Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Divino Amor' - O Futuro está Entre Nós

Sinopse: Em um futuro próximo, Joana trabalha como escrivã em um cartório e, profundamente religiosa e devota à ideia da fidelidade conjugal, sempre tenta demover os casais que volta e meia surgem pedindo o divórcio. Porém, a situação muda quando ela própria enfrenta uma crise em seu casamento. 

Os filmes de ficção, digo aqueles que propõem que a gente faça uma reflexão, nos apresentam quase sempre tramas que são na realidade uma metáfora com relação ao nosso próprio presente. Em tempos nebulosos atuais do Brasil, onde a igreja evangélica tenta ditar as regras no Supremo, isso acaba servindo para se fazer com que a gente pense sobre o nosso futuro inconclusivo. "Divino Amor" é corajoso ao recriar um futuro não muito distante do nosso Brasil, mas que fala muito sobre esses tempos conservadores de hoje e que, por vezes, soam muito hipócritas.
Dirigido por  Gabriel Mascaro, do filme "Boi Neon" (2015), o filme conta a história de Joana (Dira Paes), que trabalha como escrivã em um cartório, do qual é profundamente religiosa, devota à ideia da fidelidade conjugal e que sempre tenta demover os casais que volta e meia surgem pedindo o divórcio. Por esse posicionamento firme consigo mesma, ela sempre fica na espera de algum reconhecimento, pelos esforços feitos e no desejo de um dia ser mãe. Contudo, a situação muda quando ela própria enfrenta uma crise e que fará ela se testar perante sua fé.
Embora se passe no futuro, mais precisamente no ano de 2027, "Divino Amor" não se distancia visualmente do nosso mundo atual, principalmente ao possuir uma fotografia e edição de arte que remete esses tempos de nostalgia com relação aos anos 80. Ao mesmo tempo, se assemelha ao universo da ficção vista em “1984”, do escritor inglês George Orwell, e ou “Metrópolis”, do cineasta alemão Fritz Lang e cujas as obras eram uma metáfora sobre a época em que elas haviam sido criadas. "Divino Amor" é sobre o Brasil atual, cada vez mais embriagado por lições hipócritas de algumas religiões, mas que por de trás da cortina há planos maiores para se contestar.
Não que Gabriel Mascaro esteja jogando pedras contra aos evangélicos, pois ao meu ver, o que é mostrado ali não é muito diferente do que se é mostrado nos infindáveis cultos que se espalham nas tvs abertas hoje em dia. Mas, curiosamente, há uma informação que o Brasil daquele futuro ainda é laico, mas uma única religião domina os meios burocráticos e que, por vezes, tornam as pessoas muito mais fáceis de se tornarem um novo rebanho. Esse rebanho, aliás, se torna o combustível para os que dizem que servem a Deus, quando na verdade há uma grande hipocrisia por detrás de cada palavra.
A protagonista Joana é uma grande devota, incapaz de recuar no que acredita, mesmo quando os seus sonhos quase nunca são alcançados. Na medida em que a trama avança, percebemos uma figura forte por fora, mas prestes a desmoronar por dentro, mesmo continuando no que acredita como um todo. Dira Paes obtém uma ótima atuação em cena, já que Joana é uma pessoa que guarda para si uma força que ela própria não compreende, mas que acredita cegamente em uma força maior para ser seguida fielmente.
No momento em que ela realiza o seu sonho tão desejado, é aí que a hipocrisia e a burocracia, da qual ela tanto convive no seu dia a dia, é direcionado contra ela, mesmo tendo sido devota até o seu final. Embora o ato final já tenhamos uma ideia do que irá acontecer, é interessante ressaltar a coragem dos realizadores em nos trazer uma proposta como essa e que nos faça pensar, independente de qual religião você tiver. “Divino Amor” é uma pequena obra contestadora e que experimenta contestar sobre o caminho em que o Brasil pode chegar. 


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Curso - New American Cinema

INSCRIÇÕES ABERTAS


Apresentação

 Um dos momentos mais instigantes da história do cinema norte-americano é a tomada do poder por uma novíssima geração que iniciou uma transformação a partir do final dos anos 60. Pela primeira vez na América chegavam à indústria jovens realizadores provenientes das escolas de cinema. Este período histórico se consolidou e marcou um movimento que ficou conhecido como o New American Cinema, que tinha na agenda a construção de uma “Nova Hollywood”.




Objetivos

O curso NEW AMERICAN CINEMA: A REINVENÇÃO DE HOLLYWOOD NOS ANOS 70, ministrado por Leonardo Bomfim, aborda as principais características de um dos momentos mais radicais da história do cinema americano, com o surgimento de uma nova geração após um momento de grande tensão entre indústria e vanguarda na explosão do cinema moderno dos anos 1960.
 



A partir da análise de trechos de obras emblemáticas realizadas entre 1968 e 1980, quatro tópicos que se entrelaçam serão destacados durante as duas aulas do curso:
1 – O mal-estar da sociedade americana revelado em boa parte dos filmes já nos primeiros suspiros da Nova Hollywood.
2 – O retrato realista da classe trabalhadora nos anos 1970. a presença feminina em um cinema extremamente masculino, a relação entre indivíduo e coletivo. As obras-primas realizadas na periferia de Hollywood.
3 – As tentativas políticas: o fracasso do Vietnã, a radicalização da luta negra, a paranoia conspiratória, os escândalos republicanos. A relação entre o cinema, a mídia e os acontecimentos da década.
4 – Os sintomas do desencanto (e os monstros da sexualidade) a partir das novas abordagens dentro do cinema de horror.
 



Curso
New American Cinema:
A Reinvenção de Hollywood nos Anos 70

de Leonardo Bomfim

Datas: 13 e 14 de Julho (sábado e domingo)
 

Horário: 14h às 17h
 

Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)
 

Local: Cinemateca Capitólio Petrobras / Sala Décio Andriotti
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - 3º andar - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)
 

Investimento
- Pagamento p/ Cartão de crédito: R$ 95,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00
***
Promoção: R$ 80,00
(Para as primeiras 10 inscrições c/ pagamento por depósito)
 

Formas de pagamento
Depósito ou transferência bancária / Cartão de crédito
 

Material
Certificado de participação e Apostila
 

Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 99320-2714
 


Inscrições
www.cinemacineum.blogspot.com.br

terça-feira, 2 de julho de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Homem da Câmera' - 90 Anos e a Frente do Seu Tempo


Segundo a lenda conta, os irmãos Auguste e Louis Lumière não tinham fé que o seu maior invento, o cinematógrafo, teria vida longa. Porém, bastou um mágico chamado Georges Méliès, para que o invento ganhasse novos rumos e assim surgisse os primeiros gêneros cinematográficos. Além disso, é preciso reconhecer que Méliès foi pioneiro ao apresentar para o mundo as novas e inúmeras maneiras de recursos técnicos que poderiam ser utilizados durante o processo de filmagem na realização de um filme.     
O tempo passou e os curtas e médias metragens passaram a se tornar longas metragens e atraindo cada vez mais o grande público. D. W. Griffith, por exemplo, lançou em 1915 aquele que se tornaria o primeiro grande épico cinematográfico, "O Nascimento de Uma Nação". Porém, em uma revisão mais aprofundada, acredito que o filme russo "O Homem da Câmera" (1929), de  Dziga Vertov, seja o verdadeiro precursor de muitas tendências cinematográficas.  
Vertov começou a sua carreira com CineJornais, filmando o Exército Vermelho durante a Guerra Civil Russa (1918 - 1921) e exibindo o material para o público que morava em vilarejos e cidades que embarcavam nos "agit-trains", trens equipados para a exibição de filmes e peças teatrais. Nesse meio tempo, ele se afiliou a um grupo de jovens cineastas, intitulado "Cine Olho", cujo o intuito eram fazer obras que valorizassem o poder da câmera e ser honesto na elaboração dos documentários que beiram ao realismo bruto. Com isso, Vertov realizou o seu feito mais extraordinário, o documentário "O Homem da Câmera" (1929). 
Realizado durante três anos, a obra retrata um dia qualquer de uma cidade, mais precisamente Moscou, do seu amanhecer até o seu entardecer. Vertov filma pessoas comuns no seu dia a dia, das quais elas a recém estão acordando e se surpreendendo com a câmera na frente delas. Além da correria da cidade grande, o cineasta filma o trabalho braçal, tanto dos homens, como também das mulheres. 
Com um material farto nas mãos, Vertov registra um trânsito desenfreado, maquinas e trabalhadores em movimento, casamentos, separações, morte e nascimento. Tudo isso moldado com o que ele capitou, mas sendo remodelado em uma das edições mais dinâmicas da história do cinema. Testemunhar essa edição de cenas nos faz não ter a menor dúvida que "O Homem da Câmera" serviu de modelo para o que viria a seguir, pois o seu ritmo dinâmico é o que veríamos, por exemplo, nos clipes da futura MTV.  
Além disso, o cineasta daria continuidade ao que Georges Méliès havia feito anos antes,  ao criar imagens sobrepostas uma na outra, utilizando cenas em câmera lenta, rápida e estática. Há também uma apreciação ao uso da câmera, pois quase sempre vemos o cineasta trabalhando com ela e registrando as cenas não importando o que aconteça. O ritmo acelerado sintetiza um cineasta obstinado na realização de sua obra e fazendo com que o criador e criatura se fundam em belíssimas cenas.  
Acima de tudo, é um filme que simboliza o poder da força braçal do povo trabalhador russo. Se dois anos antes o filme expressionista "Metrópolis" (1927), de Fritz Lang, retratava o conflito entre classes de uma cidade alemã futurística, Dziga Vertov deixa claro em sua obra que uma cidade somente funciona com a mão trabalhadora. Com esse pensamento, Vertov dá forma visual aos preceitos levantados por Karl Marx e fortalecendo ainda mais a ideia de uma realidade mais socialista e menos capitalista para as futuras gerações.  
Mas, ironicamente, Vertov não conseguiu se adaptar ao mundo socialista e jamais obteve o mesmo feito que ele adquiriu através desse filme. No entanto, com "O Homem da Câmera" ele conseguiu o seu maior objetivo, em potencializar ao máximo na tela todo o poder que pode proporcionar a arte cinematográfica. 

Nota: O clássico terá exibição especial para os associados e não associados do Clube de Cinema de Porto Alegre na próxima terça-feira (02/07/19) na Sala Redenção da UFRGS  de Porto Alegre.  


Faça parte do Clube de Cinema de Porto Alegre.  
Mais informações através das redes sociais:
twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Ilha do Medo e Blade Runner integram mostra de cinema sobre gravurista inglês do século XVIII


Como é a Guerra da Síria além da imagem midiática que nos é mostrada? Como vive o povo Curdo em meio à destruição? O que homens e mulheres experienciam quando se tornam soldados do exército? Essas são algumas das questões trazidas no documentário que inaugura a programação do mês de julho da Sala Redenção.  Faces de um Conflito mostra a experiência do fotojornalista Alexandro Auler durante o mês que esteve em Kobane, cidade na fronteira da Síria com a Turquia, em 2016. O filme, dirigido por André Auler, será exibido nesta segunda-feira, 1º de julho, às 19h, e contará com a presença do fotojornalista que conduziu a narrativa do documentário. 
No mesmo dia, o Cinema Universitário recebe a mostra Simetrias Fantásticas – William Blake na cultura pop, com curadoria do bolsista da Difusão Cultural, Vitor Cunha. O ciclo dialoga com a exposição que está na Sala Fahrion (2º andar do prédio da Reitoria da UFRGS) desde 10 de maio, O Matrimônio de Céu e Inferno, desenvolvida a partir de adaptações em quadrinhos da obra original do poeta e pintor fantástico William Blake. Os premiados Ilha do Medo, de Martin Scorsese e Blade Runner – O Caçador de Androides, de Ridley Scott, fazem parte da programação de quatro filmes hollywoodianos que referenciam a obra do gravurista inglês. 
A Sala Redenção exibe, ainda, um dos filmes mais marcantes da história do cinema. Um Homem com uma Câmera, de 1929, conta a história de um sujeito que passeia por cidades da União Soviética com sua câmera no ombro, documentando a agitada vida urbana e as inovações do mundo moderno. Dirigido por Dziga Vertov, o filme reflete a teoria cinema-olho ou cinema-verdade, idealizada pelo cineasta, na qual a proposta é filmar apenas a “verdadeira realidade”. Vertov buscava uma nova forma de filmar o mundo, em que a câmera deixasse de ser subordinada da visão e passasse a explorar suas possibilidades técnicas próprias. A sessão acontece no dia 2 de julho, às 19h, e faz parte da parceria com o Clube de Cinema de Porto Alegre. Ao final da exibição, os integrantes do Clube promovem um debate sobre o filme com o público presente.

Veja a programação completa pelo site Difusão Cultural da UFRGS clicando aqui. 

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Cine Dica: Noites na Cinemateca apresenta Nicole Puzzi e Filmes do Frapa (2 a 7 de julho)

NICOLE PUZZI É HOMENAGEADA NO PROJETO NOITES NA CINEMATECA FRAPA APRESENTA FILMES INÉDITOS EM PORTO ALEGRE
Possuidas pelo Pecado

Na madrugada do dia 06 para o dia 07 de julho, a Cinemateca Capitólio abre as portas da sala de cinema para o Noites na Cinemateca, projeto que a cada dois meses promove maratonas cinematográficas temáticas nas madrugadas de sábado para domingo.
Nesta segunda edição, com início marcado para as 23h59min do dia 06, o tema é Cinema & Erotismo, e tem como grande atração a presença da atriz Nicole Puzzi, musa da pornochanchada e apresentadora do programa Pornolândia no Canal Brasil. Nicole abre a noite e apresenta a sessão do filme Possuídas pelo Pecado, produção de David Cardoso dirigida por Jean Garrett que marcou sua estreia nas telas. A programação segue com o clássico As Mil e uma Noites, de Pier Paolo Pasolini, um filme surpresa (produção internacionalmente cultuada da década de 1970), e um programa de curtas reunindo títulos como Vênus, de Cássio Tolpolar, Vereda Tropical, de Joaquim Pedro de Andrade, além de obras eróticas do período do cinema silencioso.
Os ingressos para o Noites na Cinemateca custam R$ 20,00, com meia entrada para estudantes e idosos e valem para os quatro filmes da maratona.  A bilheteria abre 30 minutos antes de cada sessão. A Cinemateca Capitólio fica na Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Esq. com Borges de Medeiros. Mais informações (51) 3289 7453

ATRIZ HOMENAGEADA

Nicole Puzzi
Uma das principais divas do cinema brasileiro entre os anos 1970 e 1980, Nicole Puzzi estreou no cinema em 1976 com Possuídas pelo Pecado, de Jean Garrett. Já em seu primeiro trabalho, a jovem atriz chamou a atenção pela explosiva combinação de beleza e talento, o que pouco tempo depois a levaria a estrelar seu maior sucesso de bilheteria, Ariella (1980), de John Herbert, se transformando em uma das estrelas mais requisitadas da Boca do Lixo paulistana.
Ao longo de sua trajetória Nicole Puzzi trabalhou com grandes nomes do cinema brasileiro, como Walter Hugo Khouri, que a dirigiu em O Prisioneiro do Sexo, Convite ao Prazer, Eros, o Deus do Amor e Eu, Carlos Reichenbach (Anjos do Arrabalde), Bruno Barreto (Gabriela), Ivan Cardoso (As Sete Vampiras) e Francisco Ramalho Jr. (Filhos e Amantes), entre tantos outros.
Depois de alguns anos afastada das telas, a atriz retornou ao cinema em 2018 com Paraíso Perdido, de Monique Gardenberg.
Atualmente apresenta o programa Pornolândia, no Canal Brasil.

PROGRAMAÇÃO

23h59 – Possuídas pelo Pecado, de Jean Garrett (Brasil, 1976, 90 minutos).
Ao chegar na terceira idade e perceber que não poderá mais ter os filhos que sempre quis, o empresário Leme decide abandonar seu casamento com Raquel para entregar-se a amores passageiros com suas secretárias e ao vício em álcool. Raquel então se envolve com seu motorista e, logo, todos os membros da família acabam presos em uma grande teia de mentiras. Filme que marcou a estreia de Nicole Puzzi no cinema, assinado por um dos diretores mais talentosos da Boca do Lixo paulista, Jean Garrett.

2h – As Mil e uma Noites, de Pier Paolo Pasolini (Itália/França, 1974, 130 minutos).
Um homem começa uma viagem à procura de sua amante, uma bela escrava chamada Zumurrud, que foi raptada por um ser de olhos azuis. No caminho de sua longa busca, seu caminho vai cruzar com uma série de outros personagens envolvidos em traições, cobiças e desejos. Último filme da célebre Trilogia da Vida, maior êxito comercial da carreira do diretor italiano Pier Paolo Pasolini, formada ainda por Decameron (1971) e Os Contos de Canterbury (1972). Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 1974.

4h15 – Filme Surpresa (105 minutos)
Filme de culto, um marco da história do cinema erótico, que influenciou outras produções do gênero em diversos países.

6h – Programa de Curtas (60 minutos)
Um programa diversificado, que reúne desde raros registros eróticos das décadas de 20 e 30 do século passado até clássicos do cinema brasileiro como Vereda Tropical, de Joaquim Pedro de Andrade, e produções mais recentes, como o curta gaúcho Vênus, de Cássio Tolpolar.

FRAPA 2019
A 7ª edição do FRAPA (Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre), maior festival do gênero da América Latina acontece de 2 a 5 de julho na Cinemateca Capitólio Petrobras e outros espaços da cidade.
Na abertura será exibida a pré-estreia do longa Ilha (2018), de Ary Rosa e Glenda Nicácio, vencedor dos prêmios de melhor roteiro e ator (Aldri Anunciação) no Festival de Brasilia. A sessão comentada do documentário inédito Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar (2019), de Marcelo Gomes, encerra o festival, que ainda apresenta duas sessões competitivas de curtas-metragens. Com direção de Leo Garcia e produção executiva de Mariana Mêmis Müller, o FRAPA é uma realização da Coelho Voador e Epifania Filmes. A arte é assinada pelo designer Leo Lage. A sessões do FRAPA têm entrada franca.

Programação completa: frapa.art.br.

GRADE DE HORÁRIOS
2 a 7 de julho de 2019

2 de julho (terça)
19h – Ilha (FRAPA)

3 de julho (quarta)
19h30 – Mostra Competitiva de Curtas – Sessão 1 (FRAPA)

4 de julho (quinta)
19h30 – Mostra Competitiva de Curtas – Sessão 2 (FRAPA)

5 de julho (sexta)
19h – Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chega + debate com Marcelo Gomes (FRAPA)

6 de julho (sábado)
14h – Sessão Vagalume: Programa de Curtas
17h – Longa Jornada Noite Adentro
19h30 – Suspíria – A Dança do Medo
23h59 – Noites na Cinemateca: Cinema e Erotismo

7 de julho (domingo)
14h – Sessão Vagalume: Programa de Curtas
17h – Longa Jornada Noite Adentro
19h30 – Suspíria – A Dança do Medo

Cine Dica: FRAPA anuncia Programação 2019

Com inscrições esgotadas, capital gaúcha sedia encontro anual de roteiristas de 2 a 5 de julho
"Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar"

PORTO ALEGRE (RS) -  edição do FRAPA (Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre), maior festival do gênero da América Latina acontece de 2 a 5 de julho na Cinemateca Capitólio Petrobras e outros espaços da cidade. O evento reúne mais de 50 convidados de todo o país. Palestras, debates, workshops, rodadas de negócios, concursos de roteiro e curtas fazem parte da atração. Entre os destaques deste ano estão a roteirista carioca Antonia Pellegrino, do documentário "Primavera das Mulheres" e George Moura, escritor das minisséries televisivas "Amores Roubados" e "Onde Nascem Os Fortes". Também participam a cubana Xenia Rivery ("El Chata"), chefe da cátedra de roteiro da escola da Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de Los Baños (EICTV), e Zé Brandão, da premiada animação nacional "Irmão do Jorel". Na abertura será exibida a pré-estreia do longa "Ilha" (2018), de Ary Rosa e Glenda Nicácio, vencedor dos prêmios de melhor roteiro e ator (Aldri Anunciação) no Festival de Brasilia. A sessão comentada do documentário inédito "Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar" (2019), de Marcelo Gomes, encerra o festival. Com direção de Leo Garcia e produção executiva de Mariana Mêmis Müller, o FRAPA é uma realização da Coelho Voador e Epifania FilmesA arte é assinada pelo designer Leo LageMaiores informações no site frapa.art.br.

Outros nomes confirmados para esta edição incluem Antonio Prata ("Sob Pressão"), Renata Martins ("Malhação - Viva a Diferença"), Felipe Braga ("Marighella"), Carolina Kotscho ("2 Filhos de Francisco"), Rita Moraes ("Samantha!") e Bráulio Mantovani ("Cidade de Deus"), entre outros nomes prestigiados do audiovisual brasileiro. As rodadas de negócios trazem representantes de empresas como NetflixFoxAmazon Prime VideoO2 FilmesRT FeaturesGlobo Filmes e Conspiração Filmes. A mostra internacional de curtas traz 12 títulos, escolhidos entre mais de 180 filmes, e inclui premiações ligadas ao roteiro como 'melhor personagem' e 'melhor final'. "É muito bonito ver um festival que valoriza o roteiro consolidado como ponto de encontro da indústria audiovisual", acredita Leo Garcia. "Esse será o maior FRAPA da história e se pararmos pra refletir que estamos em 2019, isso diz muito sobre resistência", promete. Uma das novidades é a realização do 1º FRAPA[LAB], laboratório de roteiros que acontecerá durante o festival com o apoio do Projeto Paradiso, iniciativa paulista de apoio ao audiovisual brasileira. Nesta atividade os vencedores do concurso de roteiro de longa terão assessoria com os consultores Aleksei Abib ("Elena") e Xenia Rivery. O longo caminho do papel à tela, roteiro e política, representatividade trans e grandes personagens mulheres são alguns dos temas dos debates deste ano. No primeiro dia do FRAPA será lançado edital do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-RS) em parceria com o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

FRAPA 2019 reafirma o crescimento do evento ano após ano. A organização espera receber cerca de 450 pessoas, entre convidados, players e inscritos. São aguardados mais de 300 encontros nas Rodadas de Negócios durante os quatro dias de festival, e atividades simultâneas em três salas, na Cinemateca e no campus I da Faculdade Senac Porto Alegre. "Depois dos 230 inscritos em 2018, com pacotes esgotados um mês antes do início do evento, em 2019 superamos as expectativas com 290 pacotes vendidos e inscrições encerradas três meses antes da data do festival", explica Mariana Mêmis MüllerPor sua vez, o concurso de roteiros de longas-metragens e piloto de série recebeu o número recorde de mais de 390 trabalhos inscritos. De forma ininterrupta, o FRAPA acontece desde 2013 e já trouxe à Porto Alegre nomes como James V. Hart ("Drácula de Bram Stoker"), Pablo Stoll ("Whisky"), Lucas Paraizo ("Gabriel e a Montanha"), Vera Egito ("Elis"), Juliana Rojas ("As Boas Maneiras"), Julia Murat ("Pendular") e Luiz Bolognesi ("Bingo, o Rei das Manhãs"), entre outros.

Programação completa FRAPA 2019 - https://frapa.art.br/programacao

Sobre Leo Garcia 
O porto-alegrense Leo Garcia é sócio da Coelho Voador e diretor geral do FRAPA. Mestre em roteiro de ficção para TV e cinema pela UPSA de Salamanca (Espanha), roteirizou e produziu o curta de animação "Ed" (2013) - vencedor de 27 prêmios e selecionado para mais 100 festivais mundo afora. Leo também escreveu e produziu a comédia adolescente "Em 97 Era Assim". É diretor e roteirista do documentário "A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro" (2018). Também assina o roteiro dos longas inéditos "Legalidade" - com lançamento marcado para o dia 12 de setembro - e "Depois de Ser Cinza". Também é criador e roteirista da série de TV "A Bênção", prevista para 2020, no Canal Brasil.

Sobre Mariana Mêmis Müller
Formada publicitária pela PUCRS, especialista em Cinema pela Unisinos e tallerista da EICTV (San Antonio de Los Baños, Cuba). Produtora, produtora executiva e diretora de produção, é sócia-administradora da Epifania Filmes. Assina a produção executiva dos longas "Filme Sobre um Bom Fim" (2015), "A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro" (2017), "Pra Ficar na História" (2018), "Já Vimos esse Filme"(2018) e do inédito "Disforia" (lançamento previsto para 2020). É produtora executiva do FRAPA e roteirista das séries "Climaxxx" e "Lei de Gérson", em desenvolvimento.


Isidoro B. Guggiana
Assessoria de Imprensa
T 55 51 9 9923 4383

domingo, 30 de junho de 2019

Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: 'Quintal' - Os Ventos da Mudança

Sinopse: O filme retrata um dia na vida de um casal de idosos em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em seu dia a dia, um casal de idosos começam mudanças significativas em suas vidas.    

Os títulos "Temporada'' e "Ela Volta na Quinta" (2015) somente comprovam que André Novais Oliveira é um dos cineastas mais criativos do nosso cinema brasileiro recente. Além disso, se olharmos para o seu passado, se percebe que em seus tempos como diretor de curtas metragens ele já ensaiava o que ele viria a elaborar em seus futuros projetos. "Quintal" (2015) é um curta bastante pessoal de sua carreira, do qual ele fala sobre a sua pessoa e sintetiza toda a sua criatividade. 
 A trama se passa em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Lá, nos é apresentado um casal de idosos, interpretados pelos próprios pais do cineasta. Entre os afazeres do dia a dia, aos poucos, começa acontecer estranhas situações e das quais fazem com que o casal tomem novos rumos em suas vidas.  
Transitando entre documentário e ficção, André Novais Oliveira retrata um pouco do seu olhar da sua infância através do protagonismo de seus pais. Tanto Maria José Novais Oliveira como Norberto Novais Oliveira atuam de uma forma natural, como se não houvesse intromissão do cineasta em suas ações vistas na tela. Porém, o lado documental dá lugar aos poucos ao gênero fantástico, mas que podemos enxerga-lo como uma forma de releitura sobre as mudanças que ocorrem em seu devido tempo.  
Quando, por exemplo, a mãe quase é levada por um fortíssimo vento, podemos interpretar essa situação como prenuncio de mudanças que virão a seguir. Da mesma forma como podemos fazer uma releitura sobre uma estranha fenda que se abre no quintal da casa do casal. Esse momento, aliás, é entrecortado quando o pai começa assistir aos antigos filmes pornôs do seu filho.  
Curiosamente, não há qualquer mudança brusca no comportamento do casal na medida que ambos testemunham tais acontecimentos. No meu entendimento, se percebe que são personagens que decidem se guiar pelas mudanças, pelos desejos, mas também respeitando o convívio um do outro. Quando o pai adentra a fenda dentro do quintal, podemos enxergar ali ele abraçando os seus desejos reprimidos, assim como a mãe que opta em se preocupar mais com a sua pessoa e decide começar a fazer academia. 
Curiosamente, há uma cena de um misterioso político corrupto, do qual liga para mãe e fala a respeito de possíveis escândalos. Embora, aparentemente, isso pareça algo jogado na trama em num primeiro momento, podemos enxergar ali também como uma forma que o cineasta encara os governos de ontem e hoje, dos quais vem e vão e nada muda nessa realidade, por vezes, nebulosa. Ao vermos, enfim, os pais seguindo as suas vidas, constatamos que os ventos da mudança acontecem para ambos tomarem novos rumos, independente dos seus obstáculos.  
"Quintal" é um curioso e divertido curta metragem de André Novais Oliveira, do qual sintetiza toda sua boa criatividade e que se elevaria ainda mais futuramente. 


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.