quinta-feira, 21 de junho de 2012

Cine Especial: O Cinema Surrealista de Luis Buñuel: Parte 3


No dia 30 e 1º de Julho, estarei participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei, desse corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica e que se dizia ateu "graças a Deus".    

OS ESQUECIDOS

Sinopse: Retrata o cotidiano de um grupo de jovens delinqüentes, entre eles Jaibo, recém fugido do reformatório, e Pedro, um garoto rejeitado pela mãe que acaba se envolvendo em um assassinato.

Luis Buñuel cria aqui o verdadeiro retrato das classes pobres esquecidas pela civilização. Após a fase francesa (Cão Andaluz e A Era do Ouro) o diretor embarcou na sua melhor forma na sua fase mexicana. O diretor aqui cria um verdadeiro retrato de um mundo marginalizado e sem esperanças para um grupo de crianças que fazem de todo o possível para sobreviver nem que para isso custem suas vidas. Misturando momentos de realismo com surrealismo, o diretor da um verdadeiro soco no estomago para aqueles que esperam um final mais reconfortante.

Curiosidade: Os Esquecidos recebeu uma indicação ao BAFTA de melhor filme e deu a Buñuel o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, em 1951.


O ALUCINADO

Sinopse:Francisco mantém uma imagem de homem tranqüilo, conservador e religioso. Durante uma missa, conhece Glória, noiva de um amigo. Em pouco tempo, consegue separá-los e casar-se com a jovem. Depois do casamento, passa a ser um homem paranóico, ciumento e atormentado. Fascinante drama psicológico marcado por crítica feroz à burguesia e ao clericalismo.

Um retrato sobre os princípios rígidos, que podem levar um homem a loucura. Na sua fase no México, Buñuel sempre continuou firme e forte com seu lado autoral próprio e aqui neste filme não é diferente. O personagem Francisco, interpretado pelo inesquecível  Arturo de Córdova, nada mais é do que um homem preso pelos princípios do certo e errado, criados pela igreja, (ou seja, alfinetada do diretor perante a religião católica novamente) e com isso, começa a ter inúmeras paranóias com relação a sua esposa o que desencadeia inúmeros momentos de pura tensão (como da catedral por exemplo). Final pessimista, mas que da a que pensar.


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