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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (11/12/20)

Nota: Devido o aumento de casos de Coronavírus  muitas salas seguem fechadas. Confira os sites dos principais cinemas e veja a situação de sua região. Consulte GNC, Cinemark, Itau Cinema e Cinesystem.

 Freaky - No Corpo de um Assassino

Sinopse: Depois de trocar de corpo com um assassino em série, uma jovem descobre que tem menos de 24 horas para destrocar antes que a mudança se torne permanente.

Todos os Mortos

Sinopse: Em São Paulo, 1899, mesmo após a abolição da escravidão, as mulheres da família Soares não abrem mão do que lhe restam dos seus privilégios.


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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz e no Streaming: 'Era Uma Vez Um Sonho'

Sinopse: A família Vance se muda para Ohio na esperança de viver longe da pobreza. O membro mais jovem do grupo cresce e se torna um estudante de direito na universidade de Yale. Um dia ele é obrigado a retornar para sua cidade natal e se depara com a dura realidade de sua família. 

O quadro político de uma nação se deve a situação de sua sociedade atual. Os EUA, por exemplo, são formados por uma parcela de uma sociedade conservadora vinda do interior, de sua ignorância, violência e vícios frenéticos. "Era Uma Vez Um Sonho" (2020) não se aprofunda muito em questões política, mas explicita as raízes de uma sociedade movida pela brutalidade e da qual sobrevive com o pouco que resta.

Dirigido por Ron Howard, o filme conta a história da família Vance, que se muda para Ohio na esperança de viver longe da pobreza em um período pós-guerra. Quando o membro mais jovem da família cresce e se torna um estudante de direito na universidade de Yale, ele é obrigado a retornar à sua cidade natal, se deparando com o tão famoso sonho americano. Porém, ao perceber a luta de sua família contra o racismo, abusos, alcoolismo e pobreza, o jovem logo descobre que esse estereótipo americano é superficial e está longe de parecer um sonho.

Baseado na obra "Hillbilly Elegy" de  J. D. Vance, o filme destrincha sobre a cruzada de uma família no interior dos EUA, mas da qual a mesma pode muito bem ser uma representação do país como um todo. Movido pelas emoções, são pessoas que não pensam nas consequências de suas ações e com isso acumulando dores e vícios ao longo do seu tempo. Tudo isso é visto pelo olhar do protagonista   J. D. Vance, seja quando ele é interpretado na fase adulta pelo ator Gabriel Basso, ou pela sua versão mais jovem interpretado pelo ator Owen Asztalos.

Embora eu não tenha lido o livro, é notório que os realizadores tentaram suavizar as questões vistas na obra e fazendo do protagonista o bom moço que alcança os seus sonhos em meio as adversidades familiares. Se por um lado faltou coragem para nos dizer que a realidade não é bem assim, ao menos, os intérpretes fizeram questão de darem tudo de si em momentos que exigem trabalho em dobro e sintetize pessoas que carregam cicatrizes desde o princípio.  

Tanto Emy Adams como Glenn Close estão ótimas em seus respectivos papéis, sendo que a primeira é uma entidade descontrolada de emoções e não medindo as consequências com relação a sua realidade em volta. Já Glenn Close, por sua vez, nos brinda com mais uma de suas magníficas interpretações e fazendo somente a gente se perguntar como pode essa grande atriz ainda não ganhar um Oscar pela academia. E se por um lado Gabriel Basso não nos convence como J.D. Bance, ao menos, a versão mais jovem do protagonista é defendida pela interpretação de Owen Asztalos e fazendo a gente desejar observar sua carreira mais de perto.  

O terceiro ato final se encaminha para selar as pontas soltas da jornada dessa família e cujo o resultado é de certo alívio para quem esperava o pior na reta final disso tudo. Tudo, logicamente, é romantizado em sua reta final, nos passando a ideia que aquela família aprendeu com os erros e que irá se revitalizar a partir do momento em que o protagonista trilhar o seu próprio caminho. Uma mensagem positiva, mas que poderia ter sido melhor trabalhada.  

"Era Uma Vez Um Sonho" se sustenta graças ao seu elenco, mas que poderia chegar mais longe se explicitasse ainda mais os tempos de ontem e hoje do povo conservador norte americano.   

Onde Assistir: Netflix


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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'La Belle Époque'

Sinopse: Victor, um sexagenário desiludido, vê sua vida ser transformada no dia em que Antoine, um empresário brilhante, lhe propõe um novo tipo de atração 

Em tempos nebulosos dos quais nós vivemos parece que há uma tendência de olharmos para trás e relembrarmos dos bons tempos. Essa fase de nostalgia que muitas pessoas andam apreciando se estende desde a música, cinema e até mesmo as mesmas se interagindo com a sua época através de festas que prestam homenagem aos determinados anos específicos. Parece que há uma saudade que bate quando tudo era mais simples, mesmo em tempos mais conservadores.

"La Belle Époque" (2020) vem em um ano que bateu mais forte em nós o desejo de voltarmos ao passado, mesmo que de forma artificial em alguns momentos. Dirigido por Nicolas Bedos, do ótimo "Monsieur & Madam" (2017), o filme conta a história de Victor (Daniel Auteuil), um sexagenário desiludido com o casamento em crise. Quando ele conhece Antoine (Guillaume Canet), um empreendedor de sucesso, que o sugere uma atração de parque de diversões diferenciada, que une encenação teatral com recriação histórica, sua vida virar de cabeça para baixo. Victor decide então reviver o que ele considera a semana mais memorável de sua vida, na qual, 40 anos atrás, ele conheceu seu grande amor.

Se hoje os reality shows são programas populares em diversos formatos, a literatura e o cinema, por sua vez, previram essa tendência das pessoas em observarem uma as outras já há muito tempo. Em "O Show de Truman" (1998), por exemplo, vemos um cidadão comum em seu dia a dia, mas mal sabendo que a sua vida é uma farsa e vivendo em um enorme reality show ao vivo vinte e quatro horas por dia. A ideia se torna ainda mais poderosa no clássico "Westworld" e que ganhou uma ótima série a partir de 2016.

No caso de "La Belle Époque" tudo isso é também explorado, mas de uma forma mais simples, com pitadas de humor acaloradas e que fala sobre fins e começos de uma relação amorosa. O protagonista Victor decide então embarcar na ideia de revisitar o seu passado e é aí que o filme ganha a nossa atenção como um todo. Dinâmico em todos os sentidos, nós embarcamos ao lado do protagonista, cujo o seu desejo ao voltar ao passado é resgatar algo que havia perdido já algum tempo.

Embora em algumas partes da história tudo fique claro que não passa de uma encenação que ele está vivendo, por outro lado, há momentos em que ficamos nos perguntando onde começa e onde termina a ficção e nisso o diretor Nicolas Bedos nos prega uma bela peça em vários momentos certeiros. Se, por exemplo, ficamos nos perguntando qual foi o grande amor do passado do protagonista, a resposta vem de uma forma simples, porém, ela estava escancarada bem a nossa frente. Ponto para o diretor pela sua direção dinâmica e pelas suas cenas reveladoras.

Falando nisso, em termos técnicos, o filme possui uma bela fotografia, da qual ela transita por cores frias de nossa época para tempos mais coloridos, mesmo quando os próprios sejam encenados. Além disso, aguardem para altas doses das melhores músicas dos anos setenta e das quais elas remetem os tempos de maior rebeldia e liberdade, mesmo quando outros da época queriam que elas não existissem. O final talvez seja o único ponto negativo da trama, já que ele vem rápido e nos dando aquela sensação de querer ficarmos mais nesta jornada ao lado de Victor, mas também nos ensinando ao seguirmos em frente e aprender com os nossos erros e do desgaste da convivência com o nosso próximo.

"La Belle Époque" nos convida para uma história de amor inusitada e que se casa com os nossos desejos de revisitarmos os nossos tempos mais dourados. 


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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz e no Streaming: 'Mank'

Sinopse: A história tumultuosa de Herman J. Mankiewicz, roteirista da obra-prima icônica de Orson Welles, "Cidadão Kane" e sua luta contra Welles pelo crédito do texto do grandioso longa.

Quando David Fincher lançou o filme "A Rede Social" (2010) muitos críticos fizeram comparação ao clássico "Cidadão Kane"(1941), já que a jornada de ambos os protagonistas era adquirir poder, mas ficando sozinhos e desejando no final o seu "Rosebud". Claro que não faltou especulações da possibilidade de o cineasta fazer algo diretamente ligado ao clássico de Orson Welles, pois material farto para o feito não faltava, só bastava colocar a mão na massa. Eis que na reta final de 2020 chega "Mank", filme que não somente explora as sementes que tornaram aquele filme em uma obra prima, como também ao retratar as engrenagens que moviam o entretenimento e as questões políticas daqueles tempos longínquos.

O enredo de “Mank” segue a história tumultuosa do roteirista Herman J. Mankiewicz da obra-prima icônica de Orson Welles e sua luta com o autor pelo crédito do script do grandioso longa. Ao mesmo tempo conhecemos os personagens que serviram de inspiração para se tornarem os protagonistas da história. Ao mesmo tempo, vemos um Mank lutando contra os seus próprios demónios.

Durante décadas "Cidadão Kane" sempre ficou no topo como a maior obra prima da história do cinema e todo o crédito ia para o colo de Orson Welles ao longo do tempo. Porém, David Fincher, ao lado do seu pai e roteirista Jack Fincher, criaram juntos um roteiro em que joga uma nova luz sobre os fatos e exploram essa figura curiosa que foi Mank em meio as luzes, figurinos, dinheiro, vícios e a ganância que moldava uma Hollywood de tempos mais dourados. Ao mesmo tempo, o filme é uma homenagem aos tempos em que se realmente colocava a mão na massa para se construir um grande filme, mesmo que a maioria ali esteja criando unicamente para obter algum lucro.

O filme em si funciona de forma independente, mesmo você já tendo assistido, ou não, ao clássico de Orson. Porém, para os cinéfilos de carteirinha, o filme é rico ao inserir várias referências ao clássico, principalmente quando o protagonista adentra ao universo de riqueza de William Randolph Hearst, que aqui é interpretado pelo ótimo Charles Dance da série "Game of Thrones". Curiosamente, o longa foi filmado em preto e branco com câmeras digitais, mas as cenas foram moldadas para parecerem película envelhecida, assim como o som foi gravado em apenas um único canal, assim como também a sua trilha sonora.

Mas embora o filme seja uma reconstituição de uma época, é notório que os dilemas políticos daqueles tempos não sejam muito diferentes dos quais são vistos hoje em dia. Não deixa de ser curioso, por exemplo, a cena da festa de aniversário do produtor da Metro-Goldwyn-Mayer, onde eles começam a discutir sobre política e subestimam o poder de Hitler naquela época. São diálogos que nos faz lembrar o quanto subestimamos o poder de ditadores do passado, mas que não serviu de exemplo o suficiente para impedir que cometêssemos os mesmos erros em nosso presente.

Aliás, é nessa cena que se destaca a personagem Marion Daves, esposa do magnata William Randolph Hearst e brilhantemente interpretada por Amanda Seyfrield. Se destacando em séries de tv como "Big Love" (2006), ela foi ganhando destaque no cinema em filmes como, por exemplo, "OS Miseráveis" (2012). Aqui, ela interpretada uma mulher presa as regras do machismo da época, mas não escondendo que possui opinião própria e nos brindando com ótimas cenas.

Porém, não resta a menor dúvida que o filme pertence a Gary Oldman, cujo o seu Mank pode facilmente ser reconhecido posteriormente como uma de suas melhores atuações da carreira e que não duvido que seja novamente indicado ao Oscar. Oldman cria para o seu Mank um ser de grande potencial, mas movido por vícios vindos do universo do qual ele convive, mas não o enfraquecendo em seu trabalho e pensamentos com relação a realidade em sua volta como um todo. Destaque para o seu discurso na cena do jantar, da qual será lembrada pelos próximos anos a fio e que é, sem sombra de dúvida, uma das mais bem filmadas da carreira de David Fincher.

O final do filme nos passa a sensação de dever cumprido, principalmente ao revelar o verdadeiro gênio que foi Mank por detrás das cortinas da história de "Cidadão Kane". Não que isso vá diminuir a importância de Orson Welles dentro da história do cinema, mas o filme também vem nos dizer que sempre há algo muito além de determinadas lendas construídas após diversas décadas. Um filme para se debater, refletir e apreciar ainda mais os tempos de um cinema mais dourado, mesmo ele sendo construído por certos gananciosos.

"Mank" transita entre o glamour e a podridão da era de ouro de Hollywood e fazendo a gente desejar que venham mais esqueletos saindo do armário ao longo dos próximos anos.   


Onde Assistir: Netflix. 

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Cine Especial: Cine Debate: 'Takara - A Noite em que Nadei'

Sinopse: Um peixeiro vai ao mercado na cidade nas montanhas nevadas do Japão. Despertado por sua partida, seu filho de seis anos não pode voltar a dormir.  

O cinema começou sem som, onde somente os movimentos de seus protagonistas vistos na tela falavam sobre a trama em si. Claro que sempre existia um letreiro sobre o que os personagens diziam, mas a arte dos gestos e do olhar é que davam ação ao filme como um todo. Ação essa muito bem representada pelos mestres da época, vide Charles Chaplin ou Buster Keaton.

Já nos tempos do cinema falado não faltou diretores que decidiram usar um mínimo de recurso possível, inspirado no que se fazia nos tempos do cinema mudo, para fazer com que pequenos gestos e olhares dos protagonistas falassem mais por si do que meras palavras já há muito tempo ditas em uma tela de cinema. O mestre iraniano Abbas Kiarostami, por exemplo, usou uma criança como protagonista em "Onde Fica a Casa do Meu Amigo?" (1987), onde a expressão da mesma dizia muito sobre a sua jornada em busca da casa de um amigo da escola. "Takara - A Noite em que Nadei" (2017) é sobre um universo particular de uma criança dentro de sua bolha, mas que está muito mais próximo de nós do que a gente imagina.

Coprodução entre Japão e França e dirigido por Damien Manivel e  Kohei Igarashi, o filme se passa nas montanhas cobertas de neve no Japão, onde toda noite um pescador parte em direção ao mercado da cidade. Em uma dessas, seu filho de 6 anos é acordado por sua partida e não consegue voltar a dormir. Logo depois, no caminho para a escola, ainda sonolento, ele se afasta do caminho e decide vaguear sozinho pela neve.

Dividido em três atos, o filme possui uma imagem quadrada, quase estreita, como se intenção fosse a gente ser obrigado em adentrar na história de uma forma restritiva ou que entrássemos na bolha particular do pequeno protagonista. Uma vez acordando no primeiro ato da trama, o menino não consegue mais dormir, como se houvesse em seu interior um desejo de fazer algo de diferente, uma vez que vê o seu pai partir para o trabalho. Se percebe que ambos não têm contato ao longo do filme, já que os horários deles são diferentes devido as suas atividades. 

De forma inconsciente, talvez esse seja o mote principal da trama, onde a criança vai para escola, mas devido a sua falta de sono ele toma um novo rumo e desfrutando um pouco da realidade branca da neve em sua volta. Porém, mesmo de uma forma não explícita, se percebe nas entrelinhas que há um desejo vindo da criança em querer se encontrar com o pai, mesmo correndo um sério risco de se perder. Por alguns momentos, por exemplo, tememos pela segurança dele, já que o seu contato com as demais pessoas da cidade é quase nulo e partindo para uma jornada de autoconhecimento mesmo em poucas horas.  

Os realizadores, portanto, criam uma análise sobre o olhar inocente de uma criança perante a sua realidade em volta, observando como ela é rica e, infelizmente, não mais percebida pelas outras pessoas da fase adulta. Como eu expliquei acima, o filme não possui diálogos algum, mas somente pequenos barulhos do mundo em volta, assim como a expressão e olhar do protagonista que fala e representa ação da história. Um filme simples, mas com uma força positiva e que supera qualquer superprodução maniqueísta. 

"Takara - A Noite em que Nadei" é uma síntese do que foi o melhor do cinema do passado, onde os diálogos eram zero e os movimentos e expressões dos protagonistas diziam tudo. 

NOTA: O filme será debatido na próxima live do Cine Debate. Para participar entre em contato com Maria Emília Bottini clicando aqui.   

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (03/12/20)

NOTA: Devido a nova onda do Coronavírus muitos cinemas pelo país estão novamente  fechando. Confira a lista de estréias e veja se o cinema de sua cidade ainda está aberto. Confira os sites como, por exemplo, Cinemark, Itau Cinema, GNC Cinemas, Cinesystem e dentre outras. 

Belle Époque

Sinopse: Em Belle Époque, Victor (Daniel Auteuil) é um sexagenário desiludido com o casamento em crise. Quando ele conhece Antoine (Guillaume Canet), um empreendedor de sucesso, que o sugere uma atração de parque de diversões diferenciada, que une encenação teatral com recriação histórica, sua vida vira de cabeça para baixo. 


10 Horas para o Natal

Sinopse: Três irmãos formam um plano para reunir seus pais novamente após a separação e assim salvar suas noites de Natal em família.


M8 - Quando a Morte Socorre a Vida

Sinopse: Um estudante de medicina tenta desvendar o mistério de um cadáver que serve de estudo nas aulas da anatomia.



Trolls 2

Sinopse: A rainha Poppy (Anna Kendrick) e Branch (Justin Timberlake) descobrem que há outros mundos Troll além do seu, e suas diferenças criam grandes confrontos entre essas diversas tribos. No entanto, uma ameaça misteriosa faz com que eles tenham que criar harmonia entre os rivais.


All My Life

Sinopse: Os planos de casamento de um casal estão por um fio quando o noivo é diagnosticado com câncer terminal.


Soldado Estrangeiro

Sinopse: Três soldados brasileiros decidem se aventurar em guerras internacionais.

Amizade Maldita

Sinopse: Um casal passa a desconfiar que o amigo imaginário de seu filho pode ser algo que não esteja apenas em sua imaginação.


Sibyl

Sinopse: Uma psicoterapeuta encontra em uma de suas pacientes a possibilidade perfeita pa escrever seu novo romance.


New Life S.A.

Sinopse: Augusto (Renan Rovida) é um arquiteto bem-sucedido, no comando da construção de um novo condomínio de luxo em Brasília. Seu sogro, o diretor financeiro da empreitada, garante todas as vantagens ao genro, porém esconde uma realidade: o empreendimento é construído graças à compra de políticos e juízes, à desocupação de habitantes.

Niède

Sinopse: A história de Niède Guidon, a arqueóloga brasileira mundialmente reconhecida por seu trabalho de preservação na Serra da Capivara, no Piauí. A partir de depoimentos da própria Guidon, o documentário relembra sua vida pessoal e sua frutífera carreira.


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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Babenco - Alguém tem que ouvir o Coração e Dizer: Parou’

Sinopse: Bárbara Paz faz um registro sobre os últimos dias de Hector Babenco e fazendo assim uma homenagem ao seu cinema como um todo.  

Eu conheci Bárbara Paz assistindo ao reality Show "Casa dos Artistas" em 2001, em que durante o percurso do programa ela colocava para fora o seu passado difícil, desde a uma infância pobre, como também pelo fato de ter perdido muito cedo o seu pai. Já na adolescência conviveu com as doenças de sua mãe, onde Bárbara ficou ao lado dela até o amargo fim e sentindo na pele o lado vulnerável do ser humano como um todo. Após isso tentou a carreira artística, mas um acidente de carro interrompeu temporariamente os seus sonhos e lhe provocando sérias cicatrizes em seu rosto.  

Curiosamente, eu nunca enxerguei essas cicatrizes em seu rosto, mas sim as cicatrizes em seu olhar, onde ela carregava as passagens de uma vida em que lhe exigiu força, tanto psicológica, como também física. Com essa bagagem da qual carregou sozinha ao longo de sua vida, ela estava portanto mais do que preparada para encarar os tempos de enfermo que o seu até então marido Hector Babenco passou até em seus últimos momentos. "Babenco - Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou" (2020) não é somente uma declaração de amor que Bárbara fez ao seu marido, como também uma forma de exorcizar as suas dores internas do seu passado e de prestar uma bela homenagem a sétima arte como um todo.  

Hector Babenco foi um cineasta que viveu e morreu (devido a um câncer) realizando o que fazia sua vida ter algum sentido: A sétima arte. Em relatos marcantes sobre as memórias, amores, reflexões, intelectualidade e a frágil condição de saúde do artista, o documentário revela o quanto seu amor pelo cinema o manteve vivo por tantos anos. Por conta disso, há diversos momentos em que seus clássicos invadem a tela, que vai desde a "Pixote" (1980), "O Beijo da Mulher Aranha" (1985) e "Carandiru" (2003).  

Assim como o documentário "Cinema Novo" (2016), de Eryk Rocha, a diretora Bárbara Paz cria um mosaico de imagens com relação aos filmes citados acima e que transita entre as imagens de Hector Babenco, tanto nos dias em que ele vivia no hospital, como também nos seus anos de trabalho por detrás das câmeras. Com uma bela fotografia em preto e branco, a cineasta não coloca nenhum filtro e tão pouco esconde a imagem de um Babenco abatido devido a sua doença, mas que transmitia a sua força de vontade através da criação de seu cinema. O filme também faz um paralelo com a última obra do cineasta, "Meu Amigo Hindu" (2015), onde Willem Dafoe interpreta o cineasta e Bárbara interpreta si mesma.  

Curiosamente, embora não possua o mesmo brilho dos seus clássicos, "Meu Amigo Hindu", ao menos, serviu para nos brindar com uma cena que foi introduzida neste documentário: a cena em que Bárbara Paz dança na chuva com a música referente ao clássico "Cantando Na Chuva" (1952). Se naquele filme essa cena não passou despercebida, aqui ela se torna ainda mais relevante, ao sintetizar o amor que o cineasta tinha pela sétima arte e Barbara criou, portanto, uma passagem que nos transmite a essência primordial que o cineasta tinha em seu interior.  

Acima de tudo, é um filme que não só nos passa como foram os últimos momentos de vida do cineasta, como também nos transmite como Bárbara Paz soube lidar com o fim da vida de um ser humano. Cumprindo o desejo do seu marido, a cineasta cria um dos finais mais simbólicos do cinema brasileiro deste ano, do qual pode ser interpretado de inúmeras maneiras, principalmente devido a um ano tão complexo e exaustivo em que vivemos. Um sopro de vida para o nosso cinema e que nos dá esperança para o que virá em seguida.  

"Babenco - Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou" não é somente uma declaração de amor a um cineasta, como também um exemplo na forma de melhor lidar com as adversidades que não nos mata e nos torna mais fortes na reta final da vida. 


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