Destaques da última
semana da programação da Sala P.F. Gastal, F.W. Murnau e Josef von Sternberg
não foram os únicos cineastas de origem germânica que realizaram filmes
importantes nos Estados Unidos. Em seu período clássico, Hollywood teve uma
contribuição inestimável de realizadores que emigraram da Alemanha para seus
estúdios. Com uma seleção de clássicos e raridades, o cinema da Usina do Gasômetro
(3º andar) apresenta entre os dias 20 e 25 de agosto a mostra Hollywood
Germânica, com oito filmes que percorrem diferentes gêneros e décadas.
Já no período silencioso, muitos nomes
germânicos figuram como referência de cinema autoral dentro da produção
norte-americana. Alguns pagaram um preço caro, como o vienense Erich von
Stroheim, um dos célebres malditos de Hollywood que colecionou projetos
ambiciosos destruídos por produtores preocupados apenas com resultados
comerciais. Embora radicado no outro lado do Atlântico desde o início do
século, o cineasta apresenta em Esposas Ingênuas, de 1922, um olhar repleto de
ironia à nobreza decadente européia.
Ainda nos anos 1920, serão exibidos o
influente O Homem que Ri (1928), de Paul Leni, marco da Universal que aproxima
o melodrama ao horror expressionista, e O Leque de Lady Windermere (1925),
comédia do libertino Ernst Lubitsch, dono de um estilo que influenciou toda uma
geração, incluindo seu pupilo Billy Wilder, outro nome aclamado que trocou
Berlim por Beverly Hills – presente na mostra com Irma La Douce (1963), uma de
suas comédias mais deliciosas.
Na década de 1930, Fritz Lang – maior nome do
cinema alemão da época – decidiu fugir do país após receber um convite de
Joseph Goebbels para produzir filmes para o Partido Nazista. Os anos nos
Estados Unidos trazem alguns dos trabalhos mais significativos de sua carreira,
a começar por Fúria, o primeiro realizado em Hollywood, em 1936, que revela a
hipocrisia e o gosto pela violência da sociedade norte-americana.
A ascensão nazista também levou a Hollywood
outros nomes admiráveis: Edgar G. Ulmer, Robert Siodmak e Fred Zinnemann –
cineastas que trabalharam juntos na Alemanha (ao lado de Billy Wilder, no filme
Menschen am Sonntag) e seguiram diferentes trilhas no novo território. Do
noir-vitoriano à ficção-científica, passando pelo drama situado em meio à
guerra, Silêncio nas Trevas, O Homem do Planeta X e A Um Passo da Eternidade
são ótimos exemplos da diversidade que os cineastas de origem germânica consagraram
em Hollywood.
A mostra Hollywood
Germânica tem apoio da distribuidora MPLC e da locadora E o Vídeo Levou.
Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na
pagina da sala clicando aqui.
Cool!
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