Nos dias 16 e 17 de Junho,
estarei participando do curso HISTORIA DO CINEMA BRASILEIRO, criado pelo CENA
UM e ministrado pelo jornalista Franthiesco
Ballerini. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, falarei um pouco desse
universo verde amarelo do nosso cinema.
Deus e o Diabo na
Terra do Sol
Sinopse: Manuel
(Geraldo Del Rey) é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo
coronel Moraes (Mílton Roda) e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser
perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa (Yoná
Magalhães). O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva),
que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e
ritual. Porém ao presenciar a morte de uma criança Rosa mata o beato.
Simultaneamente Antônio das Mortes (Maurício do Valle), um matador de aluguel a
serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os
seguidores do beato.
Um dos filmes mais
representativos do cinema novo, conseguindo pela maioria dos críticos como o
melhor filme de Clauber Rocha. Vigorosos momentos de drama, aventura e poesia,
comentados pelas musicas de Heitor Villa Lobos e Sergio Ricardo. Atenção para o
magistral desempenho de Othon Bastos, como o cangaceiro Corisco, um dos remanescentes
de Lampião. Sempre quando surge em cena, suas palavras falam por si, como quando
batiza Manuel de Satanás.
Curiosidade: Foi
rodado nos municípios de Monte Santo, Feira de Santana, Salvador, Canché e
Canudos, todos no estado da Bahia. - Foi lançado no Rio de Janeiro em 10 de
julho de 1964, nos cinemas Caruso, Ópera e Bruni-Flamengo.
O Dragão da Maldade
Contra o Santo Guerreiro
Sinopse: Quando um
matador de cangaceiros é contratado para exterminar um bando e descobre nos
criminosos um idealista que o faz rever seus conceitos de vida.
Seqüência oficial de
Deus e o Diabo na terra do Sol, o filme é uma desconcertante mistura de oporá,
macumba, mas principalmente faroeste. O filme é trajado com aquela roupa típica
do western: a seca do Nordeste brasileiro constituída de homens duros e
impiedosos. Não é nenhuma surpresa ver isso, até mesmo porque o western
americano desencadeou muitas afluentes abraçadas por vários países distintos; o
Brasil abraçou o cangaço mergulhado na pobreza. Premio de melhor direção no festival de Cannes
em 1969.
TERRA EM TRANSE
Sinopse: O senador
Porfírio Diaz (Paulo Autran) detesta seu povo e pretende tornar-se imperador de
Eldorado, um país localizado na América do Sul. Porém existem diversos homens
que querem este poder, que resolvem enfrentá-lo.
Tido para alguns, como
a obra prima de Glauber, o filme pode ter envelhecido para outros, mas não há
como negar sua coragem histórica, pois o filme foi lançado em pleno período da
ditadura e a trama nada mais era que uma critica disfarçada daquele tempo. Considerado
clássico do Cinema Novo e vencedor do prêmio da critica em Cannes, é de difícil
entendimento para quem não esteja habituado com a integridade linguagem do
diretor.
Curiosidade: Em abril
de 1967 o filme foi proibido em todo território nacional, por ser considerado
subversivo e irreverente com a Igreja. Depois foi liberado, com a condição de
que se desse um nome ao padre interpetrado por Jofre Soares.
Realmente a atuação de Othon Bastos em DEUS E O DIABO... é impressionante. Não se esqueça de BARRAVENTO, um dos momentos mais lúdicos de Glauber.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Gosto muito de cinema brasileiro, mas não gosto muito dos filmes de Glauber Rocha. O meu preferido é Barravento, seu primeiro filme e também o menos hermético.
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