Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Cine Dica: Programação da Sala Redenção do mês de Julho



  Branco sai, Preto fica

A realidade poética de Aloysio Raulino

 No mês de Julho, a Sala Redenção – Cinema Universitário apresenta a obra como diretor de Aloysio Raulino. Serão exibidos 10 curtas-metragem, três médias-metragens, um longa-metragem e uma série feita para (mas nunca exibida na) televisão.
 Aloysio Raulino foi, desde o início de sua graduação, na ECA/USP, extremamente prolífico: em sua vida, trabalhou em mais de 200 filmes, tendo o grosso de seu trabalho sendo sob o título de diretor de fotografia. Ajudou a fundar e presidiu a Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas (ABD) e a Associação Paulista de Cineastas (Apaci) e foi professor na mesma faculdade que estudou, dando aulas de fotografia.
Em sua carreira como diretor, utilizou a linguagem do documentário para realizar um belíssimo mosaico da vida no Brasil, com toda a sua disparidade e sem nenhuma demagogia nem populismo. Suas temáticas como diretor foram majoritariamente focadas nas condições de vida dos trabalhadores, dos imigrantes, dos excluidos sociais, construindo fortes imagens de um cinema, segundo as suas próprias palavras, "no sentido que nenhuma arte, nenhuma ciência, poderia substituí-lo em seu ofício".
Aliado a este viés político, sempre esteve presente uma preocupação com o visual, utilizando da câmera como um olhar poético seja para com os pequenos vilarejos interioranos de Noites Paraguayas (1982) ou a região portuária do Porto de Santos (1978), dentre outras inúmeras imagens do urbano e do rural do Brasil e de seus entornos. Destaco, aqui, também, a passagem da câmera para o sujeito filmado, Deutrudes Carlos da Rocha, em Jardim Nova Bahia (1971), que nos empresta por alguns minutos a sua visão de mundo nas estações de Brás e de Santos.
Para esta mostra iremos dividir os filmes exibidos em cinco blocos, organizados cronologicamente.
No primeiro e segundo, exibiremos os curta-metragens realizados por ele do final da década de 1960, no momento de seu ingresso no curso de cinema da ECA/USP, até o fim da década de 1970. O terceiro bloco mostra a sua obra na década de 1980, marcada pela sua aproximação com o longa-metragem ficcional, dirigindo seu único filme de longa duração e destacando-se como diretor de fotografia de importantes filmes do cinema nacional da época. Um quarto bloco trata de dois média-metragens e um curta realizado por ele ao longo da década de 1990 e, por fim, exibiremos o seu documentário para a TV, Puberdade (1995/97), sobre a vivência e os anseios de uma classe social, reveladas sob o ponto de vista de seus pré-adolescentes.

MOSTRA DE CURTAS 1 (62 min)

03 de julho | Terça-feira | 16h
09 de julho | Segunda-feira | 16h
13 de julho | Sexta-feira | 19h
Retorna, Vencedor
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1968 | 11 min
Um jovem retorna para o seu país e encontra surpresas.
Ensino Vocacional
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1969 | 12 min

A experiência de ensino vocacional realizada no Colégio Oswaldo Aranha, em São Paulo.
Lacrimosa
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1970 | 12 min
Os arredores da recém-inaugurada Marginal Tietê e seus habitantes.
Arrasta a Bandeira Colorida
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1970 | 12 min
Mostra, utilizando fotografias, o ambiente dos carnavais de rua de São Paulo.
Jardim Nova Bahia
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1971 | 15 min
 Narra a história de Deutrudes, lavador de carros, através de seu depoimento e sua visão de mundo.

MOSTRA DE CURTAS 2 (59 min)
06 de julho | Sexta-feira | 19h
10 de julho | Terça-feira | 16h
30 de julho | Segunda-feira | 16h

Teremos Infância
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1974 | 12 min
Um ex-menor abandonado relata as mazelas de sua infância como morador de rua.
Tarumã
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1975 | 14 min
Depoimento sobre educação e condições de trabalho no campo.
O Tigre e a Gazela
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1977 | 14 min
As fisionomias, gestos e falas de excluídos sociais das ruas de São Paulo.
O Porto de Santos
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1978 | 19 min
Paisagens e população do Porto de Santos, o maior da América Latina, misturam-se na visão poética do trabalho nas docas e da boemia nas noites no cais.

NOITES PARAGUAYAS + INVENTÁRIO DA RAPINA
04 de julho | Quarta-feira | 16h
10 de julho | Terça-feira | 19h
11 de julho | Quarta-feira | 16h
30 de julho | Segunda-feira | 19h
 Noites Paraguayas
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1982 | 93 min
Narra a jornada de Rosendo, um camponês paraguaio que emigra para São Paulo a fim de conseguir trabalho.
Inventário da Rapina
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1985 | 26 min
Utilizando texto, relato e música do poeta Cláudio Willer, o filme registra impressões do momento no Brasil.

COMO DANÇA SÃO PAULO + GRAFFITI: NOS MUROS RECORTADOS + SÃO PAULO, CINEMACIDADE
04 de julho | Quarta-feira | 19h
05 de julho | Quinta-feira | 16h
12 de julho | Quinta-feira | 16h
31 de julho | Terça-feira | 19h
 Como Dança São Paulo
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1991 | 46 min  
Documentário realizado em 14 salões de dança,demonstra a variedade de gêneros, estilos e mesmo grupos sociais na cidade de São Paulo.
Graffitti: Nos Muros Recortados
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1994 | 15 min
Um ensaio sobre a arte de rua na São Paulo dos anos 90.
+
São Paulo, Cinemacidade
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1994 | 30 min
A cidade em 5 atributos: transformação, anonimato, multidão, precariedade e dimensão.
SÉRIE PUBERDADE (145 min)
06 de julho | Sexta-feira | 16h
09 de julho | Segunda-feira | 19h
13 de julho | Sexta-feira | 16h
31 de julho | Terça-feira | 16h
 Puberdade I + Puberdade II + Puberdade III
Dir. Aloysio Raulino | Brasil | 1995, 1997 | 145 min                            
Uma série documental sobre os anseios dos pré-adolescentes da época.

Mostra Hayao Miyazaki
 Dos dias 16 a 20 de Julho, a Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com o Sesc/RS, irá apresentar três filmes do diretor japonês Hayao Miyazaki. Um dos fundadores do Studio Ghibli, ele foi importantíssimo para o desenvolvimento do gênero da animação, buscando, através desta linguagem, trazer obras de grande beleza e profundidade.
Recorrentes em sua obra estão as relações interpessoais, a fuga do maniqueísmo tradicional do cinema, buscando mostrar os motivos e a humanidade por trás das tramas; e trazendo, em vários de seus filmes, personagens femininas fortes, emblemáticas e multidimensionais.
Exibiremos O Castelo no Céu (1986), que foi o primeiro título a levar o selo do Studio Ghibli, no ano seguinte à fundação do estúdio, e utiliza a linguagem da ficção científica para contar a história de duas crianças que se ajudam a fim de impedir um cristal mágico de ser roubado por agentes militares.
Outro filme que mostraremos é O Serviço de Entregas de Kiki (1989), sobre uma bruxa de treze anos que se muda de cidade e usa de seus poderes para ganhar a vida. Utiliza desta história para comentar sobre a transição para a adultez e a relação entre busca por independência e a necessidade de cuidados marcada por esse momento da vida.
Por fim, projetaremos Porco Rosso (1992), a trama de um piloto da década de 1930, que, amaldiçoado, começa a trabalhar como caçador de recompensas em uma Itália progressivamente tendendo ao fascismo. O diretor utiliza desta história para construir uma forte narrativa antibélica.
CASTELO NO CÉU
Dir. Hayao Miyazaki | Japão | 1986 | 135 min
16 de julho | Segunda-feira | 16h
19 de julho | Quinta-feira | 16h
20 de julho | Sexta-feira | 19h
Duas crianças precisam escapar de piratas e agentes estrangeiros a procura de um castelo flutuante.
 O SERVIÇO DE ENTREGAS DE KIKI
Dir. Hayao Miyazaki | Japão | 1989 | 103 min
16 de julho | Segunda-feira | 19h
17 de julho | Terça-feira | 16h
20 de julho | Sexta-feira | 16h
 Uma jovem bruxa, muda-se para uma nova cidade e utiliza seus poderes para ganhar a vida.
PORCO ROSSO
Dir. Hayao Miyazaki | Japão | 1992 | 94 min
17 de julho | Terça-feira | 19h
18 de julho | Quarta-feira | 16h
19 de julho | Quinta-feira | 19h
Na Itália dos anos 1930, um piloto, após ser amaldiçoado e transformado em um porco antropomorfizado, decide trabalhar como caçador de recompensas.

PARCEIROS SALA REDENÇÃO
SESSÃO CLUBE DE CINEMA
O REI DA COMÉDIA
03 de julho | terça-feira | 19h
Dir Martin Scorsese| EUA | 1982| 110min
Jerry Langford (Jerry Lewis) é um consagrado apresentador de TV. Um dia, ao se encaminhar para o trabalho, ele é sequestrado pelo aspirante a comediante Rupert Pupkin (Robert De Niro) e sua amiga Masha (Sandra Bernhard). Para escapar da situação, Jerry concede a Rupert espaço em seu programa de TV, de forma que ele possa apresentar seu número.

SINGULARIDADES
05/07 (quinta-feira) | 19h

A Sala Redenção exibe uma sessão da Mostra “Singularidades”, em que será possível o debate com seus respectivos realizadores, pensando a alteridade e a abertura para o outro, presente nos longas e curtas. A proposta da mostra é falar de cinema brasileiro proporcionando escuta ao outro. Podendo dialogar, sob diferentes perspectivas e olhares de diretores e profissionais, sobre as singularidades dos sujeitos que são mostrados nos filmes, nos curtas e média-metragens e de que forma o cinema as representa. Proporcionar também um olhar atento ao cinema brasileiro. Debatendo sobre a sociedade e a cultura em que estão expostos, usando as obras cinematográficas brasileiras como meio de escuta e representação dos sujeitos.

O Brincar e a Infância
A infância é o delicado período no qual, com auxílio de adultos, a criança constrói a si mesma e também a forma como concebe o mundo que a rodeia. Qual seria o papel de um brincar livre, rotineiro, desapressado e espontâneo, no florescimento disso tudo?
A partir de diferentes perspectivas, essa mostra exibirá documentários que irão oportunizar diálogos e importantes reflexões a respeito da maneira como nós adultos podemos influenciar positivamente o universo infantil, quando oferecemos à criança tempo e espaço para que seu espírito lúdico potencialize seu desenvolvimento.
A mostra, com curadoria da Ludoteca Pulo do Gato, inicia no dia 12 de julho e contará com debates no final das sessões.

Tarja Branca - A revolução que faltava
12 de julho | quinta-feira | 19h
Dir.: Cacau Rhoden | Brasil | Documentário | 2014| 80min
A partir dos depoimentos de adultos de gerações, origens e profissões diferentes, o documentário discorre sobre a pluralidade do ato de brincar, e como o homem pode se relacionar com a criança que mora dentro dele.
Debatedora: Amanda Senna. Formada em Artes Plásticas pela UFPE e integrante do Grupo Toque de Comadre e da Cia Luzerim. Idealizadora do Projeto Gente Grande Também Brinca.
 Mostra Educação, Democracia e Justiça Social 

 A ESCOLA DE BABEL
23 de julho | segunda-feira | 16h
Direção: Julie Bertuccelli | Documentário | 2013 | 94min
Quando um grupo de imigrantes chega à França buscando recomeçar, seus filhos precisam se adaptar à nova vida. Eles não falam francês e por isso passam a estudar em uma classe iniciante para aprender a língua. Nas aulas esses jovens com idades entre 11 e 15 anos conversam sobre a relações com suas famílias e sobre o futuro, além de suas diferenças.

 SECUNDAS
Direção: Cacá Nazario | Documentário | 2017 | 16min
Filme sobre as ocupações nas escolas do Rio Grande do Sul, em 2016. Vencedor do troféu Assembleia Legislativa no Festival de Gramado 2017.
ÚLTIMAS CONVERSAS
Direção: Eduardo Coutinho | Documentário | 2015 | 87min
Último filme dirigido por Eduardo Coutinho. Nele, o cineasta entrevista diversos estudantes do ensino médio público no RJ, perguntando sobre suas vidas, sentimentos e expectativas para o futuro.
Debatedor: Cacá Nazario
24 de julho | terça-feira | 16h
BRANCO SAI, PRETO FICA
Direção: Adirley Queirós | Ficção | 2014 | 93min
Tiros em um baile de black music em Brasília ferem dois homens, que ficam marcados para sempre. Um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva.
 24 de julho | terça-feira | 19h
FEIJOADA APIMENTADA
Direção: Júlia Ozorio; Lucas Motzkus; Pâmela Guedes; Rafael Pereira | Ficção | 2017 | 19min
AVORADA Z  (CLUBE DAS 5)
Direção: Júlia Lima e Eliel Franco | Ficção | 2016 | 80min
Durante uma epidemia zumbi no município de Alvorada, um grupo de adolescentes se refugia em uma escola. Lá dentro, eles precisarão resolver seus conflitos enquanto buscam uma forma de escapar e sobreviver.
 25 de julho | quarta-feira | 16h
NOSTALGIA DA LUZ
Direção: Patricio Guzmán | Documentário | 2010 | 90 min |
No deserto do Atacama, viúvas procuram os restos mortais de seus maridos assassinados pelo regime ditatorial de Pinochet.
25 de julho | quarta-feira | 19h
DIÁRIO DE UMA BUSCA
Direção: Flavia Castro | Documentário | 2010 | 108 min
Flávia Castro reconstrói a história de vida e morte de seu pai, Celso Castro, um jornalista de esquerda, encontrado morto no apartamento de um ex-oficial nazista.
Debatedora: Ignez Maria Serpa, ex-presa política da ditadura civil militar ou Christiane Rondon, advogada e integrante do comitê Carlos de Ré Memória e Justiça.
 26 de julho | quinta-feira | 16h
EU, DANIEL BLAKE
Direção: Ken Loach | Ficção | 2016 | 97 min
Um homem luta para manter seus benefícios financeiros enquanto começa a desenvolver um laço com uma mãe solteira, que batalha para sustentar os dois filhos.
TRABALHAR CANSA
26 de julho | quinta-feira | 19h
Direção: Juliana Rojas, Marcos Dutra | Ficção | 2011 | 99min
Acontecimentos inexplicáveis assustam uma mulher (Helena Albergaria) e seu marido (Marat Descartes) no supermercado que acabaram de comprar.
Debatedor: Leonardo Bomfim, crítico de cinema e programador da Cinemateca Capitólio. Ele gosta bastante desse filme, tenho certeza que ele aceitará comentar.
O SONHO DE WADJA
27 de julho | sexta-feira | 16h
Direção: Haifaa Al-Mansour | Ficção | 2012 | 98min
Embora Wadjda viva em uma cultura conservadora, é uma garota cheia de vida que deseja comprar uma bicicleta para disputar uma corrida com seu melhor amigo.
“N” DE VANESSA
27 de julho | sexta-feira | 19h
Direção: Maria Carmencita | Documentário | 2015 | 14 min
O curta mostra os rituais da ex garota de programa, Nicole, de 19 anos, numa linguagem orgânica e naturalizada do seu ambiente de trabalho. Inaugurando um outro ponto de vista da prostituição, através da entrevista realizada no quarto onde ela guarda suas memórias afetivas.
O CÉU SOBRE OS OMBROS
Direção: Sérgio Borges | Documentário | 2011 | 72 min
Numa mistura de documentário e ficção, três personagens exóticos são as figuras centrais. O desafio de cada um deles é retratar seu mundo íntimo e encenar situações reais das próprias vidas.
Debatedora: Maria Carmencita
 CONEXÕES AUDIOVISUAIS
18/07 (quarta-feira) | 19h
Produzido de forma inteiramente independente pela Primeiro Corte Produções, Conexões Audiovisuais integra o projeto multidisciplinar Cirandas Audiovisuais. Realizado em parceria com diversos entes locais, pretende promover pontos de encontro e discussão alternativos e independentes para difundir o cinema, a televisão e outras mídias. Evento alternativo de difusão, formação de plateia e aproximação do público com os diferentes sujeitos que compõem a cadeia da criação, produção e distribuição audiovisual, através de sessões comentadas de curtas-metragens e outros formatos. O projeto visa, também, contribuir para a promoção e consolidação de ambientes distintos e alternativos que promovam a interação entre cultura, comunicação e educação, com uma programação adequada ao local de exibição e respectivo perfil de público.

Programação especial: Dia Internacional de Nelson Mandela
Exibição de curtas
Cores e Botas
Dir: Juliana Vicente | Brasil | 2010 | 15 min
Joana tem um sonho comum a muitas meninas dos anos 80: ser Paquita. Sua família é bem sucedida e a apoia. Porém, Joana é negra, nunca se viu uma paquita negra no programa da Xuxa. 
D.O.R.
Dir: Leandro Goddinho | Brasil | 2011 | 4 min
Atores da Cia de Teatro Os Crespos fazem um documentário performance sobre racismo.
Pode me Chamar de Nadí
Dir: Déo Cardoso | Brasil | 2009 | 18 min
Nadí é uma menina negra de oito anos que esconde seus cabelos crespos sob o boné, até que os colegas o tiram na escola. Agora Nadí terá que enfrentar aos colegas e a si mesma.
Debatedores:
Nina Fola – Cientista Social, cantora, mestranda da Sociologia/IFCH/UFRGS.
Gilberto Soares – representante do Grupo de Ação Afirmativa Afrodescendente – GAAA
Fernanda Carvalho – jornalista na TV Nação Preta e no Programa Nação (TVE/RS)
Vera Cardoso – jornalista, produtora na TV Nação Preta. 

terça-feira, 3 de julho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Os Incríveis 2



Sinopse: A Mulher Elástica entra em ação para salvar o dia, enquanto o Sr. Incrível enfrenta seu maior desafio até agora: cuidar dos problemas de seus três filhos.


O cinema de 2004 era de outros tempos, onde os filmes baseado em super herói de HQ eram lançados de uma forma ainda esporádica e bem diferente do que se vê hoje em dia. Quando a Pixar lançou Os Incríveis naquele mesmo ano havia no filme um frescor de novidade, mesmo para aqueles acostumados a lerem um gibi, mas sentindo um sabor redobrado quando se enxergava na tela toda aquela aventura que representava tempos mais simples e dourados para os heróis mascarados. Passados quase quinze anos depois da primeira história, a família Pera retorna em uma mais nova aventura que, além de um elevado grau de nostalgia em cena, o filme redobra questões que vão desde a família, preconceito e liberdade.
Novamente dirigido por Brad Bird, o filme começa exatamente onde havia se encerrado aventura anteriormente. A família Pera novamente salva a cidade onde vivem, mas como a lei que proíbe super-herói agirem ainda vale, eles são obrigados novamente a ficarem escondidos da visão do público. Porém, um multimilionário dá a chance para que eles sejam reconhecidos pelo povo e que possam agir livremente, mas nem tudo é o que parece.
Assim como ocorreu no filme original, as atividades heroicas aqui ficam em alguns momentos em segundo plano e dando lugar aos problemas comuns do dia a dia em que a família Pera precisa enfrentar, desde o fato de Beto estar novamente desempregado, como também do Zezé estar cada vez mais usando os seus poderes. Porém, aqui os papeis se invertem, já que é Helena que vai agora combater o crime, para assim fazer com que os heróis voltem a ser legais e enquanto isso Beto cuida da casa e dos filhos.
Basicamente Brad Bird faz aqui uma espécie de releitura do primeiro filme, mas atualizando algumas questões debatidas nos dias de hoje, desde o fortalecimento dos movimentos feministas como também sobre a questão de determinados grupos de pessoas que até hoje sofrem preconceito. Mas o filme vai mais além, pois coloca em debate sobre qual seria o real papel dos políticos de hoje que, ao invés de ajudar o povo, criam leis que os prejudicam. Em tempos retrógrados que acontecem hoje no Brasil e no mundo, os realizadores da Pixar parecem bem sintonizados com relação ao que está acontecendo.
Mas se por um lado essas questões são mais para atrair o público adulto, em contra partida, os pequenos não ficaram desapontados, pois ação é a palavra chave em termos de entretenimento desse filme. Assim como acorreu no filme original, Brad Bird cria um visual retro, cartunesco, do qual enche os nossos olhos e se casando com perfeição com as cenas de ação vertiginosas e animalescas. Atenção para as sequências de ação protagonizadas pela Mulher Elástica em cima de uma moto que é, desde já, uma das melhores desse ano.
Além da ação garantida, aguarde também por momentos de humor protagonizados pelo Pera, já que cuidar da casa e dos filhos acaba se tornando muito mais desafiador do que enfrentar meros bandidos. E se por um lado o divertido Gelado (voz de Samuel Le Jackson) tem uma participação aumentada, a cativante Edna Moda tem presença reduzida, mas ao mesmo tempo relevante num determinado momento da história. Infelizmente o filme sofre pela falta de um vilão mais complexo do que foi visto no filme original, sendo que ele serve na trama mais como desafio e desculpa para que a maioria dos heróis saia das sombras.
Mesmo com esse deslize, Os Incríveis 2 é um indispensável filme para toda a  família, onde questões contemporâneas e boa aventura andam sempre em boa sintonia. 




Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: O Rei da Comédia (1983)



Nota: O filme será exibido hoje aos associados e não associados do Clube de Cinema de Porto Alegre, às 19h na Sala da Redenção da Ufgs. Participe.



Sinopse: Conta a história de Rupert Pupkin, aspirante a comediante obcecado por se tornar um rei da comédia. Ele encontra seu ídolo e pede para fazer uma participação no talk show dele, porém é sempre enrolado. Pupkin não desiste e começa a mostrar o lado mais doentio de sua obsessão na busca de conseguir o que almeja.

Roteiro e edição são muito bem construídos, onde o cineasta consegue fazer da trama balançar, tanto para a comédia como para o drama que, embora sejam gêneros distintos, não soe nada forçado ou muito menos exagerado. O grande momento do filme vem dos momentos de delírio e grandeza de Rupert, alternando entre seu diálogo improvisado no quarto/porão de sua casa, e a conversa com Jerry num restaurante luxuoso; e o programa de auditório imaginário com fotos em tamanho real de Lisa Minelli e Jerry Langford. 
Os desempenhos são ótimos, devido à ótima ideia de Scorsese se alongar alguns momentos. O filme aumenta em termos de suspense de uma forma gradual, através do seu tom cada vez mais desconcertante, onde as investidas de Rupert se tornam cada vez mais fortes e tornando o desenrolar da trama imprevisível. Uma crítica sombria ao culto dos famosos que, embora não tenha dado muitos louros para o diretor na época, rapidamente fez do filme se tornar cultuado ao longo do tempo.



Curiosidade: Martin Scorsese declarou em entrevista que ele e Robert De Niro não trabalharam juntos por sete anos devido à intensa carga emocional que O Rei da Comédia trouxe para ambos. Robert De Niro usou provocações anti-semitas para irritar Jerry Lewis, durante a realização da cena em que seu personagem destrói a casa de campo. Lewis ficou chocad com as ofensas, mas manteve a atuação.




Siga o Clube de Cinema de Porto Alegre através das redes sociais:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948
twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Auto de Resistência



Sinopse: Auto de Resistência é um documentário sobre homicídios praticados pela polícia contra civis, no Rio de Janeiro, em situações inicialmente classificadas como legítima defesa. O morto é acusado de ser traficante e ter trocado tiros com a polícia, mas a narrativa policial é posta em cheque pelo surgimento de vídeos e pela luta de mães que tentam provar a inocência de seus filhos.
 
No cinema direto, como documentários recentes como, por exemplo, O Processo, a câmera tornasse apenas observadora, mas fazendo com que a gente se torne testemunha de situações em que a realidade bate em nossa cara. Em tempos retrógrados, onde os direitos humanos são cada vez mais jogados para debaixo do pano, esse tipo de obra deve ser obrigatoriamente cada vez mais assistido, analisado e debatido. Auto de Resistência é mais do que um cinema direto, como também uma obra que denuncia o lado fascista que se esconde em meio a policiais profissionais e elevando um número cada vez maior de vitimas inocentes em meio a uma guerra não declarada.
Dirigido por Natasha Neri e Lula Carvalho, o filme acompanha os julgamentos de policiais que foram acusados de atirar e matar civis enquanto faziam as suas patrulhas nas favelas do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo acompanhamos a luta árdua de mães que perderam os seus filhos de uma forma absurda e que buscam por justiça por meios legais dos quais o estado prega. Porém, a justiça parece em alguns momentos falha e que, infelizmente, tarda.
Dividido por algumas linhas narrativas, onde acompanhamos determinados casos, Natasha Neri e Lula Carvalho obtêm registros precisos dos verdadeiros fatos de cada situação, onde testemunhamos a reconstituição dos dois lados, mas colocando na tela algo muito além dos depoimentos. Para começar, os cineastas conseguiram registros precisos, seja do celular das vítimas, ou das câmeras dos próprios policiais e obtendo um quadro preciso do que realmente aconteceu em situações que quase nunca são pegas em flagrante. Em dois casos, por exemplo, testemunhamos policiais dentro de sua viatura onde atiram em jovens que estavam correndo na rua desarmados e de policiais fortemente armados que, dentro de um helicóptero, disparam inúmeras vezes quando sobrevoavam uma favela e causando consequências desastrosas.
Mesmo que de uma forma indireta, o documentário também entra no terreno dos subgêneros dos filmes de tribunais, onde acompanhamos os julgamentos que, por vezes, terminam em bate boca entre promotoria e a defesa dos acusados. Isso faz com que se gere uma tensão em determinados momentos e que, ao mesmo tempo, gerando uma preocupação cada vez mais crescente em meio aos familiares das vítimas que observam atônitos uma justiça cada vez mais parcial e falha contra eles. O ápice disso é observamos as inúmeras pilhas de processos vistos na tela que, na maioria casos, são arquivados por falta de provas ou pelo desinteresse de um governo carioca cada vez mais sem noção sobre o que realmente fazer contra a violência que aflige os seus moradores no seu dia a dia.
Com a participação da defensora dos direitos humanos Marielle Franco (morta no último mês de março), Auto de Resistência é um legitimo “cinema denúncia”, onde testemunhamos alguns casos criminais para serem solucionados, mas representando inúmeros outros que nunca alcançam uma luz no fim do túnel.  

Onde assistir: Cinebancários: Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre. Horários: 17h e 19h.   


Cine Dica: Últimos dias para garantir sua vaga. Curso sobre A Construção do Personagem!

Curso (teórico)
"CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM: UMA ABORDAGEM SOBRE A INTERPRETAÇÃO"
de Juliano Rabello

Dias 07 e 08 / Julho
Cinemateca Capitólio Petrobras (Porto Alegre)

Inscrições: