Sinopse: O filme conta a
história de Rubén, um motorista de caminhão solitário que faz o trecho entre
Assunção, no Paraguai, e Buenos Aires, na Argentina, há anos. Em uma das
viagens, ele se depara com Jacinta e a pequena Anahí, em uma viagem fora da rotina.
Las Acacias faz parte
da “nova onda” do cinema argentino, que conquistou grande repercussão em inúmeros
festivais no mundo a fora e é presença constante em nossos cinemas. O ponto
forte desse filme de estréia do diretor Pablo
Giorgelli está em volta do olhar, em que pouco se fala, mas muito se observa. Ou
seja: é um cinema fundado na potência do ponto de vista dos personagens e que
molda a historia.
Aqui, as palavras vêm
dos olhares, nos pequenos gestos, que faz com que os protagonistas aos poucos
descasquem a imagem em que eles se apresentarão no início do filme, para então
apresentarem uma nova faceta até então escondida. A trama acaba então
explorando um pouco alguns dos problemas graves do mundo atual, que é da falta da
comunicação, de não saber se comunicar ou de simplesmente se refugiar no seu
mundo em particular. O personagem Rubén (Germán de Silva) no princípio mais
parece uma carcaça durona assim, como o seu caminhão, mas querendo ou não, terá
que mudar o seu mundo no momento que dá carona para duas personagens.
Com isso, a trama se
passa praticamente no caminhão do protagonista, onde em planos simples, começa há
se criar uma relação entre Rubén, Jacinta (Hebe Duarte) e seu bebê Anaty. A
pequena protagonista, aliás, é responsável por nos brindar com momentos
inesquecíveis, onde não só faz com que o motorista e a mulher comecem a conversarem
como também nos surpreende por ser tão expressiva, mesmo com poucos meses de
vida. Com certeza o diretor teve um trabalho árduo (mas compensador), em filmar
os momentos em que o bebê passava um olhar no qual serviria de ponto de partida
para inúmeros momentos chaves na relação do trio.
Curiosamente, á sensação
de claustrofobia que o espectador pode sentir no principio, já que a trama quase
toda ela se passa dentro da cabine do veiculo, logo se é dissipada, passando a
sensação de que o ambiente se alargou e isso graças à aproximação que o trio
começa há ter. Outro ponto a favor da trama foi não se alongar sobre o passado
de cada um deles, deixando somente pistas de onde eles vieram, o que eles foram
e o que eles perderam no passado. Bom exemplo disso é no caso de Rubén, que com
poucas palavras vindas dele (e de imagens de determinadas fotos), se percebe
que ele tinha a felicidade nas mãos, mas que por um motivo ou outro acabou que perdendo
ela ao longo do trajeto da sua vida.
Com Jacinta e Anaty, ele
consegue então enxergar uma possibilidade de redenção, mesmo que no final do
trajeto, coloque ambos em caminhos diferentes. Embora torçamos por um final
feliz, a trama termina com inúmeras questões no ar e fazendo com que a historia
continue em nossas mentes e imaginando qual seria o caminho seguinte para cada
um deles. No final das contas Las
Acácias é mais um belo filme road movie, no qual sempre durante uma viagem na
estrada, faz com que os protagonistas descubram novas camadas de sentimentos
deles mesmos. Muito embora eles acreditem no princípio, que suas vidas já estão
mais do que bem definidas.
NOTA: O filme teve pré-estréia
no ultimo sábado no cinebancários e terá estréia oficial na mesma sala a partir
do dia 17 de setembro. Mais informações vocês conferem na pagina da sala
clicando aqui.
Essa claustrofobia, esse olhar.......acho que é o que mais me atrai no atual cinema argentino.
ResponderExcluirBasta a mediocridade cinematográfica. Viva a reflexão.
Abraços
Com certeza Renato, valeu por sua opinião.
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