terça-feira, 26 de junho de 2012

Cine Especial: O Cinema Surrealista de Luis Buñuel: Parte 5

 No dia 30 e 1º de Julho, estarei participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei, desse corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica e que se dizia ateu "graças a Deus".    

Tristana, uma Paixão Mórbida

Sinopse: A jovem órfã Tristana é entregue aos cuidados experiente Don Lope. O relacionamento da jovem com tutor vai se modificando até que os dois se tornam amantes. Tristana se torna amarga e cruel até que a chegada do jovem Horácio vem abalar o relacionamento dela com Don Lope.

Reunião de morbidez, paixões proibidas, relações insólitas, perversões, rebeldia e passividade. Uma das obras mais polemicas do mestre do surrealismo cinematográfico, é para públicos específicos, mesmo para aqueles já acostumados com a visão critica do cineasta.      

A Bela da Tarde

Sinopse: Frustrada por não conseguir se satisfazer com seu marido, uma jovem bela e rica procura realizar suas fantasias em um bordel e passa a levar uma vida dupla.

Mistura fascinante de fantasia e realidade em que se destacam as obsessões do diretor contra o catolicismo e a hipocrisia social. Impecáveis a fotografia de Sacha Vierny e o elenco, com destaque a Catherine Deneuve e Pierre Clementi. Vencedor do Leão de Ouro no festival de Veneza.    


Ensaio de um Crime

Sinopse: Mesclando suspense e humor negro, o filme traz uma jornada pela mente de Archibaldo de La Cruz, um homem que se entrega à polícia, se assumindo como serial killer.

Mais do que um filme sobre a morte, Ensaio de um Crime é um filme sobre o sexo. Talvez não o ato em si, mas tudo aquilo que representa, tanto no aspecto físico quanto no controle impositivo do macho sobre a fêmea – ou vice-e-versa. Mas nada é tão simples, já que, para Buñuel, não basta atingir o máximo do absurdo, é preciso ultrapassá-lo. Indispensável para aqueles que buscam o melhor do diretor. 


O Diário de uma Camareira

Sinopse: A camareira Celestine arranja um emprego na casa da família Monteil, cercada de peculiaridades, como a patroa frígida, seu marido infiel e um senhor com fetiche por sapatos femininos. Uma menina é estuprada e morta na região e todas as evidências apontam para Joseph, um trabalhador local, como autor do crime. Ele se sente atraído por Celestine e a pede em casamento. Para tentar provar que ele é o assassino, Celestine cede às suas investidas. 

A adaptação livre do livro de grande sucesso, escrito pelo romancista  Octave Mirbeau, que  Luis Buñuel adapta com certas diferenças em relação ao livro, ao começar pelo próprio foco da história. O roteiro, escrito também por Buñuel, com o auxílio de Jean-Claude Carrière, opta por focalizar apenas a trama principal do livro, eliminando praticamente todas as fantásticas histórias e anedotas paralelas presentes no romance. Assim, temos acesso apenas ao último emprego de Célestine como camareira, na casa dos Monteils (Lanlaires, no livro). O corte não é surpreendente, visto que o material do romance é rico o suficiente para a criação de uma minissérie. É um dos títulos de Buñuel que menos revisitei, mas muito longe de ser uma obra menor de sua filmografia. 



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