Sinopse: A presença
de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos
moradores do local. Ao mesmo tempo em que alguns comemoram a tranqüilidade
trazida pela segurança privada, outros passam por momentos de extrema tensão.
Ao mesmo tempo, casada e mãe de duas crianças, Bia (Maeve Jinkings) tenta
encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro de seu vizinho.
Nos primeiros minutos
de projeção do filme O Som ao Redor, conseguimos ter a absoluta certeza, que as
cenas falarão por si sobre o que acontece na trama, ou mais especificamente falando,
a câmera irá nos mostrar o que acontece. O diretor Kleber Mendonça Filho
demonstra do inicio ao fim nesse filme, uma paixão pelo cinema, pois ele usa a
sua câmera como testemunho, sobre o que acontece no dia a dia de alguns
moradores de um prédio, onde cada gesto, olhar fica registrado e fala por si.
Como próprio titulo
entrega, existem sons durante o decorrer da trama, que muitos casos não fazemos
a menor idéia de onde eles vêm, muito menos sabemos do seu propósito, mas estão
ali para gerar certo desconforto e para a surpresa de alguns, até mesmo criar
um clima de suspense. Todos esses
ingredientes servem na realidade, para guardar as sete chaves, as reais intenções
de alguns dos inúmeros personagens que surgem na trama.
Até lá, ficamos entretidos
com a dona de casa, que fica incomodada com um cachorro que não para de latir. Do rapaz
que vende os apartamentos e que começa uma relação com uma garota melancolia.
Do dia a dia (e noite) dos seguranças que dão proteção aos moradores. Em meio a
todas essas sub-tramas, da à sensação de que há um cenário que esta sendo
armado no decorrer da historia, para daí então explodir num determinado ponto. Habilidoso
como ninguém, Kleber Mendonça Filho cria inúmeros momentos tensos, que quando
parece que são peças chaves que poderiam nos levar ao x da questão, eis que
eles são apenas pequenos artifícios para aumentar o clima de suspense que o
espectador começa a sentir. Se por um lado são momentos que apenas estendem a
trama, por outro é uma prova de toda esperteza do cineasta, que consegue nos
prender numa historia que poderia facilmente ser mais encurtada, mas que acabamos
ficando fisgados até o final.
Quando as luzes da
sala se acendem, temos a sensação de que fomos enganados, mas tudo de uma forma
que saíssemos satisfeitos. Pois não é todo dia que interpretarmos de uma forma com
relação a uma trama que assistimos, mas que na verdade era algo completamente
diferente do que imaginávamos que fosse acontecer.
Estou louco para ver esse filme. Todas as críticas que li foram elogiosas.
ResponderExcluirUm dos melhores filmes desse inicio de ano por aqui.
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