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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Estou Pensando em Acabar com Tudo'

Sinopse: Uma jovem vai com o namorado conhecer os pais dele em uma fazenda remota e embarca em uma viagem para dentro de seu próprio psiquismo. 

Se você gosta de um cinema autoral, no mínimo, deve conhecer o diretor e roteirista Charlie Kaufman. Se consagrando como roteirista em obras incomuns como "Quero Ser John Malkovich" (1999), Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) e "Adaptação" (2002), Kaufman se lançou na direção com o maravilho "Sinédoque, Nova York" (2008) e nos surpreendendo ainda mais com animação "Anomalisa" (2015). Portanto, se você já assistiu aos filmes citados, irá esperar tudo e muito mais em "Estou Pensando em Acabar com Tudo" (2020).

O filme conta a história de Jake, interpretado pelo ator Jesse Plemons do filme "O Irlandês" (2019), que decide levar a sua namorada, interpretada pela atriz Jessie Buckley da série "Chernobyl" (2019), para conhecer os seus pais. Os pais de Jake, interpretados pelos atores Toni Collette e David Thewlis, se apresentam de uma forma estranha para o casal. Ao mesmo tempo, um desvio inesperado transforma a viagem do casal numa jornada terrível rumo a fragilidade psicológica e pura tensão.

Charlie Kaufman gosta de brincar com a nossa perspectiva com relação a história e principalmente jogando na tela elementos para que formem um verdadeiro quebra cabeça. Se você assistiu, por exemplo, "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", a sua jornada para compreender aqui essa nova obra poderá até ser facilitada, mas não se engane pelas aparências. Se por um lado não sabemos ao certo sobre o que realmente está acontecendo no princípio, ao mesmo tempo, Kaufman cria diversos diálogos entre o casal central, principalmente quando ambos se encontram dentro do seu carro. Devido a isso, além do filme pegar carona com o subgênero roadie movie, o cineasta ainda tem a capacidade de prestar uma hilária homenagem ao filme "Uma Mente Brilhante", mas isso falarei mais para adiante.  

Para melhor entendermos os fatos há dois cenários que são as verdadeiras peças chaves da trama e dos quais são a casa e a escola. Na casa, aliás, conhecemos os excêntricos pais de Jake e que, novamente, Toni Collette nos surpreende pela sua grande atuação mesmo em poucos momentos de cena. Vale destacar que a relação entre os pais de Jake e ele são o estopim para, enfim, comprendemos o que acontece, mas cabe atenção redobrada para os cinéfilos de plantão de primeira viagem dentro do universo de Charlie Kaufman. 

Com relação ao casal central, tanto Jesse Plemons como Jessie Buckley estão ótimos em seus respectivos papéis. Porém, Jesse Plemons se consagrada de vez com a melhor atuação de sua carreira, desde que o mesmo chamou atenção na reta final da série "Breaking Bad" (2008), mas obtendo o seu melhor desempenho aqui. Curiosamente, a sua atuação me lembrou muito do já falecido Philip Seymour Hoffman e fazendo eu desejar acompanhar a sua carreira ainda mais de perto.  

Com relação a reta final, a escola tem um papel primordial dentro da trama. Pode-se dizer que ali há elementos que simbolizam as expectativas que pessoas tem sobre nós, mas que nem sempre conseguimos corresponde-las em vida. Ao fim da obra, ficamos pensando o que acabamos de assistir, mas logo então compreendemos que o filme não falava somente sobre os protagonistas ali, como também sobre todos nós. 

"Estou Pensando em Acabar com Tudo" é uma verdadeira viagem sobre sonhos e desilusões, mas tudo emoldurado de uma maneira que nos faça pensar sobre o que acabamos de testemunhar. 


Onde Assistir: Netflix. 

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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Querido Menino'

Sinopse:David Sheff é um conceituado jornalista e escritor que vive com a segunda esposa e os filhos. O mais velho deles, Nic Sheff, é viciado em metanfetamina e abala completamente a rotina da família e do lar. 

Tanto "Réquiem para um Sonho" (2000) como "Trainspotting - Sem Limites" (1996) são filmes autorais dos seus realizadores e que conseguem fazer cinema de qualidade sem cair no lado melodramático em demasia com relação ao problema das drogas. Porém, não depende somente de uma visão única de um cineasta, como também de um forte elenco capaz de nos passar o drama destes personagens que vivem quase sempre na corda bamba. "Querido Menino" explora a jornada de um pai que busca compreender o que leva o seu filho a cair no mundo das drogas, mas alinhado com direção segura e que nos quer sempre dizer alguma coisa.  
Dirigido por Felix Van Groeningen, o mesmo diretor de  "Alabama Monroe" (2012), o filme conta a história de David Sheff (Steve Carell), um conceituado jornalista e escritor que vive com a segunda esposa e os filhos. O filho mais velho, Nic Sheff, interpretado pelo ator de Timothée Chalamet do filme "Me Chame pelo Seu Nome" (2017), é viciado em metanfetamina e abala completamente a rotina da família e daquele lar. David tenta entender o que acontece com o filho, que teve uma infância de carinho e suporte, ao mesmo tempo em que estuda a droga e sua dependência. Nic, por sua vez, passa por diversos ciclos da vida de um dependente químico, lutando para se recuperar, mas volta e meia se entregando ao vício. 
Assim como na questão da perda vista em "Alabama Monroe", Felix Groeningen usa a questão da dependência das drogas de uma forma que consiga explorar os limites de seus personagens comuns ao ver a sua realidade desmoronar através da dependência química. O que vemos na tela são situações verossímeis, das quais muitas pessoas podem se identificar em maior ou menor grau e chegando em um momento que nos colocamos no lugar daqueles personagens que não gostariam de estar naquela situação, por vezes, irreversível. Em alguns momentos, quando achamos que a situação irá melhor, tudo retorna para a estaca zero e fazendo com que isso teste os nossos próprios nervos.  
Tecnicamente, o realizador ainda cria uma edição curiosa, onde o passado e o presente se cruzando a todo momento, mas nunca fazendo com que a gente perca o entendimento do enredo. Curiosamente, esses flashbacks sintetizam a situação que os personagens passam, sendo que a fotografia de cores quentes representa uma época de boas futuras promessas, enquanto a fotografia do presente com cores escuras representa um futuro nada acolhedor para aqueles personagens. Tudo muito bem embalado com uma ótima trilha sonora, cuja uma música clássica de John Lennon acaba se tornando a cereja do bolo.  
Mas nada disso funcionaria se o filme não fosse moldado por um ótimo elenco e é exatamente que o filme possui como um todo. Steve Carell nos brinda com outra grande atuação de sua carreira, cujo o seu personagem transita entre desequilíbrio e lucidez para tentar compreender esse universo complexos das drogas que o seu filho acabou ficando preso. Porém,  Timothée Chalamet não fica muito atrás, ao nos brindar com uma atuação realista de um dependente química, do qual tem consciência do seu vício, mesmo quando ele tem o desejo de não se livrar dele tão cedo.  
"Querido Menino" é um melodrama caprichado cinematograficamente falando, do qual nos fala sobre pessoas que não aceitam a sua realidade e fogem através de vícios que podem levar a um caminho sem volta.     

Onde assistir: Amazon Prime. 

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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ‘O Relatório’

Sinopse: O idealista Daniel J. Jones (Adam Driver), encarregado pela senadora Dianne Feinstein (Annette Bening) de liderar uma investigação sobre o Programa de Detenção e Interrogatório da CIA, criado após os atentados de 11 de setembro. 

"A Hora Mais Escura" (2013), da diretora Kathryn Bigelow, nasceu como um projeto ao retratar o esforço da CIA, liderado por uma agente, interpretada pela atriz Jessica Chastain, de capturar Osama Bin Laden. Durante as filmagens Osama acabou realmente sendo capturado e fazendo com que os realizadores colocassem esse momento dentro do projeto. O filme foi lançado com esse final, mas a pergunta que fica no ar até hoje é, até que ponto tudo aquilo foi realmente real?
Após o 11 de Setembro o cinema norte americano mudou, ao menos para o cinema de ação e do qual não havia mais lugar para um personagem que representava o exército de um homem só. Surgiu ao longo do tempo filmes que questionam até mesmo os esforços do governo dos EUA em capturar os terroristas, sobre a questão da invasão do Iraque ter sido absurda e até que ponto os fins justificam os meios. "O Relatório" é um filme que desvenda uma parte vergonhosa da história política daquele país, mas que pode até mesmo ter sido apenas a ponta de um iceberg.
Dirigido por Scott Z. Burns, o filme retrata eventos após o de 11 de setembro de 2001, onde a CIA passou a adotar o uso da tortura como meio de obter informações de pessoas consideradas ameaças ao país, sob a justificativa de evitar a todo custo que um ataque do tipo acontecesse mais uma vez. Trabalhando para a senadora Dianne Feinstein (Annette Bening), o agente Daniel J. Jones (Adam Driver) inicia, em 2007, uma investigação interna acerca de denúncias sobre a destruição de fitas de interrogatório por parte da CIA, divulgadas através de reportagem publicada pelo jornal New York Times. Com muita dificuldade em conseguir os documentos necessários, Daniel dedica-se ao relatório por quase uma década.
Com uma edição dinâmica, Scott Z. Burns jamais deixa o ritmo da trama decair, pois faz com que o seu protagonista seja sempre direcionado para novas informações que o faça revelar novas histórias para nós. Ao mesmo tempo, a trama vem e volta no tempo, mas ao invés de confundir, isso faz com que tenhamos melhores informações para que a gente obtenha um mosaico de situações sobre o que realmente acontecia nos porões da CIA. O resultado nos cria um verdadeiro déjà vu, já que as polêmicas sobre as possíveis torturas que os agentes provocaram contra possíveis terroristas escandalizaram o mundo ao ser noticiado pela imprensa na época.
Claro que o filme não foge de comparações com relação a outros filmes com a mesma temática, como no caso recente "Snowden" (2016), ou até mesmo de clássicos como "Todos Os Homens do Presidente"(1976). Assim como "O Relatório" ambos os filmes falam sobre a corrupção dentro do coração de Washington, porém, Scott Z. Burns obtém a diferença através do bom desempenho dos seus atores, em especial ao protagonista Adam Drive e a coadjuvante Annette Bening. Se por um lado Drive novamente nos brinda com uma ótima interpretação sua, do outro, Annette Bening nos faz desejar que a vemos novamente em novos projetos futuros.
"O Relatório" é um ótimo filme investigativo e sintetizando o fato que os fins não justificam os meios através de atos tão bárbaros. 

Onde Assistir: Amazon Prime Video

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terça-feira, 8 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Selah e as Espadas'

Sinopse:  Cinco facções administram a vida subterrânea da Haldwell School, um prestigiado internato da costa leste. À frente da facção mais poderosa - The Spades - está Selah Summers, caminhando na linha tênue entre ser temido e amado. 

Cada jovem geração que passa tem os seus filmes protagonizados por adolescentes que os representa, que falam um pouco sobre a cultura e com relação ao que acontecia naqueles dias. Se "Curtindo a Vida Adoidado" (1986) e o "Clube dos Cinco" (1985) falava sobre a geração rebelde dos anos oitenta, por outro lado, "Patricinhas de Beverly Hills" (1995) falava de uma geração dos anos noventa que buscava a sua própria identidade nas entrelinhas. Chega os anos dois mil com o filme "Meninas Malvadas"(2004), que usa de alguns ingredientes dos filmes citados, mas tocando em assuntos importantes como, por exemplo, Bullying para os novos tempos.
Em tempos em que a realidade bate cada vez mais a nossa porta, cabe esse subgênero de filme adolescentes se reinventar para não ficar muito para trás. Não que a realidade do filme tenha que ser sempre nua e crua, mas que corresponda com essa geração atual que se pergunta o que irá acontecer mais pra frente em sua vida.  "Selah e as Espadas" usa humor sombrio para falar de uma geração que já joga na maneira dos adultos, mas tendo um alto preço a ser pago.
Dirigido pela estreante roteirista e diretora Tayarisha Poe, o filme conta a história da escola Haldwell, que é dominada por cinco facções, cada uma delas composta por alunos adolescentes. Selah (Lovie Simone) é a líder dos Espadas, facção responsável em conseguir drogas para os estudantes, mas está a poucos meses de deixar a função devido à proximidade da formatura. Sem saber quem irá substituí-la, ela precisa lidar com a tensão da mudança iminente ao mesmo tempo em que mantém contatos com outras facções em busca de um dedo-duro que os denunciou à chefia do colégio.
Tayarisha Poe demonstra total segurança na apresentação de sua história, como se fosse uma cineasta veterana e tendo consigo uma visão autoral com relação aquele universo estudantil. No prólogo, por exemplo, ela constrói uma edição ágil para nos apresentar cada facção e fazendo com que a gente compreenda melhor como funciona as regras daquele cenário que não é para os fracos.  É os mesmos ingredientes vistos em filmes de Gângster, mas moldado com personagens adolescentes que não se dobram as regras do sistema da escola e lucrando até mesmo com as melhores notas.
Mas embora com vários personagens em cena, o filme foca somente na sua protagonista Selah, interpretada com intensidade pela jovem atriz Lovie Simone. Selah procura manter firmeza na sua posição de líder das espadas, mas não escondendo para nós os seus conflitos internos, que vão desde agradar a mãe dominadora, como também na possibilidade de querer, ou não, passar o seu bastão de sua liderança. Eis que surge em cena Paloma, interpretada pela atriz Celeste O’Connor, que se torna não somente uma sucessora em potencial de Selah, como também uma representação do nosso olhar que testemunha as regras daquele lugar pela primeira vez.
Há tanto uma construção de amizade entre as duas, como também uma rivalidade que é apresentado nas entrelinhas, mas que logo vai ficando cada vez mais explícita.  Com a sua câmera sempre em movimento constante,  Tayarisha Poe procura  nunca jogar os seus personagens em situações com soluções fáceis, mesmo quando o roteiro parece em certo momento se encaminhar isso de forma iminente.  Em seu ato final, mascaras caem, dilemas e caráter são testados e fazendo com aqueles jovens encarem as consequências dos seus atos do seu próprio jeito.
"Selah e as Espadas" é sobre a geração atual perdida, mas disposta a fazerem suas próprias regras pela sobrevivência.   

Onde Assistir: Amazon Prime Video. 

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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Quentin Tarantino: Os Oito Primeiros'

Sinopse: De "Cães de Aluguel" a "Os Oito Odiados", atores e colaboradores examinaram os oito primeiros filmes do aclamado diretor e roteirista Quentin Tarantino. 



Gostar de Quentin Tarantino é fácil, pois não há diretor melhor do que ele que saiba criar ótimos filmes criativos, seja em história ou visual, e sabendo dialogar com um público que vive da cultura pop como um todo. Seus filmes são originais, mas moldados com referências de diversos outros clássicos, além de prestar sempre uma bela homenagem ao melhor da música e fazendo a gente cantarolar em cada sessão de suas obras. "Quentin Tarantino: Os Oito Primeiros" faz uma retrospectiva desse diretor polêmico, genial e autoral.  

Dirigido por Tara Wood, “Quentin Tarantino: Os Oito Primeiros” é um documentário que faz uma retrospectiva dos 21 anos de carreira do diretor Quentin Tarantino no cinema norte-americano. Por meio de entrevistas com atores e atrizes que trabalharam por anos com o diretor, além de outros colegas de profissão, o modo de trabalho, a visão sobre cinema e a singularidade como diretor são apresentados para o público.  

Com diversas imagens que resgatam o tempo em que Tarantino era um rato de video locadora, o documentário desvenda os seus primeiros passos, sua criatividade na elaboração de roteiros e os segredos que o levaram a se tornar um dos principais diretores do início da década de noventa. Com um orçamento minúsculo, Tarantino conquistou o mundo com o seu primeiro grande filme "Cães de Aluguel" (1992), exibido no festival de Cannes e mudando o cinema independente como um todo naquela época para sempre.  

Isso serviu de pontapé inicial para elaboração de sua maior obra prima que foi "Pulp Fiction - Tempo de Violência" (1994) e do qual, na minha opinião, se tornou o melhor filme da década de noventa. Com depoimentos de Christoph Waltz, Tim Roth, Samuel L. Jackson, Michael Madsen, Luci Liu e tantos outros, o filme é um verdadeiro mosaico de informações sobre a pessoa de Tarantino e como a sua visão autoral para realização de seus filmes criasse um universo próprio e até mesmo interligado entre suas obras. De "Cães de Aluguel" aos "Oito Odiados" (2015), testemunhamos uma curiosa interligação entre os seus personagens, além de elementos criados pelo próprio cineasta que vai desde a marca de cigarros e bebidas.  

Curiosamente, o documentário não foge de determinadas polêmicas, como no caso do produtor Harvey Weinstein, acusado de diversos crimes sexuais que ele cometeu contra diversas atrizes e que foi produtor dos principais sucessos de Tarantino. Nestas ocasiões, ocorre uma retrospectiva sobre alguns fatos, dos quais são narrados, por exemplo, por Michael Madsen e sendo reconstituído através de desenho animado. É interessante observar que nestes momentos Weinstein é sempre retratado como uma pessoa com uma ambiguidade sombria e cuja as revelações de Madsen revelam uma pessoa que possuía diversos segredos por detrás da porta e que tudo um dia iria transbordar para fora.  

Nesta questão, o documentário não foge desses e de outros assuntos espinhosos, pois essa é a Hollywood construída através de dinheiro, ganância e até mesmo crimes que até hoje alguns se mantém um mistério. No final das contas, Tarantino sabia no vespeiro que estava se metendo, mas não desistiu de conseguir obter total independência e assim fugir da sombra negativa que acabou se tornando Weinstein. O documentário termina com um Tarantino livre, leve e solto, lançando o seu longa "Era uma Vez em... Hollywood" (2019) e fazendo a gente torcer para que o seu prazer em fazer cinema nunca termine.  

"Quentin Tarantino: Os Oito Primeiros" é uma deliciosa retrospectiva sobre um cineasta autoral de primeira e que consegue arrastar multidões graças a sua criatividade na elaboração de incríveis histórias. 


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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Elena'

Sinopse: Ao viajar para Nova York, Elena segue o sonho de se tornar atriz de cinema e deixa no Brasil uma infância vivida na clandestinidade, devido à ditadura militar implantada no país, e também a irmã mais nova, Petra, de apenas sete anos. Duas décadas depois, Petra, já atriz, embarca para Nova York atrás da irmã. Em sua busca Petra apenas tem algumas pistas, como cartas, diários e filmes caseiros. Ela acaba percorrendo os passos da irmã até encontrá-la em um lugar inesperado.


Corajoso documentário de estreia da atriz Petra Costa na direção, pois o filme é mais do que desvendar quem era sua irmã Elena, como também é uma forma corajosa de se expor na tela um lado seu tão pessoal e os motivos que a levaram ir por esse caminho. Diferente dos documentários de hoje em dia, nós não vemos depoimentos de quase ninguém na tela, mas sim a voz em off de Petra, se casando com as imagens antigas de arquivo, onde mostra Elena, de sua juventude até os seus primeiros dias em Nova York para ser atriz. De uma jovem de grande otimismo que nos é apresentado no início do filme, vemos aos poucos uma pessoa que começa a se fragilizar, devido ao fato de nunca poder alcançar os sonhos que tanto deseja.

O clima pesado, com a sensação de perda iminente, se fortalece ainda mais quando surge em cena a mãe de Petra e Elena: com os olhos fundos de tristeza, junto com um aparente desequilíbrio físico e mental, com ela chegamos ao ápice da trama. Nos não só descobrimos o que aconteceu com a Elena, como também o fato de ser revelado, que esse documentário não é somente sobre ela, como também sobre a própria Petra, que no fundo acaba temendo seguir os próprios passos de sua irmã.

Fazendo esse documentário, sentimos que Petra esteja exorcizando os seus medos interiores e o que faz dela seguir em frente, mas jamais esquecendo o laço forte que sente por Elena e o que ela foi para toda sua família. Com belíssimas imagens, montagem e trilha sonora que lembram por vezes filmes como "A árvore da Vida" (2011), "Elena" é uma representação sobre os laços fortes de sangue que as famílias têm, ao ponto que mesmo um ente querido parta dessa vida, ele no final das contas sempre estará presente em nossos corações.  



Onde assistir: Netflix.  

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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Cine Dica: I Mostra Cuité de Cinema Suprabrasilis + Ciclo de Debates Igarapé

Nos dias 05, 06, e 07 de setembro, a cultura nortista estará em evidência na I Mostra Cuité de Cinema Suprabrasilis + Ciclo de Debates Igarapé. Serão exibidos filmes de curtíssima, curta, média e longa-metragem, todos produzidos de forma independente por diretores e produtores dos sete estados que integram a Região Norte do Brasil. Além das exibições, haverá também ciclo de debates envolvendo realizadoras nortistas e sulistas. O evento será realizado de maneira totalmente online.

Em formato inteiramente digital nesta primeira edição, a Mostra Cuité também conta com o apoio institucional da Cinemateca Capitólio, importante casa de cinema de Porto Alegre. Organizando-se para retornar a receber o público com segurança assim que possível, a Cinemateca também contará com a Mostra Cuité em seu cronograma após sua reabertura.

A equipe da Mostra Cuité é formada por mulheres majoritariamente nortistas que residem em Porto Alegre, e a inscrição nas atividades é aberta e gratuita.

Entre os destaques da programação estão os documentários Transamazonia, que retrata as vivências de pessoas trans e travestis moradoras de cidades às margens da rodovia Transamazônica; Marajó das Letras, que mostra a realidade de pintores de barcos no Pará; e Histórias de Marabaixo, documentário sobre o Ladrão de Marabaixo, uma forma musical do povo negro amapaense contar sua história.

São 16 filmes de gêneros variados, que documentam os costumes, as crenças, as tradições do povo nortista: a vida ribeirinha, a relação com os rios, com a floresta, e ainda as vivências nas grandes cidades, passando por temas universais relevantes, como feminismo, homofobia, direitos humanos, inclusão. Boa parte dos filmes que compõem a programação foi concedida pela equipe de curadoria do FIM (Festival Imagem-Movimento), um parceiro da mostra e grande fomentador de projetos audiovisuais independentes em Macapá, Amapá.

Ciclo de Debates Igarapé - Dentro da programação da Cuité, o público poderá acompanhar um bate-papo entre realizadoras nortistas e sulistas, que irão debater sobre o cenário audiovisual independente no Brasil, falando também sobre as particularidades de cada região. O Ciclo de Debates Igarapé trará profissionais mulheres para a rodada de conversa e os participantes poderão interagir, enviando suas perguntas em tempo real. Os debates ocorrerão antes da exibição dos filmes e os nomes das debatedoras serão divulgados em breve.


Serviço

I Mostra Cuité de Cinema Suprabrasilis + Ciclo de Debates Igarapé


Data: 05, 06 e 07 de setembro

Horário: 18h - 19h15 Ciclo de Debates Igarapé / 19h15 - 22h Exibição de Filmes

Inscrição dos debates: gratuita e pode ser feita pelo Sympla.

Local: a mostra será em formato digital, podendo ser acessada via site oficial ou canal do evento no Youtube

Maiores informações em https://mostracuite.github.io/


Programação


05 de setembro

18h - 19h15 1º Debate Igarapé

19h15 Caminho das Pedras

20h Marajó das Letras

20h40 Transamazonia


06 de setembro

18h - 19h15 2º Debate Igarapé

19h15 Sobre Quedas e Quedares

19h17 Lambes que gritam

19h19 Intermitências sobre Macapá

19h24 A chula

19h27 De domingo a Domingos

19h31 O fotógrafo

19h35 Kayka Aramtem

19h40 O passado presente

19h53 Intervenção Urbana


07 de setembro

18h - 19h15 3º Debate Igarapé

19h15 Carta sobre nosso lugar

19h31 Meu corpo feminino

19h46 Mazagão Porta do Mar

20h48 HIstórias de Marabaixo


ATENDIMENTO À IMPRENSA

Site oficial: mostracuite.github.io

Instagram: instagram.com/mostracuite

Email: cuitemostracinema@gmail.com


Contatos:

Bruna Anele: Gestora e coordenadora de comunicação da mostra - (51) 99691-1262 / brunaanele@hotmail.com. 

Emilly Garcia: jornalista - (51) 99458-2900 / garcia.emilly@gmail.com