SALA P. F. GASTAL
RETOMA PROGRAMAÇÃO
COM CLÁSSICOS
TRANSGRESSORES DO CINEMA NACIONAL
A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º
andar) retoma sua programação a partir de terça-feira, 5 de março, com uma
mostra de filmes brasileiros que têm em comum a irreverência, a originalidade e
a inventividade formal de seus realizadores. Intitulada Clássicos
Transgressores do Cinema Nacional, a mostra reúne filmes dos diretores Rogério Sganzerla,
Andrea Tonacci, Ozualdo Candeias, Carlos Reichenbach, André Luiz Oliveira, José
Mojica Marins, Edgard Navarro, Ruy Guerra, Djalma Limongi Batista e Ivan
Cardoso, e conta com o apoio da Programadora Brasil, projeto do Ministério da
Cultura destinado à difusão do cinema nacional de qualidade.
A programação inclui
12 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, e é uma oportunidade rara
para o público conhecer títulos muito comentados mas pouco vistos, como o
cultuado Superoutro, de Edgard Navarro, e Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum
Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (considerado o primeiro filme a abordar
abertamente a questão da homessexualidade no cinema brasileiro), além de rever
na tela grande obras marcantes da história do cinema brasileiro, como Os
Cafajestes, O Bandido da Luz Vermelha e Filme Demência.
PROGRAMAÇÃO
LONGAS
O Bandido da Luz
Vermelha, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1968, 92 minutos)
Marginal paulista
coloca a população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais
requintados. Conhece a provocante Janete Jane, famosa em toda a Boca do Lixo,
por quem se apaixona.
Acompanha o curta
Brasil (1981), de Rogério Sganzerla.
Bang Bang, de Andrea
Tonacci (Brasil, 1970, 85 minutos)
O ator de um filme em
realização vive sem distinção a sua realidade pessoal e a ficção de seu
personagem. Busca um sentido e uma saída daquela situação enquanto é perseguido
por bandidos, um mágico, uma fantasia amorosa, um bêbado, sua auto-imagem.... A
comicidade, os motivos da perseguição, as situações, os personagens, a
cenografia, os diálogos e a trilha sonora, que utiliza temas conhecidos de
outros filmes, remetem a símbolos, metáforas e à recusa da possível lógica
narrativa, permitindo ao espectador uma sensação análoga à do personagem
central.
Os Cafajestes, de Ruy
Guerra (Brasil, 1962, 90 minutos)
Jandir, um rapaz de
origem pobre, e Vavá, seu amigo playboy, vivem no submundo de drogas e sexo de
Copacabana. Desesperado diante da perspectiva de perder sua mesada, já que seu
pai banqueiro está falido, Vavá propõe a Jandir um plano para chantagear o tio,
que tem uma amante. Filme que provocou escândalo à época de seu lançamento por
trazer o primeiro nu frontal do cinema brasileiro, protagonizado pela atriz
Norma Bengell.
Esta Noite Encarnarei
no Teu Cadáver, de José Mojica Marins (Brasil, 107 minutos, 1967)
O funerário Jozefel
Zanatas (Zé do Caixão) procura pela “Mulher Superior”, com a qual espera gerar
o “Filho Perfeito”, ser que esteja acima dos seres humanos normais e que
perpetue seu sangue. Em sua procura, tortura e mata as mulheres que julga
inferiores, bem como qualquer um que se interponha em seu caminho. Acompanha o
curta O Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso.
A sessão do dia 8 de
março será comentada pelo jornalista Thomaz Albornoz.
Filme Demência, de
Carlos Reichenbach (Brasil, 1985, 90 minutos)
Após assistir
impotentemente à falência de sua pequena indústria de cigarros, Fausto mergulha
no interior de si mesmo. Rompe com Doris, a esposa infiel, rouba o revólver do
zelador do prédio em que mora, e sai pela noite de São Paulo em busca de
Mira-Celi, seu paraíso imaginário. Uma original releitura do mito de Fausto
pelo cineasta Carlos Reichenbach, em filme que é considerado sua obra-prima.
Prêmio de melhor direção no Festival de Gramado.
A Margem, de Ozualdo
Candeias (Brasil, 1967, 91 minutos)
Inspirado em
acontecimentos reais publicados em jornais populares, o filme aborda o dia a
dia da população pobre que vive às margens do rio Tietê, sob o ponto de vista
de quatro personagens. Eles observam uma mítica mulher que desce o rio em uma
canoa. Acompanha o curta Uma Rua Chamada Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias.
Meteorango Kid –
Herói Intergalático, de André Luiz Oliveira (Brasil, 1969, 80 minutos)
O filme narra, de
maneira anárquica e irreverente, as aventuras de Lula, um estudante
universitário, no dia do seu aniversário. De forma absolutamente despojada,
mostra, sem rodeios, o perfil de um jovem desesperado, representante de uma
geração oprimida pela ditadura militar e pela moral retrógrada de uma sociedade
passiva e hipócrita. O anti-herói intergalático atravessa este labirinto
cotidiano através das suas fantasias e delírios libertários, deixando atrás de
si um rastro de inconformismo e um convite à rebelião em todos os níveis.
MÉDIAS E CURTAS
Brasil, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1981, 13
minutos)
Captado durante a
gravação do décimo disco de João Gilberto, intitulado Brasil, gravado no cinquentenário de seu nascimento,
que contou com a participação de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.
A execução do disco em diferentes fases e distâncias, registradas em
contraponto com flashes de personalidades da vida nacional, representa uma
situação limite e indaga: O que é o Brasil? O que é o brasileiro?
Um Clássico, Dois em
Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (Brasil, 1968, 29 minutos)
Antônio perambula por
São Paulo. À noite, encontra um parceiro na Galeria Metrópole, Isaías, para se
relacionar sexualmente. Apesar da intensa relação que acontece entre os dois,
Isaías pede que Antônio o mate.
Uma Rua Chamada
Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias (Brasil, 1971, 11 minutos)
A região da Boca do
Lixo paulistana e as pessoas do meio cinematográfico que por ali circulavam são
registradas em fotografias de autoria do diretor Ozualdo Candeias.
Superoutro, de Edgard
Navarro (Brasil, 1989, 48 minutos)
Um louco na rua tenta
libertar-se da miséria que o assedia e acaba por subverter a própria lei da
gravidade. Acompanha o curta Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de
Djalma Limongi Batista.
O Universo de Mojica
Marins, de Ivan Cardoso (Brasil, 1978, 26 minutos)
A vida e a obra do ator,
diretor e produtor paulista José Mojica Marins, penetrando em seu estúdio e
mostrando seu mundo.
Mais informações e horários
das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.
Já que você mencionou 2 filmes do José Mojica Marins, e um deles foi Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, me ocorreu uma coisa curiosa: nunca vi esse filme dele, apesar de ser talvez o mais famoso que ele já fez.
ResponderExcluirOs únicos filmes que vi em que ele aparece foram Exorcismo Negro e um filme pornô do final dos anos 90 que eu esqueci o nome. Bom, nesse ele não entrava no meio das cenas de sexo, né?rs Ele só tinha cenas de diálogo com um ator pornô que interpretava o diabo, porque o filme se passava no Inferno.
Bom então ainda não viu o melhor deles e recomendo que veja esse meu amigo.
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