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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: A Noite Americana (1973)




Nota: filme será exibido hoje às 19h na Sala Redenção para associados e não associados do Clube de Cinema de Porto Alegre e com entrada franca.   
Sinopse: Um dos filmes que melhor representa as loucuras que se passam em um set de filmagem. Um ator que fica deprimido porque sua noiva sai com um dublê, uma atriz que se entregou às bebidas e não consegue lembrar-se de suas falas e muitas outras confusões, que o diretor deve fazer de tudo para contornar, até gravarem uma das cenas mais importantes do filme: a que o dia deve ser transformado em noite artificialmente.



François Truffaut é, sem nenhuma dúvida, um dos gênios do cinema francês. Aqui ele faz uma verdadeira declaração de amor ao cinema  e retrata de uma maneira bem humorada o dia a dia de um set de filmagens que, durante o percurso de semanas de filmagens até a  finalização de um filme, pode acontecer de tudo. Atenção pelas cenas em que o diretor presta seu amor e carinho ao cinema: seu alter-ego (Ferrand), em flashbacks, relembra sua infância, quando roubava pôsteres dos filmes em cartaz, entre eles, do filme Cidadão Kane, coisa que o próprio Truffaut confessou que fazia quando jovem. Ou então na cena quando o diretor recebe um telefonema do compositor do filme para mostrar-lhe uma música, que esta seria o tema de amor de outro filme de Truffaut. Neste momento, enquanto ouve a música ao telefone, ele abre uma encomenda, onde recebeu vários livros sobre cinema e de diretores como Hitchcock e Godard, que vão sendo exibidos com a música de amor ao fundo.




Curiosidade: O nome do filme é uma alusão à técnica criada nos Estados Unidos para filmar uma cena noturna durante o dia, usando um filtro especial nas lentes da câmera. O filme é dedicado às irmãs Lillian e Dorothy Gish.


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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: A Casa Que Jack Construiu

Sinopse: Em um período de doze anos, Jack é um ardiloso assassino em série de mulheres que tem um único objetivo sangrento a cumprir: executar o crime perfeito, sem deixar nenhum tipo de rastro.

Lars von Trier cria os seus filmes de acordo com o seu estado de espírito, pensamento, ou até mesmo de críticas que vai colecionando ao longo do percurso. Na época de Melancolia, por exemplo, não faltou pessoas da França jogando paus e pedras contra ele quando ele disse que compreendia Hitler. Eis que agora chegamos A Casa Que Jack Construiu, filme que dá entender que ele sentiu na pele ao ouvir essas críticas, mas não significa que ele tenha decidido remodelar a sua própria roda.
Estrelado por Matt Dillon (O Selvagem da Motocicleta), o filme acompanha o mesmo sendo um assassino em série chamado Jack, sendo que as suas principais vítimas são mulheres e das quais ele as mata para obter o crime perfeito. Ao mesmo tempo ele possui a ambição de construir a sua casa dos sonhos, porém, a busca por esse objetivo dá de encontro com os seus crimes, se criando um labirinto infinito e por demais hediondos. 
Se em Ninfomaníaca acompanhávamos a obsessão da protagonista em obter o sexo a todo custo para se saciar, aqui vemos Jack procurando o prazer através da matança, mas se revelando uma pessoa perdida em sua compulsão pela busca da perfeição, em meio ao horror que veio a cometer. Lars Von Trier não faz um mero filme de horror ou suspense, mas sim sobre a jornada de um monstro, machista, trajado como um "cidadão do bem" e que, por vezes, acredita em possuir uma lógica no que faz. Além disso, o cineasta faz uma dura crítica a própria sociedade atual, da qual cada vez mais se acomoda perante os horrores cometidos pelo homem e somente se importando com os seus benefícios e não com o próximo.
Mas ele vai ainda mais além, ao inserir a todo o momento inúmeros fatos históricos da humanidade, além de criar um paralelo com obras de artes com atos cometidos pelo próprio assassino. Embora a comparação seja mórbida, deve-se levar em conta que muitas obras criadas pelo homem são uma representação de sua própria época e que, em alguns casos, sintetiza os tempos sombrios de um tempo esquecido. Não se esquecendo das críticas que sofreu ao dizer que compreendia Hitler, Lars Von Trier vai além, ao jogar na nossa cara inúmeras cenas brutais provocadas por homens que se diziam ícones, mas que foram alimentados pelo povo sedento em querer idolatra-los e fazendo paralelo até mesmo com os nossos tempos contemporâneos.
É claro que é preciso ter certo estômago para que o cinéfilo possa ir do  começo ao fim e saber em qual ponto o protagonista irá chegar com a sua  insanidade. No decorrer do filme, por exemplo, há uma narração off entre Jack e o poeta Virgílio (Bruno Ganz), autor da Eneida, também citado na Divina Comédia de Dante.  Esse personagem, aliás, irá proporcionar para o protagonista um epílogo extraordinário e que valerá a pena enfrentarmos todos esses horrores cometidos pelo protagonista  para chegarmos a esse momento anti-hollywoodiano.
Com referências explicitas até mesmo com relação as suas outras obras, A Casa Que Jack Construiu é a mente de Lars Von Trier vista na tela e da qual nem todos irão conseguir apreciar ela. 

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: A Outra Mulher

Nota: filme exibido para os associados no último sábado (03/11/18) as 10h15min na sala Eduardo Hirtz.
Sinopse: Um homem tem uma fantasia com a nova namorada de seu melhor amigo. Ele está disposto a deixar a cautela de lado e realizar seus sonhos mais loucos.

A grande vantagem do cinema é poder distinguir fantasia de realidade de forma visual e utilizar isso à seu favor. A nova comédia francesa A Outra Mulher, é a mais nova representação sobre esse pensamento. O filme já inicia sua trama indo direto ao ponto: o reencontro inesperado de dois amigos, Daniel (Daniel Auteuil) e Patrick (Gérard Depardieu). Patrick menciona que precisa apresentar sua nova namorada à ele, e os dois então combinam um jantar. O problema que Daniel se apaixona perdidamente pela mulher do seu amigo e iniciando um verdadeiro dilema em seus pensamentos. 
O grande recurso utilizado em A Outra Mulher é a confusão entre realidade e imaginação. Parece não haver distinção entre o que é o pensamento de Daniel e o que de fato está acontecendo, pois a cada momento o cinéfilo é posto em dúvida. Contudo, o próprio protagonista muitas vezes se confunde e acaba deixando escapar pensamentos inadequados. A forma de driblar isso, obviamente, é com humor e funcionando perfeitamente. Daniel parece realmente sentir um amor à primeira vista pela jovem, indo mais nessa direção do que no fetichismo propriamente dito. 
A Outra Mulher é curto, mas consegue ter começo, meio e fim bastante bem definidos. Fique claro que é uma comédia francesa e arranca leves risos de quem o assiste. O jeito desengonçado de Auteuil se encaixou perfeitamente no papel, sendo mais fácil entender seu ponto de vista e suas motivações. De fato, o filme corre o risco de cair num estereótipo machista, e chega bem perto disso em alguns momentos. Contudo, o humor da paixão platônica faz com que o longa seja capaz de desviar muito bem dessa temática.



Nota: o filme segue em cartaz as 17h20min na sala Eduardo Hirtz. R. dos Andradas, 762 - Centro, Porto Alegre.

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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Cine Especial: Cinema Queer – Identidade e Diversidade: Parte 3


Nos dias 10 e 11 de Novembro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, onde participarei do curso Cinema Queer – Identidade e Diversidade, criado pelo Cine Um e ministrado pela professora de cinema Rosângela Fachel de Medeiros. Enquanto os dias da atividade não chegam eu por aqui irei destacar os principais filmes desse cinema ousado, diversificado e colorido. 

Mulholland Drive - Cidade dos Sonhos (2001)

Sinopse: Sinopse: Um acidente automobilístico na estrada Mulholland Drive, em Los Angeles, dá início a uma complexa trama que envolve diversos personagens. Rita (Laura Harring) escapa da colisão, mas perde a memória e sai do local rastejando para se esconder em um edifício residencial que é administrado por Coco (Ann Miller). É nesse mesmo prédio que vai morar Betty (Naomi Watts), uma aspirante a atriz recém-chegada à cidade que conhece Rita e tenta ajudar a nova amiga a descobrir sua identidade. Em outra parte da cidade o cineasta Adam Kesher (Justin Theroux), após ser espancado pelo amante da esposa, é roubado pelos sinistros irmãos Castigliane.
Leia matéria completa clicando aqui. 

O Segredo de Brokeback Mountain (2005)

Sinopse: Jack e Ennis se conheceram em Wyoming, no verão de 1963, quando foram trabalhar para um rancheiro que criava ovelhas. Naquele ambiente solitário nas montanhas, eles acabam tendo um rápido contato sexual. Quando o trabalho no rancho acaba, cada um segue seu caminho. Ambos casaram e vivem com suas respectivas esposas. Por muitos anos, não se veem até que um dia, eles começam a marcar encontros esporádicos e mantêm um caso amoroso durante uns vinte anos.

Ele foi o responsável por levar a temática gay abertamente para o maisntream de Hollywood. Nunca um filme com cenas de beijos e paixão arrebatadora entre duas pessoas havia chegado tão longe. O Segredo de Brokeback Mountain derrubou barreiras e mesmo tendo levado apenas três prêmios das oito indicações ao Oscar que concorreu (perdendo inclusive a de melhor filme, a que era favorito), é considerado por muitos o melhor e mais importante filme de 2005.
O quase silencioso e revolucionário filme do diretor Ang Lee pode ser sentido não somente no modo como foi abraçado pelo público e pela crítica, mas também na forma como serviu para neutralizar uma visão antiga de romances entre pessoas do mesmo sexo no cinema. Se antes era retratado apenas como paixões passageiras ou roteiros envoltos em doenças contagiosas, a partir dali a abertura foi instantânea. Mesmo em suas cenas mais fortes, Brokeback Mountain arrebatava. De acordo com Jake Gyllenhaal, que interpretou um dos protagonistas (Jack Twist), o tom político da obra era algo que preocupava Heath Ledger (seu colega de cena), era um assunto sensível a ser tratado a sério:

 “Ele era extraordinariamente sério a respeito dos aspectos políticos acerca do filme. Muitas vezes as pessoas quiseram se divertir e tirar sarro e ele era veemente sobre permanecer sério, até o ponto em que se recusava a ouvir qualquer piada a respeito do filme.”


 Tatuagem (2013)

Sinopse: ‎Recife 1978. Com a ditadura militar ainda atuante mas mostrando sinais de esgotamento um grupo de artistas provoca a moral estabelecida com seus espetáculos de cabaré ensaiando a resistência política a partir do deboche. Fininha um soldado de 18 anos do interior de Pernambuco se apaixona por Clécio dono de uma trupe anarquista.
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AZUL É A COR MAIS QUENTE (2013) 

Sinopse: Adele (Adle Exarchopoulos) é uma garota de 15 anos que descobre na cor azul dos cabelos de Emma (Léa Seydoux) sua primeira paixão por outra mulher. Sem poder revelar a ninguém seus desejos ela se entrega por completo a este amor secreto enquanto trava uma guerra com sua família e com a moral vigente.
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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Cine Especial: Cinema Queer – Identidade e Diversidade: Parte 2



Nos dias 10 e 11 de Novembro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, onde participarei do curso Cinema Queer – Identidade e Diversidade, criado pelo Cine Um e ministrado pela professora de cinema Rosângela Fachel de Medeiros. Enquanto os dias da atividade não chegam eu por aqui irei destacar os principais filmes desse cinema ousado, diversificado e colorido. 
 

A Lei do Desejo (1987)



Sinopse: Um diretor de cinema homossexual conhece um belo jovem, e os dois passam a noite juntos. No dia seguinte, está convencido de que foi um encontro casual e diz ainda estar apaixonado por seu namorado. O amante não entende e revela seu lado possessivo.

Lançado no Brasil, quase dez anos depois de seu lançamento, este é o filme mais radical, ousado e pessoal de Almodóvar. Ele quebra quase todos os tabus, sexuais, religiosos e morais, realizando mais uma de suas assumidas odes á estética kitsch. O filme é ácido e combina em doses equilibradas de tragédia e humor rasgado. Amantes de Almodóvar consideram este o seu melhor filme. Já os demais espectadores podem se divertir com o universo surreal e hedonista do roteiro. 

 

Filadélfia (1993)



Sinopse: mostra o drama de Andrew Beckett (Hanks), um advogado que é sabotado e mandado embora de seu emprego devido ao preconceito de seus chefes ao suspeitarem que ele está com AIDS.

O filme ganhou dois Oscar em 1994, um de melhor ator para  Tom Hanks e outro de melhor canção original por “Streets of Philadelphia”, do Bruce Springsteen e realmente trata-se de um grande filme. Hoje em dia, as novas gerações não tem a real noção do que foi o vírus da AIDS no seu início, pois as informações eram limitadas e não era sabido como se dava a transmissão do vírus. Além disso, muitas verdades eram desmentidas de tempos em tempos no que diz respeito à doença, tornando até certo ponto compreensível a posição dos que temiam a convivência com portadores da doença. Vale lembrar que como o tratamento era pouco eficaz na época, os remédios davam apenas uma sobrevida aos enfermos, sendo que um resultado positivo para o vírus HIV era o mesmo que uma sentença de morte. Dessa forma, o filme ajudou a humanizar os portadores da doença e fazer com que o preconceito fosse reavaliado por muitos.
O mais estranho é que parece que o tempo esqueceu esse ótimo filme, pois há quanto tempo não vemos o longa passando em tv aberta, ainda mais se tratando de atuações fantásticas de Tom Hanks e Denzel Washington, dois dos grandes atores da história do cinema do norte americano.




Ligadas pelo Desejo (1996)



Sinopse: Violet (Jennifer Tilly) está cansada de ser maltratada pelo seu marido, Caesar (Joe Pantoliano), um chefão da Máfia. Ela acaba se envolvendo em uma relação homossexual com uma ex-presidiária Corky (Gina Gershon) e, ambas acabam se apaixonando. Com o objetivo de ficarem livres, armam um plano para matar Caesar, ficar com seu dinheiro e fugir.

Primeiro grande sucesso de critica da carreira das irmãs Wachowski (Matrix), onde elas criam um elegante clima noir contemporâneo, enlaçado com um intenso relacionamento entre as protagonistas que deu o que falar na época. Atenção para a primeira noite de sexo entre as duas protagonistas, sendo ela muito bem filmada e excitante. 



Meninos Não Choram (1999)


Sinopse: A história da vida de Brandon Teena, uma mulher que escolhe se passar por homem. Ela começa um caso de amor com uma mãe solteira da zona rural de Nebraska e sofre trágicas consequências como resultado da descoberta de sua transexualidade.
Adaptação da vida de Brendon Teena, que em 1993 decidiu viver como um homem, mantendo o fato em segredo e sofrendo severas consequências por isso. Lançado em 1999, ano considerado como um dos melhores para o cinema, consagrou a atriz Hilary Swank com um merecido Oscar, pois sua atuação nos fascina, incomoda e nos faz chorar diante do seu terrível destino nas mãos do preconceito.
 
Saiba mais sobre o curso clicando aqui. 

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