sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: FINAL

Por fim, chego ao final de mais um especial que eu sempre escrevo aqui, com relacionado aos cursos que eu participo pelo CENA UM. Durante duas semanas, me dediquei há dissecar um pouco os melhores momentos do gênero filme de ação chinês, onde os protagonistas dão um verdadeiro show de artes marciais e que conquistaram uma geração inteira. Mas para encerrar aqui essas postagens ficava me perguntando, qual filme para encerrar esse especial com relação a esse gênero?
Eis que me lembrei do ano 2000, quando O Tigre e o Dragão aterrissou em nossos cinemas e dos EUA e que pessoalmente, acho que com ele se encerrou um ciclo de tentativas em que o cinema Chinês, seja de ação ou de outro gênero, conseguisse o seu espaço definitivo no ocidente. Com isso, o texto abaixo é dedicado com carinho para esse incrível filme dirigido pelo cineasta Ang Lee. Lembrando que o curso começa amanhã, no Santander Cultural de Porto Alegre, das 13h30 as 16horas e ministrado pelo escritor e editor César Almeida.

Quem já se inscreveu, participem comigo nessa empreitada desse final de semana e até lá.      
O Tigre e o Dragão 

Sinopse: história de duas mulheres, ambas exímias lutadoras, cujos destinos se tocam em meio Dinastia Ching. Uma tenta se ver livre do constrangimento imposto pela sociedade local, mesmo que isso a obrigue a deixar uma vida aristocrática por outra de crimes e paixão. A outra, em sua cruzada de honra e justiça, apenas descobre as consequências do amor tarde demais. Os destinos de ambas as conduzirão uma violenta e surpreendente jornada, que irá forçá-las a fazer uma escolha que poderá mudar suas vidas.
  
Foi preciso um diretor de Taiwan para devolver aos fãs de cinema a magia com que a sétima arte sempre brindou seu público. Depois de bem sucedidas incursões ao cinema de Hollywood - em especial os belos "Razão e sensibilidade" e "Tempestade de gelo", que captaram com inteligência as culturas inglesa e americana, respectivamente - o cineasta Ang Lee não foi feliz com o pouco visto e muito criticado "Cavalgada com o diabo" e resolveu retornar às origens. Para isso, assumiu as rédeas da adaptação do quarto volume de uma pentalogia chamada Crane/Iron, escrita por Du Lu Wang, um conhecido mestre chinês de kung-fu. Tendo seu habitual parceiro James Schamus entre os roteiristas, Lee construiu uma fábula majestosa e emocionante que recebeu o título ocidental de "Crouching tiger, hidden dragon", ou, como conhecido no Brasil, "O tigre e o dragão".
Não é difícil compreender o porquê da comoção em torno do filme de Lee desde sua estréia, no Festival de Cannes de 2000, quando foi ovacionado por uma legião de críticos deslumbrados. Sua obra simplesmente tira o espectador de sua zona de conforto, jogando-o em um universo particular, em que personagens ignoram a lei da gravidade e onde todas as excepcionalmente bem coreografadas lutas não são apenas desnecessários desvios da ação e sim parte integrante e indispensável da narrativa, repleta de poesia visual - cortesia da magnífica fotografia de Peter Pau, vencedor do Oscar da categoria. Não foi à toa que "O tigre e o dragão" tornou-se o primeiro filme de língua não-inglesa a ultrapassar a barreira dos 100 milhões de dólares de arrecadação em território americano, além de sair vitorioso em 4 categorias na festa do Oscar de 2001. O filme de Ang Lee é uma festa para os olhos e um admirável espetáculo para todos que consideram o cinema como um refúgio.
Dirigido com maestria por um Ang Lee extremamente à vontade e no auge de sua criatividade como cineasta, "O tigre e o dragão" tem a seu favor, além de tudo, uma equipe que transmite paixão a cada polegada de celulóide. O elenco é impecável - com destaque para Michelle Yeoh, cujo rosto expressivo casa com naturalidade com uma força física impressionante - e é impossível não admirar a belíssima trilha sonora (composta em apenas duas semanas por Tin Dau, que acabou com uma estatueta do Oscar), a fotografia etérea e a direção de arte caprichada. No fundo uma bela história de amor emoldurada por uma trama que envolve sentimentos como honra, lealdade e amizade à toda prova - e um discreto discurso feminista - "O tigre e o dragão" é uma obra-prima incontestável e um dos melhores filmes já produzidos fora de Hollywood.

Leia mais: Mestres e Dragões: Partes 1,2,3,4,5,6,7,8 e 9.


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2 comentários:

  1. Se eu morasse aí em Porto Alegre, eu iria mesmo.
    O Tigre e o Dragão é o meu filme oriental de longa-metragem preferido!

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  2. Seria legal se em outras partes do BRASIL tivesse atividades como essa para que então o publico tivesse mais conhecimento da historia do cinema.

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