Sinopse:
Whip (Denzel Washington) está separado de sua esposa e filho, é um experiente
piloto da aviação comercial, mas tem sérios problemas com bebidas e drogas.
Certo dia, ele acabou salvando a vida de diversas pessoas quando a aeronave que
pilotava apresentou uma pane, mas sua frieza e conhecimento permitiu que uma
aterrisagem, praticamente, impossível acontecesse. Agora, apesar de ser
considerado um herói por muitos e contar com o apoio de amigos, ele se vê
diante do jogo de empurra na busca pelos culpados da queda e das mortes
ocorridas. É quando seus erros e escolhas do passado passam a ser decisivos
para definir o que ele irá fazer de seu futuro.
Assim como
Steven Spielberg, Robert Zemeckis começou a carreira dirigindo grandes espetáculos
do entretenimento no cinema (vide a trilogia De Volta para o Futuro), mas
quando criou Forest Gump: O contador de historias parecia que ele seguiria um
rumo com o teor mais maduro, mas não se esquecendo de entreter o publico. Após três
filmes de animação (Expresso Polar, A Lenda de Beowulf e Os Fantasmas de Scrooge) Zemeckis volta a
dirigir da forma tradicional em
O Vôo e para a surpresa de todos, o primeiro filme com um
teor bem adulto da carreira, com personagens humanos e falhos, liderados pelo Whip
(Denzel Washington espetacular), que terá de enfrentar os seus demônios interiores.
Após ter conseguido escapar da morte e ter salvado boa parte dos passageiros de
um avião que pilotava (numa seqüência espetacular), o protagonista terá que
enfrentar o fato de que estava com uma quantidade de álcool elevada no sangue
durante a viagem.
Não é
segredo para ninguém que Denzel Washington é que comanda o show, pois afinal de
contas é o típico ator que já interpretou de tudo um pouco, sendo que cada um dos
seus papeis foi um desafio, principalmente ao interpretar um personagem como
esse: um viciado em bebida e que não admite que tenha problemas para ninguém,
nem para com ele mesmo. Do inicio até o ato final, nos simpatizamos com o
personagem, mas o condenamos pelas suas ações e fraquezas, nas quais poderia se
livrar delas, mas que será somente de uma forma gradual no decorrer do filme,
até se dar conta que se tornará a salvo, quando admitir para ele mesmo os seus
erros que cometeu. Graças à câmera de Zemeckis que segue o ator a todo o
momento, sentimos o personagem se descascando e se tornando uma pálida imagem
se comparado ao que ele foi ao inicio da trama.
Mas embora
o veterano ator comande o espetáculo, os coadjuvantes também têm seu lugar ao sol:
Nicole (Kelly Reilly,de Sherlock Holmes) é uma espécie de imagem espelhada do
protagonista, sendo que ele vê nela uma oportunidade de começar a vida do zero,
muito embora as armações do destino possua outros planos para ambos. Mas de
todo o elenco secundário, quem rouba a cena mesmo é John Goodman, que
interpreta um divertidíssimo fornecedor de drogas para o protagonista, com o
direito de até mesmo o salvar de certas enrascadas. E embora todos nos tenhamos
certa sensação de já sabermos como terminara tudo isso, O Vôo cumpre o que
promete, de não só nos fazer uma reflexão sobre os perigos que nossas fraquezas
podem nos levar como também prova que um drama criado de uma forma bem
redondinha pode sim nos entreter positivamente.
Até que enfim Robert Zemeckis voltou a dirigir filmes com atores de "carne e osso". Suas animações podem até ser inovadoras, mas seus outros filmes são bem melhores.
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