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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Cry Macho: O Caminho para Redenção'

Sinopse: Mike Milo, uma antiga estrela de rodeo e criador de cavalos que, em 1979, aceita um trabalho de um antigo patrão para trazer o seu filho, que vive no México, para casa.  

Clint Eastwood é um símbolo do cinema, vindo dos filmes de faroeste e de outros títulos em que o seu protagonista atira primeiro e pergunta depois. Porém, ele soube se atualizar nos anos em que vieram, ao interpretar personagens que buscam por uma redenção, mesmo quando ela se torne perdida. Em sua obra prima "Os Imperdoáveis" (1992) vemos um pistoleiro buscar a sua redenção, mas se dando conta que a violência do velho e sujo oeste se encontrava encravada em sua alma.

Os anos foram se passando e Eastwood foi, enfim, conseguindo compreender que é preciso abaixar a guarda para obter a paz em sua alma em filmes em que seus protagonistas conhecem o outro lado da história. "Gran Torino" (2008), por exemplo, ele obtém algo novo vindo do outro lado da cerca do vizinho e se dando conta que os estrangeiros que ele havia enfrentado no passado não são muito diferentes do que ele era naquele momento. E se em "A Mula" (2016) parecia ser a última coisa que ele queria nos passar com relação a sua pessoa, eis que em "Cry Macho: O Caminho para Redenção" (2021) ele nos diz que a busca pela sua redenção mal havia começado.

O filme conta a história de Mike Milo (Clint Eastwood), um ex-astro de rodeio e criador de cavalos fracassado, que, em 1979, aceita uma proposta de trabalho de um ex-chefe para trazer Rafa (Eduardo Minett), o jovem filho desse homem, de volta do México para casa. A dupla improvável enfrenta uma jornada inesperadamente desafiadora, durante a qual o cavaleiro cansado do mundo pode encontrar seu próprio senso de redenção ensinando ao menino o que significa ser um bom homem.

Eastwood cria em Mike Milo a imagem do “Estranho Sem Nome”, personagem que o consagrou na “Trilogia Dos "Dólares" comandada por Sergio Leone. Aqui, vemos a imagem da lenda do oeste cansada, debilitada, mas não escondendo que dentro de si há alguém que tem algo ainda para oferecer. Portanto é fácil para ele aceitar a missão de tirar o garoto do México para leva-lo ao seu pai, já que ele não tem mais nada a perder, a não ser se reencontrar.

O grande atrativo do filme está na relação entre o protagonista e jovem rebelde rafa, interpretado com intensidade pelo jovem ator Eduardo Minett. O filme acaba se tornando um típico roadie movie, onde ambos os protagonistas acabam aprendendo muitas coisas um com o outro e se dando conta que ambos são solitários perante um mundo selvagem que, por vezes, é pouco acolhedor para aqueles que perderam o caminho.  Se há uma sensação de repetição do que já foi visto em "Gran Torino" isso logo muda no momento em que os dois buscam refúgio em uma pequena cidade do México.

Ali eles percebem que os habitantes tem pouco a oferecer, mas sendo muito se for comparado ao que eles ganharam e perdendo ao longo de suas vidas. E quando nós achamos que o cineasta irá fazer algo meio que estereotipado com relação ao cenário, eis que ele retrata tudo com naturalidade, realismo e de grande respeito. É o século vinte um, onde os muros são criados somente pelos tolos e Eastwood não quer pertencer a esse grupo.

Curiosamente isso é refletido em sua fotografia, cujas as cores escuras do Texas não são muito diferentes do que é vista no México e sintetizando a ideia que a busca pela felicidade não se encontra em um lugar especifico, mas sim naquele local onde se obteve uma razão para querer continuar existindo. Na reta final da obra, constatamos que ambos os protagonistas conseguiram obter o que queriam ao abaixarem a guarda e conhecerem um novo mundo. Uma vez obtendo isso o amanhã se torna apenas mais um dia a ser melhor degustado.

"Cry Macho: O Caminho para Redenção" nos mostra um Clint Eastwood, enfim, obtendo a sua paz de espirito, mas fazendo a gente desejar que ele embarque novamente em uma jornada para obter novos caminhos. 



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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 7 A 13 DE OUTUBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

Casablanca


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h15 – PEDRO E INÊS, O AMOR NÃO DESCANSA Assista o trailer aqui.

(Portugal/França/Brasil, 2021, 120min). Direção de António Ferreira, com Diogo Amaral e Joana de Verona. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O filme é baseado no romance extraconjugal do rei português Dom Pedro I (1320 – 1367) com a jovem aia Inês de Castro, considerado uma das maiores histórias de amor de Portugal. A paixão entre os dois era tanta que, mesmo depois da morte da amada, Pedro teria feito uma cerimônia para coroá-la rainha. O roteiro do longa, baseado no livro “A Trança de Inês”, de Rosa Lobato de Faria, mostra este romance em três épocas distintas: na Idade Média, nos dias atuais e num futuro distópico.


*NÃO HAVERÁ SESSÃO NOS DIAS 8, 10 E 12 (SEXTA, DOMINGO E TERÇA).


17h30 – CIDADÃOS DO MUNDO Assista o trailer aqui.

(Lontano, Lontano - Itália, 2021, 90min). Direção de Gianni di Gregorio, com Ennio Fantastichini, Gianni Di Gregorio, Giorgio Colangeli. Imovision, 12 anos.

Sinopse: Três velhos amigos que moram em Roma decidem mudar de vida quando percebem que suas aposentadorias (em euro) não pagam as contas do dia a dia. Cada um acrescenta suas histórias e vivências à esta epopeia: o Professor é um homem culto que ensinou latim a vida inteira, Giorgetto é tão pobre que divide o banheiro com um imigrante, enquanto o conversador Attilio tenta ganhar a vida vendendo antiguidades. O plano dos três é viajar para as ilhas dos Açores, mas percebem o quanto é difícil dar adeus às suas lembranças e seu cotidiano.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – DNA Assista o trailer aqui.

(ADN - França, 2020, 90min). Direção de Maïwenn, com Louis Garrel, Fanny Ardant, Maïwenn, Marine Vacth. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: A morte do velho patriarca Emir Fellah é um pretexto para o encontro de suas filhas, netos e bisnetos. Em especial para a neta Neige, que sempre admirou e respeitou o avô e pouco sabe sobre suas origens argelinas. A partir dos pequenos conflitos que surgem neste momento, Neige resolve mergulhar na história de sua família, conhecer o passado do avô – que buscou exílio na França aos 22 anos – e questionar, ela própria, suas verdadeiras origens.


16h30 – SUK SUK – UM AMOR EM SEGREDO *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Suk Suk - China, 2020, 95min). Direção de Ray Yeung, com Tai-Bo, Ben Yuen, Lo Chun Yip. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Pak é um motorista de táxi de 70 anos de idade que vive com sua esposa e acompanha a chegada dos netos. Hoi, da mesma idade, é divorciado e mora na casa do filho. Os dois homens nunca assumiram sua homossexualidade, mas agora, quando se apaixonam, eles contemplam um possível futuro juntos. O filme integrou a mostra Panorama do Festival de Berlim.


18h30 – MEU FIM. SEU COMEÇO. Assista o trailer aqui.

(Mein Ende. Dein Anfang. - Alemanha, 2019, 110min). Direção de Mariko Minoguchi, com Saskia Rosendahl, Julius Feldmeier, Edin Hasanovic. Arteplex Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Nora e Aron formam um casal apaixonado e cheio de planos - até que um assalto coloca um ponto final neste sonho. Ao mesmo tempo, no outro lado da cidade, Natan descobre que sua filha pequena precisa de um tratamento caro para curar uma leucemia. É neste momento de muita dor que os destinos de Nora e Natan se cruzam – mas o que os dois não sabem é que suas vidas já estavam conectadas há muito tempo. Este é o primeiro longa-metragem da diretora de 33 anos, que nasceu em Munique e é filha de pai japonês e mãe alemã.


SESSÕES ESPECIAIS DA SEMANA

Festival Cinemateca Paulo Amorim


DIA 08 DE OUTUBRO ÀS 14h30

CURTAS DA OFICINA DE ALFABETIZAÇÃO AUDIOVISUAL

Sessão de encerramento do curso ministrado pelo cineasta Z Leão, com exibição dos filmes realizados pelos participantes.


Sessão do ciclo Clássicos na Cinemateca – 35 anos.


DIA 10 DE OUTUBRO ÀS 15h

CASABLANCA Assista o trailer aqui.

(EUA, 1942, 100min). Direção de Michael Curtiz, com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.

Sinopse: Uma das maiores histórias de amor do cinema, mostra o reencontro do casal norte-americano Rick e Ilsa na capital do Marrocos em plena Segunda Guerra Mundial.


Sessão do ciclo Clássicos na Cinemateca – 35 anos


Especial Dia da Criança.

DIA 12 DE OUTUBRO ÀS 15h

O GAROTO Assista o trailer aqui.

(The Kid – EUA, 1921, 70min).Direção de Charles Chaplin, com Charles Chaplin e Jackie Coogan.

Sinopse: O filme, que festeja 100 anos, traz a história do vagabundo Carlitos e sua relação paternal com o garotinho recolhido no lixo ainda bebê.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (07/10/21)

O Homem Que Vendeu Sua Pele

Sinopse: O Homem que Vendeu sua Pele é a história de Sam Ali (Yahya Mahayni), um jovem e impulsivo sírio que deixou seu país, pelo Líbano, para escapar da guerra. Almejando viajar para a Europa e viver com o amor de sua vida, ele aceita ter suas costas tatuadas por um dos artistas contemporâneos mais cultuados do mundo, transformando seu próprio corpo em uma linda e prestigiosa obra de arte.



Venom - Tempo de Carnificina

Sinopse: Tom Hardy retorna às telonas como o protetor letal Venom, um dos maiores e mais complexos personagens do universo MARVEL. Dirigido por Andy Serkis, o filme também traz no elenco Michelle Williams, Naomie Harris e Woody Harrelson no papel do vilão Cletus Kassady / Carnificina.


Fátima : a História de um Milagre

Sinopse: O longa Fátima - A História de um Milagre relembra a história dos pequenos pastores Lúcia, Francisco e Jacinta, que contaram ter visto Nossa Senhora enquanto trabalhavam nos arredores de sua aldeia. Muitos duvidavam da veracidade de seus testemunhos, mas outros partiam em peregrinação ao local na esperança de presenciar um milagre, num mundo que era assombrado pela Primeira Guerra Mundial e ansiava pela paz.


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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Cine Dica: MOSTRA UM CAMINHO PARA DOIS: ELAINE MAY E STANLEY DONEN

                                                                                                                       Cantando Na Chuva. 

De 7 a 21 de outubro, a Cinemateca Capitólio celebra o amor e os encontros no cinema com a mostra Um caminho para dois: Elaine May e Stanley Donen, que apresenta dez grandes obras realizadas entre 1949 e 1976 por dois nomes incontornáveis do cinema moderno dos Estados Unidos. O valor do ingresso é R$ 10,00.

A trajetória do jovem Stanley Donen em Hollywood, ainda como coreógrafo e dançarino, começa nos anos 1940. Apadrinhado por Gene Kelly, Donen inicia sua longa carreira de diretor aos 25 anos com Um dia em Nova York, musical revolucionário filmado nas ruas da cidade americana. A parceria com Kelly longo renderia um dos maiores clássicos da história do cinema, Cantando na Chuva, que estabeleceu de vez seu nome entre os principais novos diretores dos anos 1950. No fim da década, realizou outra obra memorável, Cinderela em Paris, com as brilhantes participações de Audrey Hepburn e Fred Astaire. Ao longo da carreira, Donen aventurou-se em outros gêneros, como o thriller de espionagem em Arabesque, e flertou com a invenção da Nouvelle Vague no belíssimo Um Caminho para Dois.

Elaine May iniciou a carreira no teatro, na década de 1950, em uma bem-sucedida parceria criativa com Mike Nichols. Nos anos 1960, realizou roteiros para a televisão e teve experiências como atriz em pequenas produções. Em seu primeiro longa-metragem, O Caçador de Dotes, May contracena com Walter Mathau e confirma o seu talento cômico no cinema. Lançados no decorrer da década de 1970, O Rapaz Que Partia Corações, bela transgressão da comédia romântica, e Mikey e Nicky, drama urbano com atuações inesquecíveis de John Cassavetes e Peter Falk, colocaram o nome de May entre os grandes talentos da Nova Hollywood.

Stanley Donen e Elaine May iniciaram um relacionamento amoroso em 1999. A chama da paixão permaneceu acesa até 2019, o ano da morte de Donen.

Fazem parte da mostra uma edição especial do Projeto Raros com o longa O Delicados, de Stanley Donen, sobre a vida conjugal de um casal homossexual londrino, e Amigo é Pra Essas Coisas, comédia dramática dirigida por Otto Preminger a partir de roteiro de Elaine May.


FILMES    

Um Dia em Nova York

(On the Town)

Estados Unidos, 1949, 98 minutos, HD

Direção: Stanley Donen e Gene Kelly

Três amigos marinheiros tiram folga do trabalho e têm apenas 24 horas para se divertir em Nova York.


Cantando na Chuva (1952, 103 minutos)

(Singin’ in the Rain)

Estados Unidos, 1952, 103 minutos, HD

Direção: Stanley Donen e Gene Kelly

Com o surgimento do som nos filmes, Don Lockwood e Lina Lamont, dois astros do cinema mudo, precisam se reinventar.


Cinderela em Paris

(Funny Face)

Estados Unidos, 1957, 103 minutos, HD

Direção: Stanley Donen

Quando a importante editora de uma revista de moda e seu principal fotógrafo escolhem uma livraria para sua próxima sessão de fotos, o homem descobre o rosto encantador de uma balconista e filósofa amadora.


Arabesque

Estados Unidos, 1966, 105 minutos, HD

Direção: Stanley Donen

O professor especialista em hieróglifos se infiltra na organização criminosa comandada por Nijem Beshraavi, que trama algo perigoso contra o primeiro-ministro Jena.


Um Caminho para Dois

(Two for the Road)

Inglaterra/França, 1967, 110 minutos, HD

Direção: Stanley Donen

As idas e vindas de um casal durante 12 anos de relacionamento.


Projeto Raros: O Delicados

(Staircase)

Estados Unidos/Inglaterra/França, 1969, 96 minutos, digital

Direção: Stanley Donen

O casal Charles e Harry é dono de uma barbearia em Londres. Com o avanço da idade, eles começam a entrar em conflito sobre o quanto dependem um do outro. A sessão será apresentada pelo crítico Marcus Mello.


Amigo é Para Essas Coisas

(Such Good Friends)

Estados Unidos, 1971, 101 minutos, HD com legenda em espanhol

Direção: Otto Preminger

Enquanto espera o término da cirurgia de seu marido, Julie descobre que ele andou tendo relações extraconjugais.


O Caçador de Dotes

(A New Leaf)

Estados Unidos, 1971, 102 minutos

Patife falido precisa encontrar uma mulher rica para se casar em seis semanas. Seu objetivo se concentra numa botânica desajeitada que está tentando encontrar uma nova espécie de planta.


O Rapaz que Partia Corações

(The Heartbreak Kid)

Estados Unidos, 1972, 106 minutos, digital

Direção: Elaine May

Depois de três dias em Miami, onde passa sua lua-de-mel, o rico novaiorquino Lenny conhece a bela loira Kelly. Lenny não tem dúvida alguma de que cometeu um grande erro no casamento e decide conquistar Kelly de qualquer forma.


Mikey e Nicky

Estados Unidos, 1976, 119 minutos, HD

Direção: Elaine May

A história de um dia fatal no relacionamento de dois vigaristas ocasionais, amigos desde a infância.


GRADE DE HORÁRIOS DA MOSTRA


7 de outubro (quinta)

19h – O Caçador de Dotes

8 de outubro (sexta)

19h – Projeto Raros: Os Delicados (Stanley Donen)


9 de outubro (sábado)

19h – Cinderela em Paris

10 de outubro (domingo)

19h – Um Caminho para Dois


12 de outubro (terça)

19h – Mikey e Nicky

13 de outubro (quarta)

19h – Cantando na Chuva


14 de outubro (quinta)

15h – O Rapaz que Partia Corações

17h – Arabesque


15 de outubro (sexta)

15h – Mikey e Nicky

17h – Amigo é Para Essas Coisas


16 de outubro (sábado)

15h – Um Dia em Nova York

17h – Cantando na Chuva


17 de outubro (domingo)

15h – Arabesque

17h – O Rapaz que Partia Corações


19 de outubro (terça)

15h – Amigo é Para Essas Coisas

17h – Um Dia em Nova York


20 de outubro (quarta)

15h – O Caçador de Dotes

17h – Um Caminho para Dois


Fonte: Cinemateca Capitólio. 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Cine Dica: Streaming: 'O Culpado'

Sinopse: Ao atender uma chamada de emergência, um ex-policial precisa correr contra o tempo para salvar uma mulher sequestrada. 

Não é de hoje que o cinema norte americano refilma em seu território ótimos filmes de outros países.  Temos como exemplo genuíno o clássico alemão "Asas do Desejo" (1987), que em território norte americano virou uma versão até que interessante intitulada "Cidade dos Anjos" (1998) e estrelado pelo ator Nicolas Cage. "O Culpado" (2021) é mais um desta lista infindável de refilmagens norte americana, mas que ao menos se sustenta graças ao seu interprete em cena.

Refilmagem do filme Dinamarquês "A Culpa" (2018), a história é sobre um policial Joe Bayler (Jake Gyllenhaal) em um dia tedioso na central de chamadas de emergência 911. Bayler foi punido e rebaixado, por isso vive sempre rabugento. Um dia em questão, após ficar atendendo chamadas de emergência enquanto acontece um incêndio florestal que vai se aproximando da cidade de Los Angeles, Califórnia, EUA, ele recebe uma chamada inusitada. A princípio uma mulher (Riley Keough) parece estar chamando seu filho, mas na verdade está discretamente reportando seu próprio sequestro. Tentando encaixar cada detalhe vago que ela dá, Bayley precisa colocar a cabeça para funcionar para garantir sua segurança, jogando todas as suas habilidades e intuição, mas a partir que o crime começa a se revelar, mostrando sua verdadeira natureza, o psicológico do policial começa a se enfraquecer, mas precisa se forçar para se reconciliar com demônios do passado.

Por ser um filme recente, "A Culpa" é um filme que me marcou bastante pelo seu formato, já que ação toda ocorre do outro lado da linha enquanto nós acompanhamos toda a tensão vinda do seu protagonista em cena. Se tinha ali uma forma de fazer com que o cinéfilo imaginasse várias situações que são somente ditas do outro lado e fazendo com que criássemos uma história paralela, porém, interligada com o que acontecia na tela. Na refilmagem o resultado é basicamente o mesmo, porém, com algumas diferenças significativas.

Para começar, o filme foi filmado justamente no momento da pandemia. Rodado em apenas 11 dias, o filme se concentra como um todo em seu protagonista, mas ao mesmo tempo acontece um incêndio na Califórnia e cujo o evento é visto em uma grande tela na frente do personagem. Talvez isso não sirva somente como distração, como também uma espécie de simbolismo da inquietude e incerteza da qual estávamos passando no momento em que a pandemia havia começado.

Observações a parte, o longa ganha contornos graças a incrível interpretação de Jake Gyllenhaal e chegando a ser superior se for comparado a versão original da qual era estrelada pelo ator Jakob Cedergren. Gradualmente, vamos conhecendo o seu personagem, desde um pouco sobre a sua vida pessoal, como também um certo problema que ele obteve através da justiça, mas cujo o fato é revelado somente no ato final da trama. Até lá, ficamos testemunhando o protagonista se desconstruindo, ao ponto de ficarmos com receio com relação aos seus atos no meio do serviço.

Dirigido por Antoine Fuqua, o mesmo de "Um Dia de Treinamento" (2001), o realizador procura criar um clima claustrofóbico, ao ponto de ficarmos aliviados quando o protagonista troca de cenário, mas para somente essa sensação aumentar ainda mais, já que ali ele praticamente fica ainda mais isolado. Ao mesmo tempo em que ele tenta ajudar a vítima principal da trama, observamos que há uma mistura de sentimentos sendo passada pelo protagonista, como se ele quisesse se redimir por algo através dessa situação em que ele está se envolvendo. Como eu disse acima, Jake Gyllenhaal dá um show de interpretação e carregando nas costas toda a responsabilidade pelo resultado final da obra.

Para os desavisados, a trama pode até mesmo surpreender, mas para os cinéfilos como eu fica aquela sensação chata de fazer as comparações com o filme original. O filme cumpre o que promete, mas me veio também a sensação de que Hollywood realmente enfrenta uma crise de falta de criatividade ao recorrer cada vez mais aos filmes que deram certo lá fora ao invés de criar algo novo em território americano. Polêmicas a parte, "O Culpado" é uma trama que irá agradar em cheio para aqueles que apreciam um bom suspense, mesmo para aqueles que sabem qual é a sua verdadeira fonte de origem.   

Onde Assistir: Netflix

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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Cine Dica: Próximo Cine Debate: 'O Tigre Branco'

Sinopse: A trajetória de Balram (Adarsh Gourav), um jovem indiano que nasceu em meio à miséria e que foi ensinado desde pequeno que seu destino era escolher um grande marajá para servir até o fim com muita lealdade. 

Embora o mundo tenha conhecido mais de perto a realidade atual da Índia através do filme "Quem Quer Ser Um Milionário?" (2008), convenhamos, o final foi romanceado para agradar as plateias do ocidente que gosta de comprar a ideia da superação positiva perante os obstáculos da vida. Porém, nos últimos tempos, cada vez mais se percebe que não há como esconder a realidade em que vários países começam a sentir os efeitos negativos do sistema capitalista e filmes como "Coringa" (2019) e "Parasita" (2019) cada vez mais se tornam símbolos cinematográficos sobre o caminho sem volta de uma sociedade cada vez mais sufocada e sem para onde ir, a não ser se vender ao poder para sobreviver. Aliás, essa minha última observação se casa com a proposta do filme "O Tigre Branco" (2021), do qual o indivíduo comum não deseja pertencer mais ao abate, mas sim pular do galinheiro e se tornar em definitivo o chefe.

Dirigido por Ramin Bahrani, o filme é baseado no best-seller escrito por escrito por Aravind Adiga, que conta a história de um ambicioso motorista indiano chamado Balram (Adarsh Gourav) que decide sair do seu vilarejo e crescer na vida sendo motorista de uma família poderosa. Durante o percurso, ele usa toda a sua astúcia e sagacidade para escapar da pobreza e se libertar de sua vida de servidão a patrões ricos. Contudo, há um alto preço a ser pago.

Confira a minha crítica completa da época clicando aqui. 

Mais informações como participar logo abaixo: 


sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Cine Dica: Streaming: 'A Menina que Matou os Pais/O Menino que Matou Meus Pais'

Sinopse: Em 2002, Suzane Von Richthofen e Daniel Cravinhos chocaram o Brasil por serem os responsáveis pelo brutal assassinato dos pais de Richthofen. Acompanhando o julgamento dos dois, o famoso caso é recontado, buscando respostas sobre o que levou os jovens a cometerem esse crime. 

Crimes hediondos chocam as pessoas e despertam nelas o desejo de verem os criminosos serem punidos a todo custo. Porém, a sociedade se esquece que os criminosos também são seres humanos, cheio de falhas e sempre correndo o risco de escolherem um caminho sem volta. O cinema, ao menos nas últimas décadas, começou a explorar os dois lados da mesma moeda para que a gente compreendesse o que leva uma pessoa a despertar o seu Diabo no corpo.

No ótimo "Lobo Atrás da Porta" (2013), por exemplo, assistimos há duas versões diferentes de um mesmo crime, sendo que a primeira versão é apresentada no primeiro ato, mas logo a seguir os verdadeiros fatos são revelados. Já "Herói" (2003) vemos três versões diferentes de uma trama da qual leva o protagonista conseguir chegar ao imperador da China com a intenção de assassina-lo. "A Menina que Matou os Pais/O Menino que Matou Meus Pais" (2021) são dois filmes que contam a mesma história, mas cujo os seus prelúdios se diferem um do outro e fazendo a gente se perguntar qual é o verdadeiro.

Dirigido por Mauricio Eça, o filme conta a história de um crime cometido em São Paulo que chocou o Brasil. A jovem Suzane von Richthofen (Carla Diaz), junto ao seu namorado Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) e seu irmão Cristian (Allan Souza Lima), assassinaram seu pai Manfred von Richthofen (Leonardo Medeiros) e sua mãe Marísia (Vera Zimmerman). Dezoito anos depois, o caso é revisitado em ambos os filmes com perspectivas diferentes.

Não é de hoje que o cinema nos apresenta dois filmes lançados ao mesmo tempo e que mostram os dois lados da mesma história. Clint Eastwood, por exemplo, havia lançado em 2006 "Cartas de Iwo Jima" e "A Conquista da Honra", cuja a trama se passa durante uma missão na Segunda Guerra Mundial e que mostra os dois lados do conflito. No caso dos dois filmes de Mauricio Eça há uma diferença, já que assistimos a mesma trama, mas cujo os atos que desencadeou as consequências se diferem uma da outra.

Em comum ambos possuem uma edição ágil que nos prende do começo ao final de ambas as obras, assim como uma reconstituição cuidadosa sobre o início do século 21, mas cujo os costumes não são muito diferentes do que se vê hoje em dia. Em comum, ambos falam sobre a divisão de classe que ainda se encontra encravada em nossa sociedade brasileira e cujo o desejo pela posse revela o pior da pessoa ao longo de sua história. Em ambas as versões se encontram as falhas do ser humano que se acha intocável, mas que logo se percebe o quanto é falho uma vez que dá o seu derradeiro passo em falso.

Independentemente de quem foi o culpado que levou a Suzane Von Richthofen a participar desse crime, ambos os filmes revelam que ela não nasceu dessa maneira, mas sim que ela foi construída. Se na versão em que ela era abusava pelo pai soa verossímil, por outro lado, a versão em que ela foi moldada pelas atitudes do seu namorado não ficam muito distantes da possibilidade de que isso realmente ter acontecido. Pelo fato de os filmes serem somente baseados nos depoimentos de ambas as partes, ou seja, de Suzane e Daniel, ambos os projetos nasceram para colocar a gente na dúvida sobre a real origem do crime e cabe cada um tirar as suas próprias conclusões após assistirem ambas as obras.

Mas independente de qual filme é o mais coerente, Carla Diaz é o coração e alma do projeto. Depois de pagar o maior mico na última edição do BBB, atriz se reencontra consigo mesma para nos brindar com uma das grandes atuações do ano, onde ela interpreta a mesma personagem em ambas as obras, mas cuja a sua queda possui duas visões distintas uma da outra. Não importa qual foi o ponto de partida para a inevitável queda, pois em ambos os casos Suzane von Richthofen estava condenada a ser abusada, viciada e despertando o pior do seu interior e nisso Carla Diaz nos surpreende em cada cena.

Embora sejam ótimos filmes com relação a esse crime, porém, solto aqui uma opinião pessoal sobre aquela época. Ao meu ver deveria ter um terceiro filme, só que dessa vez explorando a visão dos fatos pela perspectiva da imprensa da época, sendo que essa última, em boa parte dela, sugou até a última gota sobre um crime que chocou a sociedade brasileira, mas que convenhamos, crimes hediondos como esse ocorrem no Brasil desde sempre, mas cuja a maioria nunca é acolhida pela grande imprensa por não achar de grande interesse para os donos da audiência. Tudo o que a mídia midiática faz talvez não seja realmente procurar os verdadeiros fatos, mas sim transformar tudo em um verdadeiro circo e dominar as emoções e os desejos de uma sociedade cada vez mais dominada por um jornalismo sensacionalista.

"A Menina que Matou os Pais/O Menino que Matou Meus Pais" é sobre os dois lados da mesma moeda, mas cujo os atos que moldaram a história cabe cada um tirar as suas próprias conclusões após assistirem as duas obras.     


Onde Assistir: Amazon Prime. 

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