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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Hereditário


Sinopse: Após a morte da reclusa avó, a família Graham começa a desvendar algumas coisas. Mesmo após a partida da matriarca, ela permanece como se fosse uma sombra sobre a família, especialmente sobre a solitária neta adolescente, Charlie, por quem ela sempre manteve uma fascinação não usual. Com um crescente terror tomando conta da casa, a família explora lugares mais escuros para escapar do infeliz destino que herdaram.

O cinema de horror atual vive colhendo frutos através de franquias de sucesso como Sobrenatural, Invocação do Mal, seus derivados e de outros títulos que fortaleceram esse meu pensamento. Porém, filmes como ‘Corra!”e “A Bruxa” vão muito além de meros entretenimentos para provocar sustos, mas sim ousando em nos brindar com algo novo e imprevisível. Hereditário é um caso raro, onde consegue transitar entre as fórmulas de sucesso e territórios raramente explorados dentro do gênero.
Dirigido por Ari Aster, o filme acompanha a história da família Graham, que a pouco havia perdido avó em circunstâncias, aparentemente, naturais. Sua neta Charlie (Milly Shapiro) age de uma forma estranha perante a situação de luto que se encontra a sua família e sua mãe (Toni Collette, de O Sexto Sentido) parece guardar segredos e sentimentos sobre essa situação. Aos poucos, situações estranhas começam acontecer na casa em que eles vivem e gerando inúmeras situações preocupantes.
Falar muito sobre a obra é o mesmo do que quebrar a experiência de assisti-la, já que raramente o cinema americano atual nos brinda com um filme do qual nos testa e nos faz adentrar em territórios em que não estamos muito acostumados a pisar. Claro que o cinéfilo mais atento, principalmente aquele que estuda sobre cinema, irá se lembrar do horror dos anos 70, onde muitas histórias daquela época não aconteciam exatamente nas típicas casas mal assombradas do gênero, mas sim em cenários que representavam o nosso mundo real e tornando a experiência muito mais inesquecível. Hereditário é, portanto, um filme de horror psicológico, mas que consegue transitar pelo gênero fantástico e nascendo dessa mistura algo novo.
A trama, por exemplo, possui um ritmo lento, principalmente em seu primeiro ato, onde é apresentado gradualmente o cenário e os seus respectivos personagens. O cenário, aliás, é carregado de simbolismos, onde maquetes representando ambientes com seus respectivos bonecos seriam uma espécie de metáfora com relação ao mundo em que os personagens vivem e cada vez mais presos em suas cordas invisíveis. Ari Aster, por sua vez, surpreende da maneira como filma, onde lentamente sua lente adentra os cenários, como se ele quisesse que prestássemos mais atenção a cada detalhe que vai surgindo em cena.
Ainda sobre o lado técnico, por exemplo, a trilha sonora aqui se difere de outros títulos dentro do gênero, onde ela não surge nos momentos em que nos assustam, mas sim em situações desconcertantes e deixando os momentos assustadores no mais puro silêncio. Os jogos de luzes e sombras, aliás, exigem que nos faça prestar atenção ao que realmente se encontra escondido no canto do cenário e fazendo com que a gente se encolha no meio da poltrona a todo o momento. Sinceramente, não me lembro de um filme de horror recente que me fazia temer pelo que iria acontecer em seguida, mas é exatamente isso que  essa obra nos provoca.
Até lá, a produção nos brinda com ótimas interpretações, sendo algo que raramente vemos nesse gênero cinematográfico. Se o mundo for justo, Toni Collette poderá ser indicada ao Oscar no ano que vem, já que ela está assustadoramente bem, ao interpretar uma personagem em que transita entre a razão, loucura e de uma ambiguidade que nos assombra sempre que ela surge em cena. E se por um lado o veterano Gabriel Byrne se apresenta numa atuação estática, por outro, os jovens atores Milly Shapiro e Alex Wolff se sobressaem, sendo que esse último tem papel fundamental na reta final do filme.
Falando nisso, não me admiraria se muitos não forem gostar do final da história, já que ela não é reconfortante, não há uma redenção e deixando em aberto inúmeras possibilidades sobre o que realmente aconteceu. Ari Aster procura se fechar em seu final, onde deixa cada um nós tirarmos nossas próprias conclusões sobre o que aconteceu a partir de várias possibilidades jogadas no decorrer do filme. O resultado é artisticamente ambíguo e nos deixando paralisados perante os acontecimentos. 
Hereditário é um filme de horror maravilhosamente memorável, onde nos pega desprevenidos e fazendo a gente não se esquecer do que testemunhamos. 

Cine Curiosidade: Cinema e Política



Agradecimentos aos realizadores do Jornal do Comércio que cederam o seu espaço para eu dar a minha opinião sobre o documentário O Processo que havia sido exibido até a pouco tempo no  Cinebancários de Porto Alegre. Saiba mais no meu blog.     

Leia a minha crítica completa sobre o filme O Processo clicando aqui.

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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Cine Dica: Sessão especial de Baronesa



DIRETORA DE BARONESA PARTICIPA DE SESSÃO COMENTADA NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
Na quinta-feira, 28 de junho, às 20h, o longa-metragem Baronesa ganha exibição especial na Cinemateca Capitólio Petrobras com a presença da diretora Juliana Antunes. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

BARONESA

Após se mudar para Belo Horizonte, MG, em 2008, a diretora Juliana Antunes logo percebeu que a capital mineira tinha vários bairros com nome de mulher e a maioria deles levava para a periferia. Este foi o ponto de partida para a construção da história do filme “BARONESA”, que Juliana dirige, com estreia no dia 14 de junho. O longa mostra o dia a dia de duas vizinhas e amigas que moram na periferia de BH. De um lado, Andreia começa a construir sua casa para se mudar. Do outro, Leid e os filhos estão à espera do marido, que está preso. Em comum, a necessidade de se desviar dos perigos da guerra do tráfico e a estratégia para evitar as tragédias trazidas como consequência. Segundo Juliana Antunes, que também assina o roteiro do filme híbrido, a história era escrita diariamente, muito em função dos acontecimentos imprevisíveis da vida na periferia. “No exato dia da minha mudança, por exemplo, uma guerra entre traficantes locais se anunciou (a guerra segue até hoje) e mudou completamente os rumos do projeto”, revela. Mas, ainda assim, a diretora conta que as maiores dificuldades não estavam nas locações em si, e sim, na necessidade de “autorização masculina”. “Maridos, irmãos, namorados tinham que concordar com filme para que as mulheres pudessem gravar. Perdemos a oportunidade de gravar várias outras mulheres pela misoginia. Infelizmente, o material bruto é repleto de ‘takes únicos’ de mulheres brilhantes que tiveram o processo interrompido por eles”. A guerra entre facções rivais também foi uma adversidade, prologando a conclusão do projeto por seis anos, com seis meses de filmagens espaçadas. Juliana acredita que “BARONESA” endossa o coro de movimentos que dão vozes às mulheres e lutam contra as desigualdades de cunho racial, social, regional e salarial. “O filme surgiu da união de várias mulheres em todas as suas etapas, desde amigas, como Marcela Santos e Giselle Ferreira, que fizeram a pesquisa, assistência de direção e som até as sócias Marcella Jacques e Laura Godoy, que são duas mulheres incríveis e talentosas. E o filme só foi possível por isso: pela nossa união, por acreditar em um projeto para lá de ousado e que sim, se pode fazer um filme, um livro, uma cidade, um país e uma lógica de mundo diferente. Basta colocar as nossas energias nisso e nos fortalecer”.

SINOPSE Andreia quer se mudar. Leid espera pelo marido preso. Vizinhas em um bairro na periferia de Belo Horizonte, elas tentam se desviar dos perigos de uma guerra do tráfico e evitar as tragédias trazidas junto com a chuva.

FICHA TÉCNICA Direção e Roteiro – Juliana Antunes Produção – Juliana Antunes, Marcella Jacques, Laura Godoy Coprodução – Thiago Macêdo Correia, André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins Produção Executiva – Juliana Antunes, Fernanda Brescia, Camila Bahia Braga Direção de Fotografia – Fernanda de Sena Som Direto – Marcela Santos Edição de Som e Mixagem – Pedro Durães Montagem – Affonso Uchôa, Rita M. Pestana Arte do Cartaz – Ana C. Bahia Empresas Produtoras – VENTURA, Filmes de Plástico Produtora Associada – Katásia Filmes, Pepeka Pictures

SOBRE A DIRETORA Nascida em 1989, formada em Cinema na UNA, de Belo Horizonte, é sócia-fundadora da empresa produtora VENTURA, junto de Marcella Jacques e Laura Godoy. Juliana estreou na direção com o longa-metragem,Baronesa, vencedor da Mostra Aurora no Festival de Tiradentes 2017, que teve sua estreia internacional na Competição de Longas do 28º FIDMarseille, na França, onde recebeu três prêmios, incluindo o de Melhor Filme, pelo Júri Popular. Atualmente finaliza os curtas-metragens Industrial e Plano Controle e desenvolve o projeto de seu segundo longa, Bate e Volta Copacabana. SOBRE AS PRODUTORAS VENTURA é uma produtora audiovisual sediada em Belo Horizonte, formada por Juliana Antunes, Laura Godoy e Marcella Jacques. A empresa tem como foco projetos de realizadoras e busca em seus trabalhos trazer notoriedade para o protagonismo feminino em diversas esferas. “Baronesa", de Juliana Antunes, é o primeiro longa assinado pela produtora. A FILMES DE PLÁSTICO é uma produtora sediada em Belo Horizonte, criada em 2009 e voltada para a produção de filmes independentes, com especial atenção para estudos de personagens complexos e usualmente marginalizados na sociedade, buscando nas obras uma visão humana e possível da periferia. Teve seus filmes selecionados e premiados em diversos festivais importantes, como Cannes (três seleções para a Quinzena dos Realizadores), Rotterdam, FID Marseille, BAFICI, Durban, Melbourne, IndieLisboa e Clermont-Ferrand.

Sobre a SESSÃO VITRINE PETROBRAS Cada filme da SESSÃO VITRINE PETROBRAS terá pelo menos uma sessão diária com horário fixo, nos mesmos cinemas de mais de 20 cidades. Os filmes ficarão em cartaz por no mínimo duas semanas em cada cidade. A intenção é que uma programação mensal e um horário fixo tornem-se um referencial e criem um público cativo. Em 2018, a SESSÃO VITRINE PETROBRAS estará nas seguintes cidades: Rio Branco (Cine Teatro Recreio), Maceió (Cine Arte Pajuçara), Fortaleza (Cinema do Dragão), Brasília (Cine Brasília e Espaço Itaú de Cinema Brasília), Vitória (Sesc Gloria), Goiânia (Cine Cultura Goiânia e Lumiere Bouganville 5), São Luís (Cine Lume), João Pessoa (Cine Bangue), Recife (Cine São Luíz, FUNDAJ Cinema do Museu), Teresina (Cine Teresina), Curitiba (Cineplex Batel e Cinemateca de Curitiba), Niterói (Cine Arte UFF), Rio de Janeiro (Espaço Itaú de Cinema Botafogo e Estação Net Rio), Manaus (Casarão de Ideias), Aracaju (Cine Vitória), São Paulo (Espaço Itaú de Cinema Augusta, Cinesystem Morumbi Town e CineArte), Palmas (Cine Cultura Palmas), Porto Alegre (Cine Bancários), Salvador (Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha), Belo Horizonte (Cine Belas Artes, Cine 104), Santos (Cinespaço Miramar), Belém (Cine Líbero Luxardo) entre outras.

NOTA: Leia a minha crítica sobre o filme clicando aqui.