Sinopse: Jotuomba
fica localizada no Vale do Paraíba, no estado do Rio de Janeiro. Nos anos 30 as
até então ricas fazendas de café foram à falência, derrubando a economia local.
Madalena (Sônia Guedes), uma velha padeira, continua vivendo na cidade. Ela é
muito ligada à memória de seu marido morto, que está enterrado no único
cemitério local, hoje trancado. Sua vida começa a mudar quando Rita (Lisa E.
Fávaro), uma jovem fotógrafa, chega na cidade.
O mundo envelhece,
doa o que doer! Esse foi o meu pensamento ao assistir esse belo filme, da
cineasta Julia Murat, sobre uma pequena comunidade que ainda sobrevive com a
união de quem vive por lá, mas que, ao poucos, tanto o ambiente como as pessoas vão envelhecendo e se tornando apenas imagens pálidas do que já foram um dia. O filme começa retratando o dia a dia
de todos, ao começar pela protagonista Madalena (Sônia Guedes, espetacular),
que vive na rotina, fazendo pão na madrugada e entregando na padaria do seu
melhor amigo. Aparentemente, todos que vivem nessa pequena cidade se
acostumaram com a rotina, sem perceber os anos que vão passando. Dito isso, eles somente se
dão conta do peso da idade quando eles se vêem por dentro e por fora, quando
sentem o peso da perda de seus entes queridos, ou quando vêem a degradação do
ambiente que um dia foi mais colorido.
Neste lugar desolado que beira há a uma cidade fantasma, Rita (Lisa E Fávaro, ótima), é uma jovem fotografa,
que enxerga neste lugar um universo cheio de significado, para ser estudado,
destrinchado ao longo dos dias e que acabará desestabilizando a rotina do local.
Gradualmente, faz amizade com Madalena, sendo que, aos poucos, elas acabam enxergando
uma na outra, uma imagem do passado e o futuro de ambas. Rita, aliás, pode não ser
muito diferente do que Madalena foi um dia, já que a própria jovem se identifica
mais com o universo da idosa e do lugar em que ela vive, do que na própria civilização
de onde ela saiu e que não tem pressa em voltar.
O filme toca em
assuntos delicados sobre o tempo, vida, morte e sobre lembranças boas (ou ruins) do
passado. Tornando-se assim essas lembranças, ás únicas coisas que restam para essas pessoas do presente, que
acabam guardando elas em suas mentes, ou em fotografias na parede onde acaba se
criando um pouco da vida de um tempo longínquo e se tornando presente no ambiente
em que ainda se vive. Um filme em que todos se identificam e que, assim como a
jovem Rita, acabam por se contagiar por esse universo desgastado, mas cheio de
vida e de histórias para serem contadas.
Desculpe-me pelo sumiço. Estava enrolado com o lançamento de dois livros.Mas já estou de volta! Valeu a dica do filme. Não conheço.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
É sempre bem vindo meu amigo. Abração.
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