Sinopse: Jasmine é uma
elegante socialite de Nova York. Sua vida toma um novo rumo quando
acontecimentos inesperados a levam a se separar do marido o rico empresário
Hal. Em crise existencial ela decide se mudar para a casa de sua irmã Ginger
que vive num modesto apartamento em São Francisco. Morando numa nova cidade e
distante de seu universo Jasmine precisará reorganizar toda sua vida. O filme
marca a primeira parceria entre o diretor Woody Allen e a atriz Cate Blanchett.
Desde sua estreia nos EUA em julho vem sendo considerado um dos melhores
trabalhos da carreira do cineasta.
Depois de dar um giro pelo
mundo contando suas historias, Woody Allen decidiu novamente trazer o seu
universo neurótico para o território americano após alguns anos de ausência. Assim como um
bom e velho vinho, Allen prova que não será pela idade já meio avançada que irá
deixar o seu talento decair e neste mais novo filme ele fortalece isso que eu
digo. Como sempre, paranóias, inquietudes e duvidas novamente surgem na vida
dos personagens e aqui em um grau muito maior.
Inspirado no clássico Um
Bonde Chamado Desejo, acompanhamos a personagem Jasmine (Cate Blanchett espetacular),
tentando se reerguer na vida, após a morte do seu marido (Alec Baldwin) na
cadeia. Ao mesmo tempo, a trama vem e volta no tempo, mostrando a vida dela
antes desses eventos e como a sua situação era mais glamorosa, para então
depois acontecer uma grande queda. Isso acaba provocando uma Jasmine paranóica,
irritada e insatisfeita com as pessoas em volta, como no caso de sua irmã (Sally
Hawkins) que vive meio sem perspectivas de vida ao lado do marido grosseiro (Bobby
Cannavale).
Não é preciso ser gênio em adivinhar
que todo o foco da historia está voltado em Jasmine, onde se disseca toda a sua
personalidade e caráter, tanto antes como depois. O filme foca principalmente
ao fato de que ela sempre vivia em busca de algo maior, mas sempre através da
ajuda de outras pessoas: no passado através do seu marido, ou no presente, através
do mais novo bom partido (Peter Sarsgaard).
Com isso, temos um retrato
de uma pessoa que mente para ela própria, que vendia a imagem da pessoa bem
sucedida, mas que no final das contas se tornou um ser frustrado graças as suas
ações suspeitas e que a tornou uma entidade imprevisível e com um temperamento
explosivo. Arrisco dizer que aqui, Cate Blanchett nos brinda com o seu melhor
desempenho da carreira, pois sua Jasmine é um ser de inúmeras camadas, onde cada
uma delas pode simplesmente submergir e nos surpreender de uma forma única. O
ato final nos reserva revelações surpreendes, nas quais ficamos chocados, e por
que não dizer frustrados com as ações da
protagonista, mesmo quando compreendemos do porque dela ter agido assim.
Allen como sempre cria um
humor único, mesmo em meio às situações, que nas quais nos meros mortais passássemos,
não acharíamos menor graça. Porém, nos surpreende o fato dele saber casar entre
as cenas de humor, com momentos mais pesados, fazendo a gente ter uma ligeira
sensação de que entramos em outro filme, principalmente no ato final da trama. Essa
mistura de humor e drama ele havia provado que conseguia fazer em Crimes e
Pecados (1989) provado novamente em Ponto Final - Match Point (2005) e aqui atingindo
um novo patamar dessa mistura.
Com uma câmera elegante que
jamais perde o foco das ações dos seus personagens, Woody Allen nos brinda com
um filme, cujo final nos faz querer saber qual seria o próximo passo de cada um
deles, principalmente com relação à Jasmine. Personagem afetada não somente
pelas ações de pessoas próximas, como também desconstruída por não ter sabido
administrar as suas próprias ações e criando um universo no qual ela se isola e
se separa do mundo cinzento que ela tenta desvencilhar.
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Não sou fã do diretor. Porém, dessa vez concordo.
ResponderExcluirEle combinou bem alguns pontos do roteiro. Ficou um filme charmoso e tenso ao mesmo tempo.
abs