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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Cine Dica: Horizontes do Filme Ensaio

MOSTRA HORIZONTES DO FILME ENSAIO APRESENTA SESSÕES, DEBATES E UM PAINEL EM TORNO DO ENSAIO FÍLMICO
Verdades e Mentiras

De 03 a 23 de outubro a Cinemateca Capitólio Petrobras promove a Mostra Horizontes do Filme Ensaio, uma das 26 atividades do projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019, aprovado pela Lei Rouanet/Governo Federal, com produção cultural da Fundacine RS e Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Coordenação de Cinema e Audiovisual da Secretaria da Cultura, com patrocínio master da Petrobras.
Horizontes do Filme Ensaio apresenta 26 produções e promove seis debates e um painel em torno das complexidades do ensaio fílmico. As sessões contam com obras de diferentes formatos e durações, realizadas por nomes como Harun Farocki, Sergei Eisenstein, o coletivo Les Insoumuses, Jonas Mekas, Angela Ricci Lucchi e Yervant Gianikian, Chris Marker, Orson Welles, Jean Rouch, John Akomfrah, Jean-Daniel Pollet, Mariana Shellard, Aloysio Raulino, Jean-Luc Godard, Raúl Ruiz, Zózimo Bulbul, Pere Portabella, Carlos Adriano e Arthur Tuoto.
Além das exibições, a mostra conta com sessões comentadas, destaque da programação, que abordam temas contemporâneos como o afrofuturismo, as transformações dos espaços públicos, a representação de indivíduos marginalizados e a presença das mulheres nos ambientes de poder a partir de diferentes perspectivas do ensaio fílmico. Participam dos debates as pesquisadoras Lilian Santiago, Kênia Freitas, Claire Allouche, integrantes do Cineclube Academia das Musas e da Mutual Films.
A sessão de abertura, na quinta-feira, 03 de outubro, às 20h, apresenta o programa duplo com o curta-metragem Antes do Lembrar, de Luciana Mazeto e Vinicius Lopes, e longa-metragem Objeto Misterioso ao Meio-Dia, do diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul, inédito em Porto Alegre. Antes do Lembrar já participou de diversos festivais no Brasil e exerior, com destaque para o International Film Festival Rotterdam 2018 e o prêmio de melhor documentário na competição internacional do 46º Athens International Film and Video Festival.
No domingo, 06 de outubro, às 17h30, ocorre com entrada franca o painel Perspectivas do filme ensaio, com a presença de Rafael Valles, documentarista e pesquisador dos filmes-diários de Jonas Mekas, Flavio Guirland, pesquisador do cinema found footage, e Gabriela Almeida, autora do livro “O ensaio fílmico ou o cinema à deriva”.
A sessão de encerramento, na quarta-feira, 23 de outubro, apresenta a sessão de The Cleaners, de Hans Block e Moritz Riesewieck, comentada pelo produtor Fernando Dias.
A mostra HORIZONTES DO FILME ENSAIO é uma correalização com o Goethe-Institut Porto Alegre, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français.
Os ingressos para as sessões custam R$ 10,00, com meia entrada para estudantes, idosos e portadores do Cartão Petrobras com acompanhante, além de gratuidade para os funcionários da Petrobras. A bilheteria abre 30 minutos antes de cada sessão. A Cinemateca Capitólio Petrobras fica na Rua Demétrio Ribeiro 1085 – Esq. com Borges de Medeiros. Mais informações (51) 3289 7453 | http://www.capitolio.org.br | facebook.com/cinemateca.capitolio

FILMES

ANTES DO LEMBRAR
Brasil, 21’, 2017, DCP
Direção: Luciana Mazeto, Vinícius Lopes
Nas primeiras evidências de humanidade no sul do Brasil, encontramos, lado a lado, as partes visíveis e invisíveis de uma história.

OBJETO MISTERIOSO AO MEIO-DIA
(Dokfa nai meuman)
Tailândia, 82’, 2000, HD para DCP
Direção: Apichatpong Weerasethakul
Uma equipe de filmagem parte em uma viagem pela Tailândia, de norte a sul, documentando várias vidas ao longo do caminho. No processo, cada sujeito filmado é solicitado para continuar uma história ficcional e fantasiosa.

O TIGRE E A GAZELA
Brasil, 15’, 1976, digital
Direção: Aloysio Raulino
As fisionomias, os gestos e as falas de mendigos, pedintes, loucos e foliões que passam pelas ruas de São Paulo. Os sons e imagens são ilustrados com extratos de Frantz Fanon.

A ORDEM
França, 44’, 1973, digital
Direção: Jean-Daniel Pollet
A vida na colônia de leprosos de Spinalonga, uma ilha ao largo de Creta, através dos olhos de Raimondakis, que conta sua história para a câmera depois de ter sido excluído de sua comunidade.

A QUARTA E ÚLTIMA MORADA
Brasil, 89’, 2019, DCP
Direção: Mariana Shellard
Híbrido de ficção e documentário, o filme foi inspirado no livro Sangue Sábio, (1949) de Flannery O’Connor. Um ator de teatro (Ronaldo Braga), representando um pregador de rua no turbulento e cacofônico centro da cidade de São Paulo onde se concentram pregadores autônomos e religiosos, interage com a população e consequentemente traça um perfil do microcosmo local. Sua fé é a Igreja Sem Cristo e sua pregação declara que “não há verdade por trás de todas as verdades”.

COMMUNION LOS ANGELES
EUA, 68’, 2018, DCP
Direção: Peter Bo Rappmund, Adam R. Levine
O filme segue, quadro a quadro, a auto-estrada mais antiga da Califórnia (SR 110), das Montanhas de São Gabriel ao Oceano Pacífico, definindo e dividindo as comunidades 2 para as quais foi desenhada para servir. Ao observar essas 35 milhas de asfalto com infraestrutura e arquitetura públicas, essa jornada equinocial realça as dicotomias de mobilidade, tecnologia e espaço urbano. Além de fazer seus próprios filmes, os dois diretores trabalharam como assistentes e colaboradores de Thom Andersen em diversos trabalhos, e Rappmund também participou da montagem de A quarta e última morada. O filme estreou na mostra Signs of Life (Sinais de Vida), no Festival de Locarno.

DOMÍNIO
Portugal, 12’, 2019, DCP
Direção: Marcelo Félix
Abordagem pessoal ao tema da sustentabilidade, Domínio evoca o invisível na rotina dos seres e das coisas, a dimensão imensurável de cada escolha, a origem e o destino da memória: uma despedida em contagem decrescente, entre a nostalgia da distância que repõe a perspectiva e a imersão quotidiana na múltipla proximidade do caos. Domínio é um relance sobre gestos de discreta subversão e também uma breve lembrança do desgaste do mundo, feito de fragmentos de passado e futuro.

LAS CAMPAÑAS DE INVIERNO
Cuba/Venezuela/México, 70’, 2019, DCP
Direção: Rafael Ramírez
O prolífico cineasta cubano experimental Rafael Ramírez leva a campanha de Napoleão para a Rússia como ponto de partida para seu excepcional longa de estreia. Ele apresenta uma realidade singularmente mundana, mas também um universo perturbador de fantasia. O filme então oferece dois mundos em conflito, onde os personagens se tornam símbolos de representação e nos quais uma narração misteriosa é o guia exclusivo para o espectador atravessar a fronteira entre eles. Las campañas de invierno é um filme de grande beleza feito de rascunhos, modelagem e remodelagem.

O ÚLTIMO ANJO DA HISTÓRIA
(The Last Angel of History)
Reino Unido, 45’, 1995, HD
Direção: John Akomfrah
Um ensaio fílmico sobre a estética negra que traça as ramificações da ficção científica dentro da cultura pan-africana. Akomfrah articula o uso de imagens da nave espacial e do alienígena no trabalho de três músicos de gênio excêntrico – Sun Ra, George Clinton e Lee Perry –, para em seguida abordar a obra dos escritores da ficção científica negra Octavia Butler e Samuel Delany. O filme sugere que a nave espacial e o alienígena têm ressonâncias óbvias na condição diaspórica de exílio e deslocamento. Akomfrah expande sua constelação para incluir desde Walter Benjamin até DJ Spooky, traçando um itinerário pela música e ficção científica negras, a fim de lançar um olhar revelador sobre a modernidade na aurora da era digital.

O ENCANTADOR MÊS DE MAIO
(Le Joli Mai)
França, 165’ 1963, digital
Direção: Chris Marker, Pierre Lhomme
Paris, maio de 1962. A guerra da Argélia acaba de terminar. Neste primeiro mês de paz após sete anos de conflito, o que pensam os parisienses? Cada um testemunhou a tragédia da sua maneira, com suas angústias, felicidades e esperanças. Pouco a pouco, desenha-se um retrato vivo da França na alvorada nos anos 1960.

A MÁSCARA
(Het Masker)
Holanda/França, 53’, 1989, digital
Direção: Johan van der Keuken
Enquanto a França festeja o bicentenário da revolução francesa, Phillippe vive em Paris sem domicílio fixo, entre as paradas de metrô e os albergues do Exército da Salvação. Johan van der Keuken mostra em paralelo a vida dos excluídos e as imagens comerciais das celebrações do bicentenário. Entre a rejeição aos estrangeiros e o multiculturalismo, enquanto os partidos de extrema direita crescem na Europa, a sociedade francesa busca sua identidade.

ALMA NO OLHO
Brasil, 12’, 1973, HD
Direção: Zózimo Bulbul
Metáfora sobre a escravidão e a busca da liberdade através da transformação interna do ser, num jogo de imagens de inspiração concretista.

CUADECUC, VAMPIR
Espanha, 63’, 1971, HD
Direção: Pere Portabella
Uma das mais importantes produções clandestinas do cinema espanhol, em plena ditadura de Franco, Cuadecuc, Vampir traz uma combinação onírica entre ensaio, documentário e ficção e é definido pelo próprio Portabella como um “filme-vampiro”. Realizada com negativos roubados da televisão estatal, a obra se constrói através das filmagens de Conde Drácula (1970), de Jesús Franco, com Christopher Lee e as musas Maria Rohm e Soledad Miranda no elenco. Desconstrução do cinema de horror clássico e uma homenagem aos primeiros filmes sobre a história do vampiro, especialmente Vampyr, de Carl Theodor Dreyer e Nosferatu, de F. W. Murnau.

OUTUBRO
(Oktyabr)
União Soviética, 103’, 1927, DCP
Direção: Serguei Eisenstein, Grigoriy Aleksandrov
O intenso processo revolucionário da Rússia desde 1917 até a tomada do poder pelos bolcheviques.

A VOZ E O VAZIO: A VEZ DE VASSOURINHA
Brasil, 15’, 1998, DCP.
Direção: Carlos Adriano
A arte sincopada do original e obscuro sambista paulistano Vassourinha (1923-1942), que gravou apenas seis discos 78rpm.

IMAGENS DO MUNDO E INSCRIÇÕES DA GUERRA
(Bilder der Welt und Inschrift des Krieges)
Alemanha, 75’, 1988, digital
Direção: Harun Farocki
Filme-ensaio sobre o uso de imagens operacionais (desenhos e fotografias realizados com finalidade técnica, sem pretensão artística) em processos produtivos, operações militares e como mecanismos de controle. Harun Farocki se debruça especialmente sobre um conjunto de fotografias aéreas de Auschwitz tiradas por aviões de bombardeio norte-americanos em 1944, mas que foram descobertas e identificadas por dois funcionários da CIA. apenas em 1977. O cineasta reflete sobre o papel do olho como intermediário entre o ser humano e o mundo, e sobre como o ponto de vista determina o que vemos.

MASO E MISO VÃO DE BARCO
(Maso et Miso vont en bateau)
França, 55’, 1976, digital
Direção: Carole Roussopoulos, Delphine Seyrig, Ioana Wieder, Nadja Ringart
O coletivo Les Insoumuses usa de ironia e sarcasmo para interferir na reprodução de uma entrevista realizada pelo jornalista Bernard Pivot com a também jornalista e escritora Françoise Giroud, Secretária de Estado da Condição Feminina (1974-1976) no governo de Jacques Chirac.

VERDADES E MENTIRAS
(F for Fake)
França, 90’, 1973, HD
Direção: Orson Welles
Ao traçar o perfil de Elmyr de Hory, um notório falsificador de obras de arte, Verdades e mentiras descobre um emaranhado de histórias sobre fraudes e acaba por esbarrar nas próprias mentiras de Welles.

QUEBRA-GELO
(Brise-Glace)
Suécia/França, 86’, 1988, HD com legendas em espanhol
Direção: Jean Rouch, Raúl Ruiz e Titte Törnroth
No quebra-gelo “Frej”, três diretores entregam suas impressões: Rouch filma as obras no navio, Törnroth dá a palavra à tripulação e Ruiz apresenta um toque fantástico… Um filme em três episódios que se encaixa em um projeto multimídia maior, incluindo também criações musicais, radiofônicas e um livro ilustrado

REMINISCÊNCIAS DE UMA VIAGEM À LITUÂNIA
(Reminiscences of a Journey to Lithuania)
Estados Unidos, 82’, 1972, HD
Direção: Jonas Mekas
Este filme está dividido em três partes. A primeira parte é composta pelo material que filmei com minha primeira Bolex, durante meus primeiros anos na América, sobretudo entre 1950 -1953. A segunda parte foi filmada na Lituânia. Quase tudo em Semeniskiai, o vilarejo onde nasci. Não se pode perceber de fato como a Lituânia é hoje: pode-se percebê-la apenas através das memórias de um exilado que retorna à casa pela primeira vez após 25 anos.

OH, HOMEM!
(Oh! Uomo)
Itália, 71’, 2004, HD
Direção: Yervant Gianikian, Angela Ricci Lucchi
Usando material found footage de noticiário e fotografias de arquivos italianos, o filme coleciona imagens de guerra que se concentram na dor e no sofrimento que a batalha inflige aos soldados.

CRISE ANTROPOMÓRFICA
Brasil, 17’, 2018, digital
Direção: Victor Souza
Corpo-Ferramenta x mundo; corpo-conceito x cultura; hiper-corpo x realidade.

CARNÍVORA
Brasil, 63’, 2016, HD
Direção: Arthur Tuoto
Após ser encontrada por seres alienígenas, a sobrevivente de um episódio misterioso que dizimou parte da raça humana tenta compreender os fatos que levaram o planeta Terra a esse trágico destino. Formado inteiramente por imagens de arquivo sob domínio público, o filme é uma adaptação do conto de ficção científica “The Carnivore”, de Katherine MacLean.

ECLIPSE
Brasil, 1984, 12’, DCP
Direção: Antonio Moreno
Diante de imagens que se transfiguram, dentro de um cogumelo de uma explosão já começada, a narração de um rude poema latino-americano conta ocorrências e impressões das décadas de sessenta, setenta e oitenta no Brasil e América Latina, com algumas falhas de memória. O filme foi realizado a partir da técnica de animação direta na película.

FILME SOCIALISMO
(Film Socialisme)
França/Suíça, 100’, 2010, 35mm
Direção: Jean-Luc Godard
Num cruzeiro pelo mar Mediterrâneo, com personalidades como o filósofo francês Alain Badiou e a cantora americana Patti Smith a bordo, passageiros discutem sobre história, dinheiro e geometria. Longe dali, a família Martin, que mora num posto de gasolina, recebe a visita de uma jornalista e sua cinegrafista. As duas passam o dia à espera de uma entrevista com os pais, enquanto as crianças exigem deles explicações sobre liberdade, igualdade e fraternidade.

THE CLEANERS
(Im Schatten der Netzwelt)
Alemanha/Brasil, 88’, 2018, DCP
Direção: Hans Block, Moritz Riesewieck
A cada minuto 245 mil fotos estão sendo carregadas na internet, totalizando mais de 350 milhões de fotos diariamente. Simultaneamente, algumas dessas imagens e vídeos estão sendo bloqueados ou excluídos: pornografia infantil, fotos de tortura ou violência extrema, mas também imagens inofensivas de mães que amamentam. Quem são esses moderadores que fazem a “limpeza” das redes sociais? Com qual critério? E o quanto essas decisões podem influenciar a vida e opinião de todos?

GRADE DE HORÁRIOS

3 de outubro
16h – Verdades e Mentiras
18h – Imagens do Mundo e Inscrições da Guerra
20h – Antes do Lembrar + Objeto Misterioso ao Meio-Dia

4 de outubro
16h – Crise Antropomórfica + Carnívora
18h – Quebra-Gelo
20h – A Quarta e Última Morada + debate com Mariana Shellard e Aaron Cutler

5 de outubro
16h – Communion Los Angeles
18h – Domínio + Las Campañas de Invierno
20h – O Tigre e a Gazela + L’Ordre + debate com Lilian Santiago (entrada franca)

6 de outubro
16h – Oh! Homem
17h30 – Painel: Perspectivas do filme ensaio (entrada franca)
20h – Reminiscências de uma Viagem à Lituânia

8 de outubro
16h – Quebra-Gelo
18h – Eclipse + Filme Socialismo
20h – Alma no Olho + Cuadecuc, Vampir

9 de outubro
16h – O Encantador Mês de Maio
19h – Imagens do Mundo e Inscrições da Guerra

10 de outubro
16h – Crise Antropomórfica + Carnívora
18h – Verdades e Mentiras
20h – A Voz e o Vazio: A Vez de Vassourinha + Outubro

11 de outubro
18h – Quebra-Gelo
20h – Projeto Raros Especial: O Último Anjo da História + debate com Kênia Freitas (entrada franca)

12 de outubro
14h – O Encantador Mês de Maio
17h – A Máscara + debate com Claire Allouche (entrada franca)

13 de outubro
14h – Crise Antropomórfica + Carnívora
15h30 – Maso e Miso vão de Barco + debate com Cineclube Academia das Musas

15 de outubro
14h – Verdades e Mentiras
16h – O Encantador Mês de Maio

16 de outubro
16h – A Quarta e Última Morada

17 de outubro
16h – Quebra-Gelo

18 de outubro
16h – Eclipse + Filme Socialismo

20 de outubro
14h – A Voz e o Vazio: A Vez de Vassourinha + Outubro

22 de outubro
18h – Imagens do Mundo e Inscrições da Guerra
20h – Eclipse + Filme Socialismo

23 de outubro
18h – Crise Antropomórfica + Carnívora
20h – The Cleaners + debate com Fernando Dias

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Foro Íntimo' - Justiça Claustrofóbica

Sinopse: Mesmo não tendo cometido nenhum crime, um importante juiz criminal se vê preso. Isso porque, devido ao seu trabalho de risco, ele está sendo severamente ameaçado de morte. 

"Foro Íntimo" é uma daquelas tramas que podem ser atraídas em dois sentidos. Em uma primeira observação, a obra pode ser encaixada dentro do gênero tribunal, ao assistirmos a história sobre um juiz (Gustavo Werneck) que tenta julgar um grupo de políticos corruptos. Porém, o filme pode ser visto também como uma obra que vai pelo lado de fora do convencional, onde mostra o isolamento desse protagonista que tenta manter a sua sanidade mental em meio a um sistema já contaminado ao longo do seu tempo.   

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Neste último caso, é o que mais salta os olhos para aqueles que forem assistir "Foro Íntimo", primeiro longa-metragem de Ricardo Mehedff. Cheio de significados nas entrelinhas, a história coloca o cinéfilo na mesma situação do protagonista. As paredes do local dos eventos se tornam algo peculiar na visão dele e aos nossos olhos. Por toda a sua volta, assim como os demais personagens que surgem na tela, tudo se torna suspeito e na possível conspiração diabólica contra o próprio.  
Essa construção psicológica e visual tudo se deve ao cineasta e seu talento em conseguir nos prender na poltrona. O enquadramento, com os seus planos fechados, cria uma situação claustrofóbica e da qual nos contagia. A bela fotografia em preto e branco sintetiza um pesadelo crescente e nos lembrando até mesmo do melhor do cinema expressionista.   
Gustavo Werneck, do filme "Batismo de Sangue" (2006), também apresenta um ótimo desempenho em cena, ao conseguir transmitir para nós uma pessoa em desespero e pronta para sair dos trilhos. É uma pena, portanto, que os demais personagens em cena não nos passe o mesmo efeito, mas não significa que isso prejudique o resultado final da obra como um todo.  O filme somente teria ganho maiores camadas de interpretação e tornado a sessão ainda mais desafiadora do que o normal.
"Foro Íntimo" é um filme provocativo, de significados abstratos e que instiga o cinéfilo do começo ao fim da projeção como um todo. 

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Cine Dica: 'Domingo’ e 'Clube Dos Canibais' Chegam no Cinebancários.

“O CLUBE DOS CANIBAIS”, de Guto Parente, estreia dia 03 de outubro, na sessão das 19h no CineBancários

“O Clube dos Canibais”, de Guto Parente, fez sua estreia mundial no Festival de Rotterdam e já foi exibido em mais de 30 festivais internacionais ao longo de 2018 como BAFICI, BFI London FF, Scream Singapore, Fantasy Filmfest, Strasbourg European Fantastic FF, entre outros. Já foi vendido para diversos territórios, com distribuição garantida em países como EUA, Alemanha, Japão, Inglaterra, Suécia, Noruega, Dinamarca.
O filme conta história de Otávio e Gilda, um casal rico da elite brasileira que tem o hábito de comer seus empregados. Otávio possui uma empresa de segurança privada e é um membro notável do Clube dos Canibais, uma organização secreta formada por homens poderosos adeptos do canibalismo. Quando Gilda acidentalmente descobre um segredo de um poderoso deputado e líder do Clube, a vida dela e a de seu marido passam a correr perigo.
Todo filmado no estado do Ceará - em Fortaleza e na belíssima praia de Guajiru - a primeira ideia para o longa surgiu a partir de uma história real que aconteceu em Porto Alegre. Guto conheceu a história a partir da leitura de “O Maior Crime da Terra”, do escritor e historiador Décio Freitas. O livro aborda assassinatos que aconteceram em Porto Alegre entre anos anos de 1864 e 1865, conhecidos como Crimes da Rua do Arvoredo, onde um casal atraia suas vítimas para casa, as matava, as esquarteja e produzia linguiças de carne humana. As linguiças eram vendidas em um açougue da cidade e muito apreciadas pela população. As vítimas eram homens seduzidos por Catarina Palse, que os fazia acreditar que ela iria para a cama com eles, mas que acabavam assassinados por seu marido, José Ramos.
“Esse jogo sexual perverso e fetichista do casal foi o que eu peguei emprestado dessa macabra história real para criar os personagens e práticas do Clube dos Canibais, que aponta para um lugar talvez mais exagerado e absurdo ainda, por envolver questões de classe e poder. A ideia de um casal canibal também ganha camadas muito particulares quando esse casal faz parte da alta elite brasileira, dos que mandam no país,” explica o diretor
Como um filme de terror e suspense, “O Clube dos Canibais” tem traços de Gore ao mesmo tempo que a origem dos personagens na narrativa complexifica a leitura e acrescenta elementos de crítica social. “Durante a minha adolescência eu vi todos os filmes de terror disponíveis na locadora perto da minha casa, era uma obsessão. Depois essa fase passou, mas continuei sentindo uma atração pelo gênero. E já faz algum tempo que venho querendo realizar filmes de suspense e terror. Em 2013/14 eu e a Ticiana rodamos um terror romântico chamado ‘A Misteriosa Morte de Pérola’, filmado na França, enquanto estávamos morando por lá. E foi nessa época que surgiu a ideia do Clube dos Canibais e o primeiro tratamento do roteiro”, complementa Guto.

Ficha técnica do filme
O Clube do Canibais
2018 | Brasil | ficção |  81 min.
Direção: Guto Parente, Produção: Ticiana Augusto Lima, roteiro: Guto Parente, produção executiva: Ticiana Augusto Lima, diretor de fotografia: Lucas Barbi,  elenco: Ana Luiza Rios (Gilda),Tavinho Teixeira (Otávio), Pedro Domingues (Borges), Zé Maria Jonas), Bruno Prata (Josimar), Galba Nogueira (Lucivaldo), LC Galetto (Ramirez), Fátima Muniz (Cecília), produtora: Tardo Filmes, distribuidora: Olhar Distribuição

Sinopse: A maneira correta de temperar um churrasco a partir da carne dos empregados é uma das poucas preocupações na vida luxuosa do casal Otávio e Gilda. Até que Gilda acidentalmente descobre um segredo de Borges, líder do Clube e poderoso deputado, e a vida dela e de seu marido passam a correr perigo.

Sobre o diretor
Guto Parente nasceu em 1983, em Fortaleza, Ceará. Terminou seus estudos de cinema em 2008 na Escola de Audiovisual de Fortaleza - Vila das Artes e de 2008 até 2016 foi membro do coletivo de artistas e produtora Alumbramento, período em que escreveu e dirigiu sete curtas e seis longas, a maioria realizado com equipes pequenas, filmagens rápidas e baixíssimos orçamentos. Ao final desse período, Guto Parente e Ticiana Augusto Lima – sua produtora e parceira criativa desde 2011 – fundaram a produtora Tardo Filmes, ao passo que a Alumbramento chegava ao seu fim. Os filmes de Guto Parente tiveram exibições em importantes festivais internacionais como Rotterdam, Locarno, Viennale, AFI, FidMarseille, Bafici, entre outros; assim como foram premiados em festivais nacionais como Tiradentes, Janela, Panorama e Semana.

Sobre a Olhar Distribuição
A Olhar Distribuição nasceu em parceria com o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba e em consonância com seu propósito de buscar filmes que dialogam com a contemporaneidade. Nosso objetivo é respeitar o universo próprio a cada filme, suas cores, sua cultura, seus sorrisos. Transpor as fronteiras que limitam tais mundos, ficcionais ou reais, e levá-los a outros olhares, cercados de realidades distintas, a fim de provocar a reflexão e a sensibilização.

Informações para a imprensa:
Genco Assessoria | Karina Almeida
11 98556 5242

'DOMINGO’ CHEGA AO CINEBANCÁRIOS A PARTIR DE 3 DE OUTUBRO, NA SESSÃO DAS 15H, APÓS PASSAR POR CIRCUITO DE FESTIVAIS INTERNACIONAIS  

'Domingo’ nasceu a partir de um roteiro original, criado por Lucas Paraizo a partir de suas memórias de infância no Sul do Brasil. Escrito há mais de uma década, o material chegou a Clara Linhart (‘La Manuela’) e Fellipe Barbosa (‘Gabriel e a Montanha’, ‘Casa Grande’), que partiram então para o primeiro trabalho em que assinam juntos a direção. Estrelado por Ítala Nandi e Camila Morgado, o filme estreia no próximo dia 3 de outubro após percorrer um circuito de festivais ao redor do mundo. 
‘Domingo’ é uma produção da República Pureza Filmes, Gamarosa Filmes e Damned Films, coproduzido por Arte France Cinéma, Globo Filmes e Canal Brasil. O longa acompanha uma família burguesa do interior gaúcho durante um dia emblemático: 1o de janeiro de 2003. Durante a posse do Presidente Lula, parentes, agregados e empregados se reúnem em uma velha e decadente casa de campo para um churrasco regado a segredos, frustrações e anseios. É o ponto de partida inicial para um retrato da classe burguesa naquele contexto de transição política. 
A escolha do momento histórico veio por conta de um novo governo que, na época, simbolizava a antítese dos valores tradicionais burgueses. Em uma das cenas, a matriarca se refere à eleição como uma “vingança dos pobres”. Não à toa, as relações entre os patrões e os empregados da família são um dos pontos de grande tensão da história. ‘Domingo’ foi rodado em uma antiga charqueada gaúcha, em Pelotas. 
‘É como se os antigos fantasmas rondassem aquela propriedade e, em algum momento, pudessem assombrar os personagens do filme’, analisa Clara Linhart. A locação, aliás, foi frequentada por Lucas Paraizo na infância, quando passou férias na casa de campo. ‘Para escrever esse filme tive que recorrer às minhas memórias de infância. Não é uma autobiografia, mas uso personagens e arquétipos da minha vida para colocar personagens de diferentes gerações de uma família sob um mesmo teto’, completa o roteirista. 
Fellipe Barbosa assinala que a locação foi fundamental para desenvolver os climas da história. Citando referências como o cinema da argentina Lucrecia Martel (‘O Pântano’), peças de Tchekhóv (‘O Jardim das Cerejeiras’, ‘A Gaivota’) e clássicos de Luis Buñuel (“O Anjo Exterminador”, “O Discreto Charme da Burguesia”), o diretor conta que optaram por filmar em plano-sequência a quase totalidade das cenas. 
‘Enquanto todas as revelações e conflitos ocupam as cenas dentro da casa, quando a câmera fica mais ‘nervosa’, no exterior temos a câmera no tripé e todos se comportam, até certo ponto, com as máscaras sociais. Nós assistimos ao teatro das aparências dessa família com distanciamento’, analisa o diretor. 
Após produzir os outros trabalhos de Fellipe e dirigir o documentário ‘La Manuela’, Clara Linhart faz seu primeiro filme com o parceiro profissional de longa data. Os dois afirmam que filmar em uma locação tão impregnada de vivência e trabalhar com alguns improvisos dos atores foi determinante para o resultado final. 
Tal atmosfera é garantida ainda por um elenco em sua maioria gaúcho, além de grande parte da equipe técnica local. ‘Domingo’ marca também o retorno ao cinema de Ítala Nandi, natural de Caxias do Sul, que completa 60 anos de carreira com o trabalho, que lhe rendeu o troféu de Melhor Atriz no último Festival do Rio. Ela interpreta Laura, a rígida matriarca da família, cuja aparição detona uma série de conflitos entre as personagens, a começar por Bete, sua nora vivida por Camila Morgado, entorpecida durante todo o almoço familiar, o que rende os momentos mais cômicos do filme. 
‘Domingo’ passou por uma série de festivais internacionais e brasileiros antes de fazer a sua estreia oficial. Entre os muitos lugares por onde foi exibido, estão eventos como o Festival de Veneza (Jornada do Autor), Miami Film Festival, Filmfest de Munique, Festival de Cine de Lima, Festival do Rio, Mostra de SP e o Festival de Brasília. 

Sinopse resumida: 1o de janeiro de 2003. Enquanto Brasília celebra a posse do Presidente Lula, duas famílias do interior gaúcho se reúnem em uma velha casa de campo para um churrasco regado a champanhe, segredos, anseios e frustrações. ‘Domingo’ poderia ser um dia qualquer – não fosse a tempestade repentina que despertará antigos fantasmas. 
Clara Linhart, diretora, produtora, assistente de direção franco-brasileira, formada em Ciências Sociais pela PUC-RIO e em CinemaDocumentário pela FGV-Rio. Diretora do curta “Os Sapos”, apresentado em mais de 10 festivais no Brasil. Dirigiu também o curta “Luna e Cinara”, ganhador de menções honrosas no Panorama Coisa de Cinema e na Goiânia Mostra Curtas e do curta documentário “Em Paz”. Em 2017, lançou seu primeiro documentário longa- metragem, “La Manuela”, vencedor do prêmio de melhor documentário no Florianópolis Audiovisual Mercosul e exibido no Brasil, no Equador e na França. 
Fellipe Barbosa é diretor e roteirista com mestrado pela Universidade de Columbia em NY. Realizou o documentário "Laura", vencedor do Festival de Hamptons e do DocTv América Latina. Seu primeiro longa de ficção, "Casa Grande”, estreou na competição do Festival de Rotterdam em 2014 e seguiu para San Sebastián, Londres, Havana, dentre outros. Dirigiu o longa “Gabriel e a Montanha”, que ganhou dois prêmios na Semana da Crítica do Festival de Cannes e foi o segundo filme latino-americano mais visto na França em 2017. 
Lucas Paraizo é roteirista de cinema e TV. Formado em cinema pela “PUC-Rio” e pela “EICTV” – Escuela Internacional de Cine y Televisión, de Cuba; pós-graduado em roteiro pela “ESCAC” – Escola Superior de Cinema da Catalunya e Mestre em Artes Cênicas pela “UAB” – Universidad Autônoma de Barcelona. Na TV Globo, escreveu as séries “A Teia” (2014), “O Caçador (2015)”, “O Rebu” (2015) e “Justiça” (2016) – indicada ao Emmy International de melhor série de drama. Atualmente é redator final da série “Sob Pressão” — selecionada para o TIFF – Toronto International Film Festival 2017 e vencedor do FIPA D’Or 2018 na França – de melhor série, roteiro, ator e atriz – além dos troféus APCA e ABRA de melhor série de 2017. 
No cinema escreveu os longas “Laura”, de Fellipe Barbosa (Melhor documentário do Hemptons International Film Festival, NY, 2014); “Divinas Divas”, de Leandra Leal (Audience Award SXSW, 2016); “Gabriel e a Montanha”, também de Fellipe Barbosa (Prêmio Revelação Semana da Crítica Cannes, APCA melhor roteiro, 2017); “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor (Melhor roteiro Festival do Rio, Melhor filme Mostra SP, Prêmio Signis Havana Film Festival, 2017); “Domingo”, de Fellipe Barbosa e Clara Linhart (Venice Film Festival 2018 – Giornate Degli Autori, Filme de abertura do Festival de Brasília, Festival do Rio, Havana Film Festival) “Divino Amor”, de Gabriel Mascaro (Sundance Film Festival e Festival de Berlin - Panorama), e “Macabro”, de Marcos Prado (em finalização). 
É autor do livro “Palavra de Roteirista” (Ed.SENAC, 2015), professor de roteiro nos cursos de cinema da PUC-Rio e da EICTV – em Cuba e integrante do CILECT (Centre Internacional de Liaison des Ecoles de Cinéma et de Televisión). 
Em 2018, Lucas foi eleito “Roteirista do Ano” pela Associação Brasileira de Autores 

Roteiristas. 
Ficha técnica: Filme: DOMINGO Duração: 95 min Gênero: Ficção/Cor Estado: Rio de Janeiro Ano de Produção: 2018 
Direção: Clara Linhart e Fellipe Barbosa 
Elenco: Ítala Nandi (Laura) Camila Morgado (Bete) Augusto Madeira (Nestor) Martha Nowill (Eliana) Michael Wahrmann (Eduardo) Ismael Caneppele (Miguel) Silvana Silvia (Inês) Clemente Viscaíno (José) Chay Suede (Mauro) Manu Morelli (Valentina) Maria Vitória Valença (Rita) João Pedro Prates (Marcelo) Francesco Fochesato (Carlos) Cecília Soares (Fernanda) Donald Marshall (Diego) oão Henrique Domingues (Mateus) 
Produção: República Pureza Filmes, Gamarosa Filmes e Damned Films Produtores: Marcello Ludwig Maia e Yohann Cornu Coprodução: Arte France Cinéma, Canal Brasil e Globo Filmes Produtor Associado: Carlos Diegues Roteiro: Lucas Paraizo Fotografia: Louise Botkay Montagem e Edição de som: Waldir Xavier Som: Pedro Sá Earp Produção executiva: Pimenta Jr. Marquinhos Mendonça Distribuição: Arthouse International sales: Films Boutique 
Participações e prêmios em Festivais e Mostras: 
75o Festival de Veneza - XV Giornate degli Autori 
20o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro: Prêmio de melhor atriz para Ítala Nandi 
22o Festival Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira (Portugal): Prêmio dos Cineclubes e uma Menção Honrosa para a Direção de Arte de Rafael Faustini 
11o Festival Internacional de Cinema da Fronteira, em Bagé: Prêmio São Sebastião, Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular e Melhor Atriz para Ítala Nandi 
35o Filmfest de Munique 2019 
23o Festival de Cine de Lima PUCP 
42a Mostra de São Paulo 
36o Miami Film Festival 
40o Festival del Nuevo Cine Latioamericano 
X Panorama Internacional Coisa de Cinema 
XI Janela Internacional de Cinema do Recife 
51o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Coringa' - Revitalizando o Gênero

Sinopse: Comediante falido é ignorado pela própria sociedade que o havia criado. Na medida em que começa a perder o controle de sua vida ele se encaminha por um caminho sem volta. 

Gosto de comparar as adaptações das HQ para o cinema com o gênero faroeste, pois em ambos os casos tem mais em comum do que nós imaginamos. O faroeste, por exemplo, foi tão executado no cinema americano por décadas que ele chegou ao ponto de se esgotar e se tornar apenas uma pequena lembrança do que já foi um dia. Foi somente com filmes como "Dança Com Lobos" (1990) e, principalmente, "Os Imperdoáveis" (1992) que o gênero conseguiu uma revitalização, mas tendo que assumir caminhos mais verossímeis, falhos e humanos.
No caso das adaptações das HQ, a fábrica hollywoodiana usou e abusou nestes últimos dez anos dessa fórmula para se gerar franquias milionárias, mas sempre caminhando na corda bamba devido ao possível desgaste e da falta de boas ideias. Mas, assim como aconteceu com o faroeste, esses filmes ganham a todo momento uma sobreviva, onde determinados realizadores cruzam a linha do convencional e nos brindando com filmes que nos trazem algum frescor. Foi assim que aconteceu na trilogia "Cavaleiro das Trevas" (2005 - 2012), ou até mesmo no filme "Logan" (2017), sendo que neste último vemos um herói cansado de uma realidade em que foi lhe tirado tudo e que só luta para continuar sobrevivendo.
Há de se levar em conta que os gêneros cinematográficos, independente de qual assunto, nascem para entreter os cinéfilos que buscam esquecer um pouco do mundo real que todos nós convivemos. Porém, os filmes precisam também acompanhar as mudanças vertiginosas que acontecem a todo momento, pois se distanciar por demais acaba por ficarem no meio do caminho e sem obter algum diálogo conosco. É aí que chegamos, finalmente, ao filme do "Coringa", obra que nos traz uma nova luz sobre a origem do vilão, mas que também fala sobre o nosso complexo mundo atual.
Dirigido por Todd Phillips, da trilogia "Se Beber, Não Case" (2009 - 2013), o filme conta a história de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) que trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à uma agressão de três homens em pleno metrô. Isso serve como ponto de ignição para Arthur começar a trilhar um caminho sem volta. 

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Estamos no início da década de oitenta, onde Gotham City mais parece a Nova York decadente daqueles tempos e representando muito bem as nossas cidades atuais devido à falta de recursos que deveriam ser vindas pelo governo. Aliás, o início do filme deixa bem claro que, tanto Arthur, como os demais cidadãos daquela cidade, estão sendo desidratados pelo desdém dos poderosos e tendo somente que sobreviver com o que tem em meio aos tempos escassos. A figura frágil e magra de Arthur é uma representação de uma pessoa largada à própria sorte e cujo o seu apelo jamais é ouvido pelos que se dizem representantes do povo.
No primeiro ato da trama há toda uma construção dramática para nós simpatizarmos com o personagem e cuja as situações que ele enfrenta acabam se tornando extremamente familiares. Porém, gradualmente, a simpatia que sentíamos por ele logo é substituída pelo medo, pois uma vez que ele ultrapassa a linha do bom senso não podemos fazer mais nada, a não ser testemunharmos a sua queda pelo precipício da loucura. Quando ele ultrapassa pela primeira vez essa linha, testemunhamos um Arthur lutando contra ele próprio, mas ao mesmo tempo abraçando algo que ele havia guardado por dentro há muito tempo.
Desde "Gladiador" (2000) Joaquin Phoenix tem nos brindado com atuações intensas, cuja a construção mental e física dos seus personagens nos impressiona. Se no recente "Você Nunca Esteve Realmente Aqui" (2017) ele já havia dado um passo além do que ele já havia feito, em "Coringa" ele dá mais um novo salto e nos apresentando aqui um ser  frágil por fora, mas cuja a dor e raiva vinda de dentro lhe desconstrói e formando então um novo ser. Embora estejamos mais do que acostumados a testemunhar inúmeras versões do personagem, Joaquin Phoenix construiu aqui algo fresco, poderoso e que dificilmente será superado ao longo dos anos.
O filme é noventa e nove porcento de Phoenix em cena, ao ponto dos demais do elenco quase se tornarem figuras decorativas. Eu digo quase, pois alguns personagens acabam se tornando essenciais, mesmo que não intencionalmente, nas escolhas que o protagonista irá trilhar. Se por um lado a mãe de Arthur (Frances Conroy), da série "American Horror Story", guarda segredos irreversíveis do passado do protagonista, do outro, os personagens Sophie (Zazie Beetz) de "Deadpool 2" (2018) e o apresentador  Murray Franklin (Robert De Niro) são personagens que farão o protagonista tentar buscar a sua redenção, mesmo quando ela se torna uma causa perdida e em vão.
Como o protagonista se encontra em todas as cenas, Todd Phillips fez questão de que o lado técnico do filme se casasse com a figura do personagem com perfeição. Tanto a edição de arte, como também sua primorosa fotografia, sintetizam por vezes o estado mental dele, ao ponto das cores quentes daqueles tempos longínquo dos anos oitenta adentrarem para o lado das trevas na medida em que Arthur vai caindo em desgraça. Mas é em sua trilha sonora, composta pela talentosa Hildur Gudnadottir, que há o mais perfeito casamento entre o lado técnico e interprete e fazendo da cena em que ele fica dançando na frente de um espelho ao som da trilha se tornar um dos momentos mais poderosos  do filme naquele momento.
Mas se Arthur é o coração do filme, por outro lado, o debate sobre o sistema e a política corrupta que molda a sociedade contemporânea é o sangue que bombeia a obra. Ao vermos a população de Gotham chegar ao ponto de idolatrar um palhaço assassino, concluímos que estamos diante de pessoas em desespero por mudanças e cuja a tentação de cair na radicalização nada mais é do que o caos criado pelo próprio sistema já a muito tempo contaminado por pessoas poderosas. Em tempos de hoje em que a mídia tradicional se encontra parcial e sensacionalista, além de haver falsos líderes políticos que se alimentam através dos discursos de ódio, o filme chega justamente em um momento em que a população do mundo real busca tentar entender aonde errou.
E se hoje há uma Hollywood que se encontra cada vez mais presa em suas franquias milionárias para distrair a massa, Todd Phillips, por sua vez, vai contra a essa tendência. Principalmente ao usar um personagem tão popular como esse, mas colocá-lo em um filme em que gera em nós inúmeros pensamentos, questionamentos e possivelmente debates acalorados. Se o gênero das adaptações de HQ para o cinema irá sobreviver ou não por mais alguns anos, ao menos, esse filme veio para nos dizer que é preciso sim dar sempre um novo passo.
Com momentos que remetem aos bons tempos do melhor do cinema dos anos setenta, "Coringa" é a obra mais corajosa de 2019, ao conseguir nos tirar da nossa zona de conforto e fazendo a gente refletir sobre os tempos complexos em que todos nós vivemos.    

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Cine Dica: Curso Cinema Cubano - Inscrições abertas

INSCRIÇÕES ABERTAS
Valor promocional para os primeiros inscritos


Apresentação

Em 2019 a Revolução Cubana completa 60 anos. Liderados por Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara, os guerrilheiros da Sierra Maestra protagonizaram um dos momentos mais importantes do século XX, alterando o rumo de todo o continente americano. No entanto, os revolucionários nunca visaram, tão somente, uma mera tomada de poder, mas sim, carregavam consigo todo um projeto de modificação da sociedade. Para tanto, o Cinema era uma peça fundamental na construção daquela nova realidade social, ocupando a centralidade da produção de imagens do novo regime cubano, tocando diretamente no imaginário social. A construção de um novo cinema era vista como fundamental na construção de um "homem novo".
O foco de análise deste período de ouro do Cinema Cubano abordará, além dos títulos já citados, outros filmes de relevância, como Histórias da Revolução (1960), que retrata os diferentes períodos do processo revolucionário, As Aventuras de Juan Quin Quin (1967), que mostra, de maneira bem humorada, a sociedade pré-revolucionária, Sou Rebelde (1962), escrito pelo memorável roteirista Cézare Zavattini, um dos próceres do movimento do Neorrealismo Italiano, e Sou Cuba(1964), dirigido por Mikhail Kalatosov, um dos maiores diretores soviéticos. Além destes, também serão objeto de análise outras importantes produções que fizeram e fazem com que Cuba seja um dos maiores produtores cinematográficos da América Latina e um dos principais polos de debate sobre o cinema do "terceiro mundo".


Objetivos

O Curso Cinema Cubano: Os Filmes de Revolução, ministrado pelo historiador e cineasta Alexandre Guilhão, apresentará um panorama social e histórico da formação do Cinema em Cuba. O objetivo é analisar o diálogo da produção cinematográfica com a própria história social e política do país. Serão analisados diversos filmes e os principais diretores, desde a era pré-revolucionária até os filmes mais importantes das décadas de 60, 70, 80 e 90.


Curso
CINEMA CUBANO: OS FILMES DA REVOLUÇÃO
de Alexandre Guilhão


Datas: 05 e 06 de Outubro (sábado e domingo)
Horário: 14h às 17h
Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)
Local: Cinemateca Capitólio Petrobras / Sala Décio Andriotti
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - 3º andar - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)

Investimento
- Pagamento p/ Cartão de crédito: R$ 95,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00
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Promoção: R$ 80,00
(Válido para as primeiras 10 inscrições c/ pagamento por depósito)

Formas de pagamento
Depósito ou transferência bancária / Cartão de crédito (PagSeguro)


INSCRIÇÕES