terça-feira, 2 de outubro de 2012

Cine Especial: EXPRESSIONISMO ALEMÃO - UMA SINFONIA DE LUZES E SOMBRAS: Parte 2


De 08 á 11 de outubro, estarei participando do curso EXPRESSIONISMO ALEMÃO - UMA SINFONIA DE LUZES E SOMBRAS, criado pelo Cena Um e ministrado pelo especialista no assunto Carlos Primati. E enquanto os quatro dias não vêm, por aqui, estarei postando os principais filmes, sobre o melhor período cinematográfico da Alemanha.
  
M, O Vampiro De Dusseldorf
  
sinopse: Dusseldorf passa por um momento crítico. Assassinatos em série assustam os moradores da cidade. Meninas são abordadas, seviciadas e mortas por um homem que desafia a polícia. À busca de pistas, qualquer pessoa pode ser o procurado e, por vezes, inocentes são acusados. A polícia vasculha a cidade enquanto os mafiosos, tendo como chefe o poderoso Schränker, montam uma "tropa" composta por mendigos e trapaceiros. O propósito é encontrar o assassino, antes da polícia. Assim, estariam livres para promover seus "negócios"

O primeiro filme falado do diretor austríaco Fritz Lang (Metropolis) e foi baseado em fatos verídicos. A trama é baseada sobre um assassino de crianças, Peter Kürten, que por volta de 1925 cometeu 10 crimes na cidade de Düsseldorf. O filme é um verdadeiro retrato do clima de terror que se alastrava na Alemanha, na época da ascensão do nazismo, e para piorar, o cinema alemão estava vivendo seus piores anos. Contudo, Anjo Azul e M., o vampiro de Dusseldorf são exceções honrosas.
Rodado do começo ao fim em estúdio, M revela o então ator de teatro Peter Lorre (1904-1968), que, apesar de ter atuado em outros filmes posteriores, ficou marcado para sempre como o homem de olhos esbugalhados e se tornou um dos maiores vilões do cinema..
Não faltam momentos que se tornaram clássicos desse filme, como a parte do cego vendedor de balões, que tem contato com o assassino. Ele o reconhece através da melodia que o homem assobia. Alertado, um dos componentes da "tropa" escreve com giz um M (Mörder= assassino) na palma da mão, marcando o facínora nas costas. Após uma grande perseguição, os mafiosos capturam o assassino e o submetem a julgamento. Num monólogo, considerado um dos mais expressivos e surpreendentes da historia do cinema.

Metrópolis

Sinopse: Metrópolis, ano de 2026. Os seres humanos foram divididos em duas castas: os intelectuais, que moram na superfície, e os operários, que vivem nos subterrâneos da cidade e fazem todo o trabalho duro para que ela funcione. A divisão, porém, é estremecida quando o filho do prefeito desce aos subterrâneos e acaba se apaixonando por Maria, uma operária que tenta liderar seus companheiros contra os maus tratos a que são submetidos.

O grande charme desse filme sombrio, e aterrador é o cenário futurista fotografado por dois mestres - Karl Freund e Gunther Rittau. O roteiro foi escrito pelo próprio Lang e por sua mulher, Thea Von  Harbou também autora da historia original e simpatizante do nazismo. O próprio diretor não gostou da solução conciliatória para a luta das classes, por isso chegou a dizer que o final era falso. O filme passou a historia como representante legitimo do expressionismo alemão e um clássico de cinema fantástico. Anos mais tarde, seu visual futurístico (com incríveis arranha céus), serviria de base para a criação do visual de outros filmes como a ficção Blade Runner.      

Curiosidade: A primeira versão de Metrópolis tinha mais de três horas de duração, mas se perdeu. A primeira versão americana tinha 159 minutos e a alemã 153 minutos. Há uma versão restaurada pelo Filmmuseum Munich, que editou cenas perdidas e tem 150 minutos.Em 2008, em Buenos Aires, Argentina, foi encontrada a versão original do filme;
  
Dr. Mabuse – O Jogador

Sinopse: Dr. Mabuse é um psicanalista que faz uso do seu poder de sugestão e hipnose para cometer crimes. Inicialmente como apostador, o protagonista e os seus cúmplices passam a arriscar cada vez mais, com golpes à bolsa de valores e assassinatos. Mabuse nos seus planos disfarça-se sempre, o que dificulta a investigação do seu perseguidor, o oficial von Wenck.
  
Dr. Mabuse – O Jogador é um filme policial, precursor do chamado cinema noir, que o próprio Lang ajudou a desenvolver na sua fase hollywoodiana. O filme insere-se no contexto de uma Alemanha decaída após I Guerra Mundial. A humilhação perante o mundo, a conseqüente crise financeira, a instabilidade política, a impopularidade do conflito, geraram obras que se caracterizam pelo horror, pelo fantástico e pelo crime, um mundo de pesadelo em que os recursos visuais contribuem para uma narrativa expressionista, refletindo a visão do mundo do autor. O filme destaca-se pela assombrosa interpretação de Rudolf Klein-Rogge, no papel do Dr. Mabuse, que nos convence com os seus diversos disfarces; pela fotografia, que sugere a escuridão e o caráter sombrio do personagem, além da cena apoteótica de hipnotismo coletivo num teatro, ( durante a segunda parte), em que Mabuse surge no seu disfarce mais expressivo.
Com uma montagem bastante criativa e uma banda-sonora moderna (na versão do DVD), a obra figura como uma das mais significativas da escola expressionista alemã. Dr. Mabuse aparece ainda em mais dois filmes de Fritz Lang: O Testamento do Dr. Mabuse (1933) e Die 1000 Augen des Dr. Mabuse (1960), último filme do realizador no seu regresso à Alemanha.

Me  Sigam no Facebook e Twitter

4 comentários:

  1. Preciso assistir M, dizem ser uma baita obra-prima.

    ResponderExcluir
  2. O expressionismo cinematográfico alemão é tudo de bom.

    O Falcão Maltês

    ResponderExcluir
  3. Com certeza Antonio. Quanto a vc Celo, corra atras, pois vale a pena.

    ResponderExcluir
  4. Mais três bons filmes! Vi O Testamento do Dr. Mabuse a gostei muito, bastante suspense o tempo todo!
    Abraços!

    ResponderExcluir