Nos dias 28 e 29 de
Julho, estarei participando do curso DAVID LYNCH: O LADO ESCURO DO SONHO,
criado pelo CENA UM e ministrado pelo professor e critico de cinema Rafael
Ciccarini. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um
pouco sobre o que eu sei desse cineasta, que é o melhor que sabe mexer com as nossas mentes.
Eraserhead
Sinopse: Henry
Spencer (Jack Nance) é um reservado operário de uma fábrica que se vê obrigado
a casar com Mary X, uma antiga namorada que se diz grávida dele. O bebê nasce
uma aberração, que faz com que Mary abandone Henry para ele cuidar da
'criatura' sozinho.
Boa parte da visão
autoral de Lynch já estava por completo em seu primeiro longa metragem, que
entre idas e vindas de produção, levou cinco anos para ser concluído. Durante a
estréia, era obvio que o publico, tão acostumado com o começo, meio e fim do
cinema americano, não entendesse a primeira vista no que viu na produção, mas
ao longo do tempo, o filme foi ganhando status de cult, principalmente em
sessões tarde da noite, no qual acabou ficando em cartaz por várias semanas.
Eraserhead (sem tradução, pois o filme nunca
foi lançado no Brasil, mas o título poderia ser livremente traduzido como “o
cabeça de borracha apagadora”). Esse filme é um dos mais estranhos da carreira
do diretor. Se muitos não compreendem Mulholland Drive, o que dizer desse
então. O que é aquele bebê? O que é aquele palco onde canta aquela loira
“bochechuda”? Quem é ela? Quem é Henry, afinal? O que diz a história? Difícil
de encontrar as respostas para tudo num primeiro momento!
São perguntas que se fazem a muitos filmes de
Lynch, mas não deve ser feito disso como uma espécie de “jogo do milhão”, como
aconteceu com Mulholland Drive, que virou febre de teorias na internet. Um
filme como “Eraserhead” não devem ser visto com os olhos que busque alguma razão na obra, muito menos alguma verossimilhança,
mas sim, temos que tratá-lo como um quadro abstrato, em que você olha para ele
e você mesmo tem que interpretá-lo e dar a sua própria opinião do que você
viu. O cinema de David Lynch é como os
sonhos: devemos apenas curtir a viagem e acordarmos depois.
O Homem Elefante
Sinopse: John Merrick
(John Hurt) é um inglês que vive recluso em um circo por ter uma doença que
desfigurou seu rosto. Ele é descoberto por um médico (Anthony Hopkins), que
deseja integrá-lo à sociedade não como um "esquisito", mas como
alguém normal e culto. O problema é que as pessoas não estão prontas para isso,
e John terá que sofrer muito para ser tratado como ser humano.
Primeiro grande
sucesso da carreira do diretor David Lynch em 1980, fala sobre uma fantástica
historia verídica, que se passa no passado de Londres. Filme bonito, sensível e
feito para mexer com as emoções a todo o estante. Direção impecável de Lynch
que construiu o roteiro baseado numa historia real, mas sem levar ao extremo em
seus sentimentos pelo personagem. A fotografia em preto e branco é ótima e
contribui para a construção da peculiar atmosfera do filme, valorizado pelas
expressões e maquiagem de Hurt.
Embora coberto por
uma impressionante maquiagem, John Hurt (Alien: O 8º Passageiro) apresenta um
dos seus melhores desempenhos de sua carreira, fazendo agente acompanhar toda a
sua dor e dos poucos momentos de felicidade, que tanto o personagem valoriza
quando acontecem. Não faltam momentos que se tornaram marcantes, como a famosa
cena em que personagem grita as palavras, “eu não sou um animal, mas sim um ser
humano”, contra uma multidão que queriam machucá-lo. A cena se tornou
posteriormente bastante lembrada, entre cinéfilos
e cineastas, como Tim Burton, que em seu Batman: O Retorno, usa a mesma frase
(só que de uma forma invertida) com o personagem Pingüim.
Com um final arrebatador, Homem Elefante, é sem
sombra de duvida um dos melhores filmes da década de 80.
"As ideias são
como peixes. Podemos encontrá-los à superfície das águas, mas lá em baixo, nas
profundezas, é que eles são maiores. E sabem qual é o principal isco para os
apanhar? O desejo. Temos que desejar as ideias. É o desejo que traz cá para
cima esses peixes graúdos."
"David
Lynch"
AMIGO o destaque do texto está com problemas.
ResponderExcluirSou fã do diretor.
abraços
É mas agora já arrumei. Desde a ultima versão nova, o blogger vive dando esse problema.
ResponderExcluirSou também fanatico pelo diretor e curso a muito estou esperando sobre ele.
Lynch é gênio. Um dos melhores.....quando está inspirado.....ninguém segura.
ResponderExcluirabraços.