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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Cine Dica: Souleymane Cissé, Robert Aldrich e Júpiter Maçã (6 a 12 de setembro)

OBRAS-PRIMAS DO MALI, LANÇAMENTO DE BIOGRAFIA DE JÚPITER MAÇÃ E RAROS DE ROBERT ALDRICH SÃO DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO DA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
 
Triângulo Feminino

A primeira semana da programação de setembro da Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta três exibições em 35mm do consagrado diretor maliano Souleymane Cissé e uma sessão especial com registros raros e históricos de Júpiter Maçã. A sessão marca o lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra.
A edição do Projeto Raros em homenagem ao centenário de Robert Aldrich com exibição de Triângulo Feminino, adiada em razão de problemas técnicos, está confirmada para o dia 7 de setembro, às 19h30.  

3x SOULEYMANE CISSÉ

Nos dias 8 e 9 de setembro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta três sessões especiais de filmes realizados pelo consagrado diretor maliano Souleymane Cissé, um dos nomes mais importantes da primeira geração de cineastas africanos. No sábado, 8 de setembro, serão exibidos Baara – O trabalho (18h) e Finyé – O vento (20h). No domingo, 9 de setembro, ganha exibição Yeelen – A luz (16h). Os filmes serão exibidos em 35mm, com legendas eletrônicas em português.  O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

A programação é uma realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia de Porto Alegre, em parceria com a Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, o Institut Français e o Instituto Moreira Salles.

Nascido na cidade de Bamako, capital do Mali, em 1940, Souleymane Cissé faz parte da primeira geração dos cineastas africanos. Assim como o pai da cinematografia negra do continente, o senegalês Ousmane Sembène, autor de A Negra de... (exibido na Capitólio neste ano), Cissé estudou cinema na União Soviética, ainda nos anos 1960. Na década seguinte, retornou ao Mali e iniciou uma obra com claras intenções políticas, aproximando a ruptura com os estereótipos africanos à revelação das contradições sociais e culturais do país no período pós-colonial. Baara – O trabalho (1978) e Finyé – O vento (1982) fazem parte dessa fase inicial da obra de Cissé. Em 1987, o diretor intensifica o interesse pelos elementos mágicos da cultura maliana e realiza Yeelen – A luz(1987), centrado nos rituais Komo, primeiro filme africano a receber o Grande Prêmio do Júri no festival de Cannes.

Conheça mais sobre o cineasta Souleymane Cissé lendo o texto da pesquisadora e curadora Janaína Oliveira, produzido especialmente para a mostra do cineasta no Instituto Moreira Salles: https://ims.com.br/blog-do-cinema/longa-viagem-de-souleymane-cisse/

FILMES

BAARA – O TRABALHO
(Baara)
França, Mali 1978. 96min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Um jovem camponês trabalha como baara, isto é: carregador de bagagens em Bamako. Um dia, faz amizade com um jovem engenheiro, que passa a protegê-lo, ajudá-lo nos seus problemas com a polícia e consegue um emprego para ele em uma fábrica. O engenheiro, que estudou na Europa, tenta aliciá-lo com suas ideias liberais. Primeiro longa-metragem realizado no Mali, o filme obteve o prêmio de melhor fotografia no Festival de Locarno em 1978 e, no ano seguinte, o prêmio Étalon de Yennega, grande prêmio do Fespaco (Festival Pan-africano de Cinema e TV de Ouagadougou).

FINYÉ – O VENTO
(Finyé)
Mali 1982. 105min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Dois adolescentes malianos, Bah e Batrou, oriundos de classes sociais diferentes, se encontram na escola. Bah é descendente de um grande chefe tradicional. O pai de Batrou, governador militar, representa o novo poder. Ambos pertencem a uma geração que recusa a ordem estabelecida e põe em questão a sociedade.

YEELEN – A LUZ
(Yeelen)
Alemanha, Burkina Fasso, França, Japão, Mali 1987. 106min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Dotado de poderes mágicos, um jovem parte em busca do tio para pedir ajuda em uma luta contra o pai, um feiticeiro.

JÚPITER MAÇÃ NA CINEMATECA

No domingo, 9 de setembro, às 18h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma sessão especial com registros raros e históricos de Júpiter Maçã, incluindo apresentações de canções inéditas. Com entrada franca, a sessão complementa a noite de lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra, assinada por Cristiano Bastos e Pedro Brandt, que acontece no dia 05 de setembro, a partir das 22h, no Bar Ocidente. Após a projeção, será realizado um debate com os músicos Júlio CascaesMarcelo Gross, parceiros criativos do compositor nas apresentações exibidas no evento, e a produtora Paola Oliveira. O livro será vendido e autografado no local.

Assinada pelos jornalistas Cristiano Bastos e Pedro Brandt, a biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra repassa a trajetória do cantor, compositor e multi-instrumentista Flávio Basso (1968-2015), músico gaúcho que integrou as bandas TNT e Cascavelletes e, em carreira solo, lançou discos com os pseudônimos Júpiter Maçã e Jupiter Apple. O livro traça a vida do biografado do nascimento à morte, passando por suas vitórias (uma irregular, porém cultuada carreira de rockstar, quase incomparável no Brasil), amores, amizades, aventuras e desventuras (alcoolismo, paranoia, a morte precoce de seu único filho) com riqueza de detalhes, revelações, informações inéditas, e, ainda, farto material fotográfico.

PROJETO RAROS CELEBRA O CENTENÁRIO DE ROBERT ALDRICH

Na sexta-feira, 7 de setembro, às 19h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma edição do Projeto Raros para celebrar o centenário do diretor Robert Aldrich, com a exibição de seu favorito pessoal, Triângulo Feminino (The Killing of Sister George, 1968, 138 minutos). Com projeção digital, legendas em português e apresentação do programador Leonardo Bomfim, a sessão tem entrada franca.

PROJETO RAROS
Triângulo Feminino
(The Killing of Sister George)
EUA/Reino Unido, 1968, 138 minutos
Direção: Robert Aldrich

Em Triângulo Feminino, June Duckbridge é uma atriz de meia idade prestes a perder o emprego na novela mais popular do país durante décadas. Pior do que isso é o fato dela suspeitar que a sua jovem namorada está tendo um caso com outra mulher.

Do faroeste ao filme policial, dos filmes de guerra aos tensos retratos de estrelas decadentes, Robert Aldrich chacoalhou as estruturas do cinema hollywoodiano desde anos 1950, tornando-se um dos precursores – na abordagem de temas delicados, na escolha subversiva de seus personagens principais – da Nova Hollywood dos anos 1960 e 70.

Em 1968, Aldrich vinha do enorme sucesso de Os Doze Condenados, com dinheiro e autonomia criativa. Apostou em dois projetos extremamente pessoais: A Lenda de Lylah Clare, uma revisitação radical de Um Corpo que Cai, clássico de Hitchcock, com a atriz Kim Novak interpretando novamente uma mulher idêntica a outra, desta vez uma estrela do cinema morta de forma misteriosa, e Triângulo Feminino, adaptação da peça de Frank Marcus, um dos primeiros filmes de Hollywood a lidar abertamente com a homossexualidade feminina. Se o primeiro filme acabou como um dos fracassos mais incríveis de sua carreira, o segundo teve grandes problemas com a censura em vários países. Nos Estados Unidos, Aldrich foi um dos primeiros a ganhar o X-Rated (impróprio para menores), logo após o fim do Código Hays, que vetava previamente, antes mesmo da filmagem, uma série de temas e situações.


GRADE DE HORÁRIOS
6 a 12 de setembro de 2018

6 de setembro (quinta)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
17h30 – A Imperatriz Vermelha
20h – A Vênus Loira

7 de setembro (sexta)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
17h30 – Desonrada
19h30 – Projeto Raros (Triângulo Feminino, de Robert Aldrich)

8 de setembro (sábado)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h – Baara – O trabalho (3x Souleymane Cissé)
20h - Finyé – O vento (3x Souleymane Cissé)

9 de setembro (domingo)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Yeelen – A luz (3x Souleymane Cissé)
18h30 – Júpiter Maçã na Cinemateca – Lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra

11 de setembro (terça)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h – Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)
20h - Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)

12 de setembro (quarta)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h - Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)
20h - Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Ilha dos Cachorros

Sinopse: Atari Kobayashi é um garoto japonês de 12 anos de idade. Ele mora na cidade de Megasaki, sob tutela do corrupto prefeito Kobayashi. O político aprova uma nova lei que proíbe os cachorros de morarem no local, fazendo com que todos os animais sejam enviados a uma ilha vizinha repleta de lixo. Mas o pequeno Atari não aceita se separar do cachorro Spots. Ele convoca os amigos, rouba um jato em miniatura e parte em busca de seu fiel amigo. A aventura vai transformar completamente a vida da cidade.

Os filmes de Wes Anderson são gostosos de assistir, pois além de possuir um humor sarcástico ele, por vezes, é cartunesco e acaba atraindo até mesmo pessoas de todas as idades. Contudo, em O Fantástico Sr. Raposo, por exemplo, era baseado num conto infantil, mas serviu apenas como desculpa para que o cineasta criasse uma crítica acida ao consumismo e da própria família tradicional sendo consumida por ela. Em Ilha dos  Cachorros ele vai mais além, ao criar um filme político numa trama que, num primeiro momento, pode parecer ser somente para as crianças, mas nos surpreendendo ao entrar em territórios complexos e reflexivos.
O filme conta a história de um Japão autoritário, onde um prefeito tirano convence boa parte dos seus habitantes que os cachorros são perigosos por estarem com uma gripe incomum. Abandonados a própria sorte numa ilha cheia de lixo, os cachorros começam a se virarem com o que tem para não morrerem de fome. Tudo muda quando surge em cena o jovem Arari Kobayashi, sobrinho do prefeito tirano e que chegou a ilha para tentar recuperar o seu cachorro perdido. 
Embora pertencente ao gênero fantástico, Ilha dos Cachorros possui uma linguagem política familiar, onde se vê claramente que ela é baseada em inúmeros fatos da história, onde muitos países como, por exemplo, Alemanha, sofreram com mentiras e propaganda enganosa de um louco tirano. Ao mesmo tempo, é uma trama que soa gritantemente familiar, pois as pessoas, principalmente as do povo brasileiro atual, vivem convivendo com notícias parciais, mentirosas e aumentando somente incertezas e insatisfação com os seus lideres. Só por isso o filme vale a pena ser assistido, mas ele ainda tem muitos outros atrativos. 
Se em O Fantástico Sr. Raposo o cineasta  Wes Anderson  já havia surpreendido com o uso da animação Stop motion, aqui ele está muito mais seguro na elaboração de belas imagens, onde a técnica e uma boa história andam de mãos dadas. Para começar, os cães são os verdadeiros protagonistas, mas sendo eles metáforas dos seres humanos e por esse separamento do  real, conseguimos gargalhar e nos imaginar nesse mundo fantástico, sendo algo em que as cenas dos humanos reais num campo de concentração tornaria mais difícil de suportar. Num caso raro do cinema, aqui, quanto mais longe do real, mais ele se torna verossimilhante a ele.  
Os cachorros, aliás, são muito mais expressivos do que os personagens humanos e muito se deve escolha das vozes, das quais pertencem a grandes interpretes. Entre os cachorros, o roteiro propõe um complexo desenvolvimento de personagens, com atenção especial a Chief, com voz de Bryan Cranston. Para quem ainda desmerece o trabalho dos atores em animações, as excepcionais nuances atribuídas pelo ator levam a pensar que estes trabalhos também mereceriam recompensar nas grandes premiações de cinema. Outros artistas de peso ganham pequenas participações de luxo (Tilda Swinton e Scarlett Johansson, principalmente), que devem ajudar a promover o filme.    
Embora com um final um tanto que convencional se comparado com a proposta principal da obra, Ilha dos Cachorros é uma animação corajosa, da qual pode entreter os pequenos, mas fazendo os adultos compreenderem o quão ela coloca o dedo na ferida sobre diversos assuntos.  


Cine Dica: Cinema na Segunda Guerra Mundial


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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Ferrugem

Sinopse: A adolescente Tati adora compartilhar sua vida nas redes sociais. Mas ela precisa amadurecer e lidar com as consequências, depois que algo que ela não queria que se tornasse público é divulgado no grupo do WhatsApp de sua turma de colégio.

Os filmes de Aly Muritiba são inquietantes, pois se vê seus protagonistas, tanto como julgados como julgadores de determinados atos. Em Para a minha Amada Morte, por exemplo, vemos o protagonista testando os seus limites ao saber da traição da sua falecida mulher, enquanto em A Gente vemos um diretor de uma penitenciária dividido entre a fé e a razão para colocar ordem num local em que a burocracia é a sua principal inimiga. Em Ferrugem, o cineasta novamente coloca os protagonistas frente a frente nas consequências dos seus atos e cabe cada um deles saber como contornar situações das quais se encontram sem rumo.
Na trama conhecemos Tati ( (Tiffanny Dopke), jovem comum e que adora compartilhar sua imagem nas redes sociais. Porém, ela perde o seu celular, cujo o conteúdo existe um vídeo indiscreto com o seu ex namorado. O vídeo é postado por alguém a partir de um grupo de Whatsapp e iniciando uma série de situações que se encaminharão para resultados trágicos.
Com uma trama realista, além dela ser mais atual do que nunca, o filme de Aly Muritiba vai aos poucos apresentando os efeitos de tais atos inconsequentes, principalmente vindos a partir do que é compartilhado na internet. Além disso, o filme escancara a total alienação dos pais de hoje, dos quais não conseguem interagir com os seus próprios filhos e tão pouco se dão o dever de querer saber no que eles estão realmente passando. O resultado é inevitável, porém, é preciso ser sentido.
Dividido em duas partes, o início é sobre atitudes inconsequentes, seja da jovem protagonista ao guardar em seu aparelho algo muito intimo, seja na atitude impensável daquele que usufruiu do seu conteúdo e fazendo de sua atitude em algo errôneo. Já a segunda parte é sobre o peso de tal ato, como se as consequências se tornassem  fantasmas e dos quais dizem que jamais irão abandonar as memórias do autor inconsequente. Aly Muritiba cria, então, inúmeros planos fechados, como se o ambiente cada vez mais se fechasse para o autor do crime e sintetizando o beco sem saída do qual ele encontra.
Aliás, Aly Muritiba novamente dá uma bela aula de planos- sequências. Se em boa parte em  Para a Minha Amada Morta ele usava o plano-sequência para causar a sensação de apreensão, aqui, o recurso surge num momento dentro de um carro, do qual serve para descascar as reais personalidades de um casal perante uma situação que eles terão que contornar. Aliás, é nesse cenário visto dentro do carro  em que se escâncara o casal contemporâneo, dos quais os dilemas de uma relação problemática acabam por nublar os problemas que afligem os seus próprios filhos e fazendo com que não enxerguem num primeiro olhar.
Com uma rápida, porém, perturbadora cutucada com relação aqueles que apoiam sobre o porte de Armas, Ferrugem dá um soco no estômago ao constatarmos o quão somos impotentes perante os atos inconsequentes vindos do nosso mundo atualmente. 

Onde assistir: Cinebancários. Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre. Horário: 17h.

Cine Dica: Programação Sala Redenção - SETEMBRO


Cidade, cotidiano e poesia
Estamos tão mergulhados em nossas rotinas que pouco reparamos o quanto nosso cotidiano e nossa cidade estão imersos em poesia. Para pensar um pouco sobre o tema, Sala Redenção – Cinema Universitário e Sesc/RS, juntos, trazem quatro filmes apaixonantes e provocadores de uma certa epifania de celebração do instante vivido. Um dos pontos a destacar é o quanto esses filmes propõem uma relação de contemplação com a vida e estabelecem uma desconstrução do nosso olhar frente a um cotidiano em que a velocidade engole nossas percepções e esmorece nossa capacidade crítica e sensível do mundo. Paterson (2017), com direção de Jim Jarmusch, abre a mostra. Um filme sutil, delicado, de poucas palavras, mas que no seu conjunto imprime uma poética a ser desvelada. Todo ele gira em torno do personagem que leva o nome da cidade na qual habita. Paterson escreve poemas. Será da relação que ele estabelece com a cidade e com sua vida cotidiana – esposa, cão, trabalho e amigos – que nasce uma certa poética da cidade que leva o seu nome. Uma poética do banal. Do mínimo.  Do essencial. Paterson é um filme-haikai.
Sabor da Vida (2015) tem roteiro e direção da realizadora japonesa Naomi Kawase. No longa, três pessoas de gerações diferentes se aproximam em função de uma receita de dorakis (doce japonês recheado com pasta de feijão azuki): o dono de uma pequena loja, uma senhora que pede emprego, e uma estudante. O que os aproxima, no entanto, é aquilo que eles têm em comum: uma vida solitária e os desafios da geração de cada um. A trama é simples, mas pelo olhar sensível de uma realizadora como Kawase e pela fotografia de Akiyama Shigeki, cada elemento presente no filme – sejam os personagens, a cidade ou até mesmo as sementes do feijão – é repleto de poesia.
Da realizadora francesa Hansen-Love exibiremos O Que Está Por Vir (2016), longa que recebeu prêmio de melhor direção no Festival de Cannes. Novamente pessoas de diferentes gerações passam por crises, mudanças e redescobertas típicas do momento em que vivem e da cidade em que habitam. Sobretudo para a personagem central: uma professora de filosofia de 55 anos que acaba de se separar e, ainda, enfrenta uma turbulenta crise na universidade na qual dá aulas. Ao contrário do que se poderia esperar, o que assistimos é uma personagem reinventando a vida a partir dos conflitos, colocando em xeque a ideia de que pessoas precisam ter um casamento seguro, filhos e uma carreira somente de conquistas para não serem consideradas derrotadas. O roteiro e a direção de Mia Hansen-Love, somados à atuação de Isabelle Hupert flanando por Paris fazem com que o espectador acompanhe e sinta como a personagem, isto é, que rupturas, separações e partidas fazem parte de um processo natural da vida.
Columbus (2017) é o filme de estreia na direção do norte-americano de origem sul-coreana Kogona. Como nas três outras obras que compõem a mostra, Columbus também é um filme em que a cidade e a sua poética são personagens importantes. O que seria dos personagens sem a relação que cada um tem com a cidade que habita? Após o encontro inesperado entre dois personagens centrais, os dois vagueiam pela cidade, no caso, Columbus, no Estado de Indiana. É no contato poético com a arquitetura da cidade que os personagens refletem e questionam suas escolhas e trajetórias de vida.
Tânia Cardoso de Cardoso,
Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário.

PATERSON
Dir. Jim Jarmusch | EUA | Ficção | 2017 | 118 min | Legendado
Além de dar nome à cidade em que se passa a história, Paterson é também o nome do protagonista. Ele vive com a namorada e com o cachorro. Ela é uma jovem que parece não saber muito bem o que quer da vida, embora tenha pretensões artísticas. Dirigido por Jim Jarmusch, de Estranhos no Paraíso e Flores Partidas, o longa é uma obra sobre rotina e melancolia.
03 de setembro | Segunda–Feira | 16h
06 de Setembro | Quinta–Feira | 16h
10 de Setembro | Segunda–Feira | 16h
12 de Setembro | Quarta-Feira | 19h

O SABOR DA VIDA
Dir. Naomi Kawase | Japão, França, Alemanha | Ficção | 2015 | 113 min | Legendado
Sentaro administra uma pequena padaria que serve dorayakis — panquecas recheadas com pasta de feijão azuki. Quando Tokue, uma velha senhora, se oferece para ajudá-lo na cozinha, ele aceita com relutância.
03 de Setembro | Segunda–Feira | 19h
04 de setembro | Terça-Feira | 16h
10 de setembro | Segunda–Feira | 19h
11 de Setembro | Terça-Feira | 16h
14 de Setembro | Sexta-Feira | 16h

O QUE ESTÁ POR VIR
Dir. Mia Hansen-Love | França, Alemanha | Ficção | 2016 | 102min | Legendado
Nathalie era uma mãe de família com dois filhos e professora de filosofia realizada, até que toda a sua vida começa a ruir.
06 de Setembro | Quinta-Feira | 19h
13 de Setembro | Quinta-Feira | 16h
17 de Setembro | Segunda-Feira | 19h
21 de Setembro | Sexta-Feira | 16h

COLUMBUS
Dir. Kogonada | EUA | Ficção | 2017 | 104min | Legendado
Jin, um coreano que já antes vivera nos EUA, encontra-se na cidade de Columbus (Indiana, EUA) para acompanhar o pai - um importante arquiteto -, que se encontra gravemente doente. No hospital conhece Casey, uma jovem local que, para cuidar da mãe, decidiu não perseguir os seus sonhos. Estreado no Festival de Cinema de Sundance (EUA), um filme dramático que marca a estreia na realização do norte-americano de origem sul-coreana Kogonada.
05 de Setembro | Quarta–Feira | 16h
14 de setembro | Sexta–Feira | 19h
17 de setembro | Segunda-Feira | 16h
21 de setembro | Sexta-Feira | 16h

O Lobo à espreita
Entre os dias 24 e 28 de setembro, a Sala Redenção – Cinema Universitário – em parceria com Sesc/RS – traz novamente, a pedido do público, a mostra Ingmar Bergman: o Lobo a espreita, em homenagem aos 100 anos do realizador sueco. Bergman é um dos grandes cineastas que surgiram após a II Guerra Mundial, e um dos maiores cineastas de todos os tempos. Sua obra é extensa, com mais de cinquenta filmes, roteiros e, ainda, trabalhos para a televisão e peças para o teatro. Aliás, para compreender obra do diretor é importante destacar a influência da tradição teatral sueca, nórdica, e nomes como de Henrik Ibsen, Soren Kierkegard e August Strindberg nos dão pistas para pensar a obra do realizador. Seus filmes exploram as angustias existenciais do homem moderno, por meio de narrativas densas e complexas utilizando ao máximo as possibilidades da linguagem cinematográficas. Bergman trabalha de forma única com temáticas densas e delicadas, de forte carga existencial, tais como: a solidão, a morte e, ainda, o erotismo e a religião. Todos esses temas explorados muitas vezes de forma violenta e beirando ao absurdo. Uma das características marcantes de seus filmes é o uso do flashback, como também a interação dos personagens com a câmera, em possível diálogo com o espectador. Aliás, Bergman é um dos realizadores que mais soube filmar rostos e expressões de pura angústia. O diretor foi premiado diversas vezes nos Festivais de Berlim e Cannes. O reconhecimento internacional aconteceu com O sétimo Selo (1956), que ganha o prêmio do júri do Festival de Cannes em 1957. Bergman foi um dos fundadores da Academia Europeia de Cinema, foi indicado ao Oscar nove vezes, vencendo como melhor filme estrangeiro três vezes.  Ingmar Bergman morreu no dia 30 de julho de 2007, aos 89 anos. Uma coincidência: nesse mesmo dia morria também o realizador italiano Michelangelo Antonioni. Na mostra serão exibidos nove filmes do realizador, em cópia digital de extrema qualidade: O Sétimo Selo (1957), Morangos Silvestres (1957), Persona (1966), Vergonha (1968), A Hora do Lobo (1968), Face a Face (1976), Sonata de Outono (1978) e Fanny e Alexander (1982). Desta vez, exibiremos apenas uma sessão de cada filme e, no dia 26 de setembro, às 19h, na sessão de A Hora do Lobo, teremos a presença luxuosa de Marco Fialho, assessor em Cinema do Sesc Nacional, autor dos textos do catálogo Bergman, que serão distribuídos neste dia.

Tânia Cardoso de Cardoso,
Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário.
O SÉTIMO SELO
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1957 | 96min | Legendado
Após dez anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.
24 de setembro | Segunda-feira | 16h
MORANGOS SILVESTRES
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1957 | 91min | Legendado
A caminho de uma cerimônia de premiação numa universidade, um médico é assediado por situações e personagens que o conduzem a um mergulho em sua vida pregressa.
24 de setembro | Segunda-Feira | 19h
PERSONA
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1966 | 85min | Legendado
Uma atriz teatral de sucesso sofre uma crise emocional e para de falar. Uma enfermeira é designada a cuidar dela em uma casa reclusa, perto da praia, onde as duas permanecem sozinhas. Para quebrar o silêncio, a enfermeira começa a falar incessantemente, narrando diversos episódios relevantes de sua vida, mas quando descobre que a atriz usa seus depoimentos como fonte de análise, a cumplicidade entre as duas se transforma em embate.
25 de Setembro | Terça-Feira | 16h
28 de Setembro | Sexta-Feira | 19h
FACE A FACE
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1957 | 91min | Legendado
A Dra. Jenny Isaksson é uma psiquiatra que apesar de seu sucesso profissional começa a sofrer uma forte depressão. Ela está à beira de uma crise nervosa, assombrada por imagens perturbadoras de seu passado.
25 de Setembro | Terça-Feira | 19h
VERGONHA
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1968 | 104min | Legendado
Para fugir da guerra, um casal de violinistas vive isolado numa ilha. Essa existência idílica acaba quando a casa deles é invadida por um grupo de soldados. Agora, eles terão de se defrontar com as misérias, a destruição e os horrores da guerra. Bergman reflete sobre os profundos efeitos da guerra no ser humano.
26 de Setembro | Quarta-Feira | 16h
A HORA DO LOBO
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1967 | 90min | Legendado
O pintor Johan e sua esposa grávida, Alma, retiram-se para uma ilha isolada. Johan é consumido por demônios do passado e por constantes alucinações. Alma tenta ajudá-lo a manter a sanidade e controlar sua obra. Mas durante a escuridão entre a noite e o amanhecer, a chamada "hora do lobo", os medos de Johan podem se concretizar.
26 de Setembro | Quarta-Feira | 19h
SONATA DE OUTONO
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1968 | 99min | Legendado
Uma pianista visita a filha, no interior da Noruega. Enquanto a mãe é um artista de renome internacional, a filha é tímida e deprimida. Esse encontro tenso, marcado por lembranças do passado, revela uma relação repleta de rancor, ressentimentos e cobranças.
27 de Setembro | Quinta-Feira | 16h
NA PRESENÇA DE UM PALHAÇO
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1997 | 118min | Legendado
Outubro de 1925. O engenheiro Carl Åkerblom, fervoroso admirador do compositor Franz Schubert, é internado em um hospital psiquiátrico em Uppsala. De seu quarto, ele alimenta o revolucionário projeto de inventar o cinema falado. Com a ajuda do professor “louco” Osvald Vogler, o diretor Åkerblom improvisa uma história de amor contando os últimos dias de Schubert.
27 de Setembro | Quinta-Feira | 19h
FANNY E ALEXANDER
Dir. Ingmar Bergman | Suécia | Ficção | 1982 | 188min | Legendado
Suécia, início do século XX. Fanny e Alexander, duas crianças de uma família burguesa, têm suas vidas alteradas radicalmente quando o pai morre e, pouco tempo depois, a mãe se casa com o bispo da cidade, um homem rigoroso e cruel.
28 de Setembro | Sexta-Feira | 16h


Parceiros da Sala Redenção
A Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) comemora 10 anos em 2018 e lança a Sessão ACCIRS, ciclo de exibições comentadas com periodicidade bimestral e itinerância no circuito exibidor do Estado. O projeto inicia em setembro com uma seleção de filmes que estabelecem diversos olhares sobre o cinema, propondo uma reflexão sobre a linguagem nestes tempos de constantes mudanças nas relações entre a produção e o consumo de imagens. O filme de abertura é O Espelho, segundo longa-metragem de Jafar Panahi, é um dos mais emblemáticos do cinema iraniano dos anos 1990. A exibição será na Sala Redenção, no dia 04 de setembro, às 19h, com comentários da crítica Ivonete Pinto e mediação do programador da sessão, Leonardo Bomfim. 

Sobre o filme:
Uma menina espera pela mãe em frente à escola. As colegas vão embora. A mãe não chega. A menina impacienta-se e resolve ir para casa sozinha, aventurando-se pelas ruas próximas. Chega até mesmo a pegar um ônibus e, durante a viagem, fica observando as pessoas à sua volta. A partir de seu universo infantil, ela começa a desvendar o complexo mundo dos adultos, vivenciando encontros inesperados e descobertas inusitadas. E a narrativa do filme passa a caminhar sobre uma fina linha que separa a ficção da realidade. Dirigido por Jafar Panahi após seu aclamado filme de estreia, O Balão Branco, O Espelho radicaliza uma das marcas do cinema iraniano dos anos 1990: o desconcertante uso da metalinguagem na busca de uma compreensão mais profunda a respeito da relação entre a arte e o mundo. Vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno (1997).
Sobre o diretor:
Jafar Panahi nasceu em Minaeh, no Irã, em 1960, e estudou direção de cinema e TV em Teerã. Foi assistente de direção de Abbas Kiarostami em Através das Oliveiras e recebeu o prêmio Caméra d’Or para novos diretores no Festival de Cannes por O Balão Branco (1995). Dirigiu O Espelho (1997); O Círculo (2000), Leão de Ouro em Veneza; Ouro Carmim (2002), prêmio de melhor filme na mostra Un Certain Regard em Cannes; e Fora do Jogo (2006, 30ª Mostra), vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim. Em 2010, foi condenado a seis anos de prisão e proibido de filmar ou sair do Irã por 20 anos. No mesmo ano, realizou Isto Não é um Filme, exibido na 35ª Mostra. Pardé recebeu o Urso de Prata de melhor roteiro no Festival de Berlim. Seus mais recentes filmes, Taxi Teerã e Se rokh, estrearam e acabaram premiados em Berlim e Cannes, respectivamente.
O ESPELHO
Dir. Jafar Panahi | Irã | 1997 | 95 min
Uma menina espera pela mãe em frente à escola. As colegas vão embora. A mãe não chega.
Chega até mesmo a pegar um ônibus e, durante a viagem, fica observando as pessoas à sua volta.
04 de setembro | Terça-Feira | 19h

MATHEUS SCHMIDT – UM CASO DE AMOR PELO BRASIL
Dir. Márcia Schmidt, Rogério Brasil Ferrari | Brasil | 2017 | 78 min
Narra 60 anos da história do Brasil através das vivências do político Matheus Schmidt (1926-2010), um dos protagonistas na luta pela democracia ao lado de Leonel Brizola. Pelo caminho, ele enfrentou duas prisões, um exílio, resistiu a um duro embate com a ditadura militar, denunciou prisões e desrespeitos aos direitos humanos, foi para a rua defender estudantes e trabalhadores nos confrontos com a polícia.
Após a sessão, debate com Nilo Pina Castro, professor de história do Colégio Aplicação e com Marcia Schmidt e Rogério Ferrari, diretora e co-diretor do filme.
05 de setembro | Quarta-Feira | 19h

Incluir - Núcleo de Inclusão e Acessibilidade

O CIPAS – Centro Interdisciplinar de Pesquisa e Atenção à Saúde, vinculado ao Instituto de Psicologia da UFRGS, em parceria com o Incluir – Núcleo de Inclusão e Acessibilidade também da UFRGS, promovem na Sala Redenção um debate sobre o O Cérebro de Hugo. O filme é uma produção francesa, em forma de documentário ficcionado, que apresenta a trajetória desde a infância até a idade adulta de Hugo, um jovem com Síndrome de Asperger, e depoimentos de pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo, pais e profissionais que atuam na área.
Trazer este tema para o debate, no momento em que a Universidade implanta a reserva de vagas para pessoas com deficiência, em seu Programa de Ações Afirmativas, conforme dispõe a legislação, procura dar visibilidade a uma temática ainda com muitos desconhecimentos de diversas ordens. Essas lacunas e reflete na vida acadêmica, nas condições de permanência destes sujeitos, principalmente em relação aos aspectos pedagógicos e sociais envolvidos.
Conversar sobre aquilo que não se conhece pode reverberar, de forma esclarecedora, em uma das principais barreiras que as pessoas com deficiência encontram no seu dia a dia: as barreiras atitudinais. Convidamos a todxs para assistir ao filme e após participar do debate na Sala Redenção, que contará com a participação de profissionais que atuam na área e outros convidados.

O CÉREBRO DE HUGO
Dir. Sophie Révil | França | 2012 | 100 min
Hugo tem 22 anos e sofre de síndroma de Asperger ou "autismo altamente funcional". Excepcionalmente inteligente e dotado de uma memória impressionante, ele é um pianista notável, a par de alguns dos melhores. No entanto, vive trancado no seu quarto, prisioneiro das graves limitações emocionais e sociais que o afetam. Este documentário ficcionado, sensível e comovente, mostra a viagem caótica de Hugo desde o seu nascimento até à idade adulta.
12 de setembro | Quarta-Feira | 16h

O Brincar e a Infância

A infância é o delicado período no qual, com auxílio de adultos, a criança constrói a si mesma e também a forma como concebe o mundo que a rodeia. Qual seria o papel de um brincar livre, rotineiro, desapressado e espontâneo, no florescimento disso tudo?
A partir de diferentes perspectivas, essa mostra exibirá documentários que irão oportunizar diálogos e importantes reflexões a respeito da maneira como nós adultos podemos influenciar positivamente o universo infantil, quando oferecemos à criança tempo e espaço para que seu espírito lúdico potencialize seu desenvolvimento.
A mostra, com curadoria da Ludoteca Pulo do Gato. No dia 13 de setembro, o documentário escolhido é Ser e Vir a Ser (2002), de Clara Bellar. Fechando a mostra, dia 11 de outubro, véspera do dia das crianças, será exibido Criança: a Alma do Negócio (2008), de Estela Renner.

SER E VIR A SER
Dir. Clara Bellar | França | Documentário | 2014 | 99min | Legendado
13 de setembro | Quinta-Feira | 19h

O filme explora o conceito e, finalmente, a opção de não escolarização dos filhos a confiança de deixá-los descobrir livremente o que realmente lhes motiva A cineasta viaja entre os EUA, Alemanha (onde é ilegal não ir à escola), França e Reino Unido para conhecer famílias que estão vivenciando ou tenham vivenciado esta experiência.
Após a sessão, debate com Guilherme Schröder, mestre em Filosofia pela da Faculdade de Educação da UFRGS.


Cine AGRURB
Sequência de curtas 1
18 de setembro | Terça-Feira | 16h
O PODER DA ALIMENTAÇÃO
Dir. Philos TV | Brasil | Curta documentário| 2017 | 9 min | Português/Leg.
“O alimento pode ser um poderoso remédio ou um tremendo veneno”.
Açúcar vicia? Afinal, ovo faz bem ou mal? Você sabia que muito do que você consome é ultra processado? A alimentação é muito mais do que receita para boa forma. Faça uma reflexão com Ana Branco, Bela Gil, Bruno Negrão, Cynthia Howlett, Gabriela Chaves e Jorge Jamili e descubra que nossas escolhas podem transformar nossa compreensão do que significa ser saudável.
INTERPRETAÇÃO CULTURAL DO SABOR: ALEX ATALA
Prod. TED Campos do Jordão/ SP. | Brasil | 2012 | 20 min |
Alex Atala fala sobre a interpretação cultural do sabor. Ele defende que a aceitação de um aroma varia de acordo com a sociedade e a época e, de peixe cru a formigas, qualquer coisa que você não compreende na cozinha, provavelmente seria facilmente entendida se apresentada na sua primeira infância. Isso porque o principal elo entre a natureza e a cultura passa pela cozinha.
O ESPANTALHO
Dir. Brandon Oldenburg, Limbert Fabian | EUA | Animação | 2013 | 3 min | Legendado
Curta sobre nossa vida acelerada num mundo em que os valores de uma alimentação saudável se perdem a cada dia. Comemos mais e mais produtos industrializados, e o que é natural é considerado “ultrapassado”. Pensando sobre a forma como nos alimentamos e nos rumos da indústria alimentícia, a rede mexicano Chipotle lançou uma animação em curta-metragem para refletirmos sobre esse tema.
TRAZENDO A FLORESTA PRA DENTRO DA ROÇA
Dir: Ana Carolina Dionísio e Gustavo Türck | Brasil | Documentário | 2017 | 25 min | Português/Leg
Plantar, manejar, consorciar, integrar. Praticar uma agricultura sustentável com a floresta. Combinar produção de alimentos com conservação ambiental. Recuperar áreas degradadas através da agroecologia. Essas são algumas das práticas e princípios dos Sistemas AgroFlorestais Agroecológicos(SAFAs). Neste audiovisual, conheceremos algumas experiências em SAFAs da Região Sul do Brasil e seus atores: agricultoras e agricultores que os cultivam, pesquisadores e pesquisadoras que buscam melhorá-los, técnicos e técnicas que os assessoram.
Dia 18 de setembro | Terça-Feira | 19h
BRASIL ORGÂNICO
Dir. Kátia Klock e Lícia Brancher | Brasil | Documentário | 2013 | 58 min | Port/Leg.
Histórias de pessoas que têm na produção orgânica uma forte convicção de vida. O roteiro percorre os biomas brasileiros, apresentando a diversidade de ecossistemas, paisagens e culturas. Da pecuária no Pantanal à produção em larga escala em São Paulo, das frutas tropicais na Caatinga ao extrativismo na Floresta Amazônica; de empresas a agricultores familiares e cooperativas da região Sul.
Sequência de curtas 2
Dia 19 de setembro | Quarta-Feira | 16h
NASCENTES TAMBÉM MORREM
Prod. Digi2 Filmes | Brasil | Documentário | 2016 | 15 Min | Port/Leg.
As nascentes de água mineral no Brasil estão secando e a maioria das que restam está contaminada. Precisamos agir rápido e a favor da natureza, pois a água é um bem natural e de todos. Só depende de nós.

CINTURÃO VERDE DE PORTO ALEGRE: TERRITÓRIO EM DISPUTA
Dir. Tiago Rodrigues e Jefferson Pinheiro | Brasil | Documentário | 2014 | 28 min | Port/Leg
A cidade está em disputa. De um lado, construtoras e imobiliárias que enxergam Porto Alegre como uma mercadoria e querem transformar todos os espaços em lucro. De outro, mulheres e homens que veem a cidade como um lugar para se viver, onde se possa acolher dignamente todas as pessoas, tenham dinheiro ou não
REPENSAR O CONSUMO
Dir. TEDX Sudeste | Brasil | 2010 | 15 min | Port/Leg.
André Trigueiro fala sobre a necessidade de repensar o consumo e criar uma cultura de consumo consciente.


Tânia Cardoso de Cardoso
Coordenadora e curadora
Sala Redenção – Cinema Universitário
(51) 3308-4081