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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'A Felicidade das Pequenas Coisas'

Nota: Filme exibido neste último domingo para os associados

Sinopse: O professor Ugyen Dorji, de 20 e poucos anos, sonha em se mudar para a Austrália e ser um cantor famoso. Em seu último ano de contrato com o governo, ele é mandado para Lunana, onde deve assumir uma escola infantil. 

Atualmente estamos convivendo com uma realidade em que não nos damos mais conta da beleza em nossa volta, pois estamos cada vez mais presos em nossos celulares, trabalho e a corrida contra o tempo do dia a dia. São casos cada vez mais raros em que paramos por um momento para olharmos em volta e nos darmos conta que estamos perdendo o que mais vale a pena na vida. "A Felicidade das Pequenas Coisas" (2021) é lindo de se assistir, profundo sobre o que nos quer passar e despertando em nós o desejo de explorar esse mundo que não estamos mais conseguindo enxergar.

Dirigido pelo estreante Pawo Choyning Dorji, o filme conta a história de Ugyen, que está terminando a formação de professor, mas não tem nenhuma vocação para ensinar. Seu sonho é conseguir um visto para a Austrália, onde poderá cantar nos bares de Sydney. No entanto, é enviado pelo governo à "escola mais remota do mundo", em Lunana, no topo de uma imensa montanha. Ugyen detesta esta vida pacata e sem tecnologia, até descobrir o prazer da vida simples.

Já na abertura ela nos hipnotiza, já que o realizador filma com carinho o cenário principal para que não nos esqueçamos tão cedo desse primeiro plano. A fotografia privilegia as cenas externas com Ugyen e seus colegas diante da paisagem exuberante das montanhas, em luz natural. Sua subida até o local onde se tornará o cenário principal se torna uma espécie de cruzada de purificação espiritual, onde o protagonista começa aos poucos a largar, mesmo que no princípio de forma forçada, o comodismo da civilização e tendo que se virar com que a natureza tem a oferecer.

Uma vez chegando lá temos uma escola abandonada, porém, cheia de história através das simples coisas e das quais o protagonista não está acostumado em encara-las. Gradualmente, ele aprende de tudo um pouco, desde em ascender o fogão com esterco de boi como também solucionar uma forma de adquirir papel para as crianças estudarem. Não deixa de ser singelo o entrosamento entre as crianças e o protagonista, sendo que esse último não demora muito para se sentir encantando por aquele lugar e com as pessoas em sua volta.

Sherab Dorji se sai bem como o jovem protagonista que precisa lidar com esse novo cenário, sendo que para isso terá que largar dos vícios da cidade grande que tanto lhe prenderam. Do rapaz egoísta e preso aos aparelhos eletrônicos, logo a subida geográfica rumo à minúscula cidade Lunana também funciona como uma ascensão aos céus, à pureza da humanidade em meio às nuvens que, talvez, nunca havia adquirido durante até aquele momento. Embora manifeste um comportamento pouco sociável com os vizinhos e colegas no princípio, ele continua sendo tratado com cortesia e sorrisos. Aos poucos, será impregnado por esse otimismo e se alinhando com as suas novas virtudes em meio aquele cenário.

O filme em si presta uma bela homenagem a cultura local, onde cada detalhe filmado se percebe um total perfeccionismo vindo do cineasta como um todo. Há uma preocupação, por exemplo, na apresentação da construção do quadro escolar para a parede, pois antes disso ele não existia e seu nascimento acaba sendo algo interessante de ser visto. Já as velhas tradições, embora cada vez mais esquecidas por essa nova geração, aqui é vista como peça fundamental para fortalecer a fé daqueles que convivem, tanto com a beleza, como também da força vinda da natureza.

Em sua reta final, ficamos tão impressionados com a trama e seu cenário que não desejamos que ela termine tão cedo. Ao final, nos dá uma sensação de como estamos desperdiçando as nossas vidas por situações ou coisas sem nenhum significado e perdendo aquilo o que é mais precioso. Talvez devemos manter sim as nossas atividades rotineiras, mas nunca nos esquecermos do mundo real que se encontra lá fora e a nossa espera.

"A Felicidade Das Pequenas Coisas" é uma declaração de amor para uma cultura longínqua, assim como também para a própria natureza que existe em nossa volta, mas que não estamos mais prestando atenção para ela. 


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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: "Disforia"

Nota: Filme exibido no último sábado para associados do Clube de Cinema de Porto Alegre. Sinopse: Dário sofre pela dificuldade em se recuperar de um acontecimento assustador de seu passado. Ao se aproximar da menina Sofia, memórias de um trauma são despertadas. Atormentado, ele precisa encarar o passado e o mistério envolvendo a família dele.

Mesmo perante todas as dificuldades, seja devido a pandemia ou desse desgoverno atual, o cinema brasileiro ao menos tem surpreendido ao explorar outros gêneros, principalmente o horror. Curiosamente, o subgênero "pós terror" tem chamado atenção dos cinéfilos, pois títulos brasileiros como, por exemplo, "Trabalhar Cansa" (2011) nos mostra que a realidade em que o brasileiro vive hoje em dia acaba se tornando muito mais mortal do que qualquer monstro do armário tradicional. "Disforia" (2019) se envereda para o horror psicológico, mesmo quando surge em cena ingredientes tradicionais dentro do gênero que pode nos dizer ao contrário.
Dirigido pelo estreante por Lucas Cassales, a trama foca sobre a vida de um psicólogo chamado Dário (Rafael Sieg), que após um momento traumático em sua vida pessoal decidiu voltar a atender seus pacientes. A primeira pessoa que entra em sua agenda é Sofia (Isabella Lima), uma misteriosa criança de 9 anos de idade que desperta sentimentos curiosos e um tanto conflitantes em todos que a circundam. Ao longo do tratamento da menina, Dário volta a ter as sensações de agonia e aflição que ele não esperava que voltassem à tona.
O filme foca basicamente personagens sem rumo na vida, onde suas estradas se encontram nevoadas e não tendo nenhuma boa perspectiva. O cenário, por exemplo, é uma Porto Alegre acinzentada, que pouco lembra o seu glamour visto nos cartões postais, mas que se casa com os nossos dias atuais. Aliás, é notório que os realizadores do cinema gaúcho têm notado que os últimos acontecimentos políticos fizeram da cidade o que ela é hoje, pois basta pegarmos como exemplo títulos como "Ponto Zero" (2015), "Tinta Bruta" (2018) e o recente "Nuvem Rosa" (2021) para constatarmos que os mesmos captaram esses tempos nebulosos.
Por conta disso, essa visão pessoal acaba meio disfarçando alguns pontos óbvios dentro do roteiro, mas ao mesmo tempo sendo lançado perante a nós uma nova interpretação perante aos fatos. Se em um primeiro momento o filme nos lembra o clássico "O Sexto Sentido" (1999) logo ele vai transitando entre outras fórmulas de sucesso como no caso do "found footage", ou basicamente o subgênero filmes perdidos e que rendeu clássicos como "A Bruxa de Blair" (1999). Porém, essas fórmulas são logo descartadas ao vento, principalmente quando o realizador opina ao jogar o protagonista em um verdadeiro jogo psicológico, onde a lógica e o sobrenatural se fundem em um único plano e nos fazendo perguntar o que realmente está acontecendo.
Rafael Sieg se sai bem como um protagonista complexo, do qual o mesmo transita entre a razão e a loucura e se digladiando com os mistérios envolvendo, tanto a jovem garota, como também de sua esposa que se encontra internada. Por conta disso o ato final irá trazer mais dúvidas do que respostas, principalmente ao fazer com que a gente desconfie com relação ao que acontece na tela, que podem ser delírios, sonhos ou manifestações de algo ou de alguém que nunca vemos. A dúvidas solidificam ainda mais principalmente em seus minutos finais, dos quais me fizeram me lembrar também do clássico expressionista "O Gabinete do Dr. Caligari" (1919) e quem conhece o título sabe do que estou falando.
Apesar de toda essa salada de referências, além de um final um tanto que apressado "Disforia" é uma grata surpresa para aqueles que procuram novos desafios dentro do cinema brasileiro e cujo os gêneros podem sim serem explorados pelos nossos talentos.


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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Mulher Que Fugiu'

Sinopse: Enquanto o marido está em viagem de negócios, Gam-hee visita três mulheres nos arredores de Seul. Ela primeira visita dois amigos íntimos em suas casas; o terceiro, um conhecido mais velho, ela encontra por acaso em um cinema independente. 


Sang-Soo Hong é o queridinho de muitos cinéfilos e motivos para isso é o que não faltam. Em seus filmes se fala de tudo um pouco, desde falar sobre ele mesmo, como também cinema, relacionamentos ou simplesmente assuntos rotineiros que moldam o filme como um todo. "A Mulher Que Fugiu" é mais uma obra que presta, tanto homenagem ao modo de se fazer cinema, como também de sua pessoa.

O filme conta a história de Gamhee (Min-hee Kim), que encontra três amigas nos arredores de Seul. Elas mantêm uma conversa amigável, como sempre, mas existem diferentes correntes fluindo independentemente uma da outra, acima e abaixo da superfície. Na medida em que a trama avança vamos conhecendo mais de sua pessoa.

Assim como em seus filmes anteriores, Sang-Soo Hong cria a sua trama através da sua simplicidade, onde o encontro de amigas se torna o coração do filme e cujo os seus diálogos fazem disparar a nossa imaginação como um todo. É exatamente isso que o diretor quer que a gente faça, que comecemos a imaginar as subtramas a partir dos diálogos das personagens, desde o marido da protagonista que nunca surge em cena, como também de determinados vizinhos que são descritos, mas nunca surgem a frente dos nossos olhos. Isso cria um criativo jogo mental, para que possamos juntar as peças e ver se há algum significado para tantas informações que são disparadas por meio dos diálogos.

Além disso,  Sang-Soo Hong presta uma homenagem ao cinema em diversas formas, como no caso da protagonista assistir determinada situação em uma câmera de segurança. A personagem, aliás, reage de acordo com o que acontece na telinha em que ela testemunha e cuja a sua reação não é muito diferente da nossa. Qualquer semelhança com o clássico "Janela Indiscreta"(1954) do mestre Alfred Hitchcock não é mera coincidência, já que ambos os casos as duas tramas se passam em um condômino e os cineastas prestam uma homenagem ao cinema como todo.

Mas, se por um lado o mestre do suspense viajava entre as janelas dos vizinhos com a sua câmera, para que cada uma delas constasse uma história, do outro, Sang-Soo Hong usa quase o mesmo esquema, mas mantendo-se fiel a sua visão autoral e na sua proposta. Reparem, por exemplo, na cena em que a câmera atravessa a janela, foca três personagens visitando um galinheiro, para logo depois a câmera recuar a adentrar em um novo apartamento e para sim começar uma nova história. A personagem de  Gamhee (Min-hee Kim), por sua vez, sempre se encontra presente, como se fosse uma espécie de nossa guia para conhecermos novos personagens.

Curiosamente, se percebe que alguns diálogos da protagonista vão se repetindo, mas que se diferente se formos comparar com cada situação. Se na primeira visita que ela faz a uma amiga dá a entender que o seu casamento de cinco anos é um mar de rosas, na outra conversa em outro apartamento ela transmite que não é bem assim e fazendo a gente ficar na dúvida sobre a sua real situação amorosa. Esse mesmo artifício o diretor já havia usado "Certo Agora, Errado Antes" (2015), mas em proporções muito maiores.

Além disso, novamente, o diretor aproveita para falar não somente sobre cinema, como também de sua pessoa com relação a relações amorosas. Não é novidade para ninguém, por exemplo, que a sua relação com atriz Min-hee Kim fora das telas tem ganhado força e suas histórias contadas em seus filmes seriam uma espécie de metáfora sobre a transformação gradual desse relacionamento que ele vai construindo no lado de cá da tela. Isso também serve como uma leve desculpa para ele criar uma espécie de filme dentro do filme e o ato final sintetiza muito bem isso, pois estamos diante de sua arte e do seu próprio conflito interno se chocando a todo momento.

"A Mulher Que Fugiu" é tudo aquilo que se espera do cineasta Sang-Soo Hong, desde os diálogos na cozinha, no bar ou na cafeteria e a gente só agradece pela sua forma de contar boas histórias. 



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Cine Dica: Próximas Sessões do Clube de Cinema de Porto Alegre: "Disforia" e "A Felicidade das Pequenas Coisas"

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

"Disforia"


SESSÃO DE SÁBADO CLUBE DE CINEMA

Local: Cine Farol Santander, Farol Santander

Data: 12/02/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"Disforia"

Brasil, 2019, 90 min, 14 anos.

Direção: Lucas Cassales

Elenco: Rafael Sieg, Isabela Lima, Vinícius Ferreira, Janaína Kremmer, Ida Celina

Sinopse: Dário sofre pela dificuldade em se recuperar de um acontecimento assustador de seu passado. Ao se aproximar da menina Sofia, memórias de um trauma são despertadas. Atormentado, ele precisa encarar o passado e o mistério envolvendo a família dele.


* * * * *


SESSÃO DE DOMINGO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 13/02/2022, domingo, às 10:15 da manhã


"A Felicidade das Pequenas Coisas" (Lunana: A Yak in the Classroom)

Butão/China, 2019, 110 min, 12 anos.

Direção: Pawo Choyning Dorji

Elenco: Sherab Dorji, Kelden Lhamo Gurung, Ugyen Norbu Lhendup

Sinopse: Cansado da vida em seu pequeno país, um jovem professor butanês resolve tentar a sorte como cantor na Austrália. Mas ele precisa cumprir um último ano de trabalho e é enviado a uma escola distante, em uma aldeia glacial chamada Lunana. Sem conforto algum, o professor começa a ensinar as crianças da aldeia e, aos poucos, descobre os encantos do lugar. O longa é um dos 5 títulos indicados ao Oscar de filme internacional.


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (10/02/2022)

A MULHER QUE FUGIU

Sinopse: Enquanto o marido está em viagem de negócios, Gamhee (Min-hee Kim) encontra três amigas nos arredores de Seul. Elas mantêm uma conversa amigável, como sempre, mas existem diferentes correntes fluindo independentemente uma da outra, acima e abaixo da superfície.


Morte no Nilo

Sinopse: Durante sua viagem de lua de mel num cruzeiro pelo rio Nilo, Linnet Ridgeway, uma rica herdeira é morta e por coincidência quase todos os passageiros têm motivos para matá-la. Enquanto as investigações têm início no próprio navio, novas mortes acontecem com o intuito de encobrir a verdade. 


CASE COMIGO

Sinopse: Em Case Comigo, Kat Valdez (Jennifer Lopez) é uma das mais famosas cantoras pops, além disso, ela faz o par mais sexy do mundo com seu noivo Bastian (Maluma). Seu mais famoso hit "Marry Me" está subindo nas paradas e para comemorar o casal decide se casar com a multidão de seus fãs e que será transmitido pelo mundo todo. 



EXORCISMO SAGRADO

Sinopse: Peter Williams é um padre local que trabalha no México. Ele acabou sendo possuído por um demônio que tentava expulsar e acaba cometendo o mais terrível sacrilégio. Dezoito anos depois, as consequências de seu pecado voltam para assombrá-lo, desencadeando a maior batalha interior.


SEMPRE EM FRENTE

Sinopse: Johnny (Joaquin Phoenix) e o seu jovem sobrinho (Woody Norman) estabelecem uma relação tardia, mas transformadora, quando, inesperadamente, passam a conviver um com o outro. Uma história delicada e profundamente comovente do diretor Mike Mills sobre as conexões entre adultos e crianças, o passado e o futuro.



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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 10 A 16 DE FEVEREIRO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

O Poderoso Chefão - Parte II 


 SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – BENEDETTA Assista o trailer aqui.

NÃO HAVERÁ SESSÃO NO DIA 13 (DOMINGO).

(França/Bélgica/Holanda, 2021, 125min). Direção de Paul Verhoeven, com Virginie Efira, Daphné Patakia, Charlotte Rampling, Lambert Wilson. Imovision, 18 anos. Drama.

Sinopse: Benedetta Carlini é uma freira italiana que vive em um convento desde a infância, em fins do século XVII. A jovem diz que tem visões religiosas e eróticas ligadas a Cristo e outros símbolos da Igreja, o que divide as opiniões de quem convive com ela. Tudo fica ainda mais perigoso quando o convento acolhe uma jovem agredida pelo pai e ambas, Benedetta e Bartolomea, dão início a um romance conturbado. O filme é baseado no livro “Immodest Acts: The Life of a Lesbian Nun in Renaissance Italy”, de Judith C. Brown, e inspirado em uma história real.


SESSÃO ESPECIAL O PODEROSO CHEFÃO 50 ANOS


14h45 – O PODEROSO CHEFÃO – PARTE 2

SESSÃO SOMENTE NO DIA 13 (DOMINGO).

(The Godfather - EUA, 1972, 205min). Direção de Francis Ford Coppola, com Al Pacino e Robert de Niro.

Sinopse: Na década de 1950, os negócios da família mafiosa dos Corleone estão sob o controle do filho caçula, Michael. Ele planeja estender seu poderio para cidades como Las Vegas e Havana, mas descobre que antigos aliados estão tentando matá-lo. Ao mesmo tempo, o filme mostra a saga do seu pai, Vito, na mudança da Itália para os Estados Unidos. Considerado um dos grandes títulos do cinema norte-americano, o roteiro é baseado no livro de Mario Puzzo e completa, neste mês, 50 anos de sua estreia nos cinemas.


17h30 – UNDINE Assista o trailer aqui.

NO DOMINGO, DIA 6, A SESSÃO COMEÇA ÀS 18h15.

(Alemanha/França, 2021, 90min). Direção de Christian Petzhold, com Paula Beer e Franz Rogowski. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: O diretor se inspira no mito da ninfa aquática Ondina para mostrar um romance que se passa em Berlim, nos dias atuais. A protagonista é Undine, uma historiadora especialista na sólida arquitetura da cidade. Quando Undine termina seu namoro com Johann, ela conhece Christoph, um jovem que tira seu sustento do fundo das águas, como mergulhador.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – A FELICIDADE DAS PEQUENAS COISAS Assista o trailer aqui.

(Lunana: A Yak in the Classroom - Butão/China, 2019, 110min). Direção de Pawo Choyning Dorji, com Sherab Dorji, Kelden Lhamo Gurung. Pandora Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Cansado da vida em seu pequeno país, um jovem professor butanês resolve tentar a sorte como cantor na Austrália. Mas ele precisa cumprir um último ano de trabalho e é enviado a uma escola distante, em uma aldeia glacial chamada Lunana. Sem conforto algum, o professor começa a ensinar as crianças da aldeia e, aos poucos, descobre os encantos do lugar. O longa é um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.


16h45 – A MULHER QUE FUGIU *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Domangchin Yeoja - Coreia do Sul, 2020, 75 min). Direção de Hong Sang-Soo, com Kim Min-hee, Seo Young-hwa, Song Seon-mi. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Gam-hee encontra três amigas enquanto seu marido está em uma viagem de negócios. Cada uma, com suas histórias de vida, influencia nas escolhas da protagonista: Young-soon é divorciada e gosta de cuidar de seu jardim; Su-young se sente atraída pelo vizinho; e Woo-jin trabalha em um pequeno cinema. O filme foi o vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Berlim de 2020.


18h30 – MARIGHELLA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 155min). Direção de Wagner Moura, com Seu Jorge, Adriana Esteves, Bruno Gagliasso. Paris Filmes, 16 anos. Drama/Ação.

Sinopse: A cinebiografia recupera a trajetória do ex-deputado e guerrilheiro Carlos Marighella (1911 – 1969), que comandou um grupo de jovens na luta contra a ditadura que governava o Brasil. Ele foi um dos fundadores da Ação Libertadora Nacional, que pregava a revolução armada, e chegou a ser considerado o inimigo número 1 do Brasil. Sua morte aconteceu em uma emboscada em São Paulo, por agentes do DOPS. O filme é uma adaptação do livro "Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo", de Mário Magalhães.


MOSTRA CLAC DE FILMES LATINO-AMERICANOS

Programação paralela do 1º Circuito Latino-Americano de Arte Contemporânea (CLAC)

Apresentação:

Cinemateca Paulo Amorim e Casa de Cultura


SESSÕES NA SALA PAULO AMORIM

  DE 15 A 20 DE FEVEREIRO DE 2022


TERÇA, DIA 15 DE FEVEREIRO ÀS 19h15

WHISKY

(Uruguai/Argentina, 2005, 90min). Direção de Pablo Stoll e Juan Pablo Rebella.

Sinopse: Jacob é um senhor metódico que vive sozinho desde a morte da mãe, num num apartamento em Montevidéu. Ele ocupa seus dias administrando uma pequena fábrica de meia, mas a chegada do irmão Hermann, que mora no Brasil, ameaça sua rotina. Para fingir que está tudo bem, Jacob pede para que uma de suas funcionárias, Marta, finja que é sua esposa.


QUARTA, DIA 16 DE FEVEREIRO ÀS 19h15

DIÁRIOS DE MOTOCICLETA

(Brasil/Argentina/Chile/França – 2004, 130min). Direção de Walter Salles.

Sinopse: No início dos anos 1950, um jovem estudante de Medicina chamado Ernesto Che Guevara e seu amigo Alberto Granado decidem fazer uma viagem de motocicleta pela América Latina, saindo da Argentina com destino a Venezuela. O roteiro durou oito meses e apresentou aos dois viajantes as dificuldades e injustiças deste lado do continente americano.


QUINTA, DIA 17 DE FEVEREIRO ÀS 19h15

LA HAMACA PARAGUAYA

(Paraguai, 2007, 80min). Direção de Paz Encina.

Sinopse: Em um local isolado, num lugarejo do interior do Paraguai, um casal humilde espera pela volta de seu filho, que foi pra guerra contra a Bolívia. O pai enfrenta a situação com otimismo, enquanto a mãe está convencida de que seu filho está morto.


SEXTA, DIA 18 DE FEVEREIRO ÀS 19h15

AS VIAGENS DO VENTO

(Los Viajes del Viento – Colômbia/Argentina – 2009, 120min). Direção de Ciro Guerra.

Sinopse: Ignacio Carrillo é um acordeonista que resolve parar de tocar. Mas, antes, decide fazer uma última viagem através de toda a região norte da Colômbia, onde sempre atuou. No caminho, Ignacio ganha a companhia de Fermin, um jovem idealista, e, juntos, testemunham toda a diversidade da cultura caribenha.


SÁBADO, DIA 19 DE FEVEREIRO ÀS 19h15

AMORES BRUTOS

(Amores Perros – México, 2000, 140min). Direção de Alejandro Iñarritu.

Sinopse: O destino de três pessoas se entrelaça depois de um acidente na Cidade do México. Um deles é Octavio, dono de um cachorro utilizado em lutas clandestinas, que deseja fugir com a cunhada; o outro é Daniel, que deixou a esposa para viver com uma modelo; o outro é Chivo, um ex-guerrilheiro que quer voltar para sua família.


DOMINGO, DIA 20 DE FEVEREIRO ÀS 19h15

MORANGO E CHOCOLATE

(Fresa y Chocolate – Cuba/México, 1994, 110min). Direção de Juan Carlos Tabio e Tomas Gutierrez Alea.

Sinopse: David é um jovem estudante cubano e defensor entusiasmado do regime de Fidel Castro, mas entra em depressão quando sua namorada o deixa. Sua vida muda quando conhece Diego, um jovem artista homossexual que vai de encontro com seus ideais.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).

CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Cine Dica: Streaming: 'A Lenda do Cavaleiro Verde'

 Sinopse: Gawain embarca em uma missão ousada para enfrentar o Cavaleiro Verde. 

Jornada do herói, ou monomito, é a estrutura de storytelling mais utilizada em mitos, lendas, romances e obras narrativas em geral, criada em 1949 pelo antropólogo Joseph Campbell. O conceito apresenta uma forma cíclica de contar histórias, em que o protagonista supera vários desafios para se tornar um herói. Ao longo das décadas esse conceito foi reutilizado diversas vezes, seja nos livros e filmes e dos quais vemos a origem do protagonista, a sua transformação, queda e redenção. "A Lenda do Cavaleiro Verde" (2022) surpreende por utilizar essa velha fórmula de sucesso, porém, criando algo realmente fresco e até mesmo corajoso.

Dirigido por David Lowery, o filme é baseado em um antigo poema do século XIV e ao mesmo tempo interligado com a lenda de Arthur e seu reino de Camelot. Na história, Sir Gawain (Dev Patel), sobrinho do Rei Arthur (Sean Harris), embarca em uma aventura épica para confrontar um perverso inimigo, o Cavaleiro Verde. Nesta jornada ele enfrenta novos desafios e dos quais podem selar o seu verdadeiro destino.

Se inspirando não somente na lenda de Camelot, David Lowery bebe também da fonte de outros clássicos literários, que vai desde "A Odisseia" como também "A Lenda de Beowulf". Em ambos os casos os protagonistas são heróis lendários, porém, não escondem as suas fraquezas por serem humanos e por conta disso acabam cedendo perante a tentação como também a sombra do medo. Neste último caso esse é o principal desafio de Gawain, que deseja se aventurar pelo mundo para desafiar o cavaleiro verde, mas não escondendo o medo perante a sua própria morte.

Revelado ao mundo pelo filme "Quem Quer Ser Um Milionário?" (2008) Dev Patel surpreende no papel do herói duvidoso, do qual as suas ações heroicas somente são aumentadas através do povo, mas não conseguindo corresponder consigo mesmo. Sua atuação melhora ainda mais graças ao lado perfeccionista David Lowery, que jamais deixa de focar o protagonista, elaborando até mesmo planos-sequências surpreendentes e beirando até mesmo inovadores. Com uma bela fotografia que se alinha com uma incrível edição de arte, o cineasta simplesmente abraça a velha fórmula de como se fazia filmes de aventura de antigamente, usando de forma mínima o uso do CGI e surpreendendo com a maquiagem pesada utilizada na enigmática figura do cavaleiro verde.

Curiosamente, o filme se distância muito do lado convencional já muito apresentado dentro desse gênero, ao ponto de que alguns poderão até mesmo achar estranho o seu ritmo, já que o seu ato final, por exemplo, quase não há falas, mas sim somente imagens que valem por mil palavras. Essa reta final, aliás, me fez relembrar o ato final do clássico "A Última Tentação de Cristo" (1988), já que ambos os casos vemos os protagonistas serem testados perante um desafio e que irá revelar o verdadeiro caráter em meio a possível morte ou redenção. Cabe cada um tirar as suas próprias conclusões sobre esses minutos finais, mas que valerão para serem debatidos por um longo tempo.

"A Lenda do Cavaleiro Verde" é uma grata surpresa para os amantes das antigas aventuras de capa espada, mas que corresponde ainda mais para aqueles que buscam algo mais reflexivo e até mesmo com contornos imprevisíveis dentro do gênero.  

Onde Assistir: Amazon Prime.

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