Sinopse: Diariamente,
um grupo especializado da polícia francesa precisa lidar com duros crimes
envolvendo crianças. A rotina envolve prisão de pedófilos, interrogação de pais
abusivos e o cronfronto com menores infratores. Dentro deste universo, a vida
privada de cada policial encontra pouco espaço, apesar de ser difícil manter o
equilíbrio entre as duas partes. Essa dinâmica sofre sérias mudanças quando
Melissa (Maïwenn), uma fotógrafa enviada pelo Ministério do Interior, passa a
acompanhar as missões.
Por um primeiro momento, o filme
me lembrou de outro ótimo filme francês, Entre Os Muros da Escola, em que
mostrava o dia a dia de professores, com seus alunos e das dificuldades que
surgiam durante as aulas. Em ambos os casos, é quase um semi documentário em
que vemos terminadas situações, mas diferente de Entre Os Muros da Escola, em
Polissia o elenco se sobressai em interpretações
memoráveis e imprevisíveis, fazendo a gente crer que aquelas pessoas encaram
realmente o horror do dia a dia em determinados casos de crianças que passam há sofrer com relação abusos que sofrem no
decorrer do tempo.
Sem papas na língua, o filme expõe
casos hediondos, tanto de pedofilia como de pais que deveriam nem pensar em ter
filhos, no qual rende momentos fortíssimos e que faz desconcertar o espectador a
todo o momento: o que dizer da forma hedionda em que a mãe faz para os filhos se acalmarem?
Ou de um pai que não está nem ai para
uma possível condenação, pois existem pessoas que podem encobrir tais atos com
panos quentes?
Mas talvez o momento mais
emocionante seja, quando uma mãe deseja dar a sua criança para o grupo de
policia, pois não vê amanha nenhum enquanto estiverem juntos. É um momento fortíssimo,
no qual com certeza foi levado ao improviso e rendendo (para o bem ou para o
mal) uma cena inesquecível. Esperta como ninguém, a cineasta Maïwenn Le Besco (que também atua no
filme como fotografa do grupo), aproveita para explorar os efeitos do dia a dia
dessas pessoas nas suas vidas pessoas, que por mais que tentem serem profissionais,
não conseguem separar suas vidas
profissionais das pessoais, o que acaba rendendo situações complicadas, humanas
e que nos faz a gente se identificar.
Com um final imprevisível e
que nos faz pensar, Polissia é um retrato não só o que ronda numa determinada
cidade francesa, mas de todas as cidades do mundo que se preze. Sempre haverá um
grande mal que aflige os inocentes e por
mais sacrifício que aja, é preciso enfrentá-lo.
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