Quanto Avatar faturou mais de dois bilhões de dólares
pelo mundo, os engravatados dos estúdios imediatamente viram a sua mais nova
pipita de ouro: o cinema 3D. Mas quem disse que a coisa foi um mar de rosas?
Embora a maioria do filmes de entretenimento esteja
em 3D, boa parte deles é convertida, sendo que primeiro eles são rodados da
forma tradicional, para então depois eles pincelarem com essa ferramenta. Infelizmente
esse resultado não acrescenta em nada ao filme, sendo que isso é apenas um artifício
para a gente pagar mais para ver a obra e o pior, a imagem acaba sendo um tanto
que prejudicada.
Recentemente eu vi o filme Detona Ralph, que foi
convertido em 3D e o resultado é desastroso, pois a imagem desses filmes
convertidos acaba ficando muito escura e fazendo o espectador se esforçar mais
para ver o que esta acontecendo na tela. Pensando nisso, solto abaixo uma
listinha dos melhores filmes 3D (criados neste formato, não convertidos), que
foram lançados até agora.
CORALINE: E O MUNDO SECRETO
Foi o primeiro filme em 3D que eu assisti na minha
vida e o melhor exemplo desse formato pré-Avatar. Para quem ainda não assistiu
ao filme, Coraline fica dividida entre o nosso mundo e um mundo de fantasia que
ela tanto deseja e quando ela entra nesse universo que ela anseia, entra então
em cena o 3D. Aqui essa ferramenta não surge de uma forma para somente
entreter, mas para também diferenciar o mundo mágico e o mundo real que a
personagem fica dividida no decorrer da trama. Um belo exemplo de como essa
parte técnica pode servir para melhorar ainda mais a trama.
AVATAR
Se falou-se tanto desse filme que chega até ser chato,
mas é preciso lembrar de como James Cameron da uma verdadeira aula de como se é
feito um filme nesse formato. Além de revolucionar a criação de personagens
digitais, o cineasta filmou do inicio ao fim a trama, para que ela fosse
realmente apresentada para todo o mundo no formato 3D. O resultado final (na época)
foi a ultima palavra em tecnologia, onde espectador simplesmente entrava em Pandora
e tinha a sensação de estar passando pelas folhas que surgiam na tela e isso
sem contar das inúmeras criaturas que soltavam aos nossos olhos e tudo de uma
forma clara e nítida. Infelizmente após o estrondoso sucesso do filme, os estúdios
decidiram converter todos os filmes que iriam lançar e o resultado foram obras
desastrosas como Fúria de Titãs.
A Invenção de Hugo Cabret
Muitos se perguntavam como o
cineasta Martin Scorsese iria se comportar criando um filme em 3D, mas não é
que o veterano diretor de Taxi Drive surpreendeu a todos. Além de o filme ser
uma verdadeira declaração de amor aos primeiros anos de nascimento do cinema,
Scorsese apresenta um 3D, que não só faz com que as imagens passem a sensação
de estar saindo da tela, como também nos da à sensação profundidade dos cenários.
São impressionantes as primeiras cenas de Paris, onde vemos cada pequeno
detalhe ao fundo, como das ruas, por exemplo, e a panorâmica da cidade vista no
grande relógio é de cair o queixo.
DREDD
Embora tenha fracassado nas bilheterias,
o filme é um milhão de vezes superior a versão de 1995 e sem sombra de duvida é
o mais novo candidato a Cult do momento. Mas e o 3D? Eis que os melhores
momentos dessa ferramenta no filme ficam por conta das seqüências em câmera lenta,
onde os personagens ingerem uma droga que faz com que eles enxerguem tudo de
uma forma bastante lenta. O resultado final é de inúmeras coisas (desde a água,
sangue e fumaça) surgindo na tela num ritmo bem lento e o 3D faz com que
tenhamos a sensação de vermos cada pequenino detalhe dessas coisas saltando aos
nossos olhos de uma forma bastante bela, mesmo embalado com a mais pura violência.
O HOBBIT
A ultima palavra de revolução de
imagem após Avatar. Todos os fãs ficaram felizes quando Peter Jackson anunciou
que O Hobbit seria em 3D, mas eis que o cineasta anuncia depois que o filme também
seria em 48 quadros por segundo. Normalmente, os filmes que estamos acostumados
assistir, são sempre apresentados em velocidade de imagens em 24 quadros por
segundo, mas então colocando o dobro dessa velocidade (auxiliado com as melhores
tecnologias do momento), o resultado é impressionante.
Neste tipo de filme, inúmeros detalhes
antes despercebidos, acabam chamando atenção dos nossos olhos, desde a
pigmentação da pele dos atores há cada fio de cabelo deles. Como se já isso não
bastasse, a união dessa nova forma de se ver um filme, com o 3D, nos da à
sensação de reboot, ou de finalmente nos fazer compreender de como nossos avôs
se sentiram quando viram um filme a cores pela primeira vez. Infelizmente os
produtores acabaram ficando com certo receio de apresentar essa nova forma de
se ver um filme para as platéias e decidiram então somente distribuir algumas
copias neste formato para algumas salas. Aqui no RS, por exemplo, passou
somente no cinema do Barra Shopping.
Gostaria muito de ter assistido A invenção de Hugo Cabret em 3D, mas infelizmente era um desses films de terror e qualidade questionável que e estava passando na sala 3D.
ResponderExcluirAbraços!
Eu fiz questão de assistir ele no cinema, pois do inicio ao fim era uma verdadeira declaração de amor a um cinema que não volta mais.
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