segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cine Especial: Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo: Parte 5


Nos dias 14 e 15 de abril, estarei participando do curso “Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo”, realizado no Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do outro lado do mundo.

Contos da Lua Vaga (1953)
SINOPSE: No Japão do século 16, dois oleiros, um ambicionando ficar rico, o outro obcecado por se tornar samurai, levam à perdição suas esposas devotadas por causa de seus sonhos insensatos.
Obra prima do diretor Kenji Mizoguchi (O Intendente Sansho), que embora se vereda para o gênero do fantástico, a trama por vezes soa simples, mesmo quando a trama adentra em situações inexplicáveis. É bem da verdade, que o filme é uma espécie de conto de fadas sombrio nipônico, onde se coloca dois homens em busca de seus sonhos, mas a tal busca, faz com que eles se ceguem de tal forma, que faz esquecer-se de suas mulheres, que ficam a beira da ruína e em meio a uma guerra sem sentido. De um lado, tem o ingênuo homem em busca de realizar o seu sonho de ser samurai, nem que para isso largue tudo, inclusive sua esposa. Do outro, temos um artesão, que na busca de sustentar sua mulher e filho, acaba adentrando num universo cheio de riquezas e luxurias.
Esse segundo alias, é o melhor da historia, onde a trama se encarrega de levantar várias perguntas que ficam no ar, para pessoa que for assistir: Seria os acontecimentos com o personagem algo real? Ou seria tudo fruto de sua imaginação febril? As respostas podem soar um tanto que fáceis, dependendo é claro, se a pessoa que for assistir, tiver uma mente aberta para as inúmeras possibilidades!
Se formos aceitar facilmente tais acontecimentos mostrados na tela, o filme seria muito bem aceito nos dias de hoje, principalmente para aqueles que seguem a doutrina espírita. Ou então, podemos ir para outro caminho, se levarmos em conta que tais acontecimentos, seriam somente momentos abstratos ou algo mais. Podemos ir por esse lado, se lembrarmos dos primeiros segundos da trama, onde a câmera foca um plano aberto, para daí focar um lago, para segundos depois desaparecer sem mais nem menos, dando prosseguimento ao movimento, que termina na família protagonista.
Com essas e outras interpretações, o filme também possui um dos mais belos visuais do cinema japonês de antigamente. Onde a fotografia de produção fala por si, com tons em preto e branco, que podem muito bem ajudar em momentos líricos de paz, como também em momentos de apreensão e suspense sutil.

Curiosidade: Vencedor do Leão de Prata no Festival de Veneza.


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