segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cine Especial: Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo: Parte 1

Nos dias 14 e 15 de abril, estarei participando do curso “Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo”, realizado no Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do outro lado do mundo!

ERA UMA VEZ EM TÓQUIO
Sinopse: Casal de idosos viaja a Tóquio, onde pretende visitar os filhos que há anos não vêem. Porém, todos são muito atarefados e não têm tempo para dar-lhes atenção. Quando sua mãe fica doente, os filhos vão visitá-la junto com a nora de seu falecido filho mais novo, e complexos sentimentos são revelados entre eles.


Se Akira Kurosawa era considerado como um diretor japonês, que mais fazia filme com uma linguagem semelhante ao do ocidente, Yasujiro Ozu era o melhor diretor que poderia levar as telas, o universo contemporâneo do Japão dos anos 50. Sendo que na época, o Japão vivia em tempos de mudança, tanto de costumes, como também estava se reerguendo, após as feridas que adquiriu aos eventos da segunda guerra mundial.
Das melhorias, sempre surgem às mudanças, como o avanço do progresso (visto em panorâmicas em algumas cenas), e com isso, surgem às mudanças dos costumes daquele povo. E isso é muito bem retratado no filme, ao focar a jornada de um casal de idosos, ao visitar seus filhos, onde cada um tem a sua vida e responsabilidade. Atarefados e pouco tempo para os pais, acompanhamos o cotidiano movimentado, tanto dos filhos, como dos pais, que buscam uma forma de se encaixar naquele universo, cujo tempo nunca para. O filme gradualmente nos conquista, devido aos personagens carismáticos, onde cada um possui uma personalidade diferente da outra, assim como os sentimentos com relação ao casal de idosos, que por sua vez, são protagonistas das melhores cenas do filme.  
Yasujiro Ozu tem uma visão particular em apresentar essa historia. As cenas que nos assistimos, são com a câmera para baixo, dando a impressão, que estamos assistindo a uma cena, pela perspectiva de uma criança. Essa forma de filmar, com certeza influenciaram inúmeros cineastas, como no caso de Steven Spielberg, ao criar sua maior obra prima que foi ET.
Um filme sobre mudanças, sobre o medo delas, mas acima de tudo, um filme sobre qual é o significado, sobre a união familiar e o desejo de manter essa união!


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