O RETORNO DE NOSSAS
VIAGENS A TERRA MÉDIA NOS FINAIS DE ANO
Sinopse: O filme
relata a história de um hobbit pacato Bilbo Bolseiro que é convidado por um
mago Gandalf a entrar numa aventura como ladrão com mais 13 anões. Esta
aventura tem como objetivo recuperar o tesouro dos anões há muito tempo roubado
por um dragão chamado Smaug. Os tesouros haviam sido saqueados por Smaug no
tempo de Thror o avô de Thorin.
De dezembro de 2001,
há dezembro de 2003, Peter Jackson nos acostumou mal ao nos fazer sempre
desejar chegar rápido o final de ano, para daí então embarcarmos em novas
aventuras da terra média, ao lado de Frodo, Gandalf e do resto da sociedade do
anel. Com encerramento da trilogia épica, os fãs do universo de Tolkien ficaram órfãos, sendo que nem mesmo
outros filmes, que pegaram carona do sucesso da saga (como Contos de Narnia) foram
o suficientes para saciar a nossa vontade de voltar a terra média. Coube ao próprio
Peter Jackson arregaçar as mangas e trazer uma aventura ainda inédita no cinema
que era O Hobbit, mas ninguém imaginava o quanto iria longe essa adaptação.
Para começar, o
cineasta ousou em dividir a pequena obra de Tolkin em três filmes, onde cada um
irá possuir três horas cada. A pergunta é: como isso é possível? A resposta
esta no fato que Jackson quis explorar ao máximo as passagens que são somente citadas na pequena
obra, tornando os ares de uma trama mais infantil, para os contornos que o
levam ao clima que é visto em O Senhor dos Anéis. Além disso, Jackson foi ainda
mais fundo, ao procurar textos que próprio Tolkien havia escrito no passado,
que são sub-tramas que passam durante a trama principal de O Hobbit. Se esse
farto material irá funcionar como um todo nos três filmes no cinema, só o tempo
ira dizer e por enquanto, temos mais é que digerir e apreciar esse primeiro
filme com calma.
Para começar, o
cineasta foi abiu ao criar um inicio em que mostra Bilbo Bolseiro (Ian Holm),
esperando Gandalf para sua festa de aniversario (vista no filme de 2001), sendo
que é uma forma de enlaçar o espectador desavisado e mostrar que essa trama se
passa anteriormente aos eventos vistos na trilogia anterior. Neste inicio, o
protagonista começa a se lembrar dos seus primeiros dias de aventura e é ai que
a trama começa, mais precisamente 60 anos antes. Sai o veterano Holm, entra então
em cena Martin Freeman como jovem Bilbo, que surpreendentemente possui os mesmos
trejeitos do velho Bilbo. Revelado na série de sucesso Sherlock, Freeman nos
convence do inicio ao fim que é o jovem Bilbo e seus momentos que contra cena
ao lado do veterano Ian McKellen são dignas de nota.
Mas se por um lado os
dois nos encantam, o mesmo não pode dizer da maioria dos 13 anões que surgem na
porta do protagonista, pois mesmo sendo carismáticos e engraçados ao se
apresentarem, a maioria deles não tem muito tempo em cena para serem mais bem desenvolvidos,
mesmo a gente vendo todos eles durante toda a jornada que eles irão passar. O
único anão melhor construído é justamente o herdeiro do reino dos anões, Thorin
Oakenshield (Richard Armitage), que nos conta a sua origem, da perda do seu
reino perante as forças de um poderoso dragão, que de quebra, é finalmente explicado o do porque da rixa dos anões e elfos.
Sendo apresentados todos
os protagonistas, embarcamos finalmente nas terras da terra média, onde o
cineasta não resiste em filmar belas paisagens nas quais apresenta o melhor
desse universo criado pelo escritor Tolkin. De lugares novos, somos novamente
levados a lugares já conhecidos como Valfenda, onde nos reencontramos com velhos
conhecidos (mesmo quando alguns deles não apareceram realmente no livro), sendo
que isso serve como laço para se conectar a trilogia anterior. O cineasta faz
questão de criar isso, principalmente para jogar pistas nas quais os fãs de
carteirinha sabem muito bem porque estão ali.
Contudo, se Jackson
se mantém bastante fiel em cada momento visto no livro, por outro lado isso
acaba se tornando o calcanhar de Aquiles do filme. Uma coisa que andei
reparando nas ultimas obras do cineasta (como King Kong), é que ele esta sendo
meio que seduzido pelo excesso, sendo que alguns momentos da trama não eram
exatamente importantes para serem colocados em pratica, como no caso da luta
dos gigantes da montanha, que embora esteja no livro, no filme esse momento
acaba se tornando dispensável e sem propósito algum.
Essas passagens e
outras poderiam muito bem ficar numa versão estendida num futuro DVD especial,
mas pelo visto o cineasta fez um filme para os fãs fervorosos, que defendem com
unhas e dentes todas as passagens da obra literária. Mas como é um filme, a
produção era para ser feita para ambos os públicos, seja para os fãs como para
o cinéfilo habitual.
Apesar desses altos e
baixos, o filme vai cada vez melhorando do final do segundo ato ao terceiro,
principalmente quando acontece na tela uma das mais importantes passagens da
obra literária, que é o encontro de Bilbo com Gollum e seu “precioso” um anel. Embora não tendo
o mesmo tempo de participação, se comparado aos filmes anteriores, novamente Gollum
prova que é um dos mais trágicos e bem construídos personagens do universo de
Tolkin e isso somente aumenta na tela graças à fantástica interpretação de Andy
Serkis. Embora coberto por um incrível efeito digital que constrói o personagem
literário, a interpretação de Serkis se sobressai a tal ponto, que até hoje os
fãs imploram para que o ator seja reconhecido com um Oscar, mas pelo visto, os
velhinhos da academia só conseguem enxergar os efeitos visuais, mas não a
estupenda interpretação de Serkis.
Embora com um final
que mais parece uma montanha russa de efeitos, o primeiro filme da trilogia O Hobbit termina satisfatoriamente, mas assim
como os seus antecessores, deixa um gostinho de quero mais para os fãs e
desapontamento para os marinheiros de primeira viagem que não sabiam que o
filme não tinha um fim. Para o bem ou para o mal, Peter Jackson conseguiu de
novo, em nos fazer desejar que o próximo ano passe voando.
48 QUADROS POR SEGUNDO
É A NOVA FORMA DE SE VER CINEMA QUE VEIO PARA FICAR?
Alardeado por todos
os cantos do mundo, O Hobbit seria visto em inúmeras salas de cinema, não
somente em 3D, como também em 48 quadros por segundo. Talvez alguns não saibam,
mas todo filme que se preze possui 24 quadros por segundo, o que faz disso a
imagem que estamos acostumados ao assistir o filme. Peter Jackson achou que era
o momento de aumentar isso e O Hobbit foi um filme rodado neste novo formato e
o resultado tem dividido opiniões. Uns consideram revolucionário, outros
detestaram, alegando que isso acaba não sendo mais um filme e sim uma espécie de
teatro filmado em vídeo. No meu caso, eu assisti nesse ultimo sábado, na única sala
que estava passando o filme neste formato (veja o endereço abaixo) e devo
admitir que nos primeiros momentos estranhei muito, mas aos poucos os meus
olhos foram se acostumando com essa nova forma de se assistir uma historia. Aos
poucos você vai reparando coisas que antes você não reparava como a pigmentação
dos rostos dos personagens, a forma dos cabelos e olhos, tudo de uma forma tão
viva, que da vontade de tocar. Essa sensação só aumenta, graças ao fato do
filme também ter sido rodado em 3D, dando profundidade nas imagens que nos são
jogadas em nossos olhos, fazendo da terra média muito mais viva do que nunca.
É algo que irá mudar
a forma de se assistir cinema? É difícil dizer, pois nem todos terão o
privilegio de assistir dessa forma, portanto só o futuro irá dizer e até lá,
continuemos andando pela terra média nos próximos dois e anos e vermos no que
da!
Local onde o filme está passando no
formato de 48 quadros por segundo no estado: Cinemark Barra Sul. Av. diario de noticias,
300 - Porto Alegre – RS.
Caríssimo, o blog O FALCÃO MALTÊS está aniversariando e entrando de férias. Obrigado pela parceria. Desejo um Natal harmonioso e um Ano Novo cheio de energia.
ResponderExcluirCumprimentos cinéfilos,
O Falcão Maltês