segunda-feira, 4 de março de 2013

Cine Dica: Clássicos Brasileiros na Sala P. F. Gastal


SALA P. F. GASTAL RETOMA PROGRAMAÇÃO
COM CLÁSSICOS TRANSGRESSORES DO CINEMA NACIONAL

 A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) retoma sua programação a partir de terça-feira, 5 de março, com uma mostra de filmes brasileiros que têm em comum a irreverência, a originalidade e a inventividade formal de seus realizadores. Intitulada Clássicos Transgressores do Cinema Nacional, a mostra reúne filmes dos diretores Rogério Sganzerla, Andrea Tonacci, Ozualdo Candeias, Carlos Reichenbach, André Luiz Oliveira, José Mojica Marins, Edgard Navarro, Ruy Guerra, Djalma Limongi Batista e Ivan Cardoso, e conta com o apoio da Programadora Brasil, projeto do Ministério da Cultura destinado à difusão do cinema nacional de qualidade.
A programação inclui 12 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, e é uma oportunidade rara para o público conhecer títulos muito comentados mas pouco vistos, como o cultuado Superoutro, de Edgard Navarro, e Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (considerado o primeiro filme a abordar abertamente a questão da homessexualidade no cinema brasileiro), além de rever na tela grande obras marcantes da história do cinema brasileiro, como Os Cafajestes, O Bandido da Luz Vermelha e Filme Demência.
  
PROGRAMAÇÃO

 LONGAS
  
O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1968, 92 minutos)
Marginal paulista coloca a população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais requintados. Conhece a provocante Janete Jane, famosa em toda a Boca do Lixo, por quem se apaixona.
Acompanha o curta Brasil (1981), de Rogério Sganzerla.
  
Bang Bang, de Andrea Tonacci (Brasil, 1970, 85 minutos)
O ator de um filme em realização vive sem distinção a sua realidade pessoal e a ficção de seu personagem. Busca um sentido e uma saída daquela situação enquanto é perseguido por bandidos, um mágico, uma fantasia amorosa, um bêbado, sua auto-imagem.... A comicidade, os motivos da perseguição, as situações, os personagens, a cenografia, os diálogos e a trilha sonora, que utiliza temas conhecidos de outros filmes, remetem a símbolos, metáforas e à recusa da possível lógica narrativa, permitindo ao espectador uma sensação análoga à do personagem central.
  
Os Cafajestes, de Ruy Guerra (Brasil, 1962, 90 minutos)
Jandir, um rapaz de origem pobre, e Vavá, seu amigo playboy, vivem no submundo de drogas e sexo de Copacabana. Desesperado diante da perspectiva de perder sua mesada, já que seu pai banqueiro está falido, Vavá propõe a Jandir um plano para chantagear o tio, que tem uma amante. Filme que provocou escândalo à época de seu lançamento por trazer o primeiro nu frontal do cinema brasileiro, protagonizado pela atriz Norma Bengell.
  
Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de José Mojica Marins (Brasil, 107 minutos, 1967)
O funerário Jozefel Zanatas (Zé do Caixão) procura pela “Mulher Superior”, com a qual espera gerar o “Filho Perfeito”, ser que esteja acima dos seres humanos normais e que perpetue seu sangue. Em sua procura, tortura e mata as mulheres que julga inferiores, bem como qualquer um que se interponha em seu caminho. Acompanha o curta O Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso.
A sessão do dia 8 de março será comentada pelo jornalista Thomaz Albornoz.
  
Filme Demência, de Carlos Reichenbach (Brasil, 1985, 90 minutos)
Após assistir impotentemente à falência de sua pequena indústria de cigarros, Fausto mergulha no interior de si mesmo. Rompe com Doris, a esposa infiel, rouba o revólver do zelador do prédio em que mora, e sai pela noite de São Paulo em busca de Mira-Celi, seu paraíso imaginário. Uma original releitura do mito de Fausto pelo cineasta Carlos Reichenbach, em filme que é considerado sua obra-prima. Prêmio de melhor direção no Festival de Gramado.
  
A Margem, de Ozualdo Candeias (Brasil, 1967, 91 minutos)
Inspirado em acontecimentos reais publicados em jornais populares, o filme aborda o dia a dia da população pobre que vive às margens do rio Tietê, sob o ponto de vista de quatro personagens. Eles observam uma mítica mulher que desce o rio em uma canoa. Acompanha o curta Uma Rua Chamada Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias.
  
Meteorango Kid – Herói Intergalático, de André Luiz Oliveira (Brasil, 1969, 80 minutos)
O filme narra, de maneira anárquica e irreverente, as aventuras de Lula, um estudante universitário, no dia do seu aniversário. De forma absolutamente despojada, mostra, sem rodeios, o perfil de um jovem desesperado, representante de uma geração oprimida pela ditadura militar e pela moral retrógrada de uma sociedade passiva e hipócrita. O anti-herói intergalático atravessa este labirinto cotidiano através das suas fantasias e delírios libertários, deixando atrás de si um rastro de inconformismo e um convite à rebelião em todos os níveis.
   
MÉDIAS E CURTAS

 Brasil, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1981, 13 minutos)
Captado durante a gravação do décimo disco de João Gilberto, intitulado Brasil,  gravado no cinquentenário de seu nascimento, que contou com a participação de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. A execução do disco em diferentes fases e distâncias, registradas em contraponto com flashes de personalidades da vida nacional, representa uma situação limite e indaga: O que é o Brasil? O que é o brasileiro?

Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (Brasil, 1968, 29 minutos)
Antônio perambula por São Paulo. À noite, encontra um parceiro na Galeria Metrópole, Isaías, para se relacionar sexualmente. Apesar da intensa relação que acontece entre os dois, Isaías pede que Antônio o mate.

Uma Rua Chamada Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias (Brasil, 1971, 11 minutos)
A região da Boca do Lixo paulistana e as pessoas do meio cinematográfico que por ali circulavam são registradas em fotografias de autoria do diretor Ozualdo Candeias.

Superoutro, de Edgard Navarro (Brasil, 1989, 48 minutos)
Um louco na rua tenta libertar-se da miséria que o assedia e acaba por subverter a própria lei da gravidade. Acompanha o curta Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista.

O Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso (Brasil, 1978, 26 minutos)
A vida e a obra do ator, diretor e produtor paulista José Mojica Marins, penetrando em seu estúdio e mostrando seu mundo.
  
Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.

Me Sigam no Facebook e Twitter: 

2 comentários:

  1. Já que você mencionou 2 filmes do José Mojica Marins, e um deles foi Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, me ocorreu uma coisa curiosa: nunca vi esse filme dele, apesar de ser talvez o mais famoso que ele já fez.
    Os únicos filmes que vi em que ele aparece foram Exorcismo Negro e um filme pornô do final dos anos 90 que eu esqueci o nome. Bom, nesse ele não entrava no meio das cenas de sexo, né?rs Ele só tinha cenas de diálogo com um ator pornô que interpretava o diabo, porque o filme se passava no Inferno.

    ResponderExcluir
  2. Bom então ainda não viu o melhor deles e recomendo que veja esse meu amigo.

    ResponderExcluir