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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 15 de março de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Cherry - Inocência Perdida'

Sinopse:  jovem abandona os estudos para servir ao exército durante a guerra no Iraque.  

Vindos da direção de seriados de tv, os irmãos Russo surpreenderam o mundo quando foram dirigir "Capitão América - Soldado Invernal" (2014), sendo que esse é apontado por muitos como o melhor filme solo do personagem. Após o sucesso de público e crítica, ambos foram incumbidos de dirigir "Capitão América - Guerra Civil" (2016), "Vingadores - Guerra Infinita" (2018) e "Vingadores Ultimato" (2019), todos se saindo bem sucedidos e fechando com chave de ouro a última fase recente do estúdio no cinema. Nada mal para dois cineastas que foram convidados logo cedo para dirigir projetos tão grandiosos, mas fazendo a gente se perguntar como chegaram a esse tamanho feito.

Acusada de não dar liberdade criativa para os seus diretores em sua primeira fase, os executivos da Marvel se viram na obrigação de provar ao contrário e começando pelos irmãos Russo, mesmo eles sendo desconhecidos pelo grande público. O segundo filme do Capitão é uma aula de edição frenética, quase um balé e que não deve em nada aos outros filmes de ação que ousam ir além. Tendo carta branca para dirigir qualquer projeto, os irmãos Russo lançam agora "Cherry - Inocência Perdida" (2021), filme que eles demonstram total liberdade criativa, mesmo nos momentos em que eles derrapam na curva.

Baseado no romance de Nico Walker, o filme conta a história de Cherry (Tom Holland), um rapaz que decide se alistar para o exército enquanto a sua namorada Emily (Ciara Bravo) vai estudar no Canada. Após a prestação de serviços, Cherry começa a ter estresse pós-traumático retornar do Iraque. Ao tentar conter a doença, ele vira assaltante de bancos para sustentar seu vício em drogas que o deixa endividado.

Já no prólogo podemos concluir que veremos os irmãos cineastas fazendo o que bem entenderem em sua obra. Nos primeiros minutos, por exemplo, testemunhamos o protagonista quebrar a quarta parede para falar com a gente enquanto os cineastas molduram esses momentos com muita câmera lenta e fotografia que transita entre o lado sombrio e tempos mais dourados do personagem. São elementos que são os suficientes para obter a nossa atenção, já que o filme começa com o protagonista a beira do precipício enquanto nos é apresentado um flashback sobre o seu passado e revelando os motivos que o levaram a ter chegado naquele ponto.

É aí que os cineastas perdem um pouco do seu controle criativo, já que apresentação do personagem, além de explorar a origem da sua relação com a personagem Emily, fazem com que eles se estendam por demais a trama que, ao meu ver, poderia ter sido facilmente encurtada em seu primeiro ato. O ritmo começa a melhorar a partir do momento em que o protagonista embarca para uma guerra a partir de uma decisão tola e encarando os horrores que mal ele imaginava. Para os cinéfilos com olhar atento, é notório que aqui os irmãos Russo prestam homenagens aos filmes como "Soldado Anônimo" (2005) de Sam Mendes e ao clássico "Nascido para Matar" (1987) do mestre Stanley Kubrick, sendo que esse último me veio na memória rapidamente nas cenas em que Cherry passa maus bocados no treinamento básico.

Claro que sempre haverá uma espécie de Déjà vu ao assistirmos a esses momentos, mas é neste ponto que os irmãos Russo se aproveitam para criar uma edição ágil e que sintetize os horrores da guerra, tanto física como mental que o protagonista irá passar. Curiosamente, é como se estivéssemos assistindo a dois filmes, já que após a passagem da guerra o protagonista sucumbe as drogas junto com a sua agora esposa para tentar exorcizar os horrores que ele havia testemunhado no conflito. Para o cinéfilo, é perceptível que os cineastas buscaram inspiração em "Trainspotting - Sem Limites" (1996) e "Réquiem para um Sonho" (2000) para criar o cenário tenebroso do mundo das drogas que os protagonistas sucubem dali em diante.

Se por um lado é notório que haja uma falta de um olhar mais original para elaboração destes momentos, do outro, se percebe também que os cineastas se sentem mais livres em fazer o que bem entender neste projeto e cuja essa liberdade eles não teriam por completo em um estúdio como da Marvel. Falando nisso, Tom Holland nos passa uma total liberdade na construção do seu personagem, já que o mesmo transita entre a dor física e mental perante duas guerras distintas uma da outra, mas das quais o sugam e o transformam como um todo. Embora um tanto jovem para o papel, se percebe que o ator se entregou por completo para o personagem e se distanciando e muito de sua imagem como o Homem Aranha atual do cinema.

A descida o para o inferno que o personagem experimenta não é muito diferente de muitos soldados norte-americanos que foram jogados para uma guerra insana e posteriormente serem jogados na sarjeta. O filme se encaminha para um final perfeito, porém, faltou um pouco de coragem da parte dos cineastas em deixar mais em aberto sobre o destino do protagonista.  Ao invés disso, nos é apresentado um epílogo que nos dá certo alívio depois de tudo o que o personagem havia passado, mas também nos passando a sensação de que não era realmente necessário.

"Cherry - Inocência Perdida" é um filme sobre várias guerras, sendo que algumas não anunciadas acabam se tornando até mesmo as mais impiedosas.  

Onde Assistir: Apple TV+

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sexta-feira, 12 de março de 2021

Cine Especial: 'Gandhi - Humanismo e Épico Cinematográfico'

Sinopse: Os acontecimentos mais importantes da vida de Mohandas Gandhi, o líder indiano que enfrentou o domínio britânico sobre seu país.  

O cinema atual se encontra um pouco relaxado na questão de elaborar superproduções. Já houve tempos em que os técnicos de efeitos visuais, edição de arte e fotografia colocavam realmente as mãos na massa e criavam cenários surpreendentes e não poupando na questão de figurantes para dar uma dimensão exata do poder da imagem. Hoje, infelizmente, há muitos casos de grandes produções serem feitas somente com efeitos digitais, mas nos dando a sensação um tanto que artificial em alguns casos que eu não irei citar aqui e fazendo eu me perguntar se essas obras atuais irão sobreviver ao ao teste do tempo.

Os anos oitenta e noventa, por exemplo, foram as últimas décadas que não caíram na tentação pelo lado mais fácil e criando superproduções com os velhos recursos cinematográficos. Olhando para trás, se percebe que havia maior substância, mais toque humano e fazendo dessas produções terem mais vida como um todo. Uma dessas superproduções é sem sombra de dúvida "Gandhi" (1982), obra que não somente contou sobre a vida de um grande personagem histórico, como também sobre os novos rumos de uma nação como um todo.

Dirigido por Richard Attenborough, do filme "Uma Ponte Longe Demais" (1977) o filme começa na África do Sul, 1893. Após ser expulso da 1ª classe de um trem, o jovem e idealista advogado indiano Mohandas Karamchand Gandhi (Ben Kingsley) inicia um processo de autoavaliação da condição da Índia, que na época era uma colônia britânica, e seus súditos ao redor do planeta. Já na Índia, através de manifestações enérgicas, mas não-violentas, atraiu para si a atenção do mundo ao se colocar como líder espiritual de hindus e muçulmanos.

"Gandhi" era um projeto dos sonhos do diretor Richard Attenborough, mas para realizá-lo a tarefa não foi fácil. Nenhum estúdio da época se interessou em produzir o filme. Parte da produção de "Gandhi" foi financiada por Joseph E. Levine, que em troca exigiu que Richard Attenborough dirigisse o já citado "Uma Ponte Longe Demais" e Magia Negra (1978). Attenborough e sua esposa, Sheila Sim, venderam os direitos da peça teatral "The Mousetrap" para ajudar na produção do filme. Na época esta era a peça há mais tempo em cartaz em Londres.

A quantia restante foi obtida com Jake Eberts, amigo de Richard Attenborough, e em pequenas produtoras inglesas. Com o orçamento nas mãos faltava o intérprete para assumir a dura tarefa de dar vida ao personagem histórico, mas opções é o que não faltaram. Alec Guinness e Anthony Hopkins estiveram cotados para interpretar Gandhi, além de John Hurt e Tom Courtenay chegaram a fazer testes para o personagem.

Curiosamente, Dustin Hoffman também tinha interesse, mas preferiu atuar no já clássico "Tootsie" (1982). Harold Pinter sugeriu o até então desconhecido Ben Kingsley, após vê-lo numa peça teatral. O prólogo já dá uma dimensão do que iremos testemunhar ao longo do filme. Já no início, testemunhamos o assassinato do protagonista, para logo em seguida mergulharmos no grande funeral que a Índia havia preparado para ele. A cena em si é, desde já, uma das mais surpreendentes da história do cinema, onde reuniu cerca de quatrocentos mil figurantes. Só para se ter uma ideia, a saída dos hebreus do Egito no clássico "Os Dez Mandamentos" (1956) reuniu no máximo duas mil pessoas, sendo um número irrisório perto do que foi usado em "Gandhi".

Essa verossimilhança para realização do filme se deve ao enorme respeito que o diretor tinha pela figura desse personagem histórico, do qual sem usar nenhuma arma mudou os rumos da história da Índia. Em mais de três horas de duração, assistimos passo a passo o desenvolvimento do personagem, da maneira como ele pregou a sua palavra de paz e como a mesma foi usada para mudar a forma de pensar do seu povo e dos políticos da época. A tarefa foi árdua, já que estamos falando de um único homem contra o império Inglês, sendo que o mesmo usou da força bruta para continuar com o seu poder contra a Índia.

É nesses momentos, por exemplo, que a produção nos dá uma noção da preocupação da reconstituição dos fatos. Para tanto, não poupou momentos duros onde retrata a resposta fria do governo inglês contra a Índia: a cena do massacre de 1.500 pessoas pela polícia britânica é impactante e me fez lembrar a clássica cena da escadaria do filme russo "O Encouraçado Potemkin" (1926).

Fotografia, edição de arte e figurino são tudo impecáveis, além de um olhar seguro do diretor que jamais obteria tal feito na carreira e deixando um legado único sobre como se deve fazer superproduções no cinema. Porém, a alma do filme pertence ao intérprete Ben Kingsley, que interpretou o protagonista com tamanha entrega que alguns nativos da Índia acharam que ele fosse seu fantasma. O segredo pode estar nos genes: a família paterna do ator é oriunda do estado indiano de Gujarat, o mesmo de Gandhi.

Não é à toa que o filme viria a ser o favorito em diversas premiações da época, ao ponto de receber oito Oscar, incluindo Melhor Filme, Diretor e Melhor Ator para Ben Kingsley. Curiosamente, "Gandhi" bateu de frente com o favoritismo da época que era o filme "ET" (1982), obra prima de Steven Spielberg, que era a maior bilheteria da época, mas que viu muitos dos prêmios sendo levados pela produção de Richard Attenborough. Revisto hoje, ambas produções merecem um lugar na história do cinema, independente de quem mereceu mais os prêmios daquele período.

"Gandhi" é uma obra prima, uma reconstituição sobre a cruzada de um grande homem da nossa história e um exemplo de como se fazia superproduções com as velhas e boas técnicas cinematográficas. 

Onde Assistir: Em DVD ou Netflix e locação pelo Youtuber.

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quinta-feira, 11 de março de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Volume Morto'

Em meio a tantos problemas, seja ele devido a pandemia ou de questões políticas, é notório como ainda o Brasil consegue criar filmes que falem um pouco sobre os nossos tempos contemporâneos. Um desses artifícios, por exemplo, é o uso do gênero de horror, mas do qual fala sobre os temores reais, paranoias e dos quais se tornam os verdadeiros monstros em tempos de hoje indefinidos. "Volume Morto" é um suspense claustrofóbico, mas do qual ele se torna verossímil a partir do momento em que ele se aproxima de situações familiares perante aos nossos olhos.  

Dirigido por Kauê Telloli, do filme "Eu Nunca" (2013), o filme conta a história de uma jovem professora, interpretada pela atriz Fernanda Vasconcellos, que se mobiliza para resolver o estranho caso de um menino mudo, de sete anos de idade. Ela decide então chamar os pais do menino, interpretado pelos atores Júlia Rabello e Daniel Infantini, para uma reunião secreta na escola para analisar a situação. Porém, na medida em que o tempo avança, a reunião vai por caminhos imprevisíveis.  

Assim como "Deus da Carnificina" (2011) de Roman Polanski, esse filme de Kauê Telloli nos chama atenção pelo fato dela se passar em um único cenário, mais precisamente em uma sala de aula moldada por desenhos do jovem aluno que nunca aparece em cena, mas que é responsável pelo nascimento do conflito principal da trama. Com planos fechados, Kauê Telloli cria um clima de claustrofobia na medida em que a trama avança e cuja a edição criativa das cenas nos chama atenção do começo ao final dela. Nada mal para um pequeno filme, mas que supera em termos de genialidade se comparados a outros de grande orçamento, porém, vazios.  

Além de uma ótima direção, o filme conta com um pequeno elenco ilustre e do qual sintetiza o lado ambíguo de cada um dos seus personagens. Fernanda Vasconcellos, por exemplo, surpreende ao criar uma personalidade complexa para a sua personagem, mas que aos poucos ela sente encurralada na presença do casal central da trama. Tanto Júlia Rabello como Daniel Infantini se saem muito bem em seus respectivos papéis, ao ponto de temermos pelas próximas ações de seus personagens na medida em que determinados segredos veem à tona.   

Curiosamente, o filme não deixa de tocar na ferida com relação a diversos assuntos, desde ao abuso psicológico que certas crianças sofrem dentro da família, como também essas mesmas famílias desmerecer os trabalhos dos professores atuais que tanto sofrem preconceito, seja através de políticos, ou até mesmo de pais que acreditam que sabem como educar realmente os filhos. Porém, o filme não cai no óbvio e revelando mais camadas dessa cebola na medida em que ela vai sendo descascada e nos brindando com uma revelação surpreendente no último minuto da trama.  

Com participação especial de Fernanda Viacava, "Volume Morto" é uma pequena pérola do nosso cinema brasileiro atual e cuja a sua genialidade sobrevive mesmo em meio as limitações que nos encontramos atualmente. 

Onde Assistir: Google Play Filmes. 

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quarta-feira, 10 de março de 2021

Cine Dica: Cine Dica: Streaming: 'Raya e o Último Dragão'

Sinopse: Há muito tempo, no mundo de fantasia de Kumandra, humanos e dragões viviam juntos em harmonia. Mas quando uma força maligna ameaçou a terra, os dragões se sacrificaram para salvar a humanidade. 

A Disney atual está em sintonia com relação ao que passa no mundo, ao ponto de agradar todos os povos, mas cuja as histórias nos identificamos como um todo. Não é de hoje, por exemplo, que o estúdio olhou para o oriente, mais especificamente para China e criar pequenas pérolas como no caso de "Mulan" (1998). Em "Raya e o Último Dragão" (2021) o estúdio novamente direciona o seu olhar para o oriente, mas para contar uma história ainda mais antiga, rica e pegando em assuntos que devem ser vistos e ouvidos por todos hoje em dia.

Dirigido por Don Hall, Carlos Lopez Estrada e Paul Briggs, o filme se passa em um reino habitado por uma vasta e antiga civilização conhecida por ter passado gerações veneradas os dragões, seus poderes e sua sabedoria. Porém, com as criaturas desaparecidas, a terra é tomada por uma força obscura. Quando uma guerreira chamada Raya, convencida de que a espécie não foi extinta, decide sair em busca do último dragão, sua aventura pode mudar o curso de todo o mundo.

Embora o estúdio tenha abraçado por anos animação computadorizada, por outro lado, é notório que algumas vezes os mesmos tentam resgatar como se fazia uma boa animação como antigamente. Na abertura, por exemplo, aquele universo mágico e suas origens são contadas através do traço tradicional, remetendo uma época mais simples em que se fazia animação somente com o lápis, mas não escondendo uma grandeza quando são perfeccionistas com relação aos detalhes. A partir desses minutos somos facilmente fisgados pela trama, uma vez que ela se torna uma grande aventura.

Aventura essa liderada por Raya, princesa, heroína e lutadora, que tenta de todas as formas encontrar um meio para dar vida e união ao reino dividido devido a ganância do ser humano. Ao longo de sua jornada, a protagonista vai ganhando aliados, alguns até bem interessantes, como no caso do último dragão Sisu e que é, talvez, seja o personagem mais interessante e divertido do conto e que dará uma lição de moral, tanto para a protagonista, como também para sua antagonista chamada Namaari, pertencente ao reino da garra e causadora do conflito.

Como sendo um produto Disney o filme possui um belíssimo visual, cuja a fotografia e edição de arte prestam uma grande homenagem ao oriente. Como sempre, o filme possui personagens fofos e engraçadinhos e que, embora não tenham um total aprofundamento em suas personalidades, por outro lado, são essenciais para a trama como um todo. Aliás, cada personagem se torna uma pedra fundamental para trama, da qual debate a questão da falta de confiança entre as pessoas de hoje em dia.

Em determinado momento, por exemplo, fica claro que a peste que assola aquele mundo, transformando as pessoas em pedra, surgiu através da desunião, ambição e falta de confiança entre as pessoas. Obviamente os realizadores decidiram criar um conto que dialogasse com o mundo atual em que vivemos, onde ele se encontra dividido devido a diversas crises, mas que caberá a confiança entre os povos se a intenção for em continuarem sobrevivendo. Em tempos nebulosos, em que vivemos de pandemia e crise financeira, o filme vem para nos dar uma animada e nos dizer que sempre haverá esperança.

"Raya e o Último Dragão" é uma bela aventura mágica, mas que também nos ensina a nunca desistir de confiar nas pessoas. 

Onde Assistir: Disney+

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terça-feira, 9 de março de 2021

Cine Dica: Cine Dica: Streaming: 'O Mandaloriano - 2ª Temporada'

Sinopse: Din Djarin (Pedro Pascal) é um guerreiro solitário que trabalha como caçador de recompensa. Ele embarca numa jornada pelos territórios esquecidos da galáxia, logo após a queda do Império e antes da criação da temida Primeira Ordem. 

Quando se achava que a franquia de Star Wars estava esgotada, eis que a Disney surpreende ao explorar o universo criado por George Lucas em outras fronteiras que vai muito além da mitologia dos jedis. Ao explorar a natureza dos caçadores de recompensas, os mandalorianos, os realizadores conseguem respeitar, tanto os fãs, como também a essência desse universo criado a partir de 1977. Com isso, a segunda temporada de "O Mandaloriano" vai mais a fundo com relação a mitologia do personagem, mas também se alinhando a tudo que já havia sido criado anteriormente.

Novamente acompanhamos o caçador de recompensas e Mandaloriano Din Djarin (Pedro Pascal) em sua jornada em deixar o seu pequeno amigo bebê Yoda nas mãos seguras em algum planeta distante. Porém, além de participar de outras missões, ele ainda terá que enfrentar o império que ainda resiste após os eventos de "Star Wars - O Retorno de Jedi" (1983). Em meio a isso ele obtém novos aliados e cujo alguns são bem conhecidos aos nossos olhos.

Embora pertença a uma grande franquia, "O Mandaloriano" é uma série que funciona de forma independente para aqueles que nunca haviam acompanhado nenhum filme ou série de Star Wars. Porém, a obra se torna ainda mais prazerosa de ser assistida a partir do momento que surgem personagens conhecidos pelos fãs, tanto dos filmes, como também de outras séries que haviam sido lançadas ao longo desses anos. Com relação a isso, os realizadores dão um tratamento mais do que merecido ao caçador de recompensas Boba Fett, antes dado como morto em O "Retorno de Jedi" em uma cena infeliz, mas obtendo a sua redenção mais do que merecida aqui.

Curiosamente, é surpreendente como a série é muito bem trabalhada, já que os efeitos visuais, figurino, fotografia e edição de arte não deve em nada ao que já foi apresentado nos filmes que foram lançados no cinema. Porém, muito disso se deve aos diretores autorais que foram convidados em dirigir alguns episódios, como no caso de Robert Rodriguez que dirigiu o episódio “The Tragedy. Como de costume, a série ainda tem tempo de prestar homenagens aos velhos filmes de faroeste, onde a figura de Din Djarin sintetiza o pistoleiro durão bem ao estilo Clint Eastwood, mas que não esconde os seus sentimentos paternais com relação ao pequeno bebê Yoda que, aliás, a relação entre os dois é o coração da série como um todo e culminando em momentos que muitos vão ceder ao choro.

Mas muitos fãs não estavam preparados para os últimos capítulos, principalmente com relação ao último, onde surge do nada um personagem clássico da franquia e fazendo todos delirarem de alegria. Ponto para os realizadores que souberam transitar entre a criatividade para elementos clássicos que introduziram na trama para agradar os fãs. Porém, tudo isso moldado de uma forma que agradasse ambos os lados, tanto aos fãs, como também para uma crítica mais exigente.

Com um final redondinho, mas não escondendo sementes que irão germinar no futuro, "O Mandaloriano - 2ª Temporada" é a melhor coisa que surgiu na franquia Star Wars em anos. 

Onde Assistir: Disney +

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segunda-feira, 8 de março de 2021

Cine Dica: Cine Dica: Streaming: 'WandaVision'

 Sinopse: Após os eventos de "Vingadores: Ultimato" (2019), Wanda (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany) se esforçam para levar uma vida normal no subúrbio e esconder seus poderes. Mas a dupla de super-heróis logo começa a suspeitar que nem tudo está tão certo. 

Após o encerramento da última fase dos estúdios Marvel nos cinemas muitos se perguntavam em que ponto a nova fase começaria, pois cada filme possui as suas sementes para germinar posteriormente, mesmo quando a maioria das obras funcionem de forma independente. Eis que a Marvel/Disney decidiu investir no Streaming com o Disney+ e em tempos de pandemia, onde boa parte dos cinemas do mundo se encontram fechados, esse novo investimento veio na hora certa para o ambos os estúdios. Eis que a primeira obra a chegar na plataforma é "WandaVision" (2021), minissérie em nove capítulos que surpreende ao colocar o estúdio em um novo patamar, tanto em formato como também em alguns pontos ousados.

Talvez uma das coisas mais certeiras foi terem começado a fazer uma minissérie focada em uma das personagens mais queridas pelo público, mas que, por vezes, não tinha o seu espaço merecido nas telas do cinema. Aparecendo pela primeira vez em "Vingadores - A Era de Ultron"(2015), Wanda, interpretada pela ótima atriz Elizabeth Olsen, sempre se apresentou como uma personagem complexa, trágica e tendo que enfrentar os seus próprios erros e perdas. Se no filme de estreia foi revelado que ela havia perdido os pais em um bombardeiro, além de perder posteriormente o seu irmão gêmeo Pietro (Aaron Johnson) nas mãos de Ultron, eis que a situação piora quando ela mata acidentalmente pessoas inocentes em "Capitão América - Guerra Civil" (2016).

Como se já não bastasse, em "Vingadores - Guerra Infinita" (2018) é revelado que ela iniciou um relacionamento amoroso com o androide Visão (Paul Bettany), sendo que o último é morto pelo vilão Thanos (Josh Brolin) por estar usando uma das joias do infinito. Após o final de "Ultimato", parecia que as coisas haviam se estabilizado, mas não para Wanda, que pelo visto não aceitou as suas perdas ao longo da vida. Eis que essa é a fórmula de sucesso de "WandaVision", ao retratar uma personagem cujo os poderes da magia se misturam com a dor que ela carrega e resultando em uma situação surpreendente.

Na minissérie, vemos Wanda e um Visão de volta a vida, casados e vivendo uma vida pacata uma cidade do interior. Porém, cada capítulo é moldado em uma espécie de homenagem as séries de tv americana de antigamente e cuja as referências vão desde "A Feiticeira" (1964) como "Jeannie é um Gênio" (1965). Os primeiros capítulos beiram ao humor, para momentos surreais, ou até mesmo assustadores e fazendo prender a nossa atenção de forma imediata.

A situação, gradualmente, vai sendo explicada e sendo revelado por personagens do lado de fora da cidade. Como de costume, a série usa personagens de outras produções, desde um que foi visto nos primeiros filmes de "Thor" (2011 - 2013), como também de "Capitã Marvel" (2019) e "Homem Formiga e Vespa" (2018), mas nada que possa comprometer o entendimento da trama. Curiosamente, várias teorias foram levantadas sobre o que realmente estava acontecendo ao longo da história, tanto que o nome Mefisto, um dos grandes vilões das HQ da Marvel, foi diversas vezes citado pelos fãs como o verdadeiro causador de tudo que estava acontecendo. Porém, a verdadeira causa de tudo se encontra mais embaixo e provando que os produtores não queriam cair no óbvio.

Tendo um material farto das mãos, baseado tanto em clássicos como também HQ recentes, os realizadores optaram em explorar ao máximo a personagem Wanda, cuja a mesma transita entre a razão, dor e a loucura.  Elizabeth Olsen nos brinda com a melhor atuação de sua carreira, ao passar através do seu olhar uma personagem que carrega, tanto um poder desconhecido pela própria, como também as dores nunca cicatrizadas e fazendo com que isso tudo se torne insustentável para continuar sendo guardado internamente. Se por um lado as diversas teorias dos fãs levantadas falharam, do outro, a verdadeira causa de tudo é muito bem aceitável e respeitando a essência da personagem como um todo e para aqueles que sempre acompanharam ela ao longo das décadas nas HQ.

Embora com um final transitando entre o previsível para momentos corajosos, "WandaVision" é uma obra feita com carinho para uma grande personagem que a tanto tempo merecia um melhor tratamento e os fãs só agradecem por esse grande feito.

Onde Assistir: Disney+

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sexta-feira, 5 de março de 2021

Cine Especial: 'Amadeus - Sinfonia Cinematográfica '

Sinopse: Dentro de um manicômio, um compositor  lembra os fatos de três décadas antes, quando o jovem Mozart ganhou a confiança da corte do imperador austríaco Joseph II. Uma lenda urbana se forma sobre a morte de Amadeus Mozart. 

Em muitos casos, grandes talentos nascem e morrem sem ao menos o povo conhecer, mas fica fragmentos de sua pessoa ao longo da história. Por trás de um mito que entrou para história sempre haverá um homem ou mulher por detrás das cortinas. Talentos que lutaram pelo reconhecimento, mas que viveram na sombra de outros.

Grandes talentos que morrem precocemente, mas que entram para o imaginário das pessoas por toda a eternidade. Talentos que nunca são realmente reconhecidos da maneira que mereciam e morrem esquecidos ao longo do tempo. O clássico "Amadeus" (1984) é sobre talento e obsessão, inveja e admiração, culpa e redenção.

Dirigido por Milos Forman, do filme "Um Estranho no Ninho" (1975), o filme conta a história de Salieri (F. Murray Abraham), que após tentar se suicidar  confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart (Tom Hulce). Ele relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem irreverente, mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus. As consequências acabam sendo devastadoras.

Com três horas de duração o filme é uma das grandes superproduções dos anos oitenta, daquelas capazes de encher os olhos do cinéfilo mais exigente e sair espantando da sessão com tamanha magnitude. Com uma edição de arte caprichada, alinhada com uma fotografia sublime, o filme ainda possui um figurino deslumbrante e cheios de detalhes. Curiosamente, o filme possui um ritmo quase frenético, cuja a edição parece um balé e fazendo a gente mais se cansar.

Transitando entre o drama e a comédia, o filme possui uma das trilhas sonoras mais contagiantes da história do cinema, sendo que a maioria delas é comandada por vários clássicos da obra de Mozart. O filme influenciou a música e a cultura popular da época, e continua a influenciar escritores, autores e músicos. Um exemplo é a canção "Rock Me Amadeus", do artista pop austríaco Falco, que foi um hit em 1985. Abraham aparece no filme "O Último Grande Herói" (1993) em um certo momento em que o garoto Danny avisa a Arnold Schwarzenegger que não confie nele porque "ele matou Mozart!" Schwarzenegger pergunta "num filme?" Ao que Danny responde, "Amadeus! Ganhou oito Oscars!"

Acima de tudo, é um filme sobre talento vs sociedade conservadora da época, mas cujo o artista que foi Mozart deu um passo à frente e injetando novo gás em sua arte que serviu de inspiração para vários mestres da música posteriormente. O filme vale principalmente pelo grande talento dos dois intérpretes, onde um é tão protagonista quanto o outro e fazendo a gente se perguntar em alguns momentos quem rouba a cena de quem. Se por um lado  F. Murray Abraham coloca o filme no seu bolso nas cenas em que ele se encontra em asilo para loucos, do outro, Tom Hulce sintetiza toda a força da entidade que foi Mozart e cuja a sua risada se torna uma crítica ácida sobre uma sociedade cheia de regras conservadoras, porém, muito hipócritas e cuja as suas mazelas perduram até hoje em dia.

Com minutos finais surpreendentes e corajosos, "Amadeus" é uma sinfonia da sétima arte e que sempre será imortal para todo o sempre. 

Onde Assistir: Em DVD

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