Sinopse: Mark O'Brien
(John Hawkes) é um escritor e poeta que, ainda criança, contraiu poliomielite.
Devido à doença ele perdeu os movimentos do corpo, com exceção da cabeça, e
precisa passar boa parte do dia dentro de um aparelho apelidado de "pulmão
de aço". Mark passa os dias entre o trabalho e as visitas à igreja, onde
conversa com o padre Brendan (William H. Macy), seu amigo pessoal. Sentindo-se
incompleto por desconhecer o sexo, Mark passa a frequentar uma terapeuta
sexual. Ela lhe indica os serviços de Cheryl Cohen Greene (Helen Hunt), uma
especialista em exercícios de consciência corporal, que o inicia no sexo.
Bateram tanto na
tecla, pelo fato de Bem Affleck não ter sido indicado para melhor diretor por
Argo, que muitos se esqueceram de reclamar da ausência de John Hawkes (Inverno da Alma), entre os indicados a melhor ator, por sua delicada e impressionante
interpretação neste filme. Ao interpretar um portador de poliomielite (que o
deixa paralisado do pescoço pra baixo), Hawkes incorpora de corpo e alma, uma
pessoa impedida de fazer inúmeras coisas, mas que jamais se abaixa perante os obstáculos,
mesmo naquele, que acredita que seja o
seu maior desafio: fazer sexo pela primeira vez na vida. A tarefa não é das
mais fáceis, principalmente por acreditar em certos desígnios da igreja e que
acaba o levando a sempre consultar com o seu melhor amigo e padre (William H. Macy, espetacular). O encontro dos
dois é sem sombra de duvida os momentos mais cômicos do filme, que ao mesmo
tempo gera inúmeros debates sobre religião e do que é certo e errado no que irá
fazer durante a vida.
Ao procurar uma especialista
de exercícios de consciência corporal (e ter sua primeira relação sexual), entra
então em cena Helen Hunt, que surpreende ao passar tamanha segurança, em cenas
na qual exige cenas de nudez. Embora já aparentando certa idade, Hunt
surpreende ao passar tamanha segurança e profissionalismo que a personagem possui
e sem sombra de duvida mereceu a indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.
É claro que um tipo de filme como esse não é nada fácil de fazer, principalmente
porque toca em assuntos, que mesmo em pleno século 21, ainda são um verdadeiro tabu.
Mas o cineasta Bem Lewis surpreende ao contornar esses pontos espinhosos, com
momentos delicados, humanos e embalados com um bom humor refinado.
Curto, provocativo e
contagiante, As Sessões é um filme merecia ter tido mais atenção nesta temporada
de Oscar, mas nunca é tarde para descobrir os melhores perfumes nos menores
frascos.
Ainda não pude ver. Mas certamente teu escrito aguçou mais ainda meu interesse. Parabéns
ResponderExcluirObrigado pela sua opinião conde, pois ela vale muito. Se puder compartilhe.
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