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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 29 de março de 2018

Cine Dica: Longa argentino Zama estreia dia 29 no CineBancários



Longa argentino Zama estreia dia 29 no CineBancários

Zama, o mais recente longa de Lucrecia Martel, diretora argentina de Pântano e A mulher sem cabeça, estreia no CineBancários no dia 29 de março com sessões às 15h e 19h. Segundo o jornal Clarín, esta adaptação do livro homônimo, escrito por Antonio di Benedetto e publicado em 1956, aparece em quarto lugar entre os 25 melhores filmes de 2017 na tradicional pesquisa organizada pela renomada revista Sight & Sound, editada pelo British Film Institute. 

SINOPSE:
Zama, um oficial da coroa Espanhola, nascido na América do Sul, aguarda por uma carta do rei outorgando-lhe a transferência da cidade em que se encontra estagnado para um lugar melhor. Sua situação é delicada. Ele deve garantir que nada ofusque sua transferência. Zama é forçado a aceitar, submisso, cada tarefa a ele encomendada pelos sucessivos governadores que vão e que vêm enquanto ele é deixado para trás. Passam-se os anos e a carta do rei nunca chega. Quando Zama percebe que tudo está perdido,  junta-se a um grupo de soldados que sai em busca de um perigoso bandido.


HORÁRIOS:
De 29/3 a 04/4: 15h e 19h
De 05/4 a 11/4: 17h

INGRESSOS:
R$ 12,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$6,00. Os ingressos podem ser adquiridos no local ou no site ingresso.com .
Aceitamos os cartões Banricompras, Visa e Mastercard.

NOTAS DA DIRETORA:
Desejo ir para o passado com a mesma irreverência com que nos movemos para o futuro. Não tentando documentar fatos e objetos pertinentes, porque Zama não possui pretensões historicistas. Antes, tenta mergulhar num mundo que ainda hoje é vasto, com animais, plantas, e homens e mulheres quase incompreensíveis. Um mundo que fora devastado antes mesmo de ter sido descoberto, e que, portanto, permanece no delírio. O passado no nosso continente é um borrão confuso. Nós o fizemos assim para não termos que pensar na propriedade da terra, o espólio sobre o qual o abismo da América Latina foi
fundado, embaraçando a gênese da nossa própria identidade. Assim que começamos a olhar para o passado, sentimos vergonha. ZAMA mergulha fundo no tempo da vida dos homens mortais, esta breve existência que nos foi concedida, ao longo da qual nós deslizamos ansiosos para o amor, esmagando exatamente aquilo que poderia ser amado, adiando o significado da vida como se o dia mais importante
fosse um que ainda não chegou, ao invés de ser hoje. E, mesmo assim, o próprio mundo que parece decidido a nos destruir, torna-se a nossa própria salvação: quando perguntados se queremos viver mais, sempre respondemos sim.

LUCRECIA MARTEL:
Nascida na Argentina, a cineasta Lucrecia Martel tem colocado seu trabalho na comunidade internacional do cinema. ZAMA (2017) é seu quarto filme após escrever e dirigir A MULHER SEM CABEÇA (La Mujer Sin Cabeza, 2008), A MENINA SANTA (La Niña Santa, 2004) e O PÂNTANO (La Ciénaga, 2001).
Os filmes da diretora tem sido aclamados nos mais importantes festivais de cinema: Cannes, Berlim, Veneza, Toronto, New York, Sundance e Rotterdam, entre outros. Uma retrospectiva do seu trabalho tem sido amplamente exibida em festivais de cinema e instituições renomadas como as universidades de Harvard e Berkeley ou no London Tate Museum. Ela tem formado parte em júris oficiais de Berlim, Cannes, Veneza, Sundance e Rotterdam, e já ministrou aulas ao redor do mundo.

ELENCO:
DANIEL GIMÉNEZ CACHO (ZAMA)
Daniel Giménez Cacho é um premiado ator Mexicano, nascido na Espanha que estrelou diversos filmes dos mais importantes cineastas hispanos, como Guillermo Del Toro, Alfonso Cuarón, Jorge Fons e Pedro Almodóvar, como A MÁ EDUCAÇÃO (2004) ou E SUA MÃE TAMBÉM (2001), no qual é a voz do narrador. LA CORDILLERA (Santiago Mitre, 2017) é seu mais recente trabalho na indústria Argentina e que teve sua estreia recentemente em Cannes 2017. Giménez Cacho também foi parte do elenco de LA HORA MARCADA, show da TV mexicana, escrito e dirigido por Alfonso Cuarón e Guillermo Del Toro

LOLA DUEÑAS (LUCIANA PIÑARES DE LUENGA)
Lola Dueñas é uma atriz Espanhola que teve rápido reconhecimento pelo seu trabalho em séries de televisão (POLICÍAS, EN EL CORAZÓN DE LA CALLE) e depois no cinema, recebendo aclamação profissional por seu trabalho em MAR ADENTRO (Alejandro Amenábar, 2004) e VOLVER (Pedro Almodóvar, 2005), pelo qual recebeu o prêmio Ex-Aequo a Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cannes. Seu trabalho nesses filmes e em FALE COM ELA (Pedro Almodóvar, 2002), YO, TAMBIÉN (Pedro Almodóvar, 2009), ABRAÇOS PARTIDOS (Pedro Almodóvar, 2009) e OS AMANTES PASSAGEIROS (Pedro Almodóvar,2013), resulta em múltiplos Prêmios Goya e seu atual prestígio internacional.

MATHEUS NACHTERGAELE (VICUÑA PORTO)
Matheus Nachtergaele é um ator brasileiro renomado e premiado. Com uma vasta experiência em cinema, teatro e televisão, trabalhou em inúmeros filmes como O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (Bruno Barreto, 1997 - indicado para Melhor Filme Estrangeiro nos Oscar de 1998), CIDADE DE DEUS (Fernando Meirelles, 2002 – quatro indicações para o Oscar em 2004, incluindo Melhor Diretor), CENTRAL DO BRASIL (Walter Salles, 1998 – duas indicações para o Oscar em 1999, incluindo Melhor Filme Estrangeiro) e três filmes do diretor Cláudio Assis – AMARELO MANGA (2002), BAIXIO DAS BESTAS (2006) e FEBRE DO RATO (2011).

JUAN MINUJÍN (VENTURA PRIETO)
Juan Minujin é um ator Argentino conhecido pela sua extensa carreira como ator de teatro. Trabalhou em inúmeras produções teatrais em Buenos Aires, eventualmente acrescentando a sua experiência trabalhos em televisão, incluindo a produção de HBO EL MARGINAL. Seu primeiro papel principal num filme foi em UN AÑO SIN AMOR (Anahi Berneri, 2007). Desde então, ele tem trabalhado constantemente em mais de 20 filmes independentes, incluindo EL ABRAZO PARTIDO (Daniel Burman, 2004), 2+2 (Diego Kaplan, 2012) e CORDERO DE DIOS (Lucía Cedrón, 2008). Por estes e outros filmes, recebeu muitos prêmios e indicações.

FICHA TÉCNICA:
ANO: 2017
PAÍSES: Argentina, Brazil, Spain, France, Netherlands, Mexico, Portugal, USA
DURAÇÃO (EM MINUTOS): 115min
PROPORÇÃO DE TELA: 1:1.78
FORMATO: 2K
SOM: 5.1
LÍNGUA ORIGINAL: Espanhol

PRODUÇÃO:
PRODUTORAS: Rei Cine, Bananeira Filmes
COPRODUTORAS: El Deseo, Patagonik, MPM Film, Canana, Lemming Film, KNM, O Som e a Fúria, Louverture Films, Schortcut Films, Telecine, Bertha Foundation, Perdomo Productions, Picnic Producciones, Punta Colorada de Cinema

EQUIPE:
DIRETORA & ROTEIRISTA: Lucrecia Martel
PRODUTORES: Vania Catani, Benjamin Domenech, Santiago Gallelli, Matías Roveda
COPRODUTORES: Pedro Almodóvar, Agustín Almodóvar, Esther García, Marie-Pierre Macia, Claire Gadéa, Juan Pablo Galli, Juan Vera, Alejandro Cacetta, Eva Eisenloeffel, Leontine Petit, Joost de Vries, Michel Merkt, Luís Urbano, Georges Schoucair, Joslyn Barnes, Danny Glover, Susan Rockefeller, Juan Perdomo, Natalia Meta
PRODUTORES EXECUTIVOS: Pablo Cruz, Gael García Bernal, Diego Luna, Angelisa Stein
PRODUTORES ASSOCIADOS: Guillermo Kuitca, Juan Manuel Collado, Fabiana Tiscornia, Elvira González Fraga, Alejandro Musich, Gonzalo Rodríguez Bubis, Julia Solomonoff
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Rui Poças
EDIÇÃO: Miguel Schverdfinger, Karen Harley
SOM: Guido Berenblum
DESIGN DE PRODUÇÃO: Renata Pinheiro
FIGURINO: Julio Suarez
DESENHO DE SOM: Guido Berenblum (ASA)
MIXAGEM: Emmanuel Croset
MAQUIAGEM: Marisa Menta
CABELEIREIRO: Alberto Moccia
CASTING: Verónica Souto, Natalia Smirnoff
ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Fabiana Tiscornia
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO: Javier Leoz

GRADE DE HORÁRIOS:
*Não abrimos segundas-feiras

29 de março (quinta-feira)
15h - Zama
17h - O Caso do Homem Errado
19h - Zama

28 de março (sexta-feira)
15h - Zama
17h - O Caso do Homem Errado
19h - Zama

31 de março (sábado)
15h - Zama
17h - O Caso do Homem Errado
19h - Zama

1 de abril (domingo)
15h - Zama
17h - O Caso do Homem Errado
19h - Zama

3 de abril (terça-feira)
15h - Zama
17h - O Caso do Homem Errado
19h - Zama

4 de abril (quarta-feira)
15h - Zama
17h - O Caso do Homem Errado
19h - Zama

C i n e B a n c á r i o s
Rua General Câmara, 424, Centro
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230
Fone: (51) 34331204

quarta-feira, 28 de março de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: O Insulto

Nota: Filme exibido para os associados do cineclube de Porto Alegre no dia 24/03/18.

O Insulto

Sinopse: Toni é um cristão libanês que rotineiramente rega as plantas de sua varanda. Certo dia, acidentalmente, ele acaba molhando Yasser, um refugiado palestino, iniciando um desacordo que evolui para julgamento e toma dimensão nacional.
 


A violência atual do qual o Brasil passa, onde há no fundo questões políticas, raciais, e crenças, não se limita somente em nosso país, como também é um problema global que está cada vez mais aumentando no mundo. Porém, determinadas situações, por vezes banais, poderiam ser evitadas através de um dialogo, mas às vezes o problema se encontra muito além de nossa visão. O Insulto é uma trama que se passa do outro lado do mundo, mas não tem como não se identificar com a história, pois os atos e consequências dentro da trama estão cada vez mais rotineiros do outro lado da tela.
Dirigido por Ziad Doueiri (West Beyrouth), a trama se passa em Beirute, onde acompanhamos a rotina do Cristão Libanês Toni Hanna (Adel Karan), casado com uma bela esposa e aguardando a chegada de sua primeira filha. Certo dia, ele acidentalmente acaba molhando um trabalhador chamado Yasser (Kamel El Basha), um refugiado palestino. Entre insultos e agressões físicas, ambos iniciam uma disputa na justiça, onde o julgamento pode proporcionar dimensões imprevisíveis.
Se criando então o ato e a consequência, o cineasta Ziad Doueiri procura apresentar os personagens de uma forma humana, mas fazendo a gente se perguntar por que eles agem assim de uma forma tão inconsequente. Claro que, aos poucos, se percebe que ambos os lados carregam cicatrizes emocionais, onde as guerras e os preconceitos de décadas os fizeram serem moldados de uma forma que, talvez, desejassem terem sido outros tipos de pessoas ao longo da vida.  Mas por mais fortes que tenham sido nunca é fácil esconder a dor e o ódio que vive crescendo no decorrer do tempo.
Tecnicamente o filme é dinâmico, onde uma situação iniciada em uma varanda toma proporções que ninguém acredita e fazendo com que não nos desviemos o olhar da tela. Hábil como ninguém, Ziad Doueiri ainda insere pequenos elementos que se tornam dinamites para despertar a raiva de seus protagonistas. Quando a gente acha que haverá uma trégua, eis que o papel da mídia vinda da TV, por exemplo, se torna uma fonte, não só parcial, como também semeando o ódio de uma forma inconsequente.
Mas é no cenário do tribunal que o filme nos brinda com os seus melhores momentos, pois além de fazer nos lembrar de grandes clássicos do cinema dentro do subgênero tribunal, os advogados de ambos os lados roubam a cena. Se a advogada Nadine (Diamand Bou Abboud) transmite total virtude em defesa de Yasser, o advogado de Toni, interpretado com intensidade pelo ator Camille Salamé, nos surpreende por momentos dos quais nos faz a gente se dividir sobre ele, pois nunca sabemos, até certo ponto, até onde ele irá para ganhar a causa. O ápice do enfrentamento entre os dois advogados se encontra nos momentos em que ambos tentam encontrar uma lógica em meio a uma situação que periga a qualquer momento declinar para o ódio e a insanidade.
Porém, o ato final nos brinda com momentos emocionantes, onde a ficção transita em uma realidade, mais especificamente na guerra Civil Libanesa, conflito que aconteceu entre 1975 e 1990. É aí que o passado e o presente então se cruzam e fazendo com que os personagens principais parem e reflitam sobre quem é realmente o culpado pela semente de ódio que germinou e que pode então cessa-la por um pequeno gesto humano e solidário. Não há como apagar o passado, mas não significa que se deve sempre carregá-lo. 
O Insulto é sobre a humanidade atual em conflito, onde cada vez mais se encontra se afundando em discursos fascistas e preconceituosos, mas não significa que não aja uma luz no fim túnel e o filme sintetiza muito bem isso.    
    
 
 Nota: O filme segue em cartaz na casa de Cultura Mario Quintana de Porto Alegre as 19h.


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