas que antecipava alguns
temas que viesse há surgir anos depois, como os reality show. A produção ganhou certo
reconhecimento por ser baseado numa obra de Steven King, mas o filme envelheceu
muito mal ao longo dos anos. Se muitas pessoas criticam a estética dos anos 80,
é porque ainda não viram esse, que é com certeza o pior exemplo daquele tempo.
O visual futurístico acabou se tornando muito datado, e por incrível que
pareça, o culpado é justamente Blade Runner, pois a obra prima de Ridley Scott se
tornou exemplo de como poderia ser um futuro apocalíptico, só que, nem todos os
filmes esse visual funcionaria, e com o Sobrevivente funcionou tudo errado,
com direito a um pijama laranja que o
protagonista usa.
O filme só não prejudicou a
carreira do ator, porque ele foi lançado em meio a outros sucessos do astro na
época, como O Predador e Vingador do Futuro!
O SHOW DE TRUMAN
Dirigido por Peter Weir e
escrito por Andrew Niccol, o filme foi o primeiro de uma leva de bons filmes em
que Jim Carrey provou que tinha seu lado dramático na interpretação. Na trama,
o protagonista vive uma vida comum, mas mal sabendo que na realidade seu dia a
dia é uma mentira e que está vivendo num gigantesco estúdio e sendo vigiado 24
horas por dia. A trama nada mais é do que uma metáfora do desejo das pessoas
quererem enxergar o que a pessoa faz no seu dia a dia, mas ao mesmo tempo
retrato da obsessão em querer gerar um mundo perfeito para determinada pessoa
ser feliz. Essa obsessão é muito bem retratada na pele do ator Ed Harris (Apollo
13) que se vê como um verdadeiro Deus e que acredita cegamente que está fazendo
o melhor pelo Trurman.
JOGOS VORAZES
A mais nova franquia milionária do
momento, mas que ao mesmo tempo possui um grande conteúdo. Meio 1984 meio
Fahrenheit
451, a trama mostra o mundo dividido em distritos, onde é constantemente vigiada
por um governo opressor. A cada ano um
jovem é escolhido para participar de um reality show mortal, em que somente um
sairá vivo. A franquia consagrou definitivamente Jennifer Lawrence e provou que
séries de filmes para adolescentes não precisa ser aos moldes de Crepúsculo.
Para encerrar, deixo a minha
prova de que sou fã de carteirinha e meu apoio para esse casal que me amarrou
por três meses: É PRA VOCÊ CLANESSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.
Leia também: Filmes que nossas amigas Clanessa poderiam assistir.
Achei q faltou um paralelo com os romances do cinema e as espectativas românticas do fandom no casal.
ResponderExcluirAfinal no cimema ñ existe filme sem imagem, na maioria dos romances os o filme acaba com o casal feliz p sempre...
Se Clanessa fosse um filme teria terminado no final do BBB mas como é vida real a história contínuo o que aparentemente vem gerando muitas frustrações em alguns fans q aparentemente gostariam q a vida do fora da casa seguisse um roteiro romatico imaginado por eles.
Muito bem observado Kt
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