quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cine Especial: MARTIN SCORSESE – CINEMA, FÉ & VIOLÊNCIA: Parte 5

Nos dias 05 e 06 de Maio, estarei participando do curso “MARTIN SCORSESE – CINEMA, FÉ & VIOLÊNCIA”, que será realizado no Museu da Comunicação, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema, Rodrigo Fonseca. E enquanto a atividade não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse diretor, que deu sangue novo ao cinema americano nos anos 70 e ainda hoje.


Cassino

Sinopse: Através de três personagens básicos: um diretor de cassino (Robert De Niro) com um passado comprometedor; uma prostituta de alta classe (Sharon Stone), que dominava a todos, menos o seu cafetão; e um gângster (Joe Pesci), que tomava conta do diretor do cassino e passa gradativamente, a seguir os passos dela, criado um painel de Las Vegas dos anos 70, quando a Máfia controlava o jogo, até o gradual surgimento das grandes corporações, que ficaram no lugar das quadrilhas e transformaram a cidade em uma Disneylandia.

Ambicioso painel sobre a marginalidade, a violência e o consumo de drogas. A semelhança de Os Bons Companheiros, também baseado em um livro de Nicholas Pileggi. O perfeccionismo de Scorsese tanto ajuda o filme a apresentar personagens bem definidos, como também em seqüências em que exige o melhor de cada um deles. A narração off, que se por um lado atrapalha em alguns momentos, também faz com que o filme se torne mais ágil e apresente melhor a maioria dos personagens, em especial, a de Sharon Stone, no melhor (e único) momento de sua carreira. O jazzista Oscar Goodman e o cantor e ator Frankie Avalon aparecem como eles mesmos.
Embora o filme tenha dividido a opinião do publico e da critica na época de seu lançamento, o filme foi melhorando conforme o tempo e hoje é um dos mais importantes da carreira do diretor.  


Curiosidade: Para conseguir uma censura mais branda por parte do órgão emissor das categorias de filmes dos Estados Unidos, o diretor Martin Scorsese retirou algumas cenas consideradas mais violentas, como a em que o personagem de Joe Pesci bate com a cabeça de um homem num vaso até que um de seus olhos saltasse da cabeça.


Cabo do Medo

Sinopse: Max Cady (Robert De Niro), um psicopata que foi preso e condenado por estupro 14 anos atrás, cumpriu sua pena e agora está livre. Ele pretende se vingar de Sam Bowden (Nick Nolte), seu ex-advogado, que deliberadamente omitiu informações que alterariam a decisão do júri. Ele pretende agora aterrorizar ao extremo Sam, Leigh Bowden (Jessica Lange), sua mulher, e Danielle (Juliette Lewis), sua filha adolescente, mas pretende fazer isto da forma mais legal possível, pois enquanto cumpria pena estudou todos os aspectos legais possíveis.

Refilmagem de Circulo do Medo (1962), J. Lee Thompson, com a presença de três atores da versão original (Mitchum, Peck e Balsam) em papeis secundários. Scorsese pincela os personagens com cores bem mais fortes e transforma o embate silencioso e tenso da primeira versão, em uma perturbadora orgia de violência e terror psicológico. Apesar do final convencional, é bem conduzido e bem interpretado por todo o elenco, em especial, a Robert De Niro, criando um dos seus desempenhos mais assustadores de sua carreira, e de Nick Nolte, que passa todo o desespero e a impotência que o seu personagem sente perante a situação. Destaque para um dos primeiros papeis de Juliette Lewis.                


Curiosidade: O ator Robert De Niro pagou US$ 5 mil a um dentista antes do início das filmagens de Cabo do Medo, para que ele deixasse seus dentes com um aspecto realmente ruim, que na sua opinião era o ideal para o personagem Max Cady. Após o término das filmagens, De Niro pagou mais US$ 20 mil para que o dentista deixasse seus dentes como estavam antes.


Alice não mora mais aqui

Sinopse: Alice Hyatt (Ellen Burstun) fica viúva após perder o marido, um motorista de caminhão, em um acidente. Como tem um filho, Tommy (Alfred Lutter III), para criar luta pela sobrevivência. Inicialmente trabalha como cantora mas, em virtude de um tumultuado envolvimento com Ben Everhart (Harvey Keitel), um homem casado e agressivo, foge da cidade, indo trabalhar como garçonete em outra localidade. Lá ela conhece Flo (Diane Ladd), uma colega de trabalho que não prima pela educação mas é a amiga que Alice precisava. Lá também se envolve com David (Kris Kristofferson), um fazendeiro divorciado.

Embora seja um filme menor da carreira do diretor, Alice não mora mais aqui é lembrado por ter dado o Oscar de melhor atriz para Ellen Burstun (O Exorcista) e por ser um dos raríssimos filmes da carreira do diretor, em que uma personagem feminina seja a protagonista principal. Burstun conquista o espectador de imediato, ao retratar uma mulher em busca dos seus sonhos, ao lado de seu filho Tommy (Alfred Lutter, carismático), mas no decorrer desse percurso, irá ter que passar por certos obstáculos, como no caso de certos elementos comuns já vistos no resto da filmografia do diretor, como um harvey Keitel inconseqüente e violento.
Embora com um final totalmente previsível, vale a pena redescobrir esse que é um dos primeiros filmes do cineasta.


Curiosidade:  Após umas produções da Disney, Jodie Foster aparece na trama como uma amiga do personagem Tommy. 


   
A época da Inocência


Sinopse: Nova York, 1870. Um advogado (Daniel Day-Lewis) está de casamento marcado com uma jovem (Winona Ryder) da aristocracia local, quando uma condessa (Michelle Pfeiffer), prima de sua noiva, volta da Europa após separar-se do marido. As idéias dela chocam a tradicional sociedade americana e, ao tentar defendê-la, o advogado se apaixona por ela e correspondido.

Fiel adaptação do romance homônimo de Edith Wharton. É o primeiro drama histórico-romântico de Scorsese. Produção requintada, fotografia impecável e elenco que responde a altura, a uma historia de preconceitos, paixões caladas e frustrações. O filme tem um ritmo lento e suas emoções demoram a explodir, o que apenas incrementa o retrato elaborado. Levou o Oscar de melhor figurino (de Gabriella Pescussi). Narração off de Joanne Wood.
      

Curiosidade: A previsão inicial era que "A Época da Inocência" estreasse nos cinemas americanos no outono de 1992, mas o filme apenas estreou realmente quase um ano depois, para que o diretor Martin Scorsese tivesse mais tempo para editar o filme do jeito que queria.


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